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Farmacologia Neuroendocrina Aula 04

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1 
 
Farmacologia Neuroendócrina – Bloco 1 
Profª: Cláudia Data: 14/08/2017 
Aula 04: FARMACOLOGIA DA NT ADRENÉRGICA E AMINAS SIMPATOMIMÉTICAS 
No sistema nervoso simpático teremos a 
ação das aminas simpaticomiméticas, que são os 
fármacos que mimetizam a ação das catecolaminas, 
que são os agonistas endógenos, lembrando que no 
sistema nervoso autônomo nós temos um 
neurotransmissor (noradrenalina, produzida e 
liberada pelos neurônios simpáticos) e um hormônio 
(adrenalina, produzida pela adrenal). 
 Diferentemente do parassimpático, onde 
tínhamos famílias diferentes de receptores, como o 
metabotrópico (muscarínicos) e ionotrópicos (nicotínicos), no simpático todos os receptores são 
metabotrópicos, ou seja, todos são acoplados a proteína G. 
Na figura nós temos a primeira fibra pré-
ganglionar, que já sabemos que libera ACh, então a 
ACh é o neurotransmissor de todas as fibras pré-
ganglionares do sistema nervoso autônomo, não 
importa se é parassimpático ou simpático e a grande 
diferença se dá pelo neurotransmissor efetor, que é 
o que é liberado pela fibra pós ganglionar, que vai 
regular a função do órgão que sofre a regulação 
autonômica. Nesse esquema temos a imagem de um 
vaso sanguíneo, mas poderia ser um coração, 
poderia ser uma musculatura lisa ou qualquer estrutura anatômica que tenha enervação simpática. Então aqui é 
mostrado que o sistema libera noradrenalina no órgão alvo e temos que o sistema simpático inclui também a 
suprarrenal, que produz adrenalina. Aqui temos noradrenalina em todas as fibras simpáticas e adrenalina sendo 
liberada pela suprarrenal. 
Temos uma exceção desse sistema. Enquanto a maior parte das fibras simpáticas pós-ganglionares libera 
noradrenalina como neurotransmissor, no sistema vascular renal e mesentérico nós temos fibras simpáticas que 
ao invés de liberarem noradrenalina, liberam um outro neurotransmissor chamado de dopamina. Então, notamos 
que é a mesma representação, porém o neurotransmissor é a dopamina, que é representado pela sigla DA. A 
2 
 
dopamina vai regular o órgão algo, que nesse caso é um vaso sanguíneo que está presente na região renal e 
mesentérica e que tem um papel muito importante. 
Na figura temos a síntese das 
catecolaminas. Existem alguns pontos de 
interações farmacológicas que tem importância 
clinica ou toxicológica. Aqui temos apenas as 
estruturas de intermediários até o produto final 
da via bioquímica. Temos um aminoácido 
tirosina, que é captado do meio extracelular 
para dentro do terminal simpático e vai sofrer a 
ação de uma enzima chamada de tirosina-
hidroxilase. Aqui temos um grupamento ácido, 
um grupamento etil. Teremos depois dessa 
etapa uma segunda hidroxila no anel formando a estrutura catecol. Esse metabólito intermediário se chama 
DOPA e ele ainda tem a característica de aminoácido e a próxima etapa fisiológica é perder essa carboxila, 
então temos uma descarboxilase que vai dar origem a dopamina. Se for o neurônio simpático que libera 
dopamina, esse é o neurotransmissor liberado. Se for o neurônio simpático que libera noradrenalina, então 
temos mais uma etapa que é a conversão da dopamina em noradrenalina. A diferença entre dopamina e 
noradrenalina se dá pela presença dessa hidroxila no carbono beta. Existe uma enzima chamada de dopamina-
betahidroxilase, que vai converter a dopamina em noradrenalina. Essa noradrenalina está pronta para ser 
liberada. Se for na adrenal, ela precisa ser convertida em adrenalina e ela irá se diferenciar da noradrenalina 
pela presença de uma metila, que é posta lá pela enzima fenil-etanolamina-N-metiltransferase. “Nor” significa 
“ausência de”, então a ausência dessa metila transforma a adrenalina em nor, e a metilação converte nor em 
adrenalina. Isso é muito importante, pois o sistema nervoso simpático tem diferentes tipos de receptores. E se 
eu tenho dois agonistas, pode ser que a afinidade do agonista pelo receptor varie um pouco em função de sua 
estrutura. 
 Esse esquema mostra a 
tirosina, que foi captada pelo sistema 
que usa gradiente de sódio por 
transporte facilitado. A tirosina é 
convertida por hidroxilação em 
DOPA, que é carboxilada para 
dopamina e aqui a dopamina, como é 
uma molécula super importante nessa 
via, ela não fica no citosol a toa, ela é 
3 
 
transportada por sistemas de vesículas de aminas, que joga a dopamina pra dentro da vesícula. Se for o neurônio 
que libera dopamina, vai liberar. Se não for, ele tem que ser convertido em noradrenalina por mais uma etapa. 
A conversão ocorre dentro da vesícula. Se for a adrenalina, esse processo está ocorrendo lá na adrenal. 
 Eu tenho noradrenalina formada na vesícula. Com a chegada do potencial de ação eu despolarizo a 
membrana, abro canais de cálcio voltagem dependente e a vesícula vai sendo levada para a membrana, 
ocorrendo a fusão das proteínas de membrana com as proteínas da vesícula e vai haver a liberação de 
noradrenalina na fenda. 
 Uma vez liberada na fenda, a noradrenalina vai atuar em seus receptores alvos, majoritariamente pós-
sináptico, ou seja, no órgão alvo. Temos duas famílias de receptores adrenérgicos, que são os receptores α- e β-
adrenérgicos localizados no tecido alvo. Além disso, também temos receptores pré-sinápticos igual no 
parassimpático. Esses receptores pré-sinápticos possuem uma terminologia de “autorreceptor”. É o receptor 
adrenérgico modulando sua própria liberação, que faz o feedback. 
 A ação do neurotransmissor deve ser rápida e não pode ficar na fenda eternamente. Portanto, eu tenho 
um sistema de recaptação neuronal. É um transportador que tem afinidade por noradrenalina, e quando a 
concentração do neurotransmissor está baixa, a gente não atinge a faixa de afinidade da enzima, que é o KM, 
mas a medida que a concentração do substrato aumenta, ele atua no seu receptor. O agonista, então, associa e 
desassocia e nesse meio do caminho, parte do agonista é recaptado pro terminal sináptico. Nesse terminal 
sináptico nós temos uma enzima citosólica, que está localizada na superfície da mitocôndria, chamada de 
monoaminooxidase (MAO). A vesiculação da dopamina é extremamente importante, pois previne que a MAO 
degrade a dopamina. Essa noradrenalina que está sendo recaptada será degradada pela MAO ou será recaptada 
pela vesícula para sofrer uma nova exocitose. Logo, a MAO pode degradar essas duas catecolaminas. A forma 
de proteger ambas as catecolaminas é pela vesiculação. A MAO pode degradar qualquer grupamento amino não 
protegido. 
 Esse sistema de captação, chamado de captação neuronal ou sistema de captação tipo 1 (NET), tem 
afinidade pelas catecolaminas e tem a localização pré-sináptica. 
 O que for dito para nor, valerá para adrenalina na suprarrenal. Se eu tenho formação de dopamina no 
citosol, mas a conversão para noradrenalina ocorre na vesícula, se eu inibir essa vesiculação não haverá 
conteúdo de noradrenalina. Existe um fármaco bem antigo chamado de Reserpina, que o mecanismo de ação é 
esse. Ele possui uma grande capacidade de atravessar membranas biológicas e ele se funde no neurônio 
simpático e na célula da adrenal e inibe o sistema de transporte, impedindo a vesiculação de dopamina. A 
noradrenalina que foi recaptada também será afetada, pois o sistema de transporte é o mesmo e ela estará no 
citosol, podendo ser degradada pela MAO. A reserpina é um fármaco que vai levar à depressão do sistema 
nervoso simpático. Foi usada por muito tempo como anti-hipertensivo, pois uma das principais localidades para 
4 
 
