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FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO -

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FISIOLOGIA DA NUTRIÇÃO - UNIDADE 1 
 
DESNUTRIÇÃO 
 
A desnutrição é um grave problema de saúde pública que afeta várias pessoas em 
diferentes partes do planeta, em especial países em desenvolvimento. A desnutrição pode 
afetar pessoas de qualquer idade, porém é mais preocupante quando atinge crianças, as 
quais podem apresentar retardo no crescimento, queda de imunidade e até mesmo 
comprometimento intelectual. 
 
A desnutrição pode ser definida como uma deficiência nutricional decorrente da carência de 
nutrientes fundamentais para o funcionamento adequado do organismo. Sua origem é 
complexa e pode ser desencadeada por diferentes fatores. De maneira geral, podemos dizer 
que a desnutrição ocorre devido a uma alimentação inadequada ou a uma incapacidade de 
absorção dos nutrientes ingeridos. 
 
A desnutrição pode afetar pessoas de qualquer idade, porém alguns grupos são 
considerados mais vulneráveis a desenvolvê-la. No grupo de risco estão crianças com idade 
inferior a cinco anos, mulheres grávidas ou amamentando, idosos, e pacientes com doenças 
crônicas. 
A desnutrição pode apresentar-se de forma mais leve, que não coloca o paciente em risco, 
e também de forma mais grave, sendo esse último caso muito preocupante. 
 
Entre as formas graves, temos o kwashiorkor, o marasmo nutricional, e ainda uma forma 
mista denominada kwashiorkor-marasmática. O tipo mais grave de desnutrição é 
o kwashiorkor, em que temos uma deficiência de proteínas maior que a redução total de 
calorias e o paciente apresenta edema generalizado, lesões na pele, despigmentação do 
cabelo, entre outros sintomas. 
 
No marasmo nutricional, caracterizado por maior deficiência energética, observamos um 
enfraquecimento do paciente, perda de massa muscular e retardo no crescimento. Vale 
destacar que a perda muscular e de gordura subcutânea é mais intensa no marasmo que 
no kwashiorkor, sendo este mais caracterizado pelo edema. Por fim, na forma kwashiorkor-
marasmática, temos uma combinação de manifestações clínicas observadas nos outros 
tipos citados. 
 
A desnutrição pode apresentar-se de forma leve até grave, sendo esta última a mais 
perigosa, podendo até mesmo levar à morte. O principal sintoma da desnutrição é uma 
acentuada perda de peso. Acompanhado a isso, temos uma diminuição da disposição e da 
capacidade de realizarmos atividades do dia a dia. 
 
Podem ocorrer ainda alterações no cabelo e na pele, alterações psicológicas, como tristeza 
e apatia, alterações ósseas, anemia, entre outras manifestações. Vale salientar, ainda, que 
a pessoa com desnutrição fica mais sujeita a infecções devido ao comprometimento de suas 
defesas. 
 
Causas primárias: a pessoa apresenta uma alimentação que não fornece os nutrientes e 
calorias necessários para seu desenvolvimento: ou a pessoa está alimentando-se pouco ou 
não está se alimentando de maneira adequada. 
 
Causas secundárias: a pessoa pode até mesmo alimentar-se bem, entretanto a quantidade 
não é suficiente devido a uma maior demanda energética ou a outros fatores não 
diretamente relacionados ao alimento. Nessas causas encaixam-se situações 
como verminoses, anorexia, intolerâncias alimentares, problemas de absorção, e câncer. 
A desnutrição é diagnosticada analisando-se o quadro clínico do paciente e observando-se 
características como peso, altura e idade. O IMC é uma das formas de diagnosticar-se a 
 
 
desnutrição. Exames laboratoriais podem ajudar no diagnóstico, uma vez que ajudam a 
determinar alguns nutrientes que estejam faltando no organismo. 
 
O tratamento da desnutrição apresenta como objetivos: fornecer os nutrientes necessários 
para o organismo funcionar adequadamente, garantir o aumento de peso e tentar reverter 
os problemas desencadeados pela desnutrição. O paciente então será orientado sobre os 
alimentos que deve ingerir e deverá seguir uma dieta que garanta a reposição e manutenção 
das reservas de nutrientes. Médicos e nutricionistas são essenciais nesse contexto. 
 
