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Hemoglobina e Anemia Falciforme Hemoglobina É uma proteína presente nos glóbulos vermelhos capaz de se ligar a moléculas de oxigênio, transporta-lo pelo corpo e também é responsável pela coloração vermelha do sangue Anemia = É basicamente a diminuição total da hemoglobina funcionante na circulação Hemoglobina Se apresenta como um tetrâmero por possuir estruturas terciarias que se ligam entre si e formam esse tetrâmetro, se um for removido a hemoglobina não será funcionante, por isso existem as hemoglobinopatias O tetrâmero é formado por cadeias: αα ββ Se existir a falta de um dessas cadeias será a respectiva talassemia, que pode ser Talassemia α ou Talassemia β, sendo classificadas também como menor, maior ou severa. Quer dizer que ela é solúvel, se fosse fibrosa seria insolúvel. Se não fosse solúvel nosso corpo teria trombos constantes. É sintetizada durante a produção das hemácias na medula óssea e cumpre sua função de transporte de gases Cada molécula de hemoglobina é capaz de se ligar a 4 moléculas de oxigênio. Estrutura ampliada da hemoglobina: A globina é a região proteica da hemoglobina, a região não proteica damos o nome de grupo prostético. A molécula de oxigênio vai se ligar ao grupo HEME da hemoglobina, por isso devemos ter ferro em quantidade suficiente, se temos a parte proteica mas não tem o ferro, não existe a ligação. Tipos de Hemoglobina As cadeias de globina podem ser dos tipos: Alfa, beta, gama, delta, épsilon e zeta. Elas são produzidas nas diferentes fases do desenvolvimento porque vão se modificando. Fase Embrionária: Gower 1 (ξ2ε2) e Gower 2 (α2ε2) Hemoglobina de Portland (ζ2γ2) Fase Fetal: Hemoglobina F (α2γ2) Adulto: Hemoglobina A (α2β2) - correspondendo a 96 – 98 % da hemoglobina total A hemoglobina sendo um tetrâmero, tem mais presença de α e β, sendo representada por 96 a 98% em relação a Hb A (que é a hemoglobina que temos em maior quantidade.) ou seja, se tivermos a diminuição da hemoglobina A Anemia não é definida por causa da baixa de eritrócitos, mas sim de hemoglobina! É uma proteína de estrutura GLOBULAR! possivelmente existe algum tipo de patologia que podemos detectar por eletroforese Hemoglobina A2 (α2δ2) – 2,0-4,0 % A 2° hemoglobina que temos em maior quantidade é a A2. Hemoglobina F (α2γ2) – 0- 1,0% É a mesma que temos quando estamos na fase fetal, que geralmente vai caindo pra dar origem a outro tipo. Nesse teste de eletroforese vemos uma oscilação nos 4 pacientes. Mas por que? As únicas normais são as citadas acima (A, A2 e F) No 1° pct temos a presença de hemoglobina S que geralmente está associada a anemia falciforme, ou seja, significa que o pct tem hemoglobina A normal, mas tem a presença de S também então ele tem um traço falciforme, não chega a ser doente, mas tem carga genética Já no 2° pct temos a presença apenas de hemoglobina AA, ou seja, normal. No 3° temos SS, quer dizer que ele está doente, com uma anemia falciforme grave. No 4° vemos outro tipo de anemia, uma mistura de anemia falciforme (S) com um hemoglobinopatia C, esse pct tem a carga genética dos 2. Eletroforese A eletroforese de hemoglobina é uma técnica diagnóstica que tem como objetivo identificar os diferentes tipos de hemoglobina que podem ser encontrados circulantes no sangue A partir da identificação do tipo de hemoglobina, é possível verificar se a pessoa possui alguma doença relacionada à síntese de hemoglobina, como talassemia ou anemia falciforme, por exemplo. No entanto, para confirmação do diagnóstico, é necessária a realização de outros exames hematológicos e bioquímicos. Como é feita a eletroforese? A partir da coleta de uma amostra de sangue, a coleta incorreta pode resultar em hemólise, ou seja, destruição das hemácias, o que pode interferir no resultado. O tipo de hemoglobina é identificado por meio da eletroforese em pH alcalino (em torno de 8,0 - 9,0), que é uma técnica baseada na taxa de migração da molécula quando submetida a uma corrente elétrica, havendo a visualização de bandas de acordo com o tamanho e peso da molécula. De acordo com o padrão de bandas obtidos, é feita a comparação com o padrão normal e, assim, é feita a identificação de hemoglobinas anormais Como entender os resultados? De acordo com o padrão de bandas apresentado, é possível identificar o tipo de hemoglobina do paciente. A hemoglobina A1 (HbA1) apresenta maior peso molecular, não sendo notada tanta migração, enquanto que a HbA2 é mais leve, ficando mais ao fundo do gel. Esse padrão de bandas é interpretado no laboratório e liberado em forma de laudo para o médico e para o paciente informando o tipo de hemoglobina encontrada. A hemoglobina fetal (HbF) está presente em maiores concentrações no bebê, no entanto, à medida que ocorre o desenvolvimento, as concentrações de HbF diminuem ao passo que a HbA1 aumenta. Assim, as concentrações de cada tipo de hemoglobina variam de acordo com a idade Anemia falciforme