liberação de noradrenalina é no sistema cardiovascular, porém não é mais um fármaco de primeira linha devido 
aos seus efeitos adversos. 
 A noradrenalina possui um autorreceptor que faz o feedback e ele possui uma via inibitória e uma via 
excitatória, que o mecanismo vai fazendo o ajuste.O autorreceptor adrenérgico inclui um α2 adrenérgico e β2. 
O β2 está em cinza na imagem para tirar a ênfase dele, e o α2 está vermelho. O α2 é inibitório. Ele tem uma 
característica, que é ser acoplado a uma proteína G inibitória. Ele irá diminuir AMPc pela inibição da adenilato 
cliclase e irá estimular o efluxo de potássio pelas subunidades beta e gama (igual ao coração) e a membrana fica 
mais hiperpolarizada (mais negativa) e o canal de cálcio voltagem dependente não abre, pois fica mais difícil. 
Logo, o α2 faz um freio, feedback negativo, tentando manter os níveis de noradrenalina dentro dos níveis 
fisiológicos, evitando uma liberação descontrolada. Se eu tiver um agonista α2 adrenérgico, eu inibo a liberação 
de noradrenalina, mas esse fármaco pode ser anti-hipertensivo? A consequência dele e da reserpina serão as 
mesmas, mas por tônus pré-sinápticos distintos. 
 Vimos duas vias de modulação, uma envolvendo a vesiculação e outra envolvendo autorreceptor. E dois 
outros pontos a gente podia identificar ainda nesse terminal. A recaptação e a MAO. Nós temos fármacos 
inibidores da MAO e se eu inibir essa enzima, o conteúdo de catecolamina aumenta e na hora da exocitose eu 
terei, ao invés de uma inibição da via simpática, eu terei uma ativação. Se o sistema de recaptação fosse inibido, 
a noradrenalina liberada ficaria mais tempo na fenda e sua concentração aumentaria e, portando, é uma forma 
de estimular o sistema simpático. Temos aqui como alvos desse sistema de captação neuronal classes 
farmacológicas, algumas delas usadas pra tratar doenças do SNC, pois esse fenômeno todo descrito também 
ocorre no SNC. Se eu tiver um fármaco que atravesse bem a barreira e chegue no SNC e inibe esse sistema de 
captação, eu vou estimular a via de ação da noradrenalina e perifericamente eu estimulo o sistema simpático. 
Como classe de inibidores da recaptação, 
nós temos os inibidores tricíclicos e como 
substância de abuso nós temos a cocaína, que 
também inibe esse sistema. Essas duas classes 
são conhecidos ativadores simpáticos e mediante 
seu uso teremos efeitos centrais e periféricos. 
Perifericamente, podemos esperar aumento da 
frequência cardíaca, crise hipertensiva e outras 
ações. 
Aqui na imagem temos inibidores do sistema 
neuronal. Lembrando que esse sistema de 
recaptação neuronal tem afinidade por noradrenalina, mas temos um sistema neuronal que capta dopamina e 
temos fármacos inibidores. Esses fármacos não são usados pelas suas propriedades periféricas, mas sim pelo 
efeito no SNC. 
5 
 
Existe uma outra classe farmacológica 
representada pela anfetamina. Notar que a 
anfetamina tem essa estrutura parecida, mas sem 
o anel catecol, com o grupamento metil e a 
amina. A anfetamina, seus derivados 
representados e outros fármacos usados 
clinicamente são chamados de anfetamínicos, 
pois compartilham uma mesma ação 
farmacológica que é aumentar a noradrenalina 
na fenda. 
Se eu pensar em algo que aumente a 
noradrenalina na fenda, eu poderia pensar, como ações farmacológicas, inibidor do NET, inibidor da MAO. 
Existem diversos experimentos que reportaram onde há o aumento de noradrenalina na fenda. O mecanismo 
poderia ser a inibição desse sistema de transporte e/ou inibição da MAO. Do ponto de vista bioquímico, eles 
inibem pouco a MAO e isso não explicaria seu efeito. Eles inibem a NET, mas também não é predominante, 
logo seu mecanismo de ação continua desconhecido. Sabemos o efeito, mas não sabemos o mecanismo. No 
Rang e Dale diz que existe um grupo de dados que sugere que há um transporte reverso, onde os anfetamínicos 
fariam o transportador transportar para os dois lados. O que se propunha é que a anfetamina seria captada pelo 
NET e em contrapartida a noradrenalina seria jogada para fora. Haveria um antiporter, mas é um pouco difícil 
de imaginar um gradiente de noradrenalina que pudesse fazer isso. Logo, sempre dizemos que é um agente 
potencializador da via simpática. Aumenta a liberação de nor na fenda. Todos os efeitos farmacológicos são 
compatíveis com isso, mas o mecanismo de ação pode ser uma soma de pequenas características, como a 
inibição da MAO, o sistema antiporter. Isso acontece periféricamente e ao SNC. A ausência do grupamento 
catecol torna esses fármacos mais lipofílicos e, por isso, eles atravessam a barreira hematoencefálica. 
 