Caquexia 
 
A caquexia é caracterizada pela perda de peso e de massa muscular acentuada, fraqueza 
e deficiências nutricionais que normalmente não conseguem ser corrigidas mesmo com 
dieta balanceada e recomendada por um nutricionista. 
 
O diagnóstico da caquexia é feito pelo médico baseado nos sintomas e características da 
pessoa e resultado dos exames laboratoriais solicitados. No caso de pacientes oncológicos, 
por exemplo, é considerado caquexia quando a perda de peso é superior à 5%, quando o 
IMC é menor que 20 e a perda de peso é superior a 2% ou quando há sarcopenia e perda 
de peso superior a 2%. 
 
Essa situação é normalmente consequência de doenças crônicas, como doenças 
cardiovasculares, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e câncer. 
Os principais sintomas indicativos de caquexia são: perda de peso; atraso no 
desenvolvimento; no caso de crianças; deficiências nutricionais; perda de massa muscular, 
conhecida como sarcopenia; má absorção intestinal; náuseas; perda da habilidade motora; 
fraqueza; diminuição da atividade do sistema imunológico; cansaço excessivo; perda de 
apetite. 
 
Perda de massa muscular acontece devido ao aumento do metabolismo e perda do apetite, 
levando à utilização pelo organismo de proteína e gordura. É importante que a causa da 
caquexia seja descoberta para que seja iniciado o tratamento para melhorar a qualidade de 
vida da pessoa. 
 
A caquexia normalmente é resultado de doenças crônicas, sendo as principais: Câncer; 
Doenças cardiovasculares, como Insuficiência Cardíaca Congestiva; Insuficiência renal; 
Problemas no fígado; Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica; Tuberculose; Infecções 
crônicas; AIDS; Fibrose Cística; Leishmaniose visceral. 
 
Sarcopenia 
 
Sarcopenia é a perda de massa muscular, um acontecimento comum após os 50 anos de 
idade, período que há maior redução da quantidade e tamanho das fibras que formam os 
músculos, redução da atividade física, e principalmente devido à redução de hormônios 
como estrogênio e testosterona. 
 
Os principais sintomas desta situação incluem perda da força, do equilíbrio e do 
desempenho físico para realizar atividades, como caminhar, subir escadas ou se levantar 
da cama. 
 
Para recuperar os músculos, é importante evitar o sedentarismo e praticar exercícios físicos, 
com treinos de força e aeróbicos, além de uma alimentação adequada, rica em proteínas 
e nutrientes, de preferência presentes em carnes magras, derivados de leite e vegetais, 
como soja, lentilha e quinoa. 
 
 
 
DOENÇAS RENAIS 
 
 
 
Lesão renal aguda 
 
Diminuição abrupta do ritmo de filtração pelos rins, determinando aumento no sangue de 
uréia e creatinina e resultando na incapacidade do rim em regular homeostase de 
A perda súbita da função renal pode resultar: 
Diminuição na circulação sanguínea efetiva (IRA pré-renal) 
Lesão celular renal por insulto isquêmico, tóxico, imunológico ou infeccioso (IRA renal) 
Obstrução do fluxo urinário (IRA pós-renal) 
 
A IRA é uma condição hipercatabólica e, portanto, nutrição inadequada pode ser fator de 
piora desta situação com retardo da recuperação da função renal. Deve ser mantida a oferta 
apropriada de calorias e proteínas recomendada para cada faixa etária segundo a RDA. 
 
Lesão renal aguda: pré-renal: doenças que provocam hipoperfusão renal, sem comprometer 
a integridade do parênquima. 
 
Lesão renal aguda: renal (intrínseca): doenças que afetam diretamente o parênquima renal. 
 
