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Universidade Estácio de Sá Prof.: Pedro Sena Alunos: Aquinoã Lima, matrícula 202009497373. Gabriele Vieira, matrícula 202002129867. Aparecida Michele, matrícula 201908416823. Trabalho de Farmacologia do Sistema Endócrino Resumo do conteúdo Digital O pâncreas é o órgão responsável por produzir a insulina, hormônio que reduz a glicemia, também o glucagon, fator hiperglicemiante que mobiliza as reservas de glicogênio, e a somatostatina que modula a secreção de insulina e glucagon. Esses hormônios são secretados pelas ilhotas pancreáticas e são importantes na regulação do metabolismo, principalmente na homeostasia da glicose. A insulina armazena energia nos tecidos-alvo diminuindo a glicose da corrente sanguínea; e diferentemente o glucagon que eleva o nível da glicemia plasmática, revertendo os efeitos da insulina. A insulina é uma proteína que possui 51 aminoácidos, que consistem em duas cadeias peptídicas ligadas por pontes dissulfetos. Ela é sintetizada como uma pró-insulina, daí sofre a hidrólise para assim formar a insulina e o peptídeo C. A insulina é secretada no organismo após dois min da ingestão alimentar, devido ao aumento dos níveis de glicose e aminoácidos circulantes, e isso ocorre após a secreção pós-prandial, resposta desencadeada pelas células B. Quando se aumenta o nível transitório de glicose, também se eleva o nível intracelular de ATP; quando o efluxo de potássio diminui, acontece a despolarização da célula B e abertura dos canais de cálcio havendo a secreção do hormônio. Quando a insulina é liberada, ela se liga ao receptor onde capta e utiliza a glicose; porém com pacientes diabéticos essa fisiologia é alterada, com isso, podemos dizer que, pacientes com diabetes tem seus níveis de glicemia alterados devido ao mal funcionamento da secreção ou ausência da insulina ou até comprometimento de sua ação. Existem quatro classificações clínicas do diabetes: Diabetes melito tipo 1 (DM1) – este é insulinodependente, as crianças, adolescentes e adultos jovens são o maior alvo, pela deficiência absoluta da insulina pela destruição autoimune das células B; o pâncreas não responde à glicose onde acontece as disfunções de polidipsia, polifagia, poliúria e perda da massa corporal. Esse paciente não consegue secretar a insulina precisando da terapia de reposição com insulina. Diabetes tipo 2 (DM2) – este é não insulinodependente, possui 90% dos casos e com probabilidade maior de ser por fatores genéticos, como, idade, obesidade e resistência à insulina nos tecidos periféricos. Neste caso, as indicações são uma mudança no estilo de vida em questão de atividades físicas associadas a terapia medicamentosa. Diabetes gestacional – durante a gravidez, a gestante desenvolve resistência à insulina, podendo ocorrer à má formação fetal. Diabetes devido a outras causas – estas acontecem devido a pancreatite e as reações após terapia farmacológica. Concluímos que, o mal funcionamento da insulina, pode causar grave hiperglicemia, acarretando em uma retinopatia, nefropatia, neuropatia e complicações cardiovasculares. Por isso a importância da administração da insulina exógena ou de hipoglicemiantes para reduzir os males que podem ser causados. PREPARAÇÕES DE INSULINA EXÓGENA Para pacientes DM1, essa terapia se faz necessário por não haver a secreção da insulina endógena, para suplementar a insuficiência nos pacientes DM2, onde a dieta e os fármacos não são suficientes para controlar a hiperglicemia. As preparações das insulinas exógenas são classificadas de acordo com o tempo de duração da sua ação. As modificações na sua estrutura, podem alterar a absorção e nos efeitos dos fármacos; as variações na forma de apresentação também modificam as propriedades farmacocinéticas. INSULINAS DE AÇÃO CURTA São elas: Lispro, Asparte e Glulisina, classificadas de ação muito rápida; sua ação entre 30 e 90 min e duração efetiva de três a quatro hora, e a Regular, bolo prandial clássica, início de duração entre 120 e 180 min e duração efetiva de quatro a seis horas. As insulinas de ação curta, mimetizam a liberação da insulina durante as refeições e controlam a glicose pós-prandial. Normalmente são