Aqui é a estrutura da noradrenalina, 
onde temos um grupamento catecol e um 
grupamento amino que são alvos 
farmacológicos de duas enzimas importante, 
que são a MAO e a Catecol-O-Metiltransferase 
(ou simplesmente COMT) que tem como 
substrato a hidroxila do grupamento catecol. 
Essas duas enzimas, se atuarem, qualquer que seja, as catecolaminas perdem suas ações biológicas. Então, em 
linhas gerais, é importante conhecer qual a distribuição dessas enzimas, pois se pensarmos em um tratamento 
6 
 
farmacológico com aminas simpaticomiméticas, se por ventura aquela via de sinalização tem essas enzimas 
expressas, eu tenho que usar fármacos que sejam resistente a MAO e a COMT. 
A MAO tem uma expressão na 
superfície externa da mitocôndria. Se eu tiver 
falando de um neurônio simpático, ela está 
presente na fibra pré-sináptica, ou seja, na 
fibra que libera o neurotransmissor, mas ela 
também é encontrada em plaquetas, fígado, 
rim e trato gastrointestinal, portanto se eu 
pensar na noradrenalina como fármaco, ela 
não teria uma boa biodisponibilidade como 
fármaco por via oral. Ela até é usada como 
fármaco, mas não como via oral. O tempo de 
meia-vida dela é curto. Existe uma classe de 
inibidores da MAO (IMAO), que na imagem mostra como exemplo a tranilcipromida. 
Existe uma interação medicamento-alimento, que ocorre com alguns alimentos e bebidas, como queijo, 
embutidos, vinho e cerveja. Esses alimentos contém um alto teor de uma substância chamada de tiramina. Essa 
tiramina possui esse grupamento amina. Quando todo esse teor de tiramina presente nesses alimentos chega no 
trato gastrointestinal, ela pode ser substrato para a MAO, então ela é metabolizada, perde o grupamento amino e 
o produto não tem efeito biológico, entretanto se tivermos um paciente fazendo uso de IMAO, uma grande 
parcela dessa tiramina será absorvida. A tiramina possui uma ação tipo anfetamina, ou seja, ela chega no 
neurônio simpático e aumenta a liberação de noradrenalina. Esse paciente que está fazendo uso de IMAO pode, 
então, apresentar sintomas de interação medicamento-alimento. O que poderíamos pensar em ponto de vista 
cardiovascular? Aumentaria a pressão arterial, poderia ter taquicardia. No indivíduo que faz uso de nenhum 
IMAO, o teor de tiramina no alimento é irrelevante, entretanto o paciente com IMAO pode agora experimentar 
sintomas da hiperatividade simpática. Nem todos os pacientes podem apresentar esses sintomas, porém alguns 
indivíduos são mais suscetíveis, por exemplo se ele já tiver um quadro de hipertensão, ele pode ter um mal 
estar. Até o indivíduo voltar a homeostasia, ele terá esse desconforto. 
A segunda enzima importante é a COMT, que vai metilar 
a hidroxila do grupamento catecol e quando isso acontece 
nós interferimos na afinidade do metabólico pelos 
receptores adrenérgicos. A COMT possui uma ampla 
distribuição e está presente em todo trato gastrointestinal, 
no fígado e rim. Além disso, os tecidos que sofrem ação 
das catecolaminas endógenas também podem expressar a 
7 
 
COMT. Então, se eu tiver a noradrenalina e ela sofrer a recaptação, ela pode ser alvo da MAO, que é pré-
sináptico. A COMT, do ponto de vista do órgão enervado pelo simpático, está presente no órgão, então pós-
sináptico. Como a nor vai parar aqui dentro para que a COMT possa metilar? Depende do sistema de captação. 
A nor pode sofrer metabolismo da MAO, ser liberada, depois ser recaptada ser transformada pela COMT e ser 
liberada. O produto final é o VMA, que está na figura. Esse metabólito pode ser dosado na urina e qualquer 
desconfiançaque o sistema simpático está ativado além do desejado, pode ser feita a medida desse metabólito 
na urina. O produto final inativo (VMA) possui as duas mudanças estruturais. 
 A adrenalina não é substrato do sistema recaptação 1 (pela MAO), ela é menos passível. Ela vai ser 
degradada pelas enzimas que estão distribuídas fora da fibra simpática e a COMT é uma delas. 
De ponto de vista da atividade física, o que o sistema simpático faz? Aumenta capacidade 
cardiopulmonar e isso pode ser alvo de doping. Logo, se usou anfetamina, esse metabólito aumenta. O atleta de 
tiro não pode tremer. Se eu estou nervoso, o sistema simpático atua na musculatura esquelética e causa tremor. 
Se eu bloquear o receptor adrenérgico, eu tenho um tiro mais acertivo. Se eu bloqueio o sistema simpático, eu 
posso também aumentar a performance. Se for fazer uma atividade aeróbica o atleta precisa ter um sistema de 
explosão e o simpático precisa estar funcionando. 
O simpático participa muito de nossas vidas e tem uma gama de efeitos dele que convivemos no dia a 
dia que não nos demos conta, e quando entra o fármaco, modulamos e mudamos aspectos importantes. 
 Os receptores adrenérgicos tem uma ampla 
localização, tanto perifericamente quanto no 
SNC. Todos eles pertencem a família dos 
receptores acoplados a proteína G. Eles se 
dividem em α e β e, o α se subdivide em α1 e 
α2 e o β em β1, β2 e β3. O α1 pode ser 
subdividido em α1A,B,D e o 2 em α2A,2B,2C. 
Na verdade teríamos 9 subtipos de receptores 
dentro do sistema simpático. Um subtipo de 
receptor, no ponto de vista farmacológico, só 
terá relevância se ele tiver um fármaco 
seletivo, que seja agonista ou antagonista, então de forma geral, nós temos fármacos agonistas e antagonistas 
α1, α2, β1, β2 ou não seletivos. 
 
 
 
8 
 
 Todos os subtipos α1 são receptores 
acoplados a proteína Gq, que uma vez ativados, 
ativam a enzima fosfolipase C, que cliva os 
fosfolipídeos de membrana, gerando IP3, que 
libera cálcio do retículo. Cálcio elevado na 
presença de diacilglicerol ativa uma enzima 
proteína-quinase-C (C, pois é cálcio 
dependente). Os receptores α1 adrenérgicos 
irão remediar ações dependentes do aumento 
do cálcio intracelular com ou sem reações de 
fosforilação via PKC. Por outro lado, os 
receptores α2 adrenérgicos estão acoplados a um sistema Gi. Gi inibe a adenilato ciclase e diminui os níveis de 
AMPc e inibe todas as cascatas de sinalização que dependem de AMPc. Por outro lado temos os receptores β, 
que tanto faz se é β1, 2 ou 3, eles guardam entre si uma característica comum, que todos são acoplados a Gs. 
Eles aumentam o AMPc e com isso ativam a PKA. A via de sinalização do AMPc está intrinsecamente 
relacionada a cascata de fosforilação. 
 Temos então dois agonistas endógenos, 
a adrenalina e noradrenalina. Receptores alfa e 
beta. Qual receptor é ativado por qual agonista? 
Os dois agonistas ativam a maioria dos 
receptores, mas possuem afinidade distintas, 
então, do ponto de vista dos receptores α1 
adrenérgicos, a adrenalina e noradrenalina 
possuem a mesma afinidade. Para α2 a 
adrenalina tem um pouquinho mais de 
afinidade do que para noradrenalina, mas de 
uma maneira geral, dizemos que para afinidade 
de receptores α, a adrenalina e noradrenalina são equiparadas. O grupamento amino ativa receptores α1 e α2 e a 
adrenalina, com a metila, também é capaz de ativar os dois receptores na mesma faixa de concentração. O α 
tem essa grande característica de não distinguir bem os agonistas endógenos, entretanto β muda. 
 Quando eu tenho a adrenalina, ela descrimina melhor β de α e ela tem maior afinidade por β. Em 
concentrações mais baixa, a adrenalina vai ativar β primeiro e nas mais elevadas vai ativar α. A adrenalina não 
tem afinidade pelos 3 tipos de receptores β. A adrenalina tem mais afinidade para β2 do que para β1 do que pra 
α. Isso significa que para concentrações bem baixas de adrenalina, eu tenho primeiro ativação β2, sem seguida 
9 
 
