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TRANSTORNOS ALIMENTARES Esses distúrbios – que incluem anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e transtorno de compulsão alimentar (TCA) e suas variantes – incluem problemas alimentares graves, inclusive restrição e ingestão alimentar compulsiva com preocupação excessiva com a forma do corpo ou o peso corporal. Uma combinação de fatores genéticos, neuroquímicos, psíquicos, socioculturais e relacionados com o desenvolvimento parece contribuir para o desenvolvimento desses transtornos AN e BN são transtornos alimentares que causam desnutrição. ANOREXIA NERVOSA Anorexia nervosa é um transtorno alimentar que geralmente começa na adolescência e caracteriza-se pela preocupação exagerada com dieta, geralmente acompanhada da prática compulsiva de exercícios e, em um subgrupo de pacientes, comportamento purgativo com ou sem ingestão alimentar compulsiva, resultando em peso persistentemente baixo. Outras manifestações clínicas incluem distorção da imagem corporal, medo constante de se tornar obeso e obsessão com a restrição rigorosa da ingestão calórica, frequentemente com prática excessiva de exercícios físicos As causas da anorexia nervosa parecem ser multifatoriais com determinantes como fatores genéticos; traços de personalidade como perfeccionismo e compulsividade; transtornos de ansiedade; história familiar de depressão e obesidade; e pressões com respeito ao aspecto físico de parte dos amigos, dos familiares ou da cultura CRITÉRIOS P/ DIAGNÓSTICO 1. Recusa em manter um peso corporal minimamente normal para a idade e a altura; 2. Medo exagerado de ganhar peso ou se tornar gordo; 3. Distúrbio da percepção do próprio corpo quanto a tamanho, peso ou forma; 4. Amenorreia (adolescentes e mulheres depois da menarca). Os pacientes com AN apresentam uma distorção da imagem corporal, fazendo com que se sintam gordos apesar do seu frequente estado caquético. Alguns indivíduos se sentem gordos, enquanto outros estão excessivamente preocupados com a gordura de uma área específica do corpo, como o abdome, nádegas ou coxas. A AN é categorizada em dois subtipos diagnósticos diferentes: O tipo restritivo é caracterizado por restrição alimentar sem compulsão alimentar ou purgação (vômito autoinduzido ou uso impróprio de laxantes, enemas ou diuréticos). O tipo compulsão alimentar e purgação é caracterizado por episódios regulares de compulsão alimentar ou comportamento purgativos A gravidade das anormalidades tende a estar relacionada com o grau de desnutrição e é revertida pela normalização da ingestão alimentar: - As complicações mais comuns da anorexia nervosa são amenorreia e perda das características sexuais secundárias em consequência da redução dos níveis de estrogênio - Os pacientes têm perda óssea - Constipação intestinal, intolerância ao frio, bradicardia, hipotensão, pele e cabelos secos são problemas comuns. ASPECTOS FISIOLÓGICOS DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES Um dos aspectos mais desafiadores do tratamento da anorexia nervosa é a incapacidade de o paciente reconhecer que tem um problema. Os pacientes com esse transtorno alimentar geralmente estão dispostos a conversar sobre suas preocupações com perda de peso, recusa de alimentos e rituais alimentares e rotinas exageradas de exercícios; purgação e uso de laxantes; e afastamento das atividades sociais e dos relacionamentos. Contudo, esses pacientes têm dificuldade de reconhecer que seu comportamento é patológico. Anorexia nervosa é um tipo de inanição, ela pode levar o indivíduo à morte, se não for tratada. A abordagem multidisciplinar parece ser o método mais eficaz de tratamento dos pacientes com esse transtorno alimentar Objetivos do tratamento: alimentar-se e ganhar peso; resolução dos problemas familiares; cura das dores do passado; e medidas para o enfrentamento dos problemas psicológicos, emocionais e de relacionamento BULIMIA NERVOSA A bulimia nervosa (BN) é definida por ingestão alimentar compulsiva e atividades como vômito provocado; prática exagerada de exercícios físicos; e uso de diuréticos, laxantes ou enemas para compensar a ingestão alimentar compulsiva - para prevenir o ganho de massa corporal. CRITÉRIOS P/ DIAGNÓSTICO 1. Episódios repetidos de ingestão alimentar compulsiva (no mínimo 2 vezes/semana, durante 3 meses) - COMPULSÃO ALIMENTAR: Ingestão maior de alimentos por um determinado tempo, falta de controle sobre a ingestão. 