Lesão renal aguda: pós-renal: caracteriza-se por uma obstrução aguda ao fluxo 
naturalmente unidirecional de urina, num ponto qualquer do trato urinário, capaz de provocar 
uma diminuição aguda da TFG. Essa obstrução pode ser parcial ou total e ter origem em 
alterações funcionais ou estruturais intra ou extraluminais. Quando unilateral, não causa 
LRA, exceto em situações específicas, como presença de rim único 
Diagnóstico 
 
Exames de sangue: Deve-se utilizar o clearance estimado de creatinina para o 
estabelecimento do nível real da função renal. 
 
Exames de urina: avaliaçãode osmolalidade, sódio, creatinina, ureia e sedimento urinário. 
 
Exames de imagem: ultrassonografia com doppler. 
 
Biópsia renal: indicada apenas em casos específicos, como os que apresentem causa 
desconhecida para o quadro, evolução atípica e/ou prolongada, suspeita de nefrite 
intersticial, necrose cortical, doença ateroembólica, glomerulonefrites agudas ou 
rapidamente progressivas e vasculites 
 
Doença renal crônica. 
 
A Doença Renal Crônica (DRC) é a determinação para alterações que afetam a função dos 
rins, podendo ter múltiplas causas e fatores de risco. O indivíduo que possui a DRC perde 
de maneira definitiva a função renal. 
 
Existe uma variedade de doenças renais que podem levar a insuficiência renal crônica. Via 
de regra, o processo é lento e progressivo, sem que a pessoa se dê conta que está perdendo 
vagarosamente a função renal. Quando os sintomas aparecem, a doença renal crônica já 
está em seu estágio mais avançado. 
 
Doença de etiologia multifatorial e de curso prolongado que, na maior parte do tempo de 
sua evolução, é assintomática 
 
São várias as causas de DRC, sendo as mais comuns: hipertensão arterial, diabetes, 
glomerulonefrite crônica, nefropatia túbulo-intersticial crônica (pielonefrite), necrose cortical 
renal grave, processos renais obstrutivos crônicos, amiloidose, lúpus eritematoso 
disseminado e doenças hereditárias, tais como rins policísticos e síndrome de Alport. 
Diabetes e hipertensão arterial, não controladas ou graves, constituem as principais causas 
 
 
que levam os pacientes à doença renal crônica avançada, com necessidade de tratamento 
dialítico e transplante renal. 
 
Grande parte da doença renal crônica é assintomática, ou seja, não apresenta sintomas que 
indiquem a alteração na função renal. Na maioria dos casos, os sinais aparecem no estágio 
mais avançado da doença. 
 
Entre os principais sintomas estão a: Perda de apetite; Perda de peso; Inchaço; Dificuldade 
em controlar a pressão arterial; Falta de apetite; Mudanças na urina; Vômitos e náuseas. 
 
Como os sinais são relativamente comuns a outras doenças, o diagnóstico de DRC pode 
ser um dos últimos a ser considerado. Por isso, a prevenção e a realização de exames, 
como o de creatinina, devem ser feitos periodicamente. 
 
Nos casos em que o paciente chega à emergência e apresenta insuficiência renal, o 
atendimento pode ser seguido de internação para a diálise de urgência, onde o indivíduo 
necessita de tratamento com uma máquina substituindo a função dos rins. 
DRC Estágio 1 
No estágio 1, a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) é maior ou igual a 90ml/min. 
Antes de tudo, esta é a fase mais precoce da doença. Nesse estágio, o rim ainda 
desemprenha sua função, filtrando mais de 90ml de sangue por minuto. Ainda assim, o 
paciente já apresenta sinais de lesão renal (como perda de proteína no sangue pela urina), 
que poderão comprometer o funcionamento dos rins a longo prazo. Se não for tratada no 
estágio 1, a DRC poderá avançar para o estágio 2. 
 
DRC Estágio 2 
No estágio 2, a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) está entre 60 e 89ml/min. 
Apesar disso, pacientes classificados neste estágio já estão com a filtração renal levemente 
comprometida, mas ainda não apresentam sintomas. 
Também chamada de pré-insuficiência renal, essa fase é comum em idosos, quando o 
envelhecimento do rim afeta seu funcionamento. 
Imediatamente o tratamento é focado no controle dos fatores de risco para evitar que a DRC 
avance para um quadro mais preocupante. 
 