associadas a insulina basal de ação mais longa, pois esta controla a glicemia em jejum. Via de administração da insulina regular, via subcutânea 30 min antes das refeições, as de ação curta, 15 min antes. INSULINAS DE AÇÃO LONGA NPG: insulina isófana ou neutra com protamina hagedorn (NPH). Esta apresenta um início de ação tardio, de duas a seis horas com duração de 10 a 16 horas, pois ela é menos solúvel pela adição de zinco e protamina à insulina regular. É usada para controle basal nos DM1 e DM2 e, em geral, é administrada junto a insulina de ação curta durante as refeições. GLARGINA: forma um precipitado no local da injeção, liberando insulina por um período prolongado. Tem início mais lento que a NPH. DETEMIR: efeito mais reproduzível entre as de ação longa; início de ação de uma a quatro horas, com duração de ação entre 12 e 20 horas. DEGLUDECA: outra de ação longa; início de ação entre uma e quatro horas, com duração efetiva de 24 a 42 horas. Hipoglicemia menos grave comparado a glargina. A utilização da insulina exógena, desse ser individualizado para cada paciente e ajustados com frequência. Efeitos adversos da insulina exógena, hipoglicemia, que é a mais comum e grave e a lipodistrofia. HIPOGLICEMIANTES ORAIS São mais úteis para os tratamentos de DM2 quando não há dieta e atividade física. São eles, Metformina, Glibenclamida, Glipizida e Glimepirida, Repaglinida e Nateglinida, Pioglitazona e Rosiglitazona, Acarbose, Alogliptina, Linagliptina, Saxagliptina e Sitagliptina, Canagliflozina e Dapagliflozina. MIMÉTICOS DA INCRETINA: EXENATIDA, LIXISENATIDA E LIRAGLUTIDA. Os incretina são liberados no intestino após uma carga oral de glicose e são responsáveis por 60 a 70% da secreção pós-prandial de insulina. A exenatida, lixisenatida e a liraglutida, mimetizam o efeito dos peptídeos. HORMÔNIOS DA TIREÓIDE, SUAS PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS, SEUS MECANISMOS DE AÇÃO, INDICAÇÕES CLÍNICAS, EFEITOS COLATERAIS E CONTRAINDICAÇÕES. A glândula tireoide produz hormônios essenciais para o organismo, ligados diretamente a homeostasia metabólica. T3 – tri-iodotironina ou liotironina, e a T4 – tiroxina ou tetraiodotironina. Esses hormônios uma vez liberados no organismo, produz aumento geral do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas de forma que se completam com os hormônios como insulina, glucagon, glicocorticoides e etc. O hipotireoidismo é quando ocorre a disfunção, em casos graves, mixedema; estão associados a vários sintomas como: bradicardia, fala arrastada, letargia, baixa resistência ao frio, retardo mental, físico e nanismo, principalmente em crianças. O hipertireoidismo é o contraste do hipo, é o excesso de síntese de secreção e tem como sintomas: taquicardia, arritmias, nervosismo, tremores, produção excessiva de calor, sudorese, entre outros. A produção desses hormônios é altamente regulada, passando assim por um ciclo, até que seja ajustada "de forma automática" á demanda. São constituídos por uma estrutura de duas moléculas de tirosina iodadas,unidas por uma ligação éter. São encontrados no plasma e desenvolvem atividade metabólica, podendo sofrer alteração por diversos fármacos e alguns distúrbios. Torna-se essencial o consumo adequado de iodo, pois quando o aporte de iodo no organismo é baixo,há redução na síntese dos hormônios tireoidianos, fazendo assim com que haja um aumento excessivo de secreção TSH, contribuindo para um aumento de volume e tamanho ( papeira ou bócio) LIOTIRONINA (T3) E LEVOTIROXINA (T4) Alguns tratamentos podem ser feito com administração oral de hormônios da tireóide. A liotironinasódica (T3) e a levotiroxina sódica (T4) são fármacos utilizados para esse tratamento (oral) por conter uma rápida absorção. PRINCIPAIS FÁRMACOS ANTITIREODIANOS Propiltioracila e metimazol - São fármacos antagonistas de T3 e T4, porém por não induzirem efeitos na tiroglobulina , seus efeitos clínicos podem demorar de três a quatro semanas. O metimazol é dez vezes mais potente , apresentado meia-vida mais longa e permitindo uma dosificação ao dia,ao contrário da propiltioracila que apresenta meia-vida curta, o que exige a sua administração três vezes ao dia . O tiamazol também