β1 e apenas em concentrações maiores eu terei efeito α. β3 está em cinza para tirar a ênfase, pois é um receptor 
que só está expresso basicamente no tecido adiposo e na bexiga e tem pouca relevância farmacológica ainda. 
 Se eu comparar a adrenalina com a noradrenalina, a diferença é um grupamento metil. Esse grupamento 
fez com que a adrenalina fosse mais a fim pelo β2. Existe um fármaco sintético chamado de Isoprenalina, que 
tem uma substituição no grupamento amino, mas ao invés de metil, existe um substituinte com 3 carbonos, um 
isopropil. A isoprenalina tem mais afinidade pelo β2 do que a adrenalina. Em contrapartida, esse grupamento 
diminui muito a afinidade para receptores α adrenérgicos. Se eu tenho um substituinte no grupamento amino, eu 
vou privilegiar β e se esse grupamento amino for um pouco maior, dentre os dois β eu vou privilegiar β2. Isso 
foi super importante, pois eu tenho uma classe farmacológica chamada de agonistas β2 adrenérgico, que são 
usados como broncodilatadores. A isoprenalina foi um dos primeiros fármacos a serem usados como 
broncodilatador, porém além dela fazer broncodilatação atuando em β2 no pulmão, ela também atua no β1 que 
está presente no coração. O paciente ao usar a isoprenalina para ter a broncodilatação, tinha uma queixa terrível 
contra frequência cardíaca, que era um aumento muito severo. A partir dos estudos, descobriu-se que o 
grupamento amino tem muita importância para definir se o fármaco terá afinidade por β ou α. Então, 
oradrenalina é agonista de α1, 2 e β1, mas em condições fisiológica a noradrenalina não tem o requisito para 
ativar a β2. Todo efeito endógeno da broncodilatação vem da adrenalina e não da noradrenalina. 
 O slide mostra algumas ações das 
catecolaminas ao ativarem os receptores. 
Temos 3 sistemas, tecido adiposo, fígado e 
músculo. No fígado e na musculatura 
esquelética nós temos receptores β2 
adrenérgicos (também chamados de 
adrenoceptor β2). Quando esses receptores 
são ativados, aumentam AMPc e ativam 
PKA, que fosforila. No fígado e no músculo 
esquelético, a ativação do receptor culmina 
com a quebra do glicogênio. No caso do 
tecido muscular essa glicogenólise vai 
disponibilizar glicose pro próprio metabolismo celular, enquanto que no fígado a glicogenólise vai regular a 
glicemia. A adrenalina eu posso dizer que tem um efeito hiperglicemiante, pois quando ela fizer glicogenólise 
hepática, ela vai aumentar a glicemia pela quebra do glicogênio que estava armazenado. Faz sentido se a gente 
ficar um longo período de tempo sem comer nada e começar a entrar em hipoglicemia e sentir uma taquicardia 
e um tremor, pois isso é ação da adrenalina que está indo ao fígado fazer glicogenólise, mas paralelamente 
passa pelo coração e causa taquicardia e na musculatura esquelética causa tremor. 
10 
 
No tecido adiposo temos outros dois subtipos de receptores, o β1 e β3. Os dois tem a mesma função, que 
é ativar a lipase hormônio sensível, quebrando o triglicerídeo e liberando ácidos graxos e glicerol. Existe uma 
pequena diferença se é tecido adiposo branco ou marrom, mas de toda forma temos esses dois receptores com 
as mesmas propriedades. Logo, quando pensamos em ponto de vista metabólica, essa quebra de triacilglicerol 
libera ácido graxo e glicerol, e esse glicerol vai para o fígado e entra na via da gliconeogênese. Na verdade, a 
ação hiperglicemiante da adrenalina é direta pela quebra do glicogênio hepático, mas se ela estimular quebra de 
tecido adiposo liberando glicerol, o glicerol, com o estímulo certo, entra na via de gliconeogênese e eu tenho 
uma nova forma de aumentar a glicemia. Um antagonista adrenérgico tem um efeito hipoglicemiante e diminui 
a glicemia dos pacientes, inclusive dos diabéticos. Pode ser um efeito adverso importante. 
Uma localização extremamente 
importante dos receptores do sistema nervoso 
simpático são os vasos sanguíneos. No 
esquema, a camada mais externa é o 
endotélioe dessa vez, o que interessa é a 
túnica média, que é a camada intermediária 
que contém as células musculares lisas 
representadas em vermelho. São essas células 
que expressam receptores adrenérgicos 
predominantemente α1. Os receptores α1 
estão acoplados a via do IP3 e cálcio e leva a 
contração muscular. Nessa figura a gente tem a representação desse fenômeno. Entre o aumento do cálcio e a 
contração muscular, temos que lembrar da calmodulina. O aumento do cálcio forma o complexo cálcio-
calmodulina e esse complexo ativa a Proteína Quinase da cadeia leve da miosina, fosforilando a miosina. A 
miosina fosforilada interage com a actina e contrai. A ativação de α1 promove o efeito vasoconstrictor, que 
aumenta a resistência vascular periférica e aumenta a pressão arterial. Logo, qualquer coisa que potencialize o 
sistema simpático, do ponto de vista vascular, é potencialmente vasoconstrictor e, portanto, hipertensivo. 
O sistema simpático tem um efeito 
muito grande sobre a pressão arterial. No 
coração temos expressos predominantemente 
receptores β1 adrenérgicos e quando ele é 
estimulado, ele aumenta todas as 
propriedades intrínseca do tecido cardíaco. 
No coração temos o nodo sinoatrial que 
regula a taxa de disparo do coração. Uma vez 
que esse impulso foi gerado no nodo 
11 
 