DRC Estágio 3 
Sob o mesmo ponto de vista, no estágio 3, a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) está entre 
45 e 59ml/min. 
É nesse estágio que o paciente começa a apresentar os primeiros sintomas, como anemia 
e doença óssea, mas ainda de forma discreta. A partir dessa fase, já é indicado um 
tratamento conservador, que consiste em retardar a progressão da doença e conservar a 
TFG pelo maior tempo de evolução possível. 
Sem o tratamento, os pacientes no estágio 3 podem evoluir para a perda progressiva da 
função renal. 
 
DRC Estágio 4 
No estágio 4, a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) está entre 15 e 29ml/min. 
Esse estágio, também chamado de pré-dialítico, já é considerado crítico. Como o volume de 
sangue filtrado é baixo, têm-se o acúmulo de toxinas no sangue, causando desnutrição, 
anemia, enfraquecimento ósseo, cansaço e edemas. 
Pacientes nesse estágio apresentam diversas alterações em seu exame de sangue, como 
aumento de potássio, fósforo e PTH, além da redução dos níveis de cálcio e hemoglobina 
(sinais de anemia). 
Além da manutenção do tratamento conservador, esse estágio inclui o preparo adequado 
para o início da Terapia Renal Substitutiva (hemodiálise). O preparo se dá através de uma 
pequena cirurgia, realizada para confeccionar uma fístula por meio da junção de uma artéria 
em uma veia. Essa junção resulta no aumento do fluxo de sangue, facilitando a punção com 
 
 
as agulhas da hemodiálise. Quando a diálise é realizada pela fístula em vez do cateter, o 
risco de infecção é menor. 
 
DRC Estágio 5 
No estágio 5, a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) é inferior a 15ml/min. 
Neste momento, o rim já não é capaz de manter seu funcionamento básico. A maioria dos 
pacientes apresenta sintomas como náuseas, vômitos, descontrole da pressão, perda do 
apetite e perda de peso. Também podem surgir sintomas como a redução da quantidade de 
urina (que ocasiona inchaço e falta de ar devido ao acúmulo de líquido nos pulmões), anemia 
grave e arritmia cardíaca (devido à elevação do potássio e da acidez no sangue). 
Inicia-se a Terapia Renal Substitutiva que, como o nome indica, “substitui” o órgão. É 
realizada alguma modalidade de diálise ou o transplante de rim. 
 
Tratamento 
 
Dependendo da causa, alguns tipos de doença renal podem ser tratados. Muitas vezes, 
porém, a doença renal crônica não tem cura. 
 
O tratamento pode incluir medicamentos para baixar a pressão arterial, controlar a glicose 
no sangue e diminuir o colesterol no sangue. 
 
Além disso, a doença renal crônica pode piorar com o tempo e levar à insuficiência renal. 
Neste caso, as únicas opções de tratamento para insuficiência renal são diálise ou 
transplante de rim. 
 
A diálise é a remoção mecânica de produtos residuais e líquidos excessivos do sangue 
quando os rins não podem mais realizar essa função. Porém, a diálise tem alguns riscos 
sérios, incluindo infecção. 
 
Existem dois tipos principais de diálise renal. 
 
Hemodiálise: um dialisador, ou um rim artificial, bombeia o sangue para fora do corpo da 
pessoa. A máquina filtra os resíduos e o sangue entra novamente no corpo através de tubos. 
Esse procedimento geralmente acontece no hospital ou em um centro de diálise. 
 
Diálise peritoneal: o sangue é filtrado no abdômen do paciente. Isso ocorre na cavidade 
peritoneal, que contém uma vasta rede de minúsculos vasos sanguíneos. Um médico 
implanta um cateter no abdômen e infunde e drena uma solução de diálise pelo tempo 
necessário para remover resíduos e excesso de líquido. 
 