é utilizado , seguindo as mesmas propriedades farmacológicas do metimazol e em alguns países, há liberação de carbimazol. O metimazol é contraindicado durante o primeiro trimestre de gestação,sendo preferível a utilização da propiltioracila, porém é indicado durante o restante da gestação. Perclorato de potássio- É um inibidor de iodeto até a célula folicular da tireóide e seus efeitos são imediatos, devido á reserva de hormônios já formados na glândula. Iodeto inorgânico- Estável em dosagem elevada exerce efeito antitireoidiano temporário no hipertireoidismo, e o efeito estabelece-se mais rapidamente do que os outros fármacos. Os princípais efeitos adversos da administração de iodo são reações alérgicas. RECONHECER AS PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DOS ESTRÓGENOS E PROGESTÓGENOS, OS MECANISMOS DE AÇÃO, AS PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS, OS EFEITOS COLATERAIS E AS CONTRAINDICAÇÕES O FSH liberado pela hipófise no organismo promove o crescimento e a maturação dos folículos ovarianos, é responsável pelo aparecimento das características femininas, pelo crescimento endometrial e aumento da permeabilidade do muco cervical. Os níveis elevados de progesterona que são liberados durante a segunda metade do ciclo menstrual inibem a produção de gonadotropinas e , assim evitam ovulacões adicionais , além de diminuir a permeabilidade do muco cervical, e os folículos não rompidos continuam liberando estradiol sob influencia do FSH. Caso ocorra a implementação do embrião, a progesterona continua sendo secretada, mantendo o endométrio em estado favorável para a continuidade da gestação.Após a síntese dos hormônios apresentados anteriormente, eles são liberados e difundem-se no plasma. MECANISMO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS Os contraceptivos orais são compostos por hormônios sintéticos que induzirão o mecanismo de retroalimentação, alterando a síntese de outros hormônios, e inibindo a ovulação. Os hormônios naturais endógenos não são utilizados por via oral por sofrerem rápida metabolização hepática pré-sistemica após sua absorção,o estriol e preganandiol são facilmente excretados no rim. ESTRÓGENOS São apresentados como:Naturais (estradiol e estriol) e sintéticos (Etinilestradiol,mestranol e valerato de estradiol). Etinilestradiol pode ser administrado por via oral é o principal componente estrogenico dos contraceptivos orais. Os outros medicamentos são pró-farmacos, ou seja, precisam ser metabolizados para se tornarem ativos. O mestranol é rapidamente desmetilado a Etinilestradiol, já o valerato de estradiol é rapidamente clivado a estradiol e ácido Valérico. Esses análogos sintéticos são lipossolúveis e armazenados no tecido adiposo,de onde podem ser liberados lentamente. Também existem os estrogenios conjugados, utilizados por via oral, mas apresentam fraca atividade e são mais indicados para o tratamento de reposição hormonal, além destes existem disponíveis as preparações de depósito , que são administradas por meio de injeção intramuscular. Os efeitos adversos incluem sensibilidade na mama, náuse vômito, etc. PROGESTÓGENOS São derivadas da etniltesterona ou do acetato de 17a-hidroxiprogesterona, são frequentemente utilizados para contracepção e podem ser ulilizados isolados ou em combinação com os estrogenos. Existem também as formulações de depósito para uso intramuscular ou subcutâneo, compostos principalmente por caproato 17-a-hidroxiprogesterona e acetato de medroxiprogesterona, porém podem causar amenorréia, por isso, o farmáco não deve ser continuado por mais de dois anos. Atualmente, os fármacos que contém apenas noretisterona,norgestrel ou desogestrel são denominados "minipilulas" e são menos eficazes do que as firmas combinadas, porém podem ser utilizados durante a amamentação. A pílula do dia seguinte refere-se a administração de progesterona sintética em dose elevada , acredita-se que, quando o levonorgestrel atua antes da ovulação ele impede o aumento do LH induzido pela ovulação, os efeitos adversos são náuseas e êmeses. CONTRACEPTIVOS COMBINADOS( ASSOCIAÇÃO DE ESTROGENIOS E PROGESTOGENIOS SINTÉTICOS) Constituem o método mais potente de suprimir a