sinoatrial, ele tem que ser conduzido pelo sistema de condução e no ventrículo precisa contrair. Temos o 
automatismo, a condução e a contração. O receptor β1 adrenérgico aumenta todos esses fenômenos. Na figura 
aparece um potencial de membrana no repouso, mais negativo e despolarizando. O traçado em azul claro seria o 
ritmo sinusal, logo, notem que temos um intervalo e uma inclinação que cresce devagar até termos o potencial 
onde realmente acontece a despolarização. Quando eu tenho o estimulo simpático representado na linha azul 
mais forte, esse fenômeno acontece muito mais rapidamente e tenho uma taxa de disparo, que antes tinha um 
determinado intervalo e agora esse intervalo é menor. Então, por unidade de tempo, o coração vai ter uma 
frequência cardíaca maior, logo é um efeito taquicardizante. 
Na célula do nodo sinoatrial, o 
aumento do APMc favorece o processo de 
despolarização e por isso que na mesma 
unidade de tempo, a frequência cardíaca 
aumenta. Tudo o que aumenta o AMPc no 
sinoatrial faz taquicardia. A cafeína impede a 
degradação do AMPc, logo quando eu tomo 
café, eu já tenho o simpático que aumenta o 
AMPc e a cafeína inibe a enzima que degrada 
o AMPc e isso pode causar taquicardia. No 
SNC tem efeito excitatório. 
Nesse nodo sinoatrial se eu falar do receptor muscarínico M2, ele é acoplado a proteína Gi e não deixa 
aumentar o AMPc e diminui o potencial de membrana, então é uma estrutura anatômica que tem o tempo 
inteiro um antagonismo fisiológico. O parassimpático hiperpolariza e diminui a frequência (bradicardia) e o 
simpático que aumenta. Quando usamos atropina, que é um antagonista muscarínico, deixamos o β1 sinalizar 
mais e é por isso que a frequência também aumenta. Da mesma forma, se eu bloquear β1, eu deixo prevalecer o 
efeito M2, que é bradicardizante. 
Esse mesmo fenômeno de aumento de excitabilidade na célula elétrica cardíaca também aumenta a 
excitabilidade do sistema de condução. Então, a condução pelo sistema do nodo atrioventricular (?) Purkinje 
também é acelerada pelo estímulo simpático. Por fim, a gente teria então uma regulação da força de contração 
ou uma regulação do inotropismo, neste caso, um efeito inotrópico positivo, ou seja, um aumento da força de 
contração do coração. 
Se há um aumento na força de contração do coração, o que a gente esperaria que acontecesse dentro da 
célula cardíaca? Na célula cardíaca, há um receptor metabotrópico que vai promover o aumento do cálcio 
intracelular. Este cálcio pode ser proveniente do retículo sarcoplasmático ou ainda do meio extracelular a partir 
de canais de cálcio voltagem-dependente, pois sabe-se que a cada unidade de tempo, há uma nova 
despolarização. 
12 
 
A frequência de abertura do canal de cálcio do retículo é regulada por fosforilação. A ativação de Beta-1 
aumenta o AMPc, que ativa PKA, a qual faz a fosforilação. Isto faz com que o canal abra mais quando há o 
potencial de ação, promovendo uma maior entrada de cálcio, induzindo o fenômeno de liberação de cálcio do 
retículo sarcoplasmático induzida por cálcio. 
A figura mostra um receptor beta adrenérgico acoplado à proteína G estimulatória, onde no coração o 
subtipo predominante é o beta-1 (porém não exclusivamente), que é ativado por adrenalina ou noradrenalina. 
Quando a proteína G for ativada, a subunidade alfa se dissocia, ativa a enzima adenilato ciclase, que converte 
ATP em AMPc. O AMPc formado vai ativar PKA, a qual vai realizar a sua função que é fosforilar. Quais são 
as estruturas alvo dessa despolarização? Canais de cálcio voltagem dependentes e o canal do retículo 
sarcoplasmático também. Então, o fenômeno que aconteceria no potencial de ação cardíaco que seria a abertura 
do canal, mobilizando o cálcio estocado dentro do retículo, na vigência da fosforilação, faz com que o 
fenômeno aconteça mais rapidamente e com maior amplitude. Por que? Porque a PKA fosforilou essas duas 
estruturas que já participam do processo, porém, uma vez fosforiladas, a comunicação entre as proteínas e os 
canais iônicos é maior, e a consequência final é que o cálcio é mais mobilizado para interagir com os filamentos 
contráteis e promover a contração. 
Questão: Em 1 minuto, nós tínhamos 70 bpm. Agora com o estímulo simpático, nesse mesmo minuto, nós 
saímos de 70 bpm para 85 bpm. Então como que está o intervalo entre cada frequência cardíaca? Menor. 
Quando é disparado o nodo sinoatrial, o impulso é conduzido rapidamente pelo ventrículo, o ventrículo contrai. 
Agora o que tem que acontecer com a câmara ventricular? Relaxar, porque já vem um novo potencial de ação. 
O estímulo simpático potencializa a liberação de cálcio do retículo e paralelamente a isso, o AMPc formado vai 
se difundir na célula, ativando outras PKAs que estão mais profundamente na célula. Essa PKA vai fazer com 
que a cálcio ATPase capte o cálcio. Então no coração o cálcio aumenta mais rápido, mas também é captado 
pelo retículo muito mais rápido, para que a gente tenha a contração e o relaxamento rápido, para que naqueles 
60 segundos de tempo, ele saia de 70 bpm para 85 bpm, sendo um efeito integrado. 
Se isso for contextualizado em termos de pressão arterial, eu teria PA = DC x RVP, onde PA = pressão 
arterial; DC = débito cardíaco; RVP = Resistência vascular periférica. Em um vaso sanguíneo, nós temos 
receptores alfa-1, que quando ativados, aumenta o cálcio e contrai. Então a RVP aumenta. No coração, o 
subtipo mais importante é o beta-1, que aumenta o AMPc e faz com que o cálcio intracelular aumente. Então se 
a gente discriminar o que regula o DC, nós temos a força de contração (dependente do cálcio) e a frequência 
cardíaca. Portanto, o estímulo simpático faz o que com a pressão arterial? Aumenta. Por este motivo que muitos 
hipertensivos bloqueiam esse sistema simpático. Quais seriam dois receptores alvo a serem bloqueados? Beta-1 
e alfa-1, sendo bloqueados com antagonistas alfa e beta adrenérgicos, que são anti-hipertensivos, onde o 
primeiro atua no DC e o segundo atua na RVP. 
Desta forma, pode-se dizer que o sistema nervoso simpático tem efeito cronotrópico, dromotrópico 
(velocidade de condução) e inotrópico positivos. 
13 
 
Se eu agora tiver um sistema in vivo, onde 
eu tenho o agonista desses dois receptores, 
como, por exemplo, a noradrenalina, pode-se 
deduzir que vai haver um aumento de pressão 
arterial. 
A figura ao lado mostra três parâmetros: 
(1) a resistência vascular periférica, onde o 
principal receptor é o alfa-1; (2) a pressão 
arterial, onde há a pressão arterial mínima 
(diastólica), a pressão arterial máxima (sistólica) 
e a pressão arterial média(
2 × Pressão diastólica + Pressão sistólica
2
). A pressão arterial sistólica depende da força de contração, enquanto que a 
pressão diastólica é medida quando o coração está relaxado. Sendo assim, quem regula a pressão arterial é o 
vaso; (3) a frequência de pulso, que na verdade, é a frequência cardíaca. 
Em todos os três parâmetros há a presença de linha de base. Ocorre então a infusão de noradrenalina, 
ativando receptores alfa-1 adrenérgicos, aumentando cálcio no vaso, gerando contração. Então a resistência 
vascular periférica aumentou e as pressões arteriais diastólica e sistólica também aumentam, em resposta a beta-
1, aumentando assim a pressão arterial média, de acordo com o fenômeno de que o sistema nervoso simpático 
tem efeito pró-hipertensivo. 
Fisiologicamente falando, toda vez que ocorre uma mudança significativa na pressão arterial média, o 
sistema responsável pela avaliação da pressão arterial é o sistema de barorreceptores. Esses barorreceptores são 
vias de aferência que levam essa informação periférica para o SNC, em uma região chamada de centro 
vasomotor, que é de onde vem o comando para os sistemas simpático e parassimpático funcionarem. Se a 
pressão arterial se encontra alta, porque o estímulo simpático está exacerbado, a resposta reflexa do organismo 
é ativar o parassimpático. Se o parassimpático for ativado, ACh é liberada e vai atuar principalmente nos 
receptores M2 do nodo sinoatrial, diminuindo a frequência cardíaca. 
Na vigência do efeito da noradrenalina, a pressão aumenta, a resistência aumenta e a frequência cardíaca 
diminui. Isso significa que a noradrenalina faz bradicardia ou que a hipertensão em resposta à noradrenalina 
causou um reflexo vagal, liberando ACh que faz bradicardia reflexa. O reflexo vagal faz com que o aumento do 
débito cardíaco não seja exacerbado. 
A noradrenalina é então agonista beta-1 em todos os sistemas que esse receptor é expresso. Porém, o 
efeito da noradrenalina pode ser mascarado quando há um aumento da pressão arterial de forma mais 
significativa. No momento em que a infusão de noradrenalina é interrompida, o efeito é rapidamente revertido, 
uma vez que as enzimas irão degradá-la e a frequência cardíaca volta para 75 bpm. 
14 
 
