Buscar

RELATÓRIO_CERVICOVAGINAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE EDUCACIONAL ARAUCÁRIA - FACEAR 
BRUNA HELOISE SCHOENAU 
FERNANDA HARTMANN MATOZO 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA 
CITOLOGIA CÉRVICO-VAGINAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARAUCÁRIA 
2022 
FACULDADE EDUCACIONAL ARAUCÁRIA – FACEAR 
BRUNA HELOISE SCHOENAU 
FERNANDA HARTMANN MATOZO 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA 
CITOLOGIA CÉRVICO-VAGINAL 
 
Trabalho apresentado para obtenção de 
nota parcial para a disciplina de Citologia e 
Urinálise, do curso de Biomedicina, quinto 
período presencial (5°C) da Faculdade 
Educacional Araucária – FACEAR. 
Orientador: Prof.° Alisson Luiz Silva 
 
 
 
 
ARAUCÁRIA 
2022 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1. ESTRUTURA SISTEMA REPRODUTOR FEMININO .......................................... 8 
Figura 2. ESPÁTULA DE AYRE E ESCOVINHA VAGINAL ............................................ 10 
Figura 3. ETAPAS DA COLHEITA DE AMOSTRAS CREVICOVAGINAIS .................... 10 
Figura 4. TIPOS DE CÉLULAS ENCONTRADAS .............................................................. 12 
Figura 6. CÉLULAS ESCAMOSAS INTERMEDIÁRIAS DO TIPO NAVICULAR .......... 13 
Figura 7. CÉLULAS ESCAMOSAS INTERMEDIÁRIAS E SUPERFICIAIS ..................... 17 
Figura 8. CLUE CELLS .......................................................................................................... 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 7 
2.1. SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ............................................................................ 7 
2.2. OOGÊNESE ........................................................................................................................ 8 
2.3. EXAME PAPANICOLAU .................................................................................................. 9 
2.3.1. Possíveis achados do exame ........................................................................................... 10 
2.3.2. Atividade geral da célula ................................................................................................ 13 
3. OBJETIVOS. .................................................................................................................... 145 
3.1. OBJETIVO GERAL .......................................................................................................... 15 
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................ 15 
4. METODOLOGIA ............................................................................................................... 16 
4.1. MATERIAL ...................................................................................................................... 16 
4.2. EXPERIMENTO ............................................................................................................... 16 
5. RESULTADOS ................................................................................................................... 17 
6. DISCUSSÃO DE RESULTADOS..................................................................................... 19 
7. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 20 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 20 
 
 
 