secreção de GnRH, LH e FSH e o desenvolvimento folicular, muitas mulheres apresentam períodos menstruais menos intensos e a anemia por deficiência e tensão pré-menstrual também são reduzidas nesse método. A associação mais utilizada é denominada monofásica, existem também protocolos bifásicos, trifásicos e até mesmo de quatro fases. Os estrogenios sintéticos mais utilizados nesses fármacos são o Etinilestradiol e o mestranol, porém em dose elevadas de Etinilestradiol pode-se induzir o risco de trombose venosa profunda nas pacientes. Os progestogenios sintéticos mais comuns são noretisterona, acetato de noretisterona,lenovogestrel, desogestrel nogestimato e drospirenona. Atualmente, com o objetivo de reduzir a biotransformação dos fármacos, existem alternativas ao uso do contraceptivo oral. Os efeitos adversos que podem ocorrer são por exemplo, ganho de peso, edema, náusea, tontura, depressão, etc . O uso prolongado desses fármacos também pode causar tromboelismo e está relacionado ao uso do estrogenio em particular,com o aumento da coagulação sanguínea,mas também a alguns progestogenios específicos. As duas classes de contraceptivos orais amplamente utilizados são combinações de estrógeno-progestogeno,além de existirem contraceptivos somente com progestógeno isolado. MODULADORES SELETIVOS DE RECEPTORES DE ESTROGÊNIO (MSRE) O hormônio estradiol é agonista dos receptores de estrogênio, o clomifeno é utilizado por via oral para tratamento da infertilidade feminina com ciclos anovulatorios é indicado para mulheres com insuficiência na maturação folicular ou no tratamento da síndrome do ovário policístico. Como a utilização é curta os efeitos crônicos não são considerados, e ao fazer o tratamento é comum o nascimento de gêmeos. O tamoxifeno também é um antagonista dos receptores de estrógeno no tecido mamário, porém agonista parcial no endométrio e nos ossos.porém a utilização do mesmo pode impulsionar o crescimento das células tumorais e tem sido observada maior incidência de câncer. Já o raloxifeno atua como agonista estrogênico nos ossos, mas apresenta atividade antagonista nos tecidos mamário e endometrial e foi aprovado para uso em prevenção de câncer de mama. Apresentam ciclo entero-hepatico e são excretados principalmente através da bike para as fezes. Os efeitos adversos são queixas climatéricas e náuseas. INIBIDORES DA AROMATASE O mecanismo de ação baseia-se na inibição da produção de estrogênio, visto que eles bloqueiam a enzima aromatase, responsável pela conservação de andrógenos em estrógenos. Anastrozol e o letrozol são inibidores competitivos da aromatase. O exemestano e o formestano ligam-se de modo irreversível á aromatase. Esses fármacos são utilizados no tratamento do câncer de mama avançado, como o estrógeno constitui importante regulador da densidade óssea, mulheres em uso contínuo de inibidores da aromatase possuem risco elevado de desenvolver faturas osteoporóticas. Durante o ciclo ovariano, observa-se que o útero de uma pessoa nãográvida se contrai (menos fortemente) durante a fase folicular, que termina com a liberação de LH. Durante a fase lútea e menstruação, o útero se contrai com maior intensidade. Durante o início da gravidez, os movimentos uterinos são reduzidos, pois a liberação de progesterona e o aumento das células musculares uterinas inibem as contrações. No final da gravidez, no entanto, as contrações recomeçam, aumentando em intensidade e frequência e coordenando durante o parto. Certos medicamentos são usados para estimular o útero a engravidar e são importantes em obstetrícia. Entre eles, destacam-se: Ocitocina Ergometrina Prostaglandina. O principal efeito farmacológico dessas drogas são as contrações uterinas. Para isso, é necessário aumentar o nível de cálcio nas células musculares, resultado da ativação da sinalização intracelular, juntamente com a proteína G. Além disso, os ocitócicos podem estimular a formação de cadeias leves de miosina, por meio de uma quinase (MLCK), que induz uma contração. Todos esses medicamentos podem causar efeitos colaterais graves e irreversíveis na mãe e no feto. Portanto, é necessário monitorar os sinais vitais da mãe e do feto ao usar esses medicamentos. Ocitocina