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reclamação trabalhista

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AO JUIZO DA XXX VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA/DF. 
RAFAEL BONFIM DE SOUZA, nascido em 19/09/1990, filho de ERONDINA ROSA DO BONFIM, RG: 2793551-DF, CPF: 03181966118, CTPS: XXX, PIS ou PASEP ou NIT: XXX, endereço: Quadra 6, Conjunto J, Casa 02, Setor Sul, Gama/DF, CEP: 72415310, telefone para contato: 061 981077628, 061 984549527, endereço eletrônico: footrag1990@gmail.com, através de seus advogados/defensores do Núcleo de Prática Jurídica do UDF, com o devido instrumento de procuração incluso, vem, à presença de Vossa Excelência a fim de propor
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
(RITO SUMARÍSSIMO)
em face de TIVIT TERCEIRIZAÇÃO DE PROCESSOS, SERVIÇOS E TECNOLOGIA S.A., CNPJ: 07.073.027/0001-53, endereço: ST SAUS quadra 03, bloco C, lotes 2/3, salas: 814, 815, 816, 817, 818, 819, 820 e 821 – Asa Sul/DF, CEP: 70070934, nos termos do artigo 840 e seguintes da C.L.T., pelos motivos de fato e de direito que de ora avante, passa a expor.
I – TÓPICOS INICIAIS 
I.I - DA JUSTIÇA GRATUITA
Esclarece o reclamante, que é pessoa pobre na acepção jurídica do termo, não estando em condições de demandar, sem sacrifício do sustento próprio e de seus familiares, motivo pelo qual, pede que a Justiça do Trabalho lhe conceda os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, nos termos do art. 98 e seguintes do CPC;
I. II DO RITO OU CONVERSÃO DO RITO
Devido ao desconhecimento do endereço diverso da empresa reclamada, já informado pelo reclamante o único que tem conhecimento, solicita à Vossa Excelência que, caso inviabilizada a notificação da pessoa jurídica pelos meios ordinários, que ocorra o processamento pelo rito ordinário, como forma de proporcionar o acesso da Reclamante à justiça, também para proporcionar os princípios da celeridade e economia processuais.
Com o propósito de tornar possível e efetivo o acesso do demandante à justiça, ainda que o valor da causa não seja superior a 40 salários mínimos, pede a conversão do rito sumaríssimo em ordinário, com vistas, a celeridade e economia processuais, já que eventual arquivamento da ação para posterior propositura, apenas para alteração do rito, constituiria atraso na prestação da tutela jurisdicional.
II – DO MÉRITO
II.I – DA ADMISSÃO, FUNÇÃO, DISPENSA
O reclamante iniciou o trabalho em 01/07/2017, na função de atendente de telemarketing, e foi dispensado sem justa causa em 09/05/2019, com contrato encerrado 09/06/2019, com a projeção do aviso prévio, indevida, alerta-se desde já. Durante o período exercia a função de atendente de telemarketing, recebendo como último salário, o valor de R$ 1,267,11. Ocorre que, na rescisão contratual, não foram legalmente quitadas todas as verbas trabalhistas, específica no curso desta peça, demandando-se o ajuizamento da presente ação. 
II.II – DA REMUNERAÇÃO
 A última remuneração percebida pelo Reclamante, decorrente de reajuste salarial fixado por meio de Acordo Coletivo de Trabalho, correspondeu a R$1.267,11 (mil duzentos e sessenta e sete reais e onze centavos). 
II.III – DA JORNADA DE TRABALHO 
A jornada de trabalho do Reclamante correspondia a 36 (trinta e seis) horas semanais. 
II.IV – DA INDEVIDA CONCESSÃO DO AVISO PRÉVIO E DE SUA CONSEQUENTE NULIDADEDE 
O Reclamante foi, à data de 09/05/2019, avisado previamente de que seu contrato de trabalho seria rescindido, ou seja, a inciativa para a ruptura do pacto laboral foi da empresa, e não do empregado. Todavia, em desacordo com a legislação vigente, não houve a correta concessão do aviso prévio, vez que inobservado o direito do trabalhador à redução de 2 (duas) horas diárias ou 7 (sete) dias corridos no cumprimento de seu aviso, e que o último dia do aviso prévio trabalhado do Reclamante foi 09/06/2019, ou seja, 30 (trinta) dias de aviso prévio trabalhado, e não 23 (vinte e três) – considerando que o empregado optou pela redução em 7 (sete) dias corridos, conforme comprovar-se-á. O artigo 488 da CLT determina que, sendo a rescisão promovida pelo empregador, o empregado tem direito à redução, no curso do cumprimento do aviso prévio trabalhado, de seu horário normal de trabalho em 2 (duas) horas diárias ou, alternativamente, à redução de 7 (sete) dias corridos. O Reclamante optou pela redução de 7 (sete) dias no cumprimento de seu aviso, não tendo a empresa respeitado a redução optada pelo obreiro e, consequentemente, a legislação trabalhista. Fato é que a disposição normativa tem por escopo possibilitar ao trabalhador a obtenção de novo emprego no curso desse período de aviso. A ausência de observância ao direito gera, inquestionavelmente, prejuízos ao empregado e, vale enfatizar, retira o objeto do bem juridicamente protegido. Diante do descumprimento à norma que rege a concessão do aviso prévio por parte da empresa, bem como do conseguinte dano ao direito expressamente tutelado pela legislação trabalhista, devendo a empresa ser condenada ao seu pagamento e projeção de modo indenizado, solicita a Vossa Excelência que reconheça a NULIDADE do aviso prévio concedido ao Reclamante, com a condenação da empresa ao pagamento da verba, em caráter indenizado, com a devida projeção no contrato de trabalho, na proporção de 33 (trinta e três) dias, com a dedução do valor já adimplido pela empresa e correspondente aos 3 (três) dias acrescidos ao contrato, nos termos da Lei nº 12.506/2011, artigo 1º, parágrafo único, do artigo 487, parágrafo 1º, da CLT, bem como a OJ 82 da SDI-I do TST, no importe de R$ 1.267,11 (mil duzentos e sessenta e sete reais e onze centavos).