6 
 
1. INTRODUÇÃO 
 O presente relatório tem o objetivo de apresentar informações sobre o exame de 
Papanicolau, trazendo em seu decorrer, informações sobre as estruturas reprodutivas femininas, 
o processo de produção dos gametas femininos e a influência dos hormônios sobre o mesmo e 
nos possíveis resultados encontrados, bem como esclarecer o que é o exame de Papanicolau, 
discorrendo sobre as análises realizadas e os achados celulares esperados em diagnósticos 
saudáveis de acordo com cada fase do ciclo menstrual. 
 Por ser um exame de relativa importância para a saúde íntima e reprodutora feminina, o 
mesmo deve ser realizado com responsabilidade, buscando-se analisar a amostra da maneira 
mais aprofundada possível, para que os achados celulares possam embasar de forma satisfatória 
indubitável o possível diagnóstico, além da necessidade de se salientar a importância do repasse 
de informações para que as mulheres possam ter amostras satisfatórias e não precisem refazer 
a coleta por impossibilidade de análise. 
 Ao fim deste relatório será dissertado acerca de resultados percebidos e analisados em 
laboratório, sendo que o mesmo trará informações sobre a metodologia aplicada a uma 
determinada amostra (esta, tendo sido ofertada pelo Professor), e posteriormente se realizará 
uma análise sobre os achados celulares da mesma para que assim seja estabelecido uma possível 
conclusão de laudo conforme o estabelecido pelo Ministério da Saúde em seu Caderno de 
Referência 1: Citopatologia Ginecológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1. SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
 O aparelho reprodutor feminino compreende os órgãos externos (monte pubiano, 
grandes e pequenos lábios, clitóris, vestíbulos, bulbo vestibular e as glândulas vestibulares, 
estas que formam a vulva), e internos (vagina, útero, ovários e as tubas uterinas), que passam 
por alterações estruturais e funcionais a cada mês, sendo responsáveis pela produção de 
hormônios sexuais, óvulos e onde ocorre a fecundação. 
 Discorrendo sobre os órgãos internos, a vagina constitui o mais superficial, estendendo-
se do útero até a vulva, possibilitando a relação sexual, o parto e o fluxo menstrual, consiste em 
um espaço tubular fibromuscular sendo recoberto por uma mucosa pregueada e por uma camada 
de células escamosas. O útero é um órgão muscular oco que localiza-se profundamente na 
cavidade pélvica, possuindo um revestimento endometrial que se prolifera a cada mês, 
preparando-se para receber os embriões, onde caso haja a fertilização, o mesmo abriga o feto e 
sua placenta, e caso não ocorra, esse revestimento é eliminado por meio da menstruação. Este 
órgão pode ser dividido em três partes: corpo (parte principal que se liga às tubas uterinas por 
meio dos cornos uterinos, compreende ainda o fundo e a cavidade uterina), istmo (localiza-se 
entre o corpo e o colo do útero, caracterizado por ser uma estrutura estreita) e colo (porção 
inferior, possuindo a parte supravaginal e vaginal, além do orifício interno e externo, e do canal 
cervical), sendo que o mesmo apresenta dois tipos de revestimento tecidual importantes, a 
ectocérvice (epitélio escamoso estratificado não queratinizado, assemelha-se ao da vagina) e a 
endocérvice (epitélio colunas simples mucossecretor, responsável pela produção do muco 
cervical). Os ovários são as gônadas femininas, que realizam a liberação do óvulo para 
reprodução, além de agirem como glândulas endócrinas e secretarem hormônios, bem como 
ligarem-se às tubas uterinas por meio de suas regiões superiores, sendo que é nas tubas onde 
geralmente se dá a fertilização do óvulo. 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
2.2. OOGÊNESE 
 Consiste no processo de formação dos gametas femininos, podendo ser dividida em três 
etapas principais: multiplicação, crescimento e maturação, sendo que o período de 
multiplicação é o primeiro e compreende a fase em que ocorrem sucessivas mitoses nas células 
germinativas, originando as ovogônias, e termina em torno do primeiro trimestre da gestação, 
após isso, ocorre o período de crescimento, onde há aumento de volume da célula e a 
transformação da mesma em ovócito primário (ovócito de primeira ordem ou ovócito I), em 
decorrência da produção de vitelo, material nutritivo para o embrião. Dessa forma, umamenina 
ao nascer, já apresenta todos os seus ovócitos primários formados nos ovários, porém, a maioria 
sofrerá degeneração ao longo da vida. Por fim, o período de maturação se inicia a partir da 
primeira menstruação (menarca), que ocorre por volta dos 12 e 15 anos de idade, onde a mulher 
começa a apresentar ciclos menstruais, sendo que em cada ciclo, um ovócito primário entra no 
período de maturação até a menopausa, quando ocorre a falência ovariana e cessa-se 
definitivamente as menstruações, geralmente acontecendo entre os 48 e 55 anos de idade. 
A gametogênese feminina está intrinsecamente ligada as modificações hormonais que 
também preparam o útero para uma possível gravidez, gerando um espessamento da parede 
CANAL ENDOCERVICAL 
ÚTERO 
JUNÇÃO ESCAMO-COLUNAR 
ECTOCÉRVICE 
CÉLULAS EPITELIAIS ESCAMOSAS 
VAGINA 
CÉLULAS COLUNARES ALTAS 
ENDOCÉRVICE 
Figura 1. ESTRUTURA SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Nota: Ilustração demonstrando as principais estruturas do sistema reprodutor feminino, seus tecidos e células 
encontradas. 
Referência: LIMA, Daisy Nunes de Oliveira. Técnico em Citopatologia: Atlas de Citopatologia Ginecológica. 
Rio de Janeiro: CEPESC, 2012. Atlas. 
9 
 