Hemodiálise 
 
A hemodiálise é um tratamento em que o sangue é filtrado para fora do corpo com uma 
máquina de diálise. Durante a hemodiálise, o sangue é retirado de um vaso sanguíneo e 
passa por um filtro sintético, chamado dialisador. Neste dialisador, o sangue é limpo antes 
de ser devolvido ao corpo, portanto, este dialisador é o chamado "rim artificial". 
 
A hemodiálise geralmente é realizada pelo menos quatro horas, três vezes por semana, 
geralmente numa unidade de diálise. Uma alternativa ao tratamento de diálise na clínica é 
a diálise autónoma domiciliária, que é realizada em casa no seu ambiente familiar. 
Diferentes tipos de diálise domiciliária permitem que os pacientes adaptem o tratamento ao 
dia a dia. No entanto, todos os tipos de tratamentos têm os seus desafios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diálise Peritoneal 
 
Na diálise peritoneal, uma parte do peritoneu é utilizada como dialisador. A água e os solutos 
têm capacidade para passar do lado do sangue para olado do dialisado através da 
membrana peritoneal, uma camada de pele extremamente fina que cobre os intestinos e o 
fígado. Cerca de dois litros do fluido de diálise são lentamente perfundidos para o interior da 
cavidade abdominal através de um tubo de silicone flexível, o chamado cateter. 
 
O cateter permanece no lugar durante todo o período em que o doente é submetido à diálise 
peritoneal. Quando existe dialisado na cavidade peritoneal, a eliminação dos resíduos e da 
água em excesso ocorre até as concentrações de solutos atingirem um equilíbrio no lado do 
sangue e no lado do dialisado. Este movimento de água e de resultados ocorre durante o 
tempo de espera. Decorrido um tempo de espera determinado, o dialisado perfundido é 
drenado de novo para fora através do cateter. A diálise peritoneal continua enquanto o fluido 
drenado é substituído por fluido novo. A este processo de substituição de fluido usado pelo 
fluido novo dá-se o nome de troca. Uma troca é repetida várias vezes por dia, habitualmente 
4 a 5 vezes. 
 
Transplante 
 
O transplante é um tema importante para milhares de pessoas que sofrem de doença renal 
crónica. O transplante renal permite-lhe uma maior comodidade e uma maior liberdade em 
relação à diálise. É um assunto complexo que requer uma informação ampla, tempo e 
pensamento para que possa optar pela melhor decisão para si. 
 
 
NEOPLASIAS 
 
A neoplasia é uma massa de tecido anormal que surge em diferentes partes do corpo, com 
características específicas em cada local e apresenta ritmos de crescimento e riscos 
diferentes. 
 
O câncer é um distúrbio da diferenciação e do crescimento celulares alterados. O processo 
resultante é denominado neoplasia, que significa “novo crescimento”, e é denominado 
neoplasma 
 
O risco de desenvolver o câncer depende das condições sociais, ambientais, políticas e 
econômicas, bem como das características biológicas dos indivíduos. As causas de câncer 
são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo. 
 
• Tabagismo; 
• Consumo exagerado de produtos ultraprocessados; 
• Poluição; 
• Exposição a produtos químicos; 
• Exposição solar sem proteção; 
• Alguns tipos de vírus, como hepatite, HPV e HIV. 
 
Por ter diferentes causas e tipos de neoplasia, seus sintomas são de difícil definição, pois 
variam de acordo com a área afetada ou, algumas vezes, inexistentes, nos tumores 
benignos. Alguns sintomas observados são: 
 
• Aparecimento de nódulos; 
• Manchas no corpo; 
• Dor no peito; 
 
 
• Tosse; 
• Escarro sanguinolento; 
• Dor de cabeça em diferentes intensidades. 
 
Neoplasias podem ser benignas ou malignas (veja a figura e o quadro a seguir). As 
neoplasias benignas ou tumores benignos têm seu crescimento de forma organizada, 
geralmente lento e progressivo, e apresentam limites bem nítidos. Por razões ainda não 
totalmente elucidadas, os tumores benignos perdem a capacidade de suprimir o programa 
genético de proliferação celular, porém retêm o programa para diferenciação celular normal. 
Crescem por expansão e permanecem localizados no sítio de origem, não possuindo a 
capacidade de infiltrar, invadir ou dar metástase para locais distantes, porém, devido ao 
crescimento da massa tumoral, podem comprimir os órgãos e os tecidos adjacentes. 
 