2. Comportamentos compensatórios inadequados, inclusive vômitos autoinduzidos, uso abusivo de laxantes ou diuréticos, jejum ou exercícios exagerados depois de um episódio de ingestão compulsiva 3. Autoavaliação excessivamente influenciada pela forma e pelo peso corporais. GRAU SE BASEIA NA FREQUENCIA DE COMPORTAMENTO COMPENSATÓRIO INAPROPRIADO: 1 a 3 episódios por semana: LEVE 4 a 7 episódios por semana: MODERADO 8 a 13 episódios por semana: GRAVE 14 ou + por semana: EXTREMA Entre as complicações dos vômitos autoinduzidos estão problemas: Dentários: hipersensibilidade dentária, aumento das cáries e doença periodontia estão associadas aos vômitos frequentes, porque o conteúdo ácido do estômago destrói o esmalte dentário. Os vômitos podem causar pneumonia de aspiração, dor na garganta, esofagite, face inchada e arredondada SINAL DE RUSSEL: são sinais que são causados por vomito induzido, ou seja, comportamento compensatório Na bulimia há o reconhecimento de que tem um problema e existe muito sentimento de culpa, tristeza, vergonha, baixa autoestima. TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR Caracteriza-se por episódios repetidos de ingestão alimentar compulsiva - RÁPIDA ingestão de uma grande quantidade de alimentos, MAIOR do que a maioria das pessoas consumiria em um tempo semelhante - Sensação de falta de controle sobre o episódio CRITÉRIOS P/ DIAGNÓSTICO: 1. Ingestão excessivamente rápida dos alimentos 2. Ingestão até se sentir desconfortavelmente cheio 3. Ingestão de grandes quantidades sem ter fome 4. Comer sozinho por vergonha da quantidade ingerida 5. Sentimento de tristeza, depressão ou culpa depois dos episódios de ingestão compulsiva - Diferente da bulimia = não está associado ao comportamento compensatório OBJETIVO O objetivo principal do tratamento dos pacientes com TCA é estabelecer um padrão de ingestão alimentar regular e saudável TRANSTORNO DE RUMINAÇÃO Um transtorno alimentar caracterizado pela regurgitação de alimentos após terem sido consumidos, sem que haja qualquer disfunção gastrointestinal desencadeadora do ato Acontece em função de uma contração involuntária dos músculos do abdômen. - O alimento volta à boca de forma pouco digerida, no entanto, sem o gosto ácido característico do vômito. CRITÉRIOS P/ DIAGNÓSTICO: 1. Regurgitação repetida de comida ao longo de um período de pelo menos um mês 2. A regurgitação repetida não é atribuível a uma condição gastrointestinal associada ou outra condição clinica 3. Não ocorre exclusivamente durante o curso da anorexia TRANSTORNO ALIMENTAR RESTRITIVO EVITATIVO É um distúrbio caracterizado por persistentes perturbações alimentares que levam a um aporte nutricional e energético insuficientes. - Não apresenta percepção de imagem corporal distorcida ou preocupação com a imagem corporal; - Pode causar perda de peso significativa, crescimento menor que o esperado em crianças, dificuldade em participar de atividades sociais normais e deficiências nutricionais potencialmente fatais. PICA/PICAMALÁCIA É a ingestão persistente de substâncias inadequadas com pequeno ou nenhum valor nutricional Ocorre em todas as idades, sendo mais frequente em grupos com maior vulnerabilidade CRITÉRIOS P/ DIAGNÓSTICO: 1. Ingestão persistente de substâncias não alimentares, não nutritivas durante um mês SINDROME DO COMER NOTURNO CONDIÇÕES PREDITIVAS P/ DIAGNÓSTICO: Hiperfagia noturna: ingestão excessivae recorrente de pelo menos 25% do total de calorias diárias após o jantar; Despertar noturno caracterizado pela ingestão de alimentos em pelo menos metade das vezes, com consciência e memória do ato. ORTOREXIA Não é bem um transtorno alimentar Se refere a fixação por ter alimentos perfeitos e limpos O transtorno é categorizado pela compulsão por dieta e adesão a regras alimentares muito rígidas. O desejo de comer alimentos “saudáveis” não se enquadra na ortorexia. É a obsessão por esses tipos de alimentos combinada ao isolamento social e a comportamentos desordenados que leva ao diagnóstico de um transtorno alimentar EXERCÍCIO Uma secundarista de 16 anos foi levada ao consultório médico por sua mãe, que está preocupada porque sua filha insiste em fazer dieta porque acha que está muito gorda. Ela tem 1,70 m e 43,5kg. A história clínica revela que a paciente é uma estudante excelente, toca na orquestra e está na equipe de corrida. Embora tivesse menstruações regulares, ela não menstruava há 4 meses. O diagnóstico presuntivo é de AN. a. Quais são os critérios diagnósticos da AN? b. Qual é a explicação fisiológica dessa amenorreia? c. Quais são algumas manifestações fisiológicas associadas à desnutrição e ao emagrecimento acentuado?
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