Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APG 12 1º SEMESTRE @valecarneiro APG 12: “Em forma de Foice…” Disponível em: https://www.metrojornal.com.br/noticias/2017/10/25/ questões 1 O que é a anemia falciforme ? É uma doença genética que modifica a estrutura da hemácia. 2 Qual a origem da doença ? Genética. 3 Quais as características morfofisológicas da hemácia ? A hemácia é uma célula anucleada, bicôncava, que transporta gases. 4 Quais as consequências da anemia falciforme? Dificulta o transporte de gases. 5 Como a hemácia faz o transporte dos gases? A hemoglobina se liga ao oxigenio, transportando-o para o corpo. 6 Quais as proteínas globulares? Imunoglobulina e hemoglobina 7 Qual a população mais atingida pela anemia falciforme? Por que isso ocorre Africana, pois é uma adaptação evolutiva. objetivo 1. Compreender a morfofisiologia da hemácia; 1.1 Conhecer as proteínas globulares e suas funções; 1.2 Estudar a hemoglobina; 2 Entender a anemia falciforme e porque ela acomete determinadas etnias. resumo HEMÁCIAS Desempenham papel chave, pois transportam hemoglobina, que por sua vez, faz o transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e de dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões. → Chamados de: • Eritrócitos • Glóbulos vermelhos São células anucleadas Um microlitro de sangue contém cerca de 5 milhões de glóbulos vermelhos, comparado a 4 mil a 11mil leucócitos e a 150 mil a 450 mil de plaquetas. A leitura clinica de hematócritos é determinada colocando uma amostra sanguínea dentro de um tubo capilar estreito e centrifugado, de modo que os eritrócitos vão para o fundo, porque são mais pesados, deixando uma camada amarela dos leucócitos e plaquetas, que são mais leves, e plasma que ficam no topo. A coluna de eritrócitos amontoados é medida, e o valor do hematócrito é expresso como uma porcentagem do volume total da amostra. O hematócrito está normal quando a porcentagem é entre 40% a 54% para homens, e 37% a 47% para mulheres. Hoje em dia os aparelhos de analise de hemograma já fazem essa leitura. Produz cerca de 200 bilhões/dia com 120 dias de duração, em média São células com formato bicôncavo, sendo essa a maior distinção entre as outras células. Essa forma também permite que as hemácias sejam bem flexíveis, e consigam mudar seu formato, anemia falciforme ↳ ↳ APG 12 1º SEMESTRE @valecarneiro podendo se espremer através de capilares estreitos na circulação. Essa forma de disco também possibilita que eles se modifiquem sua forma em resposta a mudanças osmóticas no sangue. São sacos membranosos simples preenchidos de enzimas e hemoglobinas. Como não tem mitocôndrias não conseguem realizar metabolismo aeróbico, dependendo da glicose como sua principal fonte de ATP. São produzidas na medula óssea, e enquanto estão no processo de amadurecimento seu núcleo é condensado e a célula encolhe de tamanho., já no último estágio, o núcleo é perdido e fagocitado por macrófagos da medula óssea. Por essas células não terem núcleos e reticulo endoplasmático, não executam síntese de proteína, ou seja, são incapazes de produzir novas enzimas ou renovar seus componentes de membrana. Essa incapacidade leva a uma perda da flexibilidade da membrana, tornando as células velhas mais frágeis e suscetíveis de rupturas. A morfologia dos eritrócitos pode fornecer dicas para possíveis patologias. → PRODUÇÃO HEMÁCIAS: • Hemácias nucleadas primitivas são produzidas no saco vitelino, nas primeiras semanas de vida embrionária • No segundo trimestre, o fígado é o maior produtor de hemácias, e além dele, auxiliam na produção o baço e linfonodos • No último mês de gestação e depois do nascimento, as hemácias são produzidas exclusivamente na medula óssea. São originas de células-tronco hematopoiéticas pluripotente, da qual derivam todas as células do sangue circulante. À medida que essas células se reproduzem, uma pequena parte permanece como células pluripotentes originais, e são retidas na medula óssea como reserva (esse número diminuem com a idade) A célula-tronco comprometida produtora de hemácias é referida como unidade formadora de colônias de eritrócitos. HEMOGLOBINA Principal componente dos eritrócitos conhecida por fazer o transporte de oxigênio e por ser responsável pelo pigmento de coloração vermelha no sangue Metalproteína que contém ferro É uma proteína globular com estrutura quaternária que apresenta quatro subunidades polipeptídicas (cadeias) que possuem grupamento heme. É um excelente tampão ácido-base, como a maioria das proteínas. → Síntese de hemoglobina: começa nos proeritroblastos