uterina, e caso não ocorra a fecundação, essa parede sofre a descamação, gerando assim a 
menstruação, e caso exista a fecundação, dá-se início à gravidez e não acontece a menstruação. 
2.3. EXAME PAPANICOLAU 
 Este exame tem função de verificar possíveis alterações e lesões nas células do colo 
uterino de maneira precoce, sendo possível assim, realizar o diagnóstico da doença ainda no 
início, antes que exista a presença de sintomas. O mesmo é realizado em postos ou unidades de 
saúde da rede pública ou particular, por profissionais capacitados e qualificados para a coleta 
do exame. O Papanicolau é solicitado para toda mulher que tem ou já teve vida sexual, 
principalmente entre os 25 a 59 anos, onde inicialmente é requerido anualmente, e após dois 
resultados seguidos com laudo normal, o mesmo pode passar a ser feito a cada três anos. 
 Para que a coleta possa apresentar resultados confiáveis, é necessário que a mulher 
realize abstinência sexual nos dois dias que antecedem o exame e evite a utilização de duchas, 
medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nessas 48 horas anteriores ao mesmo, sendo 
importante também que a mulher não esteja menstruada, pois a presença de sangue pode 
comprometer o resultado. Ressaltando que grávidas também podem realizar a coleta do 
Papanicolau sem que exista prejuízo para a mesma ou para o feto. 
 O exame consiste na introdução do instrumento denominado de espéculo na vagina, para 
que seja possível realizar a análise visual do interior da vagina e do colo útero afim de observar 
se há alguma alteração ou presença de sinais patológicos. Após a visualização do canal vaginal 
e colo uterino, é feita a colheita tríplice, que usualmente consiste na coleta de amostras do fundo 
de saco posterior da vagina, da ectocérvice e da endocérvice, por meio da espátula de Ayre ou 
da escovinha vaginal, onde as amostras coletadas são posteriormente colocadas em lâminas 
para análise em laboratório. 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3.1. Possíveis achados do exame 
 As células epiteliais do tipo escamosas, que constituem o epitélio escamoso estratificado 
não queratinizado, revestindo a mucosa da ectocérvice e da vagina, apresentam quatro camadas: 
basal (responsável pela regeneração), parabasal, intermediária e superficial (camadas que 
representam as diferentes etapas de maturação das células basais), e podem ser notadas na 
análise das amostras, porém, células basais não são vistas com frequência em exames com 
laudos normais, já que sua presença é indicativo de atrofia intensa ou ulceração da mucosa. As 
Figura 2. ESPÁTULA DE AYRE E ESCOVINHA VAGINAL 
Nota: Ilustração para exemplificar como são os materiais utilizados para coleta de amostra para o exame de 
Papanicolau, sendo os instrumentos de cima para baixo: espátula de Ayre e escovinha vaginal. 
Referência: Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Espatula-de-Ayre-e-Cervi-brush-
Fonte_fig1_320475052 (acesso em 05/05/2022). 
 
Figura 3. ETAPAS DA COLHEITA DE AMOSTRAS CREVICOVAGINAIS 
Nota: A- Colheita do fundo de saco posterior da vagina; B- Colheita da ectocérvice; C- Colheita da endocérvice. 
Referência: BARROS, André Luiz de Souza, et al. Técnico em Citopatologia: caderno de referência 1: 
Citopatologia Ginecológica. Rio de Janeiro: CEPESC, 2012. 
A B C 
https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Espatula-de-Ayre-e-Cervi-brush-Fonte_fig1_320475052
https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Espatula-de-Ayre-e-Cervi-brush-Fonte_fig1_320475052
11 
 
