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DERMATITES PARASITÁRIAS

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Dermatologia
DERMATOPATIAS
· Parasitárias
· Fúngicas
· Piodermites (bacterianas)
· Alérgicas
· Otites
IMPORTÂNCIA
· Potencial zoonótico: transmite para idosos, bebês e filhotes (imunossuprimidos)
· 20% de todas as enfermidades tegumentares
ETIOLOGIA
· Escabiose canina (Sarcoptes scabiei)
· Escabiose felina (Notoedris cati)
· Otocaríase (Otodectes cynotis)
· Demodiciose (Demodex canis)
· Puliciose (infestação de pulgas)
· Ixodidiose (infestação de carrapatos)
· Pediculose (infestação por piolhos)
DERMATITES PARASITÁRIAS
SARNA SARCÓPTICA
· 
DEFINIÇÃO
Sinonímias: escabiose canina/felina ou sarna vermelha.
· Muito comum 
· Sarcoptes scabiei (cão) 
· Notoedris cati (gato)
· “sarna vermelha” pois coçava muito causando vermelhidão 
CARACTERÍSTICAS
· Altamente contagiosa
· Hospedeiro-específico 
· Não sazonal 
· Intensamente pruriginosa (prurido intenso diuturno - manhã, tarde e noite)
· Infestação pelo ácaro 
ETIOLOGIA
· Ácaro do gênero Sarcoptidae
· Agentes etiológicos: Sarcoptes scabiei var. canis. (em cães) E Notoedris cati (em gatos)
· Antropozoonose: transmitida naturalmente para o homem
· Ergodermatose: transmite para veterinários e tratadores de animais (ergo = trabalho)
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
· Acometem cães e gatos com menos de 1 ano de idade
· Ambiente de canil
· Fatores imunológicos (animais debilitados)
· Transmissão: contato direto e fômites
· Não há predisposição sexual 
· Hospedeiro-específico: quando ocorre em outras espécies a infecção é autolimitante, inclusive em humanos
· Raças de pelos longos são mais acometidas
· Cães: poodle, cocker spaniel, pastor alemão
· Gatos: SRD, siamês, persa e sagrado da birmânia
CICLO EVOLUTIVO
· Odor e estímulos térmicos estimulam ácaros a se movimentar para a pele, cavando galerias no extrato córneo* (camada mais superficial da pele) gerando processo irritativo com postura de ovos causando processo de inflamação
· Fêmea fertilizada => cava uma galeria no extrato córneo, no qual se alimenta e deposita seus ovos => 3 dias => ovos eclodem e as larvas se movem para a superfície (muda: ninfa => adulto) => cópula – 21 dias** 
· Fêmeas ficam aderidas no hospedeiro através de suas ventosas – 2 a 3 mm/dia colocando 2 ovos/dia 
· Machos: logo após o acasalamento morrem 
· Parasitos alimentam-se de queratina e linfa
*Por isso diagnóstico é feito por raspado superficial de pele.
**Após de 21 dias da cópula volta a deposição de ovos. 
PATOGENIA
Os ácaros, seus resíduos e excrementos (antígenos*) causam reação de hipersensibilidade na epiderme e derme gerando uma resposta imune celular e humoral. Essa reação de hipersensibilidade aos antígenos causa sintomas clínicos severos.
*Antígenos = resto de fezes ou resto de pele modificada 
Áreas glabras: são áreas sem pelo ou com rarefação pilosa, áreas onde encontramos lesões e onde podemos realizar os raspados. Ocorre em borda de pavilhões auriculares, articulações úmero-rádio-ulnar, tíbio-tarso-fibular e abdômen).
Lesões nas margens das orelhas: 
· Descamação quase imperceptível 
· Alopecia 
· Crostas 
· Canais auditivos não são afetados
Articulações úmero-rádio-ulnar: 
· Crostas e escamas 
· Erosões, escoriações e fístulas 
· Pele eritematosa e hiperpigmentação
Abdômen: 
· Pápulas pruriginosas 
· Vesículas 
· Pele eritematosa 
· Lignificação, hiperpigmentação
Obs.: lesões disseminada mas, o dorso é poupado.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
· Sintoma cardeal: prurido intenso diuturno (dia todo), também chamado de prurido ferox (fera) ou prurido biopsiante, pois causa lesões na hora do prurido
· Prostração 
· Emagrecimento 
· Perda de libido 
· Possível linfadenopatia periférica (principalmente em gatos): aumento de linfonodos periféricos, principalmente em gatos devido a cascata de inflamação e devido as feridas
MANIFESTAÇÕES – ESCABIOSE CANINA
· Pápulas pruriginosas, vesículas, crostas, escamas, erosões, escoriações, pele eritematosa (lesões edematosas), lignificação*, hiperpigmentação e fístulas
· Porções ventrais do abdômen, tórax e patas 
· Disseminada, mas dorso é poupado 
· Lesões nas margens das orelhas –descamação quase imperceptível até alopecia ou crostas 
· Os canais auditivos não são afetados
· Infeções crônicas devido a escoriações, pode ocorrer infecção secundária, como por exemplo, a piodermite (parasita > prurido > escoriações > diminuição de resistência de pele > infecção bacteriana secundária).