A ocitocina é um decapeptídeo endógeno sintetizado no hipotálamo, armazenado no sistema nervoso e então prontamente secretado na corrente sanguínea, em resposta a sinais fisiológicos específicos, regula a atividade muscular uterina. Os estímulos secretores de ocitocina incluem estímulos sensoriais provenientes da dilatação cervical e vaginal, além da aspiração da mama. Causa contrações coordenadas e regulares do músculo liso do útero, seguidas de relaxamento. Ocitocina A liberação de estrogênio durante o ciclo ovariano estimula a secreção de ocitocina e promove a síntese e expressão de receptores de ocitocina. Como resultado, o útero de uma mulher grávida torna-se muito sensível a esse hormônio. A ocitocina também produz ácido araquidônico pela decídua, aumenta a produção local de prostaglandinas (suas propriedades serão discutidas mais adiante), potencializa o efeito inotrópico da ocitocina. A ocitocina sintética, assim como o hormônio natural, pode ser administrada clinicamente com mais frequência por injeção intravenosa ou mesmo intramuscular, e tem meia-vida curta (1215 minutos). A depuração renal e hepática da ocitocina deve-se à ação da oxitoquinase, uma enzima circulante produzida pela placenta e altamente ativa durante a gravidez. As principais indicações terapêuticas da ocitocina exógena em obstetrícia incluem induzir ou prolongar um trabalho de parto não progressivo, principalmente quando os músculos uterinos não estão funcionando adequadamente. Também pode ser usado na prevenção e/ou tratamento de hemorragia pós-parto. Vamos conhecer os efeitos da ocitocina durante e após a gravidez. ESTRUTURA DE PARTO A ocitocina é a droga de escolha para indução do parto. Para tanto, é administrado por infusão intravenosa em baixa concentração, promovendo contrações coordenadas frequentes. Além desses efeitos, usado em baixas doses e por muito tempo, promove o amolecimento do colo do útero e promove o aumento do número de seus receptores no músculo uterino. Durante esta fase, a oxitocina provoca algumas contracções, que dão um descanso à primeira fase do trabalho de parto. Discutiremos se existem outras drogas mais convenientes para amolecer o colo do útero, uma vez que a ocitocina leva várias horas (1218 horas) para induzir afinamento e encurtamento cervical. Assim que o colo do útero amolece (aumenta a dilatação do colo do útero), a ocitocina é administrada em doses gradualmente mais altas para induzir o parto. Conforme discutido, a amplitude e a frequência das contrações estão relacionadas com a dose, ou seja, em doses mais baixas o útero relaxa completamente entre as contrações e em doses mais altas há um aumento nas contrações uterinas, contrações e relaxamento incompleto entre elas. O uso de altas concentrações pode promover contrações prolongadas, interferir no baixo fluxo sanguíneo através da placenta, pode causar sofrimento fetal, potencialmente levando à morte. Portanto, as contrações uterinas e a frequência cardíaca fetal precisam ser monitoradas continuamente. DIREÇÃO DO LEITE Outro papel fisiológico muito importante da ocitocina é promover a lactação. A estimulação mamária por sucção ou manipulação mecânica induz a secreção de ocitocina que encolhe as células epiteliais das glândulas mamárias. Essa ação força a saída do leite nos ductos alveolares em direção aos grandes seios coletores, tornando o leite disponível para o lactente. Nesse sentido, outra indicação de tratamento aprovada pela Anvisa é a administração intranasal de ocitocina na forma de spray, com a finalidade de estimular a lactação (lactação) em mulheres com dificuldade de amamentar ou ordenhar o leite, na prevenção e tratamento de ingurgitamento mamário e mastite. Após absorção pela mucosa nasal, o efeito na mama ocorre em menos de cinco minutos. Se for usado muito spray nasal, a oxitocina é rapidamente inativada no trato gastrointestinal por enzimas proteolíticas. O uso de ocitocina na forma de spray é contraindicado durante a gravidez, pois podem ocorrer contrações uterinas e provocar aborto espontâneo. Deve-se ter cuidado ao administrar por via intravenosa, pois a ocitocina também pode ter outros efeitos indesejáveis, como efeitos diuréticos