No músculo liso vascular há a expressão 
de receptor beta-2 adrenérgico, acoplado à via 
do AMPc além da expressão de alfa-1 
adrenérgico, que é acoplado à via do IP3 e 
cálcio. 
O receptor beta-2 está acoplado à Gs, 
então há aumento de AMPc, sendo a 
adrenalina o agonista endógeno. Quando a 
adrenalina se liga ao seu receptor, há o 
aumento de AMPc intracelular, ativando PKA, 
que vai então fosforilar e fechar os canais de 
cálcio voltagem-dependentes. Além disso, a PKA vai fosforilar e estimular a atividade da bomba de cálcio 
presente no retículo. Desta forma, no músculo liso vascular, a ativação da via de AMPc e PKA, culmina em 
uma redução de cálcio intracelular. Se não há cálcio aumentado, não há complexo cálcio-calmodulina, que 
consequentemente não ativa a cinase da miosina, a qual não será fosforilada facilmente. Sendo assim, pode-se 
dizer que no músculo liso vascular, o efeito beta-2 promove relaxamento. 
Quem vai predominar no músculo liso 
vascular, alfa-1 (vermelho) ou beta-2 (preto)? 
São receptores com ações totalmente 
antagônicas. A noradrenalina só faz uma coisa 
no vaso que é a contração a partir de alfa-1. Já a 
adrenalina possui mais afinidade pelo receptor 
beta-2. Isto significa dizer que, à medida que a 
concentração plasmática de adrenalina for 
aumentando, esta vai ativar beta-2, gerando 
vasodilatação. 
Durante uma atividade física, por 
exemplo, onde seria importante promover vasodilatação? Pulmão e músculo esquelético. Então, no músculo 
esquelético há beta-2, que quando ativado pela adrenalina, há a quebra de glicogênio em glicólise para o 
metabolismo celular. Além disso, é necessário ter um aporte de oxigênio. Desta forma, o sangue oxigenado não 
irá vir de um vaso contraído, sendo necessário um vaso dilatado. À medida que se aumenta a atividade física 
(atividade simpática), há aumento dos níveis circulantes de adrenalina, ativando beta-2 e promovendo 
vasodilatação. 
Se eu tiver um estímulo simpático exacerbado, o efeito beta-2 é totalmente mascarado pelo efeito alfa-1 da 
adrenalina. Desta forma, diz-se que a adrenalina possui ação dual, permitindo que esta seja utilizada 
15 
 
terapeuticamente. Então dependendo da dose, há uma variação do efeito: doses baixas, vasodilatação; doses 
altas, vasoconstrição. Ou seja, dose menor, receptor de mais afinidade; dose maior, continua atuando em beta-2, 
mas ativa também alfa-1, fazendo com o aumento de cálcio seja tão alta, mascarando o efeito beta-2. 
Os vasos sanguíneos, ao longo da árvore vascular, expressam proporções diferentes destes dois 
receptores. O músculo esquelético expressa os dois receptores porque é interessante em uma atividade física 
que se tenha uma vasodilatação pronunciada. Já na mucosa, nas vísceras e extremidades, a proporção de beta-2 
é bem menor, sendo o impacto de vasodilatação muito menos pronunciado, porque no momento da atividade 
física, o que interessa é levar o sangue para o músculo que está exercendo a atividade física, músculos cardíaco 
e esquelético. Se não houver beta-2, o único efeito observado para a adrenalina será o de vasoconstrição, caso 
esta esteja em concentração suficiente para ativar o receptor alfa-1. 
Sempre que se pensar na 
adrenalina como fármaco, a dose será 
um aspecto muito importante. No 
exemplo ao lado, a dose de adrenalina 
administrada por infusão intravenosa 
promoveu uma vasodilatação, 
fazendo com que a resistência 
vascular periférica diminuísse em 
vasos específicos (efeito beta-2). 
Nesta situação de diminuição da 
resistência vascular periférica, a 
pressão arterial diastólica também 
diminui, porém, a sistólica aumenta 
(efeito beta-1). Apesar de ter aumentado a sistólica, a diastólica diminuiu, o que fez com que a pressão arterial 
média se mantivesse inalterada. Essa pressão arterial média constante não ativará barorreceptores e nem ativar o 
sistema parassimpático, o que faz com que a frequência cardíaca aumente. Desta forma, por unidade de tempo, 
o coração irá bater mais, bombeando um maior volume de sangue para chegar ao músculo esquelético que está 
com seus vasos dilatados. Em contrapartida, mucosas e vísceras, por não terem tanta expressão de beta-2, não 
ocorre vasodilatação, mantendo o fluxo sanguíneo original. 
A adrenalina é o único agonista endógeno que terá a capacidade de ter repercussão sobre o 
direcionamento do fluxo sanguíneo. À medida que a dose de adrenalina é aumentada, a queda da resistência 
seria cada vez menor, até que ao invés de diminuir, começaria a aumentar, fazendo com que a pressão arterial 
aumente, o que pode ser mascarado pela ACh através do reflexo vagal. 
16 
 