*Lignificação (lignina, parte da planta, crosta de árvore): processo crônico, onde sulcos da pele ficam grossos devido a tanto prurido devido à proteção por aumento de extrato córneo. 
MANIFESTAÇÕES – ESCABIOSE FELINA
· Lesões crostosas, primariamente na borda medial do pavilhão auricular e pode espalhar rapidamente para a orelha, cabeça, face e pescoço 
· As lesões também podem atingir os membros e períneo 
· A pele torna-se espessada, lignificada, alopecica, com crostas e escoriações
DIAGNÓSTICO
· Método de eleição: exame parasitológico do raspado cutâneo (EPRC – superficial)
· Observação microscópica dos ácaros adultos ou dos seus ovos*
· Teste ELISA: não disponível no Brasil e não é muito adequado, pois conseguimos diagnosticar pelo raspado que tem grade sensibilidade
· Reflexo otopodal: esfregando a orelha no membro hipse lateral (do mesmo lado) faz com que animal tenha reflexo de “tocar violão”**
*Observação direta no microscópio, não precisa corar para visualizar pois, ácaros são grandes – primeiro aumento já dá para ver (10x).
**Não é patognomônico da doença, apenas indica prurido 
Exame Parasitológico de Raspado Cutâneo (EPRC)
Material necessário: 
· Lâmina de bisturi 
· Lâmina de vidro 
· Lamínula 
· Potassa a 10% ou óleo mineral 
· Microscópio óptico
· Raspagens (com lâmina de bisturi) em direção ao crescimento do pelo*; observar um ligeiro sangramento capilar 
· Em cães: realizar exame em borda de pavilhões auriculares, articulação úmero-rádio-ulnar e articulação tíbio-tarso-fibular
· Em gatos: realizar exame em borda de pavilhões auriculares e região cefálica
· Muitas vezes, o ácaro não é encontrado (50 a 60%) => se em pelo menos 5 amostras, diagnóstico terapêutico**
*Necessário realizar pregueamento da pele, para raspagem no sentido do crescimento do pelo até leve sangramento capilar, todo debril de pele e sangue é colocado na lâmina com potassa ou óleo mineral e lamínula para avaliação.
**Diagnóstico terapêutico: tratamento para ver se cessa prurido e lesões, não é tratamento “pesado”.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Escabiose canina:
· Dermatite de contato, atopia, hipersensibilidade alimentar, dermatite por Malassezia, dermatite por Pelodera, queiletielose e sarna otodécica 
Escabiose felina: 
· Sarna otodécica, queiletielose, atopia, hipersensibilidade alimentar, pênfigo foliáceo ou eritematoso e lúpus eritematoso sistêmico
TRATAMENTO
· Banhos escabicidas: efeitos colaterais*
· Pouco responsivo com glicocorticoides: não melhora prurido pois reação é muito intensa, deve-se tratar direto a causa
· Contactantes: todos deverão ser tratados ao mesmo tempo, pois podem ser portadores assintomáticos 
· Nunca trate o proprietário! – indicar ao médico dermatologista
· Ambiente:
· Sobrevivem por até 3 semanas 
· Flambar ambiente e fômites 
· Fômites: lavar com água e sabão e após secos, ensacar e deixar fechado por 15 dias. 
· Animal deve dormir sobre papel, descartando no lixo para não haver contaminação 
*Banhos escabicidas com armitraz elevam a glicose sanguínea, paciente e tutores diabéticos não podem ter contato, é um medicamento indicado para grandes animais.