e prossegue ate mesmo no estágio de reticulócitos • Formação: SUCCINIL-COA, formada no ciclo de Krebs, se liga a GLICINA, formando a molécula PIRROl. QUATRO PIRRÓIS se combinam para formar PROTOPORFIRINA IX, que se combina com o FERRO, e forma a molécula do HEME. Cada molécula de heme se combina com uma longa cadeia polipeptídea, chamada GLOBINA, que é sintetizada pelos ribossomos, formando uma CADEIA DE HEMOGLOBINA. Quatro dessas cadeias se ligam APG 12 1º SEMESTRE @valecarneiro frouxamente para formar a molécula completa de HEMOGLOBINA. • Existem diversas isoformas das proteínas globinas na hemoglobina, e as mais comuns são chamadas de ALFA, BETA, GAMA E DELTA, dependendo da estrutura da cadeia. • Em cada molécula de hemoglobina são encontrados quatro átomos de ferro, e cada molécula de ferro pode se ligar com uma molécula de oxigênio, fazendo com que o total de quatro moléculas de oxigênio (ou oito átomos de oxigênio) possam ser transportadas por uma molécula de hemoglobina. • A natureza das cadeias de hemoglobina determina a afinidade de ligação da hemoglobina com o oxigênio, → Tipos de hemoglobina • Hemoglobina A: Mais comum no ser humano adulto é a hemoglobina A, que é uma combinação de duas cadeias alfa e duas cadeias beta. • Hemoglobina A2: representa de 2% a #% da hemoglobina em adultos. Possui duas cadeias delta e duas cadeias alfa • Hemoglobina F: representa 0,5% a 1% da hemoglobina em adultos, predominante no período fetal. Possui duas cadeias alfa e duas cadeias gama • Hemoglobina E: presente na anemia hemolítica branda • Hemoglobina C: presente na anemia hemolítica grave • Hemoglobina S: presente na anemia falciforme ANEMIAS É uma deficiência de hemoglobina no sangue, que pode ser causada pela redução do numero de hemácias ou do teor célula de hemoglobina. Quando o conteúdo da hemoglobina é muito baixo (anemia) o sangue não pode transportar oxigênio suficiente para os tecidos do corpo humano. Pessoas com anemia normalmente se sentem cansadas e fracas. → Existem diversos tipos de anemias: • Anemia por perda sanguínea – quando há perda excessiva de sangue a pessoa não consegue absorver ferro suficiente no intestino para formar a hemoglobina na mesma velocidade em que ela é perdida. • Anemia aplástica devido a disfunção da medula óssea: acontece por uma mal funcionamento da medula óssea. • Anemia megaloblástica: quando as hemácias crescem de modo excessivo, assumindo outras formas, por falta de algum fator de reprodução lentificada dos eritroblastos na medula óssea. Como os eritroblastos não conseguem se proliferar de uma forma rápida para conseguir formar o numero normal de hemácias, as células vermelhas são produzidas, na maior parte, grandes e com formas bizarras e membranas frágeis, fazendo com que essa célula se rompa com facilidade. • Anemia Hemolítica: são diversas anormalidades na hemácia, muitas hereditárias, tornando as células frágeis, fazendo com que se rompam ao passar por um capilar. Nesse tipo de anemia, o numero formado de hemácias é normal, ou até mesmo superior, o tempo de vida dessas hemácias é muito curto, elas são destruídas mais rápido do que são produzidas, desenvolvendo assim a anemia. APG 12 1º SEMESTRE @valecarneiro ANEMIA FALCIFORMEÉ uma condição hereditária e genética Tipo mais frequente de hemoglobinopatia É uma mutação no gene que produz a hemoglobina A, originado outra com característica anormal denominada hemoglobina S, de herança recessiva. Existem outras hemoglobinas mutantes, porém a mais conhecidas das mutações é a SS, que inicialmente se denominou Anemia falciforme. Apesar de existirem diversas outras mutações mais raras, todas tem manifestações clinicas e hematológicas semelhantes. A maior manifestação clinica é determinada pela hemoglobina S em homozigose (SS), ou seja, a pessoa recebe de cada um dos pais um gene de hemoglobina S. Quando a pessoa só recebe a hemoglobina S de um dos pais (AS) o possui um padrão genético heterozigose, não produzindo manifestações da doença falciforme, apresentando esse gene o paciente deve ser denominado como portador do traço falciforme. A mutação se dá por uma alteração na sequência de aminoácidos é a anemia falciforme. Ocorre quando o aminoácido valina substitui um ácido glutâmico na cadeia proteica., na porção 6 do cromossomo 11, alterando o formato da hemoglobina Eritrócito normal x eritrócito falciforme Na anemia falciforme há um tipo anormal de hemoglobina, chamada de HEMOGLOBINA S, que é produzida por duas cadeias de beta anormais da molécula de hemoglobina. Quando há uma situação de hipoxia (falta de