células basais são redondas ou ovais, apresentando citoplasma escasso com coloração em vede 
ou azul, possuindo núcleos redondos, com localização central e cromatina uniformemente 
distribuída, às vezes com um pequeno nucléolo. As parabasais são constituídas por um 
citoplasma geralmente basofílico (cianofílico), um núcleo redondo ou oval sendo levemente 
menor do que os das células basais e com grânulos de cromatina ou cromocentros, tais células 
são arredondas, e fazem-se presentes em condições fisiológicas associadas à deficiência 
estrogênica, como na infância, lactação e menopausa (em decorrência do epitélio atrófico). 
Células intermediárias demonstram citoplasma geralmente basofílico, poligonal e com 
tendência de pregueamento em suas bordas, sendo este menor que os das células parabasais, 
com núcleo vesicular (redondo ou oval) possuindo cromatina delicada e uniformemente 
distribuída e cromocentros visíveis, estas células são visíveis no período pós-ovulatório do ciclo 
menstrual, durante a gravidez e na menopausa precoce. Há ainda um subtipo dessas células 
intermediárias, denominado de naviculares, são um pouco menores, com glicogênio 
citoplasmático em abundância, bordar citoplasmáticas espessas e núcleo excêntrico, sendo 
comuns a partir do segundo mês de gravidez, na segunda metade do ciclo menstrual e na fase 
inicial da menopausa. Por fim, as células superficiais, que são as mais comuns nas amostras, 
estando presentes no período ovulatório do ciclo menstrual e possuindo tamanhos semelhantes 
aos das intermediárias, apresentando formato poligonal com citoplasma aplanado e 
transparente, geralmente eosinofílico com núcleo picnótico e cromatina condensada. 
Pode ainda ser notado células escamosas anucleadas (escamas), as mesmas apresentam 
tamanho semelhante aos das superficiais e intermediárias, porém o espaço que antes era 
ocupado pelo núcleo agora se apresenta como uma sombra clara, o denominado “núcleo 
fantasma”, além disso, possui citoplasma eosinofílico. A presença destas células em pequena 
quantidade não apresenta significado clínico, entretanto, quando em grande quantidade 
representam uma queratinização acima do epitélio escamoso estratificado. 
 Há possibilidade também de encontrar-se as células glandulares endocervicais, que 
estão presentes na superfície da endocérvice e das criptas ou glândulas endocervicais, e 
apresentam-se nas amostras com citoplasma relativamente abundante, delicado, 
semitransparente, podendo conter vacúolos, possuído núcleos redondos ou ovais, cromatina 
finamente granular com cromocentros ou nucléolo. Pode-se localizar além das células 
endocervicais mucossecretoras as ciliadas, que caracterizam-se pelo citoplasma distendido por 
vacúolo único ou múltiplo, sendo estas mais comuns nos casos de irritação crônica (gravidez, 
12 
 
pólipos endocervicais, resposta à terapêutica hormonal). 
 As células endometriais (glandulares e/ou estromais) são comuns até o 12°dia do ciclo 
menstrual, bem como em aborto, pós-parto imediato e na menopausa na vigência de reposição 
hormonal, porém fora desses períodos, tais células compreendem um estado anormal, podendo 
associá-las à endometrite, pólipo, hiperplasiaou mesmo adenocarcinoma endometrial. 
Apresentam-se menores do que as células endocervicais com um citoplasma escasso, delicado, 
com bordas mal definidas, núcleos pequenos, redondos e hipercromáticos com cromatina 
granular uniformemente distribuída, onde em condições normais não é localizado o nucléolo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4. TIPOS DE CÉLULAS ENCONTRADAS 
Nota: Ilustração retrata todas as possíveis células encontradas no tecido epitelial escamoso não queratinizado. 
Referência: Mendonça EG, Silva IR, Silva MS. EXAME CITOPATOLÓGICO NA IDENTIFICAÇÃO DAS 
PRINCIPAIS LESÕES CÉRVICO-VAGINAIS. Anais do 19 Simpó sio de TCC do Centro Universitário ICESP. 
2020(19); 64-72 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3.2. Atividade geral da célula 
 Há quatro categorias da atividade celular que devem ser analisadas nas amostras, estas 
são: euplasia, retroplasia, proplasia e neoplasia maligna, onde a euplasia corresponde ao estado 
normal/saudável da célula, que apresentará uma cromatina com grânulos arredondados e 
finamente dispersos, um nucléolo como indicativo da atividade de síntese proteica pela célula, 
um citoplasma abundante e uniformemente disperso. A membrana nuclear não é localizada no 
microscópio óptico mas identifica-se a membrana cromatínica, que consiste nos depósitos de 
cromatina que se aderem ao folheto interno da membrana nuclear verdadeira., e a 
Figura 5. CÉLULAS ESCAMOSAS INTERMEDIÁRIAS DO TIPO NAVICULAR 
Nota: Ilustração demonstrando a morfologia das células escamosas intermediárias do tipo navicular que podem 
ser encontradas em esfregaços cervicovaginais normais. 
Referência: BARROS, André Luiz de Souza, et al. Técnico em Citopatologia: caderno de referência 1: 
Citopatologia Ginecológica. Rio de Janeiro: CEPESC, 2012. 
 