Sarolaner - Simparic ®:
· É indicado pois em bula está as 3 sarnas (Sarcoptes scabiei, Otododex nodretis e Demodex sp) então respaldo é maior
· 1 comprimido a cada 4 semanas
· Apenas cães. Seguro em Collies etc 
· A partir de 8 semanas e maior que 1,3 kg 
Cuidado: Simparic tem estudos para gatos mas não está em bula, tutor tem que assinar termo de consentimento livre e esclarecido para uso.
Ivermectina – Mectimax®:
· Cão e gato: 0,2 a 0,4 mg/kg/VO a cada 7 a 14 dias – duas a seis semanas de terapia 
· A partir de 6 semanas de vida· Não usar em Collies
Selamectina - Revolution®: 
· Cão e gato: 6 mg/kg/tópico a cada 21 a 30 dias – duas a três aplicações 
· Pode ser usado em todas as raças, a partir de 7 (cães) e 9 (gatos) semanas de vida 
· Cães e gatos
· Transdermal
Moxidectina + Imadaclopride - Advocate®:
· 0,1 ml/kg/tópico a cada 30 dias – duas a três aplicações 
· Pode ser usado em todas as raças, a partir de 7 semanas de vida 
· Cães e gatos
· Transdermal
ATENÇÃO! - IVERMECTINA
Não usar Ivermectina em: Collie, Shetland Sheepdog, Samoyeda, Old English Sheepdog, Australian Shepherd, Border Collie, Whippet (pelos longos), Afgan Hound e seus mestiços (devido a não saber a genética do animal), essas raças tem falha na barreira hematoencefálica e pode levar a danos em medula com o uso do medicamento. Nesses animais, usar a Selamectina (Revolution ®), Sarolaner (Simparic®) ou Moxidectina + Imadaclopride (Advocate®).
· Uso oral, sendo gato a cada 2 semanas 
· Aplicar de 2 a 3 aplicações mensais Simparic e ivermectina, ácaros morrem facilmente com esses tratamentos então não é necessário fazer raspado novamente após tratamento
Obs.: shampoo antisséptico pode ajudar junto ao tratamento para retirar crostas e até mesmo tratar infecções secundárias
SARNA OTODÉCICA
DEFINIÇÃO
Sinonímias: otocaríase ou “sarna de ouvido”.
· Gato, cão e homem: sem especificidade ao hospedeiro 
· Antropozoonose e ergodermatose 
· É mundialmente relatada em felinos (devido à alta densidade de animais), às vezes, não desenvolve tanto a doença mas passa para os cães
· Otites externas: 
· Bacterianas 26% 
· Parasitárias 24% 
· Micóticas 22%
AGENTE ETIOLÓGICO
Otites parasitárias:
· Pavilhão auricular: S.scabiei var canis e Notoedris cati (escabiose) 
· Meato acústico externo: Otodectes cynotis e Demodex spp
PATOGENIA
· Meato acústico externo => consumo de restos epidérmicos e de fluidos tissulares da superfície epidérmicas
· Animais hipersensíveis* => ação mecânica do ácaro + fenômeno de hipersensibilidade imediata => processo inflamatório alergoirritativo e intensa exsudação ótica ceruminosa** => prurido => lesões cutâneas auriculares (otohematoma) e periauriculares => infecções bacterianas secundárias 
*Animais hipersensíveis: além de ação mecânica se tem a hipersensibilidade imediata pelos dejetos que são colocados pelos ácaros.
**Exsudação ótica ceruminosa (cerume semelhante a borra de café) para como processo de defesa causando prurido 
Obs.: lesões em base de orelha de tanto coçar e meneio de cabeça são comuns.
 TRANSMISSÃO
· Contato direto
· Fômites
CICLO DE VIDA
· Todo no hospedeiro
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
· Prurido 
· Otorreia: material depositado no interior da orelha em excesso (cerume semelhante à borra de café) 
· Meneios de cabeça 
· Auto-trauma: as lesões podem acometer a região de masseter, região cervical, períneo e cauda devido a lambedura
· Otohematoma 
· Alopecia simétrica 
· Gatos: tolerância à infestação, por isso podem levar para cães, mas não são imunes
DIAGNÓSTICO
· Manifestações clínicas, contactantes e “tipo de vida” (gatos com acesso a rua são mais predispostos a adquirir)
· Presença de gatos (todos os gatos tem O. cynotis) 
· Sinal otopedal positivo 
· Otoscopia: “trânsito” intenso de ácaros deambulando – positividade em 45% 
· Microscopia do cerúmen - positividade em 80% 
· Exame Parasitológico de Raspado Cutâneo - positividade em 10% 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
· Hipersensibilidade à picada de pulga
· Pediculose 
· Dermatite por Pelodera 
· Sarna sarcóptica 
· Dermatite alérgica
TRATAMENTO
· Doença muito contagiosa, por isso, tratar todos os contactantes (cães e gatos) 
· Limpar e tratar o ambiente 
· Remover o excesso de resíduos com ceruminolítico (3 a 5 dias) – ex. Cerumin® / Epiotic ® 
Sarolaner - Simparic ®:
· É indicado pois em bula está as 3 sarnas (Sarcoptes scabiei, Otododex nodretis e Demodex sp) então respaldo é maior
· 1 comprimido a cada 4 semanas
· Apenas cães. Seguro em Collies etc 
· A partir de 8 semanas e maior que 1,3 kg 
Cuidado: Simparic tem estudos para gatos mas não está em bula, tutor tem que assinar termo de consentimento livre e esclarecido para uso.