oxigênio) essa hemoglobina precipita em longos cristais no interior das hemácias. Esses cristais alongam a célula, fazendo com que ela tenha um aspecto de foice, em vez do seu formato tradicional (disco bicôncavo). Essa hemoglobina precipitada faz com que a membrana da hemácia fique extremamente frágeis, resultando em uma anemia grave, pois há maior destruição das hemácias do que produção. O tempo médio de vida de uma hemácia falciforme é 1/6 menor que as hemácias normais, cerca de 20 dias. Pelo fato de a hemoglobina desempenhar um papel crítico no transporte de oxigênio, a contagem dos eritrócitos e o conteúdo de hemoglobina do corpo são importantes. Por ter esse formato de meia lua as células falciformes se enredam umas às outras quando vão passando pelos vasos sanguíneos, fazendo um aglomerado que obstrui o fluxo sanguíneo nos tecidos, causando danos e dor por hipoxia A forma de foice da hemácia defeituosa faz com que a área de contato seja limitada, acarretando que a quantidade de oxigênio captados pela célula seja menor, gerando acidose lática, comprometimento motor e sangramentos. A anemia falciforme pode ser identificada: • Eletroforese de hemoglobina – que mede e identifica os tipos de hemoglobina no sangue • Teste do pezinho – feito durante a triagem neonatal → Sintomas • Dor nos ossos e articulações • Mais propício a infecções • Ulceras • Sequestro de sangue no baço – o baço é um órgão que filtra o sangue, na anemia falciforme o baco aumentado APG 12 1º SEMESTRE @valecarneiro implica na falta de irrigação de outros órgãos, como coração e cérebro • Isquemia • Dor • Necrose • Hemólise crônica → Tratamento: • Administração de hidroxiureia, pois ajuda a inibir as dores • Transfusões sanguíneas, em casos graves • Analgésicos • Antibióticos • Uso continuo de ácido fólico ANEMIA FALCIFORME E MALÁRIA A anemia falciforme acomete cerca de 0,3% a 1,0% dos pretos da África e dos afro-americanos. A anemia falciforme é muito frequente nas populações do continente africano, principalmente no cinturão da malária, Serviu como barreira natural para a expansão do plasmodium falciparum (mosquito transmissor da malária). Em algumas regiões a frequência dessa hemoglobina chega a 25% da população. Segundo Ministério da Saúde, a anemia falciforme teve inicio no continente africano a partir de uma mutação natural da hemoglobina A, que serviu como defesa do organismo contra a malária, causada pelo plasmodium falciparum. Tudo indica que a mutação geradora da hemoglobina S foi uma mutação adaptativa quando a malária se tornou endêmica. Estudos dos aspectos antropológicos da hemoglobina S sugerem que seu aparecimento esteja ligado ao início do sedentarismo humano, há aproximadamente 30 mil anos. Há muitas evidencias epidemiológicas que o traço falciforme diminui o risco de todas as manifestações de malária grave e que esse efeito protetor causou um polimorfismo equilibrado da mutação falciforme nas regiões endêmicas de malária. LEMBRANDO: O alelo S da hemoglobina teve origem pela mutação no sexto códon do gene da cadeia beta, em que a valina é rocada pelo ácido glutâmico. Estudos de haplótipos, termo usado para designar a sequência de DNA herdada pelos pais, sugerem que o gene determinante dessa hemoglobina teve origem no ocidente centro-africano e que as migrações de população ancestrais fizeram que essa característica dispersasse por todo o continente, chegando a populações do mediterrâneo. Hoje em dia traços dessa mutação são muito comuns em brasileiros, devido nossa miscigenação. REERÊNCIAS: Marieb, Elaine, N. e Katja Hoehn. Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo A, 2009. GUYTON, A.C., HALL, J.E Tratado De Fisiologia Médica 13. Ed. Rj . Guanabara Koogan, 2017 Silverthorn, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, [Inserir ano de publicação]. Doença falciforme: diretrizes básicas da linha de cuidado (saude.gov.br) BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE ATENÇÃO A SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA. Manual da anemia falciforme para a população. Ministério da Saúde, 2007 a95.pdf (revistabionorte.com.br) DOS SANTOS, Geisiane Ribeiro et al. DEFICIÊNCIA DE G6PD, ANEMIA FALCIFORME E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRA A MALÁRIA, Revista Bionorte, v.6, n.2, 2017 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doenca_falciforme_diretrizes_basicas_linha_cuidado.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doenca_falciforme_diretrizes_basicas_linha_cuidado.pdf http://revistabionorte.com.br/arquivos_up/artigos/a95.pdf
Compartilhar