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Stephanie Lima @tell_lima | Zootecnia - UFAPE O leite é uma secreção que sai da glândula mamária através de um processo denominado ORDENHA. Esse processo deve ser realizado de forma higiênica visando obter um produto de qualidade. O manejo adequado irá auxiliar na prevenção da mastite, redução de CCS e CBT, de acordo com as Instruções Normaitvas 76 e 77 do MAPA. NORMATIVA 76 Essa normativa trata das características e da qualidade do produto na indústria. Líquido branco e homogêneo; Odor característico; Não deve conter substâncias estranhas, resíduos ou contaminantes; Proibido o uso de aditivos; Deve ser identificado por rótulos e transportados por carros-tanques isotérmicos com compartimentos lacrados e acompanhados do boletim de análises. Observação: Leite cru recebido em latões devem seguir os mesmos critérios. NORMATIVA 77 Essa normativa trata dos critérios para obter um leite de qualidade e seguro para o consumo, ou seja, regulamenta a qualidade do leite produzido no Brasil. SANIDADE DO REBANHO: O rebanho deve ser acompanhado por medico veterinário, ter controle de parasitoses, mastite, brucelose e tuberculose; INSTALÇÕES: Devem ser limpas e higienizadas antes, durante e depois da ordenha. Os pisos e paredes devem permitir fácil limpeza, e os produtos devem ser adequados à finalidade. ORDENHADORES: Precisam ter boa higiene antes, durante e após a ordenha, como também devem possuir capacitação e conhecer os procedimentos de ordenha. TANQUES COMUNITÁRIOS: Necessitam possuir um sistema de pré-resfriamento e ser realizado teste de Alizarol de todos os produtores que utilizem o tanque. A retirada deve ser feita no máximo duas horas após a ordenha e a limpeza do tanque precisa ser feita após a coleta. COLETA E TRANSPORTE: A coleta tem que ser feita no local de refrigeração e armazenagem do leite, o veículo precisa atender as normas impostas pela normativa. RECEPÇÃO DO LEITE: O leite deve estar em uma temperatura inferior a 7ºC e quando recebidos em latões precisa ser avaliado a temperatura e fazer o teste do Alizarol. Dentre as análises realizadas no laticínio, tem: Teor de gordura, protéina total, lactose, sólidos não gordurosos, sólidos totais, CCS e CBT. HIGIENE AMBIENTAL Deve ser adotado um conjunto de medidas que proporcionem as vacas uma ordenha adequada. ORDENHADOR: Unhas e mãos limpas, não apresentar enfermidades contagiosas, roupas limpas e exclusivas para a ordenha. É indicado que se faça o uso de luvas de látex para cada animal, porém o elevado custo, torna essa ação, economicamente inviável. ÁGUA: É bastante utilizada em todo o processo de ordenha e deve ser potável, transparente, livre de microrganismos e não corrosiva. INTRODUÇÃO AMBIENTE DE ORDENHA Stephanie Lima @tell_lima | Zootecnia - UFAPE ALIMENTOS: Um manejo comum é o fornecimento de alimentos concentrados durante a ordenha, mas essa prática pode acarretar em sujeiras e causar contaminação do leite em sistemas de ordenha manual. Além disso, esse manejo encarece o sistema, com a inclusão de área de cocho para alimentação. MANUAL É o sistema mais antigo de ordenha, utilizado em pequenos rebanhos, demanda pouco investimento em equipamentos e pode ser realizada no piquete, curral ou em um galpão. Nesse tipo de ordenha, o ambiente é mais propício a contaminação do leite. MECANIZADA - BALDE-AO-PÉ É o tipo mais simples e barato de ordenha mecanizada, podendo ser empregada tanto em galpões mais simples quanto em salas com fosso, esse tipo de ordenha é muito observada em pequenos rebanhos. MECANIZADA - ESPINHA DE PEIXE Os animais ficam posicionados diagonalmente em relação ao fosso de ordenha, facilitando a visualização do úbere e dos tetos. Nesse tipo de ordenha as vacas ocupam menos espaço na lateral do fosso, podendo ser a sala unilateral ou bilateral. MECANIZADA - TANDEM (FILA INDIANA) Nesse sistema as vacas ficam uma à frente da outra, em posição paralela ao fosso, esse é o único modelo que possibilira a ordenha mecanizada com bezerro ao pé. As vacas ocupam um espaço maior na lateral do fosso, o que torna a sua adoção difícil em grandes rebanhos. MECANIZADA - LADO A LADO As vacas ficam em posição perpendicular ao fosso, reduzindo o espaço ocupado por vaca durante a ordenha, porém dificultando a visualização completa do úbere e dos tetos pelo ordnehador. TIPOS DE ORDENHA Stephanie Lima @tell_lima | Zootecnia - UFAPE MECANIZADA - CARROSEL Sistema de custo elevado utilizado em rebanhos de alta produção, maximiza o tempo de ordenha (1 ordenhador → 70 animais/hora). Para realizar o dimensionamento adequado da sala de ordenha é necessário levar em consideração alguns pontos. São eles: Tipo de instalação; Número de vacas; Número de