Figura 5. CÉLULAS DAS DIFERENTES CAMADAS DO EPITÉLIO ESCAMOSO 
Nota: Ilustração exemplificando os tipos celulares de cada camada. A- Células basais e parabasais; B- Células 
intermediárias; C- Células superficiais; D- Células escamosas. 
Referência: Adaptado de: Mendonça EG, Silva IR, Silva MS. EXAME CITOPATOLÓGICO NA 
IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS LESÕES CÉRVICO-VAGINAIS. Anais do 19 Simpó sio de TCC do 
Centro Universitário ICESP. 2020(19); 64-72 
A B
 
C
 
 
D
 
 
14 
 
multinucleação não é comumente encontrada na euplasia, no entanto, quando está presente há 
uma similaridade entre os núcleos. 
A retroplasia compreende a atividade celular diminuída e com isso as alterações 
celulares regressivas, apresentando em sua estrutura nuclear: uma cromatina com grânulos 
redondos e limites mal definidos, núcleo pode estar retraído e escuro (não sendo possível 
distinguir os grânulos de cromatina), edema nuclear (núcleo maior, conteúdo diluído), 
cariorrexe (condensação e fragmentação do núcleo), cariólise (desaparecimento do núcleo, 
podendo ser observado como uma sombra), vacuolização nuclear (vacúolos redondos, 
pequenos, isolados ou múltiplos) e núcleo desnudos (durante confecção das lâminas, 
citoplasmas sensíveis podem se romper, sendo possível observar então somente os núcleos). O 
citoplasma na retoplasia apresenta desnaturação de proteínas, modificação das características 
citoplasmáticas, dessa forma o mesmo se torna granular, floculento, turvo, espumoso ou 
vacuolizado, ou ainda, em decorrência do acúmulo de água intracelular, pode se tornar pálido. 
 Na proplasia encontramos um aumento da atividade celular, portanto nas estruturas 
celulares podemos notar a hipercromasia da cromatina, onde a mesma se torna mais escura 
devido ao aumento da atividade celular e com limites marcados, a cariomegalia (aumento 
nuclear), a multinucleação (núcleos similares entre si) e o nucléolo, indicando produção de 
proteínas. Por fim, a neoplasia maligna consiste no resultado da proliferação anormal de células 
com morfologias diferentes do tecido original, gerando então um tumor maligno ou câncer. 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
15 
 
3. OBJETIVOS 
3.1. OBJETIVO GERAL 
O objetivo da aula prática laboratorial, foi realizar a análise dos principais critérios 
celulares do exame Papanicolau nas amostras disponibilizadas e possibilitar a produção de um 
resultado após aplicação de tais análises. 
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 Compreender e colocar em prática o conteúdo abordado em aula teórica sobre a 
realização das análises do exame de Papanicolau. 
 Observar os tipos celulares presentes nas amostras disponibilizadas, como também a 
presença ou não de bactérias. 
 Realizar análise baseada nas referências citadas em sala, principalmente sob 
fundamentação do Caderno de Referência 1: Citopatologia Ginecológica do Ministério da 
Saúde. 
 Estabelecer um roteiro explicativo para análise de amostras cérvico-vaginais para 
estruturação de resultados do exame de Papanicolau. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
4. METODOLOGIA 
4.1. MATERIAL 
- Amostra cérvico-vaginal coletada; 
-Lâminas de microscopia com identificação; 
-Espátulas de Ayre; 
 -Escovinha ou swab; 
 -Tubos de plástico estéreis com etanol 95% para armazenamento da amostra; 
 - Espéculo vaginal; 
 - Corantes Papanicolau 
- Microscópios. 
4.2. EXPERIMENTO 
 O principal objetivo da análise microscópica em lente de 40x e 100x das lâminas 
contendo a amostra cérvico-vaginal foi observar as estruturas das células presentes além da 
eficácia da coloração utilizada. Dessa forma buscou-se classificar os tipos celulares 
encontrados, bem como identificar bactérias (estas se fossem observadas) da flora vaginal ou 
patológicas. 
 