e vasodilatadores - efeitos desencadeados por uma estrutura química muito semelhante à estrutura da vasopressina (hormônio antidiurético). Os principais efeitos adversos do uso de ocitocina na mãe incluem hipotensão dose-dependente com taquicardia reflexa, ruptura uterina, hipotonia pós-parto (tônus muscular fraco), descolamento prematuro da placenta, retenção hídrica. No caso de ingestão reduzida de água, isso pode promover hiponatremia. Portanto, o uso de ocitocina em pacientes com doença cardíaca e renal, ou pré-eclâmpsia, deve ser feito com cautela. A presença de pré-eclâmpsia é uma patologia associada a episódios de hipertensão arterial, após a 20ª semana de gestação, associada a proteinúria significativa (presença de proteína na urina). Se não tratada, em alguns casos, as pacientes podem apresentar edema e convulsões, caracterizados como eclâmpsia. Outro aspecto a ser considerado na indução do trabalho de parto são as possíveis complicações da superestimulação uterina, incluindo trauma à mãe ou ao feto por passagem forçada pelo colo dilatado completamente, além de poder reduzir o oxigênio fetal devido à diminuição da perfusão uterina. Tomar ocitocina pode causar bradicardia e aumento da bilirrubina no recém-nascido. O uso é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida ao medicamento, desproporção pélvica e posição ou apresentação fetal desfavorável. Além disso, não é usado para induzir o parto quando o parto vaginal é contraindicado. Há evidências de estudos em animais de que a ocitocina é um importante regulador do sistema nervoso central e do sistema autônomo, envolvido na regulação da ansiedade e do medo, regulando as respostas neuroendócrinas e cardiovasculares. No entanto, em humanos, essa associação ainda não foi estabelecida. ANÁLOGOS SINTÉTICOS DA ERGOMETRINA A ergometrina (alcalóide) foi isolada em 1935 a partir de uma variedade de substâncias ativas derivadas do fungo ergot (Claviceps purpurea). Relatos na literatura sugerem que o envenenamento por ergot nos tempos antigos era frequentemente associado ao aborto. Por isso, foi certificado como um princípio ocitócicos da cravagem do centeio. ESTRUTURA QUÍMICA DA ERGOMETRINA Nos casos em que a ocitocina é ineficaz, a ergometrina pode ser usada clinicamente para o tratamento da hemorragia pós-parto porque, como todos os ocitócicos, a principalação farmacológica da ocitocina é promover a contração do útero humano com um aumento do tônus basal. No entanto, esse efeito é mais pronunciado se o útero for solto de forma inadequada, causando fortes contrações, reduzindo o sangramento uterino. Em um estado em que o útero encolheu ao seu estado normal após o parto, a ergometrina tem relativamente pouco efeito. ESTRUTURA QUÍMICA DA METILERGOMETRINA Análogos sintéticos da ergometrina, como a metilergometrina, são prontamente absorvidos pelo trato gastrointestinal e podem ser usados por via oral, além de serem usados por via intramuscular ou intravenosa. Os efeitos são observados dentro de 3-5 minutos após a injeção intramuscular e seus efeitos duram de 3 a 6 horas. Os alcalóides do ergot têm algum efeito. Eles são estruturalmente semelhantes à norepinefrina, dopamina e serotonina, e podem ter efeitos agonistas ou antagonistas nos receptores α-adrenérgicos (ocitócicos principais), dopamina e 5-hidroxitripamina. Portanto, outra característica farmacológica do uso da ergometrina é um efeito vasoconstrictor moderado. Os principais eventos adversos foram: Episódio de vômito. Pressão alta com náusea. Visão embaçada. Dor de cabeça. Angina de peito. A ergometrina pode ser usada em combinação com ocitocina durante o trabalho de parto. Alternativamente, pode ser usado antes da cirurgia para controlar o sangramento de um aborto incompleto. É contraindicado em pacientes com hipertensão não controlada. ANÁLOGOS DE PROSTAGLANDINAS As prostaglandinas são produzidas fisiologicamente a partir do ácido araquidônico e afetam a maioria dos tecidos. Embora tenham uma meia-vida plasmática curta, estão envolvidos no controle de vários processos fisiológicos, incluindo fluxo sanguíneo, diâmetro das vias aéreas, ovulação, tônus da musculatura lisa uterina, sendo um importante mediador