Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Medicina veterinária – Jeysa Reis Doenças Aviarias o Doença de Gumboro A doença de gumboro foi descrita pela primeira vez nos Estados Unidos no ano de 1962. Acredita-se que o agente era o vírus originada parte da mutação de um Aquabirnavirus responsável por causar necrose pancreática em peixes marinhos. A infecção das aves pode ter ocorrido devido à presença de farinha de peixe na ração de frangos de corte As altas densidades de alojamento nos sistemas da avicultura industrial também contribui para uma rápida taxa de infecção pelo patógeno Atinge a bursa de Fabrícius, um importante órgão imune das aves. Bursa de Fabrícius É um órgão em forma de bolsa que surge entre o terceiro e o quinto dia de desenvolvimento embrionário na região dorsal, da porção final da cloaca das aves Órgão linfoide primário exclusivo das aves que realiza Hematopoiese Maturação e diferenciação de células produtoras de anticorpos, os linfócitos B Estrutura histopatológica semelhante ao timo Definição Doença infecciosa bursal (DIB) Infecção viral, aguda e altamente contagiosa de ave jovens (3 a 10 semanas) Caracterizada pela extensa destruição dos órgãos linfoides em particular da bursa de Fabrício causando severo efeito imunossupressor e aumentando a suscetibilidade a outras doenças Apresenta alta mobilidade com mortalidade variável ampla distribuição mundial em regiões produtoras de aves Etiologia A DIB é causada pelo vírus da doença infecciosa bursal (infectious bursal disease vírus – IBDV), um birnavirus (família Birnaviridae) Genoma RNA de fita dupla em 2 segmentos (razão para o nome, bi-RNA-vírus) A DG se caracteriza como uma enfermidade aguda de alto potencial contagioso e rápida disseminação em lotes infectados e suscetíveis O Birnavírus possui predileção pelos tecidos linfoide presente na bolsa de Fabrícius responsável diretamente pelo desenvolvimento do sistema imune das aves O vírus resiste mais de 100 dias em galpões infectados e por mais de 50 dias em alimentos águas e fezes O vírus é inativado em tratamento com PH alcalino (12,0) e no tratamento com 0,5% de formalina por 6 horas Características epidemiológicas a infectividade ela é levada pois pequenas doses de vírus são suficientes para a instalação da infecção na ave as galinhas e os Perus são os hospedeiros naturais da DG apresenta 2 sorotipos distintos - apenas sorotipo um por causa doença em galinhas domésticas em planteis de totalmente suscetíveis a mobilidade pode atingir o valor igual a 100% em planteis parcialmente imunizado a morbidade é baixa em plantéis assinados a morbidade é quase nula Vetores como insetos, aves, cães, gatos, roedores e até os seres humanos são capazes de levar o vírus de lotes contaminados para lotes sadios Reservatório – Alphitobius diaperinus – ‘’cascudinho’’ dos galpões de frangos de corte: Importante reservatório no ciclo da DIB Vias de eliminação A única via de eliminação natural do vírus da DIB é representada pelas fezes O vírus é excretado pelas fezes durante 10 a 14 dias. Vias de transmissão Transmissão horizontal: direta e indireta Via fecal-oral, mas também por inalação de poeira\ aerossóis fecais. Patogenia Após a entrada do vírus no organismo da ave, ele incialmente se replica nas placas de Peyer do intestino, segue para o fígado, alcançando a corrente sanguínea e chegando à bolsa de Fabricius 24 horas após a inoculação Após 4 a 5 horas de entrada no organismo, o vírus pode ser detectado em macrófagos e células linfoides do ceco, duodeno e jejuno Ocorre viremia, e o vírus infecta outros tecidos incluindo a bolsa de Fabricius, o baço e o timo O vírus atua nos órgãos dos animais, alterando seus tecidos e gerando imunossupressão que ocorre devido a Depleção dos linfócitos do tipo B Pode-se comparar a ação da Doença de Gumboro nas aves ao vírus da AIDS em humanos, comprometendo severamente o sistema e a resposta imune dos animais. Sinais clínicos O período de incubação do agente viral é de 2- 3 dias, e a infecção dura em torno de 5-7 dias Os sinais clínicos agudos podem ser descritos como: depressão, inapetência, diarreia aquosa, perda de peso e, em casos extremos, as aves podem apresentar um quadro grave de desidratação e chegar à óbito Também foi relatado que a DG pode causar atrofia e hemorragia da bolsa de Fabricius além de um escurecimento dos músculos coxais e peitorais das aves. As lesões concentram-se na bolsa cloacal, rins, nos intestinos e nos vasos sanguíneos dos músculos esqueléticos. Animais jovens: surge de forma rápida e atinge morbidade de 100% causando apatia, diarreia e morte Bolsa cloacal – aumento de volume até aproximadamente após 4 dias de infecção, com edema, hemorragia. A partir do quarto dia, há gradual redução do tamanho bursal, até a atrofia completa no sétimo dia após a infecção – diarreia, profunda prostração e inatividade Após a fase clinica há recuperação clinica dos sobreviventes no plantel. Em aves jovens, a doença surge de forma aguda ou superaguda, tipicamente com até sete dias de curso clinico A necropsia: hemorragia nos músculos esqueléticos (coxas, pernas e peito) Na mucosa bursal: petéquias, sufusões. Na forma subclínica Os sinais são moderados – retardo do crescimento, palidez de crista e barbela, sonolência discreta ou redução da atividade geral A mortalidade é praticamente NULA, mas como o vírus tende a lesar todo o sistema imunitário, há um prejuízo à RESISTÊNCIA DAS AVES, tornando-as susceptíveis a outros patógenos. Prejuízos: interação com um ou mais fatores imunossupressores – diminuição significativa da resposta imune da ave podendo levar a problemas secundários Diagnóstico Laboratorial Direto - Isolamento viral Indireto – técnicas sorológicas convencionais - Imunodifusão em ágar gel - Vírus – neutralização - ELISA - PCR – avaliar amostras de diferentes graus de patogenicidade Tratamento Não há tratamento Devido à alta resistência do vírus às condições ambientais e à sua distribuição global, medidas de biosseguridade associadas à vacinação são essenciais para o controle e prevenção da doença – 18° dia de incubação ou no primeiro dia de vida Recomenda-se a imunização de reprodutoras com vacinas inativadas, para a transferência de anticorpos passivos para a progênie. Terapia antibacteriana ou antimicotica para as infecções oportunistas pode não obter sucesso pelo fato de a debilitação do sistema imune ser persistente. Medidas de Biosseguridade Isolamento Higiene Lotes com idade única Controle de trânsito de veículos e pessoas Sistema ‘’all-in-all-out’’ Vazio sanitário Vacinação precoce, no 18° dia de incubação ou no primeiro dia de vida.
Compartilhar