ordenhadores; Tempo de ordenha desejada; Capital disponível para investimento. EXEMPLO 1: Calcular o número de unidades de ordenha (animais ordenhados por vez) pelos minutos ordenhados por vaca; Nº de unids. = (tempo (min)/vaca x nº de vacas ord. /h) 60 minutos Nº = 6 min x 40 vacas = 4 unidades de ordenha 60 minutos EXEMPLO 2: Calcular o número de unidades de ordenha (animais ordenhados por vez) pela velocidade de ordenha por hora. → 7 vacas/unidade/hora = alta velocidade de ordenha; → 5 vacas/unidade/hora = média velocidade de ordenha; → 3 vacas/unidade/hora = baixa velocidade de ordenha. Nº de unids. = (nº vacas totais ord./ nº de horas desj.) Nº de vacas ordenhadas por unid. de hora Nº = (100 / 2) = 10 unidades de ordenha 5 CONDUÇÃO DOS ANIMAIS PARA ORDENHA: A condução dos animais deve ser feita de forma tranquila a fim de evitar estresse nos animais e facilitar a descida (ejeção) do leite. SALA DE ESPERA: Nessa sala os animais ficam antes de serem ordenhados, é importante que seja proporcionado condições de bem estar aos animais nesse ambiente. FORMAÇÃO DE LOTES PARA ORDENHA: Esse manejo tem por objetivo maximizar o tempo de ordenha e evitar que aconteça a contaminação de animais com histórico de mastite para animais saudáveis. Dentre as formações de lotes, se tem: 1º Lote: vacas primíparas (não adaptadas); 2º Lote: vacas de alta produção de leite; 3º Lote: vacas de média produção de leite; 4º Lote: vacas no final da lactação; 5º Lote: vacas com alta CCS. LAVAGEM DOS TETOS: Esse manejo não é recomendado, pois, caso a secagem seja realizada de forma incorreta poderá ocorrer a contaminação das mãos e do conjunto de teteiras. PRÉ-DIPPING: Nesse procedimento é realizada a desinfecção dos tetos antes da ordenha, tendo por finalidade previnir a mastite ambiental. É utilizado uma solução desinfetante, podendo ser de iodo (0,25%) clorexidine (0,25 – 0,5%) ou cloro a (0,2%). Deve ser aplicada a solução nos tetos de todas as vacas, de preferência com um copo aplicador sem retorno, e seguindo as recomendações do tempo de ação (mín de 30 segundos). SECAGEM DOS TETOS: Após o tempo de ação do desinfetante, deve ser realizada a secagem dos tetos, o ideal é que seja utilizado papel toalha de maneira individual (1 papel por teto). DIMENSIONAMENTO - SALA DE ORDENHA MANEJO DOS ANIMAIS MANEJO NA ORDENHA Stephanie Lima @tell_lima | Zootecnia - UFAPE Benefícios de realizar a secagem dos tetos: - Evita contaminação do leite com desinfetante; - Evita o deslizamento de teteiras; - Reduz a transmissão bacteriana; - Reduz a contagem bacteriana total (CBT). TESTE DA CANECA DO FUNDO PRETO: Esse teste é feito com a finalidade de diagnosticar casos de mastite clínica no rebanho. Deve ser retirado 3 jatos de leite de cada um dos tetos para verificar se há grumos ou pus, presença de sangue ou coloração alterada. O ideal é que vacas com mastite clinica sejam ordenhadas no final em um recipiente (latão) separado, e realizado o tratamento.DIAGNÓSTICO DE MASTITE SUBCLÍNICA: Para realização desse diagnóstico é importante que os testes como o de CMT seja realizado pelo menos 2x no mês. No teste de CMT, é coletado leite de cada teto em cada um dos 4 compartimentos da raquete, a qual deve estar inclinada a fim de que o leite atinja a marca inferior presente nela, após a coleta é adicionado a solução até a marca superior, e prosseguir com movimentos circulares da raquete, para promover a mistura do leite com a solução CMT. Obsrvação: Quanto maior for a coagulação observada na raquete, maior será o grau de contaminação e gravidade (maior quantidade de Células Somáticas). Resultado Formação do Gel CCS Negativo Ausente 0 – 200 mil Traços Leve 200 mil – 400 mil + Leve/Moderada 400 mil – 1,2 milhões ++ Moderada 1,2 milhões – 5 milhões +++ Intensa >5 milhões COLOCAÇÃO DO CONJUNTO DE TETEIRAS (MECÂNICA): O conjunto de teteiras deve ser colocado de forma a evitar a entrada de ar e riscos de contaminação do leite ou dos tetos. RETIRADA DAS TETEIRAS: A retirada deve ser feita assim que parar a descida do leite, evitando infecções por leite resídual, ou feridas pelo vácuo excessivo. PÓS-DIPPING: Esse procedimento consiste na aplicação de desinfetante glicerinado objetivando a formação de uma barreira na entrada do ducto do teto. A aplicação deve ser realizada de forma a combrir todo o teto. APÓS ORDENHA: Com o fim do manejo de ordenha, deve ser realizada a limpeza completa das instalações e equipamentos utilizados. Observação: É indicado que seja fornecido alimentos para as vacas após a saída da ordenha, fazendo com que elas permaneçam em pé por, pelo menos, 30 minutos, para que o esfíncter feche e assim haja uma diminuição do risco de mastite ambiental.
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