Esse fenômeno de redução do cálcio 
intracelular não é exclusivo da musculatura 
lisa vascular, podendo acontecer no músculo 
liso não vascular da árvore brônquica, bexiga, 
intestino e útero. Então todo tecido muscular 
liso que expressar receptores beta 
adrenérgicos sofrerá relaxamento, seja ele 
vascular ou não vascular. 
Ao longo da musculatura lisa do TGI, há 
a presença de receptores beta adrenérgicos, 
que aumentam o AMPc, gerando relaxamento 
da musculatura, redução da motilidade e 
contração do esfíncter. No esfíncter há a 
presença de receptores alfa que contraem. 
Se houver uma vasoconstrição na 
mucosa gástrica, poderia ser causado algum 
tipo de lesão nesse tecido? Pode haver um 
processo de isquemia, culminando em 
ulceração. 
Na mucosa gástrica há a célula parietal 
que secreta o ácido e há também as células 
superficiais que secretam muco e bicarbonato. Se houver uma vasoconstrição muito acentuada nesse tecido, as 
células produtoras de muco diminuem a sua secreção, reduzindo o fator de proteção e o ácido pode estimulara 
lesão da mucosa. Enquanto o sistema parassimpático via ACh estimula o esvaziamento gástrico e a peristalse, o 
simpático tem o efeito totalmente contrário, relaxando. 
Na bexiga acontece a mesma coisa. O estímulo beta adrenérgico relaxa a bexiga, o esfíncter contrai, 
gerando então uma retenção urinária associada. 
No olho, a musculatura circular expressa receptores muscarínicos e a musculatura radial expressa 
receptores alfa-1 adrenérgicos. Toda vez que houver um estímulo simpático, essa musculatura radial contrai e o 
tamanho da pupila aumenta. Além disso, nas células produtoras de humor aquoso, há receptores beta 
adrenérgicos, que quando estimulados secretam o humor. Do ponto de vista ocular, o estímulo simpático 
aumenta a pressão intraocular e promove midríase, além de acomodação de objeto a longa distância. 
 
17 
 
Fármacos simpaticomiméticos 
A primeira clássica farmacológica de fármacos são 
os agonistas dos receptores beta-1 adrenérgicos. Estes 
receptores quando são estimulados, aumentam a força de 
contração. Desta forma, o efeito farmacológico de um 
agonista beta-1 é aumentar a força de contração, o débito 
cardíaco e, com isso, normalizar a pressão arterial. Então 
os agonistas beta-1 são chamados de agentes inotrópicos 
positivos. Se estes fármacos tiverem a estrutura de 
catecolaminas, eles não podem ser administrados por via 
oral pois serão degradados. Como se quer um efeito na 
força de contração do coração numa situação aguda, a via 
de escolha é a intravenosa. 
A dobutamina possui um grupamento catecol, onde 
a formulação farmacêutica é uma mistura racêmica e 
apenas um dos isômeros é agonista beta-1 adrenérgico. 
Quando é administrada por via intravenosa, ela vai até o 
coração, ativa receptores beta-1 e aumenta a força de 
contração. É usada clinicamente em pacientes onde a força de contração do coração caiu abruptamente, um 
quadro de choque cardiogênico, onde a queda da pressão arterial não foi por hemorragia ou desidratação, mas 
simplesmente porque o coração começou subitamente a contrair menos. A noradrenalina possui a mesma 
propriedade farmacológica, porém além de ativar beta-1 no coração, também poderia ter um efeito vascular, 
não sendo usada clinicamente nessa situação, onde o fármaco de escolha é a dobutamina ou a dopamina. 
Geralmente a inervação simpática libera 
noradrenalina, mas há uma exceção onde libera 
dopamina, a qual atua nos receptores D1 dos vasos 
renais. Quando o débito cardíaco cai muito, a 
perfusão dos órgão vai diminuindo e o rim é um órgão 
que consome um percentual muito grande do débito 
cardíaco. Se o rim não tiver uma perfusão adequada, 
ele entra em isquemia e, por consequência, falência 
renal. A dopamina tem a vantagem de, além de ativar 
beta-1 no coração, ativa também D1 nos vasos 
sanguíneos renais, mantendo a perfusão do órgão. 
18 
 
Desta forma, se o problema for só no coração, administra-se dobutamina, mas se for um problema no 
coração que envolve uma queda muito acentua do débito cardíaco que começa a comprometer o rim, o fármaco 
de escolha é a dopamina. A dopamina possui uma maior afinidade pelos receptores D1 e, em doses maiores, 
começa a ativar beta-1. 
A segunda classe farmacológica são os 
agonistas beta-2 adrenérgicos. Na asma, há um 
processo de contração da musculatura lisa 
bronquiolar e, no indivíduo asmático este lúmen já 
se encontra reduzido. Se este indivíduo entrar em 
contato com qualquer alérgeno que ative 
mastócitos, ele entra em contração, apresentando 
os sintomas. 
O estímulo vagal libera ACh, atuando no 
receptor muscarínico e provocando a contração. 
Este indivíduo ao entrar em contato com um 
alérgeno, os mastócitos degranulam seu conteúdo 
liberando histamina. Histamina e ACh, cada uma 
através de seu receptor, contraem a musculatura 
lisa, ocasionando broncoconstrição. 
O agonista beta-2 ativa seu receptor e vai 
fazer relaxamento, antagonizando a ação das 
substâncias endógenas pró-constritoras. 
O receptor metabotrópico M3 e o receptor da 
histamina aumentam cálcio, fazendo o processo de contrição da musculatura lisa bronquiolar. Portanto, a 
passagem de ar fica dificultada. O agonista beta-2 vai aumentar o AMPc, ativar PKA, a qual vai estimular a 
volta do cálcio para dentro do retículo e, o cálcio que entraria pela membrana deixa de entrar. Desta forma, o 
agonista beta-2 reduz o cálcio intracelular não importando a origem, porque ele impede o influxo e o que se 
encontra no citosol, ele manda para dentro do retículo. Por este motivo, o agonista beta-2 é o fármaco 
broncodilatadora de escolha para fins hipertensivos. 
Se fosse utilizado o brometo de ipratrópio, haveria broncodilatação, mas esta seria parcial. Se fosse 
utilizado um antagonista H1, também haveria broncodilatação, mas seria parcial. Já o agonista beta-2, não 
importando a origem do cálcio, há a diminuição do cálcio intracelular, tendo um efeito muito mais proeminente. 
 O problema do agonista beta-2 é que ele também pode ativar beta-1, em doses muito aumentadas. Se 
beta-1 for ativado no coração, pode gerar taquicardia, aumento da força de contração, pode causar arritmia, etc. 
19 
 
Então, o que poderia ser feito no tratamento da asma para manter a dose do agonista beta-2 e aumentar sua 
eficácia broncodilatadora? Associar o agonista beta-2 com o brometo de ipratrópio. 
Fisiologicamente, quem aumenta a nossa capacidade respiratória é a adrenalina (hormônio). O fármaco 
faz a mesma coisa: broncodilata e aumenta a capacidade respiratória. Porém, o beta-2 não influencia na 
secreção de muco. Então, só o agonista beta-2 faria a broncodilatação, mas não impediria a secreção de muco. 
Mesmo que o brometo de ipratrópio não seja o melhor dos broncodilatadores, ele é um excelente inibidor de 
muco, melhorando o fluxo respiratório. 
Nenhum dos fármacos apresentados na figura 
ao lado apresenta o grupamento catecol, ou seja, não 
serão substratos pra COMT. O grupamento amino é 
um grupamento maior, ou até bem maior, como é o 
caso do salmeterol, o que vai dar uma afinidade 
maior a beta-2 do que a beta-1 e, muito mais 
afinidade do que a alfa. 
Albuterol (salbutamol) e fenoterol (berotec) 
possuem efeitos de curta duração, enquanto que o 
salmeterol é um fármaco de longa duração. 
Sempre que possível, a via de administração 
será a inalatória uma vez que o objetivo é promover 
uma alta concentração do fármaco no tecido alvo, 
minimizando efeitos sistêmicos. O salbutamol é 
administrado por via oral. Em casos de emergência 
onde a via inalatória não funciona, o paciente deve 
ser orientado a procurar um pronto atendimento para 
ser administrado por outra via. 
Um aspecto importante a ser comentado é que 
o grau de penetração na árvore brônquica vai depender da luz bronquiolar. Se a broncoconstrição for muito 
severa, a via inalatória não funciona, porque o paciente não consegue inalar as partículas de fármaco até as 
porções mais profundas da árvore. Não adianta ter um efeito dilatador apenas nas regiões superiores. É preciso 
que as partículas adentrem mais profundamente a árvore brônquica para de fato promover um efeito 
broncodilatadora pleno. 
Estes fármacos são sempre utilizados em associação, sendo a associação mais como os anti-muscarínicos, 
como o brometo de ipratrópio para diminuir as secreções e auxiliar no efeito broncodilatador e um anti-
20 
 