 
 
 
 
17 
 
5. RESULTADOS 
 A partir da lâmina ofertada pelo Professor em laboratório contendo a amostra cérvico-
vaginal, foi possível analisar a morfologia das células encontradas e assim classifica-las, como 
também pudemos observar a presença de clue cells (células-alvo), estas que consistem em 
células escamosas recobertas por cocobacilos, sendo um provável sinal de infecção por 
Gardnerella vaginalis. As células escamosas analisadas foram classificadas como 
intermediárias e superficiais, estando algumas cobertas pelos cocobacilos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) b) 
Figura 6. CÉLULAS ESCAMOSAS INTERMEDIÁRIAS E SUPERFICIAIS 
Notas: Registro fotográfico dos achados na amostra analisada. a) Agrupamento de células escamosas 
intermediárias. b) Células escamosas superficiais. 
Referência: Fernanda Hartmann Matozo, autora. 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7. CLUE CELLS 
Nota: Registro de células escamosas superficiais recobertas de cocobacilos denominadas de clue cells. 
Referência: Fernanda Hartmann Matozo 
19 
 
6. DISCUSSÃO DE RESULTADOS 
 Conforme o que foi analisado em laboratório, tal amostra contém células escamosas 
intermediárias e superficiais, bem como cocobacilos, caracterizando assim, o padrão citológico 
do ciclo menstrual encontrado entre o 6° ao 14° dia, onde ocorre a substituição progressiva das 
células escamosas intermediárias pelas células escamosas superficiais, por meio da ação do 
estrogênio em ascensão, sendo que estas células podem ser encontradas isoladas ou em 
agrupamentos frouxos, não havendo mito leucócitos e/ou bactérias. 
 As células que se apresentam cobertas por cocobacilos, as denominadas clue cells, são 
indicativos da infecção por Gardnerella vaginalis, que geralmente constituem a flora vaginal e 
não acarretam em sintomas ou malefícios para a saúde íntima da mulher, porém, quando 
observados em grande quantidade, como o que pode ser notado nas análises microscópicas da 
amostra, a mesma pode desencadear uma infecção conhecida popularmente como vaginose 
bacteriana, que apresenta um corrimento vaginal branco-acinzentado, com presença forte odor. 
 Dessa forma pode-se determinar que a amostra analisada em laboratório apresenta um 
caso de infecção bacteriana causada pela Gardnerella vaginalis, e pelos tipos celulares 
encontrados, sendo mais visualizado as células escamosas superficiais, acoleta foi realizada 
entre o 6° e 14° dia do ciclo menstrual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
7. CONCLUSÃO 
 Este relatório teve como objetivo apresentar informações sobre a definição e realização 
do exame de Papanicoulau, buscando elaborar um roteiro acerca de materiais e métodos 
empregados no mesmo, para que supra as necessidades e sane dúvidas recorrentes no momento 
de análise laboratorial da amostra cérvico-vaginal. 
 Procurou-se exemplificar a laboração de possíveis diagnósticos por meio da comparação 
de achados celulares encontrados e os achados celulares de referência oferecidos pelo 
Ministério da Saúde em seu Caderno de Referência 1: Citopatologia Ginecológica, para assim 
demonstrar como é realizada tais análises, quais os fatores que são observados e como podem 
ser considerados na estruturação de laudos. 
 Por fim, pretendeu-se salientar a importância de análises aprofundadas sobre as 
amostras, para que a quantidade e a morfologia de achados celulares e possa de fato se 
enquadrar nas literaturas e assim possa ser laborado um diagnóstico melhor embasado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
REFERÊNCIAS 
ANTTILA, A. et. al. Cervical câncer patterns with automation-assisted and convencional 
cytological screening: a randomized study. Int. J. Cancer: 128:1204-1212, 2011. 
ARAUJO, S. R. Citologia cervicovaginal: passo a passo. 3. ed. Rio de Janeiro: DiLivros, 2012. 
BARROS, André Luiz de Souza, et al. Técnico em Citopatologia: caderno de referência 1: 
Citopatologia Ginecológica. Rio de Janeiro: CEPESC, 2012. 
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação Geral de Ações Estratégicas.Divisão de 
Apoio à Rede de Atenção Oncológica. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do 
colo do útero. Rio de Janeiro: Inca, 2011. 
LIMA, Daisy Nunes de Oliveira. Técnico em Citopatologia: Atlas de Citopatologia 
Ginecológica. Rio de Janeiro: CEPESC, 2012. Atlas. 
Mendonça EG, Silva IR, Silva MS. EXAME CITOPATOLÓGICO NA IDENTIFICAÇÃO 
DAS PRINCIPAIS LESÕES CÉRVICO-VAGINAIS. Anais do 19 Simpó sio de TCC do 
Centro Universitário ICESP. 2020(19); 64-72 
NAI, Gisele Alborghetti et al. Freqüência de Gardnerella vaginalis em esfregaços vaginais de 
pacientes histerectomizadas. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 53, p. 162-165, 2007.

Outros materiais