e regulador da resposta inflamatória. de muitas drogas. Não existe um mecanismo de ação comum para todas as prostaglandinas. . O endométrio e o miométrio são capazes de sintetizar certas prostaglandinas, principalmente durante a segunda fase do ciclo menstrual. Entre eles, PGF2α, PGE2 e PGI1 (também chamada de prostaciclina), promovem efeitos vasodilatadores. Além dessa propriedade, PGE2 e PGF2α promovem contrações coordenadas do útero, enquanto induzem o relaxamento do colo do útero. A sensibilidade dos músculos uterinos às prostaglandinas aumenta durante a gravidez. As prostaglandinas sintéticas têm sido usadas para induzir o parto desde a década de 1970, quando foram administradas por via vaginal. Os mais utilizados, que mimetizam os efeitos de produtos fisiológicos, são dinoprostona (PGE2), carboprost (15metil PGF2α) e gemeprost ou misoprostol (análogo PGI1). Seu objetivo é aumentar a dilatação cervical antes do início do trabalho de parto com ocitocina ou em situações em que a mulher jay iniciou o trabalho de parto, mas o colo do útero permanece minimamente dilatado. Estrutura química da Gemeprosta DINOPROSTONE A dinoprostona pode ser administrada por via vaginal, na forma de gel, anel ou comprimido, para amadurecer o colo do útero e induzir o parto. Além disso, o líquido amniótico, na forma de solução, é usado tardiamente, durante o segundo trimestre de gravidez, para induzir o aborto terapêutico. Observou-se que o uso de PGE2 sintético aumenta a chance de parto vaginal em 2 horas, mas também aumenta a hiperestimulação uterina, com alteração do ritmo fetal, e não diminui a taxa de natalidade. Estrutura química da Dinoprostona. CARBOPROST Carboprost é administrado por injeção intramuscular profunda e é usado para aborto no segundo trimestre e para controle de sangramento pós-parto que não respondeu à terapia convencional. Estrutura química do Carboprost. MISOPROSTOL O misoprostol é aprovado pela Anvisa para o manejo do aborto espontâneo ou induzido apenas para uso obstétrico hospitalar, porém muitas vezes é comercializado de forma encoberta como abortivo, podendo levar a efeitos deletérios em gestantes e fetos. É tomado por via oral, sob a língua ou na vagina, como um óvulo intravaginal, para induzir a maturação do colo do útero. Quando combinado com mifepristona, um antagonista do receptor de progesterona (RU 86), o misoprostol é muito eficaz para a interrupção precoce da gravidez. O misoprostol também pode ser usado para prevenir e tratar a hemorragia pós- parto. Por via vaginal, o misoprostol tem menos efeitos colaterais, pois evita a primeira etapa do metabolismo hepático, mantendo altas concentrações plasmáticas por mais tempo. No fígado, o misoprostol sofre reações químicas com seu principal metabólito ativo, o ácido misoprostol. Atua diretamente nos receptores de prostaglandinas. O misoprostol deve ser descontinuado pelo menos três horas antes do início da terapia com ocitocina. Os principais efeitos colaterais que ocorreram com o uso dessas drogas são: dor uterina (devido à superestimulação do útero), ruptura uterina (raro), náuseas, vômitos, diarreia e aumento da taxa de contração uterina da dor abdominal. Gastrointestinal. A flebite pode ocorrer no local da injeção intravenosa. Além disso, por promoverem constrição venosa superficial e contração da musculatura lisa brônquica, o carboprost é contraindicado em pacientes com asma. A dinoprostona não deve ser administrada a mulheres com histórico de asma, glaucoma ou ataque cardíaco. O aumento da produção uterina de prostaglandinas pode alterar a homeostase e induzir vasodilatação. Esses fenômenos estão relacionados a dois dos principais distúrbios menstruais, dismenorreia (dismenorreia) e menorragia (problema de perda de sangue). Para inibir a superprodução dessas prostaglandinas, certos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como o ácido mefenâmico, podem ser usados para inibir a biossíntese de prostaglandinas no útero e para tratar a menorragia e a dor menstrual. Alguns inibidores da ciclooxigenase também podem atrasar o trabalho de parto bloqueando a produção das prostaglandinas discutidas aqui.
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