Normalmente, os tumores benignos representam bem menos uma ameaça para a saúde e 
o bem-estar do que os tumores malignos e, em geral, não provocam a morte, a menos que 
interfiram com funções vitais devido a sua localização. Já as neoplasias malignas ou os 
tumores malignos manifestam um maior grau de autonomia, tendem a crescer rapidamente 
e a se disseminar amplamente, são capazes de invadir tecidos vizinhos e provocar 
metástases e apresentam o potencial de provocar a morte. 
 
As neoplasias podem ser tratadas de diferentes formas, sendo necessário identificar o tipo 
de neoplasia e também a condição do paciente. As neoplasias benignas, por 
exemplo, podem ser tratadas ao remover o tumor e, em alguns casos, não é necessário 
nem mesmo tratamento. 
 
Já no caso das neoplasias malignas, pode ser feito, por exemplo, 
o tratamento cirúrgico, a quimioterapia , a radioterapia ou transplante de medula 
óssea. Destaca-se que a quimioterapia é um tratamento em que se usa medicamentos a 
fim de combater o câncer, destruindo as células formadoras do tumor, enquanto a 
radioterapia utiliza radiação ionizante para tentar destruir o tumor ou impedir seu aumento. 
 
AIDS 
 
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é causada pelo Vírus da Imunodeficiência 
Humana (HIV), que foi reconhecido em meados de 1981. O vírus causador da síndrome é 
transmitido por via sexual, por meio de contato com sangue contaminado e também pode 
ser transmitido da mãe para o filho na gestação, parto ou durante a amamentação. 
 
A síndrome da imunodeficiência adquirida é a manifestação clínica avançada decorrente de 
um quadro de imunodeficiência causado pelo HIV, que é transmitido pelas vias sexual, 
parenteral ou vertical. Caracteriza-se por imunossupressão profunda com infecções 
oportunistas associadas, processos malignos, inanição e degeneração do sistema nervoso 
central. Por afetar uma proporção alta da população mundial, frequentemente é denominada 
pandemia 
 
A infecção pelo HIV segue uma série de fases até o desenvolvimento da aids. Em alguns 
casos, o tempo entre o contágio e o desenvolvimento da doença pode ser de até 10 anos, 
entretanto, em algumas pessoas, esse tempo pode ser reduzido. 
 
Infecção aguda 
A infecção aguda compreende as primeiras semanas de infecção pelo HIV. Nessa etapa, 
uma grande quantidade de vírus é produzida e, consequentemente, ocorre uma redução 
das células CD4 no organismo do paciente. Nesse estágio, a pessoa pode apresentar 
manifestações clínicas, que são conhecidas como Síndrome Retroviral Aguda (SRA). 
 
 
 
Algumas das manifestações percebidas nessa etapa são febre alta, sudorese, aumento dos 
gânglios linfáticos, náuseas, vômitos e perda de peso. Esses sintomas desaparecem em 
aproximadamente quatro semanas e, muitas vezes, são confundidos com outras doenças 
virais. No final dessa fase, observa-se um aumento das células CD4, mas essas nunca mais 
terão a mesma quantidade observada antes da infecção. 
 
Fase de latência 
Na fase de latência, a pessoa não apresenta manifestações clínicas visíveis, com exceção 
dos gânglios linfáticos aumentados, que podem persistir. Anemia e leucopenia (quantidade 
baixa de linfócitos) podem estar presentes nos exames laboratoriais. Nessa etapa, os níveis 
de HIV são baixos. A fase de latência pode permanecer por anos. 
 
Fase sintomática 
À medida que a infecção progride, alguns sintomas surgem. Na fase sintomática, podemos 
observar sintomas como febre baixa, sudorese noturna, diarreia crônica, infecções 
bacterianas e candidíase oral. 
 