Ivermectina – Mectimax®:
· Cão e gato: 0,2 a 0,4 mg/kg/VO a cada 7 a 14 dias – duas a seis semanas de terapia 
· A partir de 6 semanas de vida 
· Não usar em Collies
Selamectina - Revolution®: 
· Cão e gato: 6 mg/kg/tópico a cada 21 a 30 dias – duas a três aplicações 
· Pode ser usado em todas as raças, a partir de 7 (cães) e 9 (gatos) semanas de vida 
· Cães e gatos
· Transdermal
Moxidectina + Imadaclopride - Advocate®:
· 0,1 ml/kg/tópico a cada 30 dias – duas a três aplicações 
· Pode ser usado em todas as raças, a partir de 7 semanas de vida 
· Cães e gatos
· Transdermal
Afoxolaler e milbemicina oxima – NexGard Spectra ®:
· 1 comprimido a cada 4 semanas
· Apenas em cães 
· Não usar em Collies
· A partir de 8 semanas e maior que 2 kg
Obs.: não usar Nexgard em Collies por conta da milbecina pois é da família da ivermectina.
SARNA DEMODÉCICA
DEFINIÇÃO
Sinonímias: sarna negra ou demodeciose.
· NÃO é contagiosa
· Forma localizada é uma forma benigna e auto-limitante 
· Forma generalizada é uma doença grave com risco de óbito principalmente devido a infecção bacteriana secundária* 
· Demodiciose juvenil - ocorrendo em cães até dois anos de idade 
· Transmissão vertical, por contato direto da mãe par ao filhote ao mamar, não é de causa genética
*A infecção secundária decorrente da sarna demodécica causa risco de morte e não a sarna em si 
ETIOLOGIA
· Demodex canis – principal
· Demodex injai 
· Demodex cornei
Obs.: Demodex injai e cornei não são tão prevalentes no Brasil
· Parasito obrigatório da pele de cães
· Transmissão: contato direto da cadela com seus filhotes durante o aleitamento, nos primeiros três dias de vida, por conta da pele delicada e que favorece a entrada do parasita na pele dos filhotes, já na mãe não desenvolve
· Muitos cães têm mas não são todos que proliferam, alguns tem como auto –limitante 
CICLO EVOLUTIVO
· O D.canis apresenta cinco diferentes estágios: ovo, larva hexápoda, dois estágios ninfais (protoninfa e deutoninfa) e adulto (octópodes)
· Os ovos têm uma característica fusiforme
PATOGENIA
· Proliferação dos ácaros na pele => ruptura dos folículos pilosos (causa alopecia) => foliculite e furunculose bacteriana
· Filhote: disfunção imunológica (disfunção de linfócitos T) => demodiciose juvenil generalizada 
· Cão adulto: após dois anos de idade 
· induzida por doenças imunossupressoras como: hiperadrenocorticismo, neoplasias, leishmaniose e hipotireoidismo 
No cão adulto após dois anos de idade sistema imune impede essa proliferação, mas paciente com doenças imunossupressora pode desenvolver ou paciente em tratamento com algum tipo de imunossupressor. Qualquer doença ou medicação que leve a diminuição do sistema imune pode levar a proliferação do ácaro.