inflamatório, principalmente um corticoide inalatório, para remover a inflamação que foi o que deflagrou a 
crise. 
Do ponto de vista da farmacocinética, nós temos fármacos que são administrados por via orla e são 
resistentes a MAO e a COMT, como, por exemplo, o salbutamol. Há outros que são apenas utilizados por via 
inalatória e possuem baixa biodisponibilidade por via oral, como é o caso do salmeterol. Mesmo que parte do 
fármaco seja deglutida, não haverá uma biodisponibilidade tão grande. 
No caso do receptor beta-2 adrenérgico, se o pacientefizer um esquema terapêutico além do prescrito na 
posologia. Por exemplo, se determinado fármaco possui ação de cerca de 12 horas, a princípio utiliza-se 2 vezes 
ao dia. Se o paciente não teve uma resposta adequada e fica repetindo a dose do agonista, ele pode induzir uma 
dessensibilização e isso agravar ainda mais o quadro dele. 
Na musculatura lisa uterina, há a presença de receptores beta-2 adrenérgicos, que diminui o cálcio e 
relaxa a musculatura. Algumas mulheres no final do período gestacional podem começar a apresentar uma 
contração espontânea do útero, podendo culminar em um parto prematuro. Tanto o salbutamol, que é utilizado 
na asma, como um fármaco chamado de retorna, são agonistas beta-2 e são usados clinicamente para adiar a 
data do parto. 
Agora veremos os fármacos que atuam em 
receptores alfa adrenérgicos, predominantemente. 
A fenilefrina e a metoxamina são conhecidos por 
serem agonistas seletivos dos receptores alfa-1 
adrenérgicos. Ambas são resistentes a COMT e a 
presença de substituintes no carbono alfa também 
torna o fármaco relativamente resistente a MAO, 
aumentando o tempo de meia vida e 
possibilitando a administração por via oral. A 
fenilefrina é muito comum em medicamentos 
para “resfriados” porque tem um efeito 
vasoconstritor importante. 
Todos os fármacos apresentados na figura 9-4 atuam no sistema nervoso simpático. Fenilefrina e 
metoxamina são agonistas diretos, ou seja, chegam ao receptor e o ativam. A anfetamina possui uma ação 
indireta, aumentando a liberação de noradrenalina. Já a efedrina é um fármaco de ação mista, ou seja, ela tanto 
tem a ação da anfetamina de aumentar a liberação de noradrenalina na fenda como também pode ser agonista 
direto dos receptores alfa-1 adrenérgicos. 
21 
 
Fenilefrina e metoxamina aparecem mais nas formulações farmacêuticas por serem fármacos mais 
seguros, porque tudo o que estimula liberação de noradrenalina, podendo atravessar as barreiras, chega ao SNC, 
tem potencial grau de abuso. 
A ergotamina é uma substância de origem natural, um alcaloide que também é vasoconstritor. 
A primeira indicação desses fármacos seria no 
uso associado a anestésicos locais, como, por 
exemplo, durante um procedimento odontológico. 
Além da anestesia, o dentista precisa se preocupar o 
com o grau de sangramento que pode ser gerado 
durante o procedimento. Se o uso do anestésico local 
for associado com uma substância vasoconstritora, o 
sangramento diminui, o procedimento fica mais fácil 
e, com menos sangramento, a taxa de remoção do 
anestésico da mucosa fica menor, potencializando a 
duração do efeito do anestésico. Pode ser utilizada a fenilefrina, assim como a adrenalina, porém, esta última 
precisa estar em uma dose capaz de ativar receptores alfa-1. 
A maior parte do uso de medicamentos contendo vasoconstritores está relacionado com quadros 
respiratórios e gripes alérgicas. Quando estamos gripados e em um quadro alérgico, há dificuldade respiratória, 
devido a um edema da mucosa que gera um congestionamento. Durante o processo alérgico, toda a árvore 
respiratória é rica em mastócitos, que se for estimulado há a liberação de histamina, que faz vasodilatação, 
fazendo com que o fluxo sanguíneo nessa região aumente, favorecendo o aumento da permeabilidade capilar. 
Então eu tenho o extravasamento de líquido do componente vascular para o tecido, o qual fica edemaciado e a 
mucosa fecha, dificultando a respiração. 
Qual é o papel desses agentes vasoconstritores? Eles não irão impedir o processo alérgico, mas eles vão 
atuar como descongestionantes nasais, pois na hora que houver a contração do vaso sanguíneo na mucosa, o 
edema deixa de acontecer e, com isso a mucosa é reduzida e a passagem aérea é restabelecida. Os fármacos 
descongestionantes nasais podem ser administrados por via tópica, como soluções de uso nasal, quanto por via 
sistêmica. Qual o risco de se usar um descongestionante nasal por via sistêmica? Alfa-1 será ativado 
sistemicamente, sendo os hipertensos e cardíacos os pacientes contraindicados para esta medicação. Se esses 
agonistas forem utilizados em excesso pode haver a dessensibilização dos receptores, perdendo assim a eficácia 
terapêutica. Além disso, o uso exacerbado do fármaco pode promover uma vasoconstrição tão intensa, podendo 
gerar um processo de isquemia, culminando na lesão da mucosa. 
22 
 
A fenilefrina pode ser utilizada por via 
sistêmica para elevar a pressão artéria através da 
promoção de uma vasoconstrição. 
A fenilefrina e outros agonistas alfa-1 podem 
ser utilizados na forma de colírio para induzir 
midríase. Quando se tem uma inflamação oftálmica, 
o olho fica muito vermelho pois em quadro 
inflamatório ocorre vasodilatação. O colírio com vasoconstritor vai causar vasoconstrição, clareando o olho e 
melhorando o desconforto. Faz-se necessário o uso de um anti-histamínico associado pois o vasoconstritor não 
combate a inflamação. 
No caso dos derivados anfetamínicos, existe uma resolução que controla o uso desses fármacos, pois eles 
chegam ao SNC e inibem o centro do apetite, tendo um efeito anorexígeno. Este uso é muito criticado porque 
esses fármacos potencializam o sistema simpático, podendo causar taquicardia, elevação da pressão arterial, 
constipação intestinal, etc. 
 
 
23

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