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida 
A aids instala-se quando o indivíduo começa a apresentar infecções oportunistas e 
neoplasias, e o sistema imunológico está seriamente comprometido. São infecções 
oportunistas que merecem destaque a tuberculose e a meningite. No que diz respeito às 
neoplasias, podemos citar o sarcoma de Kaposi, que se caracteriza pela formação de lesões 
na pele e mucosas, e o linfoma não Hodgkin, que é um tipo de câncer que atinge células do 
sistema linfático." 
 
O HIV pode ser transmitido das seguintes formas: 
 
Relação sexual, sem uso de preservativo, com pessoa infectada; 
Contato com sangue de pessoa infectada (Esse contato pode ocorrer, por exemplo, ao se 
compartilhar objetos perfurocortantes com pessoas infectadas e por meio de transfusão de 
sangue utilizando-se sangue contaminado. Vale salientar que as regras para a doação de 
sangue adotadas nos dias atuais e os testes disponíveis para testar o sangue recebido 
fazem com que os casos de infecção por transfusão sejam raros.); 
Da mãe para o filho, podendo ocorrer durante a gestação, no momento do parto ou ainda 
durante a amamentação. 
Vale destacar que o HIV não é transmitido pelo beijo,suor, lágrima, toalhas, lençóis, 
sabonetes, piscina, aperto de mão ou abraços. Sendo assim, contato próximo com uma 
pessoa HIV positivo ou com aids não é responsável pela transmissão do vírus." 
 
Diagnóstico do HIV/Aids 
 
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de exames laboratoriais que utilizam 
sangue ou fluido oral do paciente. Os exames visam à detecção de anticorpos contra o vírus 
ou ainda a identificação do vírus e suas partículas. Rotineiramente, as técnicas mais usadas 
baseiam-se na detecção de anticorpos contra o vírus. 
 
Vale salientar que, algumas vezes, o exame pode apresentar resultado negativo, mesmo 
em pacientes infectados, em virtude da chamada janela imunológica. Denominamos de 
janela imunológica o intervalo compreendido entre a infecção e o momento em que é 
possível identificar os anticorpos contra a doença. Quando falamos da infecção pelo HIV, 
essa janela pode variar até 30 dias. Isso significa que, se a pessoa tiver uma relação sexual 
desprotegida com uma pessoa HIV positiva hoje e fizer um teste para verificar a doença 
após 15 dias, o resultado pode ser negativo, em razão da incapacidade de identificar os 
anticorpos nesse período. 
 
 
 
 
 
 
Tratamento do HIV/Aids 
 
O tratamento do HIV/Aids não garante a cura da infecção e baseia-se no uso de 
medicamentos que inibem a replicação do vírus. O uso desses medicamentos é importante 
para controlar a infecção e também para retardar a progressão para a aids. 
 
Os primeiros medicamentos antirretrovirais surgiram ainda na década de 1980, mesma 
década em que a aids ficou conhecida. O surgimento desses medicamentos foi essencial 
para garantir uma maior qualidade de vida às pessoas HIV positivas, controlando a doença 
e evitando o rápido enfraquecimento do sistema imunológico. 
 
De acordo com o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções 
Sexualmente Transmissíveis, desde 2013, o SUS garante tratamento para todas as pessoas 
vivendo com HIV (PVHIV), independentemente da carga viral. Ainda de acordo com o 
departamento, atualmente, existem 21 medicamentos, em 37 apresentações 
farmacêuticas." 
 
Prevenção do HIV/Aids 
 
Para se prevenir da infecção por HIV, algumas medidas devem ser adotadas, tais como: 
 
Utilização de preservativo em todas as relações sexuais; 
 
Redução do número de parceiros sexuais; 
 
Utilização de seringas e agulhas descartáveis; 
 
Testagem do sangue antes de transfusões; 
 
Mulheres grávidas devem fazer acompanhamento pré-natal para evitar a transmissão 
vertical (da mãe para o bebê); 
 
Profissionais da área da saúde devem sempre estar atentos às normas de biossegurança."

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