PREDISPOSIÇÃO
· Cães de raça definida 
· Pelame curto 
· Até 12-18 meses de idade 
· Sem predisposição sexual 
· Raças susceptíveis: Pug, Bulldog francês, Bulldog Inglês, Pit Bull, Boston Terrier, American Staffordshire Terrier, Shar Pei, Dálmata, Pointer, Boxer
· Em cães de pelo longo causa lesões de alopecia parcial com quadro queratoseborreico
· Pelos longos: Pastor Alemão, West White Highland Terrier, Lhasa Apso, Cockers, Scottish Terrier, Shih Tzu e Old EnglishSheepdog
Obs.: mães que já tiveram contato com filhotes com sarna demodecica e pacientes que já tiveram demodeciose, o ideal é excluir da procriação (castração), ela não pode amamentar, não pode ser matriz.
ASPECTOS CLÍNICOS 
Forma localizada:
· Máximo cinco lesões em todo o corpo ou apenas uma pata 
· Lesões são alopécicas, por vezes hiperpigmentadas, planas e descamativas 
· Prurido geralmente inexistente
· Localização lesional: face, membros ou orelhas 
· Localização podal: pododemodiciose 
· Região periocular: local rico em glândulas sebáceas => blefarite demodécica 
· Meato acústico: otodemodiciose
Forma generalizada:
· Mais de 12 lesõesem todo o corpo, mais de uma pata afetada ou uma região 
· Lesões são alopécicas, eritematosas ou hiperpigmentadas, com placas crostosas 
· Infecção crônica: liquenificação e cicatrização 
· Casos mais graves: infecção bacteriana secundária => pústulas, pápulas, colaretes, foliculite, furunculose, edema e celulite
DIAGNÓSTICO
Histórico clínico: 
· Resenha do animal: raça, idade
· Histórico familiar, início do quadro, localização das primeiras lesões
Exame físico: 
· Linfonodomegalia, prostração, disorexia, hipertermia, claudicação e/ou impotência funcional e edemaciação cervical e de membros
Exame dermatológico: 
· Configuração e aspecto lesional
· Topografia: cabeça, periocular, comissura perilabial, mento, pescoço, ventral, membros, tronco, região distal de membros.
Exame Parasitológico de Raspado Cutâneo (EPRC) - PROFUNDO
· Profundo: pois ácaros estão dentro do folículo piloso 
· Método de eleição: observação microscópica das larvas, ácaros adultos ou ovos 
· Fita adesiva: em lesões mais seborreias com secreção
· Avulsão de pelame: retirar raiz para retirar larvas 
· Decalque exsudato 
· Cerúmen 
Histopatológico – pododermatite: lignificação e ceratose excessiva. Ocorre em Sharpeis, pois esses têm alteração genética que faz com que tenham maior predisposição para pododermatite causando uma lignificação maior e ceratose excessiva, que por mais que raspamos não vem conteúdo, assim precisamos de camadas mais profundas para visualização.
Obs.: quanto mais fases vemos no animal significa que esse parasita está se reproduzindo rapidamente.
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
· Foliculite/furunculose bacteriana 
· Dermatifitose: lesões iniciais
· Dermatite por contato: em região ventral
· Complexo pênfigo: devido ao tipo de lesão 
· Dermatomiosite: mais localizado em coluna
· Lúpus eritematoso sistêmico
TRATAMENTO
Forma localizada:
· Cura espontânea esperada entre 6 e 8 semanas, sistema imune combate infecção 
Forma generalizada:
· Tratamento até 3 raspados negativos com intervalo quinzenal 
· Não usar corticoides* 
· Caso infecção secundária: antibioticoterapia associada
Consenso: 3 raspados - 2 negativos + 1 ciclo de tratamento com + 1 raspado negativo
*Corticoides podem diminuir imunidade e piorar ainda mais essa forma generalizada.
TRATAMENTO SINTOMÁTICO
Piodermite secundária: 
· Antibioticoterapia por mais de 3 a 4 semanas
· Cefalexina: 30 mg/kg/BID/VO 
Terapia tópica – banhos semanais: 
· Peróxido de benzoíla 
· Clorexidine 3% 
· Irgasan 
Terapia tópica – compressas ou pedilúvios – 3 vezes ao dia 
· Solução de Burrow (acetato de alumínio a 5%) 
· Permanganato de potássio (solução aquosa a 1:30.000) 
Compressas e pedilúvios para pacientes com pododermatites.
Difícil zerar pododermatites em cães por demodeciose, principalmente em cães adultos que tem sistema imune debilitado. 
Banhos: 
· Efeitos colaterais 
· Atualmente, pouco recomendado e usado. Eram muito utilizado antigamente mas tem muito efeito colateral (lactonas macrocíclicas), melhor evitar
Banhos antisséptico semanais para eliminar crostas e escamas. Manter animais secos pois bactérias deixam mais untuosos ainda.