Por que acontece? A anemia falciforme é causada por mutação genética, responsável pela deformidade dos glóbulos vermelhos. Para ser portador da doença, é preciso que o gene alterado seja transmitido pelo pai e pela mãe. Se for transmitido apenas por um dos pais, o filho terá o traço falciforme, que poderá passar para seus descendentes, mas não a doença. Origem Há muitos anos, na África, a malária matava muitas pessoas, então surgiu uma mutação genética alterando a informação que vem do gene que codifica a cadeia β da hemoglobina, protegendo assim seus habitantes. Com essa mutação as pessoas passaram a produzir a hemoglobina S, em vez da hemoglobina A, logo, o indivíduo que tivesse a hemoglobina S não seria infectado pela malária; Isso ocorre pois os protozoários Plasmodium necessariamente se reproduzem no interior das hemácias humanas, contudo as hemácias danificadas do indivíduo falciforme não são adequadas a esse tipo de função, assim, em indivíduos com o traço, a presença dessa doença pode ser atenuada; Incidência no Brasil: O tráfico de africanos e os movimentos populacionais em busca de melhores condições de vida, fez com que essa mutação se espalhasse pelo mundo. E em nosso país por ter recebido uma grande população de africanos e por apresentar alto grau de mistura de raças, existem muitas pessoas portadoras da anemia falciforme, principalmente entre os afrodescendentes. Nessas pessoas, as hemácias, em vez de redondas tomam a forma de meia lua ou foice. Genética da Anemia Falciforme Existe uma alteração de Timina por Adenina, especificamente, o ácido glutâmico é trocado pela valina lá na cadeia de DNA. São chamadas de mutações pontuais = Quando existe a substituição de apenas um aminóacido. Ex: Hemoglobina S (traço falciforme) Essas células ‘’afoiçadas’’ têm muita dificuldade de passar pelas veias, que levam o sangue para os órgãos ocasionando o seu entupimento e muitas dores principalmente nos ossos. Hemácias normais: Hemácias com anemia falciforme As hemácias em forma de foice têm uma duração menor (só 10 a 20 dias na circulação sanguínea), comparada com o período de vida de uma hemácia normal que é (120 dias). Se uma pessoa receber, do pai, um gene com mutação para produzir a hemoglobina S, e da mãe, outro gene com a mesma característica, tal pessoa nascerá com um par de genes com a mutação, e assim terá anemia falciforme. As hemácias sofrem um déficit no transporte de oxigênio, sobretudo para as regiões periféricas do corpo Sintomas Dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos; Dores articulares; Fadiga intensa; Palidez e icterícia; Feridas nas pernas; Tendênciaa infecções; Problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais; Priapismo (É uma ereção persistente (mais de 4 horas), freqüentemente dolorosa, desencadeada ou não pela atividade sexual.) Pode ocorrer também nas mulheres, sendo chamado de PSAS (Persistent Sexual Arousal Como eu descobrir a doença? A eletroforese de hemoglobina é o exame laboratorial específico para o diagnóstico da anemia falciforme; A presença da hemoglobina S pode ser detectada pelo teste do pezinho quando a criança nasce. Tratamento Não há tratamento específico para a anemia falciforme, uma doença para a qual ainda não se tem muito conhecimento. Os portadores precisam de acompanhamento médico constante (quanto mais cedo começar, melhor o prognóstico) para manter a oxigenação adequada nos tecidos e a hidratação, prevenir infecções e controlar as crises de dor. Nesse caso os médicos usam: Hidroxiuréia – uma substancia química utilizada para inibir as dores do paciente. Existe a possibilidade de transplante. Este tratamento, no entanto, foi realizado em um número pequeno de pacientes ao redor do mundo, com maior taxa de sucesso entre crianças. Ainda é necessário um número maior de estudos e a determinação de características clínicas que permitam indicar o transplante com maior segurança. Juntamente com a presença de cuidados gerais como: Alimentação equilibrada; Prevenção de infecções, desidratações, e acidoses; Proteção dos membros inferiores (meias e calçados) evitando exposições ao frio; Além dos sintomas citados ao lado, portadores da anemia falciforme apresentam as seguintes características clínicas: Esplenomegalia Síndrome mão e pé: Geralmente este é o primeiro sinal da doença. É uma inflamação aguda nas articulações dos tornozelos, punhos, mãos e pés. A região pode ficar avermelhada e quente. A dor é muito intensa e a criança fica extremamente irritada, inquieta, chorosa e com dificuldade de movimentar estas partes do corpo. Ocorre no primeiro ano de vida, principalmente após o quarto mês. Pode estar associado à febre alta. Úlceras Icterícia AVC por isquemia A anemia falciforme é uma doença hereditária! Uma mulher com anemia falciforme pode ter filhos? R – Sim! Com acompanhamento pré natal, teste do pezinho e eletroforese de hemoglobina.
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