Uso das lactonas macrocíclicas: 
· Agentes antiparasitários 
· Amplo espectro 
· Uso sistêmico 
· Avermectinas (ivermectina e doramectina) 
· Milbemicinas (milbemicina oxima e moxidectina) 
Ivermectina:
· Droga muito utilizada para controle da demodiciose canina 
· Eficaz e de baixo custo 
· Dosagem: 0,4 a 0,6 mg/kg/dia/VO - até 3 raspados negativos com intervalo quinzenal 
· A cura clínica precede a cura parasitológica! – continuar tratamento para evitar resistência
· Comercial: Mectimax 3 ou 12 mg ou manipulação
· Avisar tutpr que irá parar o trarmatneto apos 3 raspasdo negativos, senão gera resitencia 
Não usar Ivermectina em: Collie, Shetland Sheepdog, Samoyeda, Old English Sheepdog, Australian Shepherd, Border Collie, Whippet (pelos longos), Afgan Hound e seus mestiços. 
Sarolaner - Simparic ®:
· É indicado pois em bula está as 3 sarnas (Sarcoptes scabiei, Otododex nodretis e Demodex sp) então respaldo é maior
· 1 comprimido a cada 4 semanas
· Apenas cães. Seguro em Collies etc 
· A partir de 8 semanas e maior que 1,3 kg 
Cuidado: Simparic tem estudos para gatos mas não está em bula, tutor tem que assinar termo de consentimento livre e esclarecido para uso.
Ivermectina – Mectimax®:
· Cão e gato: 0,2 a 0,4 mg/kg/VO a cada 7 a 14 dias – duas a seis semanas de terapia 
· A partir de 6 semanas de vida 
· Não usar em Collies
Selamectina - Revolution®: 
· Cão e gato: 6 mg/kg/tópico a cada 21 a 30 dias – duas a três aplicações 
· Pode ser usado em todas as raças, a partir de 7 (cães) e 9 (gatos) semanas de vida 
· Cães e gatos
· Transdermal
Moxidectina + Imadaclopride - Advocate®:
· 0,1 ml/kg/tópico a cada 30 dias – duas a três aplicações 
· Pode ser usado em todas as raças, a partir de 7 semanas de vida 
· Cães e gatos
· Transdermal
“Cura clínica precede cura parasitológica”:
· O cão começa a repelar antes da morte de todos os parasitas, mas ainda deve continuar a ser tratado
· Paciente continua com crostas e alopecico mesmo fazendo tratamento, lembrar que sarna pode estar entrando em resistência, antes verificar possíveis falhas no tratamento
· Cuidado: interrupção precoce da medicação devido a “cura clínica preceder cura parasitológica”
· Repetir exames a cada 15 dias e seguir o tratamento
CASOS REFRATÁRIOS
· Verificar possíveis falhas de tratamento – posologia e interrupção precoce do tratamento 
· Identificar e tratar doenças concomitantes 
· Recidivas podem ocorrer após alta parasitológica
PROFILAXIA
· Afastar da reprodução doentes e portadores
· Castração
PULICIOSE, IXODIDIOSE E PEDICULOSE
DEFINIÇÃO
· Puliciose: infestação por pulga
· Ixodidiose: infestação por carrapato
· Pediculose: infestação por piolho
Ectoparasitas normalmente associados a manejo inadequada.
TRATAMENTO
· Parasiticidas tópicos - Imidacloprida (Advantage Max 3®), fipronil (Effipro®, Frontline®), moxidectina + imidacloprida (Advocate®) ou selamectina (Revolution®)
· Parasiticidas sistêmicos – Nitenpiram (Capstar®), Spinosad (Comfortis®), Fluralaner (Bravecto® - cada 3 meses), Afoxolaner (NexGard® -mensal)
· Tratamento ambiente – dedetização (Amitraz, Butox®)
DERMATITES PARASITÁRIAS
Escabiose canina (Sarcoptes scabiei) e escabiose felina (Notoedris cati):
· Prurido intenso 
· Zoonose 
· Tratamento de todos os contactantes
Otoacaríase (Otodectes cynotis): 
· Sarna de ouvido
· Prurido intenso 
· Zoonose 
· Tratamento de todos os contactantes
Demodiciose (Demodex canis): 
· Não transmissível 
· Forma localizada e generalizada 
· Tratar forma generalizada - até 3 raspados negativos com intervalo quinzenal 
· A cura clínica precede a cura parasitológica

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