 II.IV.I – DA PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO SOBRE AS FÉRIAS + 1/3 (1/12 avos) 
Pela nulidade do aviso prévio concedido ao Reclamante, vez que em contrariedade às normas tuteladas pela legislação em vigor, requer-se a Vossa Excelência que condene a empresa ao pagamento da projeção do aviso prévio sobre as férias, com o devido acréscimo do terço constitucional, na proporção de 1/12 avos, considerando o tempo de projeção (33 dias), que prolongou o contrato até o dia 12/07/2019, no importe de R$ 140,78 (cento e quarenta reais e setenta e oito centavos).
 II.IV.II – DA PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO SOBRE O DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO (1/12 avos) 
Com a nulidade do aviso prévio concedido ao Reclamante, vez que em contrariedade às normas tuteladas pela legislação em vigor, requer-se a Vossa Excelência que condene a empresa ao pagamento da projeção do aviso prévio sobre o décimo terceiro salário, na proporção de 1/12 avos, considerando o tempo de projeção (33 dias) e o prolongamento do contrato ao dia 12/07/2019, no importe de R$ 105,59 (cento e cinco reais e cinquenta e nove centavos).
II.V – DA RETIFICAÇÃO NA BAIXA DA CTPS 
O artigo 487, parágrafo 1º, da CLT, o artigo 1º, parágrafo único, da Lei nº 12.506/2011, bem como a OJ 82 da SDI-1 do TST determinam ser direito do empregado o aviso prévio, ainda que na modalidade indenizada em casos de dispensa imotivada ou indireta, bem como à sua projeção no contrato de trabalho, com o acréscimo de 3 (três) dias por ano de trabalho. O aviso prévio foi irregularmente concedido pela empresa, sendo indispensável o reconhecimento de sua nulidade e a condenação da Reclamada ao pagamento do aviso prévio de modo indenizado e, consequentemente, à RETIFICAÇÃO da baixa na CTPS obreira, a fim de fazer constar, enquanto data final do contrato de trabalho, o dia 12/07/2019 e, caso não o cumpra, que a correção seja promovida pela Secretaria da Vara, nos termos da legislação trabalhista em vigor. Todavia, caso Vossa Excelência considere válido o aviso prévio concedido ao Reclamante, requer-se, desde já, que seja reconhecida a ausência de correta observância, na baixa efetuada na CTPS, dos 3 (três) dias acrescidos ao contrato de trabalho, condenando a empresa a retificar a baixa para fazer constar, enquanto data final do contrato de trabalho, o dia 12/06/2019. 
II.VI – DA CORREÇÃO NO PAGAMENTO DO FGTS E DA MULTA DE 40% 
Consoante relatado, o aviso prévio foi indevidamente concedido ao Reclamante, já que desconsiderado o direito do trabalhador à redução de sua jornada, seja em 2 (duas) horas diárias, sejaem 7 (sete) dias consecutivos, devendo ser reconhecida e declarada, como consequência do desrespeito à legislação e ao direito trabalhista, a nulidade do aviso operado. Não houve, ademais, o adimplemento do benefício fixado por meio de instrumento de negociação coletiva, atinente à Participação nos Lucros ou Resultados, fato que, em igual sentido, levou o Reclamante a submeter à apreciação do Poder Judiciário os seus direitos violados. Por força da necessidade de condenação da empresa ao pagamento do aviso prévio, de modo indenizado, ao Reclamante, já que nulo o concedido durante o contrato de trabalho, com sua devida projeção, bem como ao pagamento do bônus correspondente à Participação nos Lucros ou Resultados – PLR, verifica-se igualmente necessária a correção no pagamento do FGTS e da multa de 40%, conforme tabela a seguir apresentada:
	FGTS VALOR (R$) 
	Sobre Aviso Prévio Indenizado R$ 101,36 
	Sobre Férias Indenizadas + 1/3 (1/12 avos) R$ 11,26 
	Sobre Décimo Terceiro Indenizado (1/12 avos) R$ 8,44 
	Sobre PLR (1 remuneração) R$ 101,36 
	Total: R$ 232,56 
	Multa de 40% Incidente R$ 93,02 
	TOTAL GERAL: R$ 315,4
Fato é que os depósitos relativos ao FGTS e, consequentemente, à multa de 40% não corresponderam aos valores legítima e integralmente devidos pela empresa à data da rescisão contratual, como efeito da ausência de correto adimplemento de parte dos direitos e verbas trabalhistas pertencentes ao obreiro, sendo forçosa, assim, a condenação da empresa ao pagamento dos valores supra indicados, com apuração total em R$ 315,44 (trezentos e quinze reais e quarenta e quatro centavos). 
II.VII – DA MULTA DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT
 	O aviso prévio, bem como a multa de 40% sobre o FGTS, verbas de natureza rescisória, não foram submetidas ao adequado adimplemento por parte da empresa que, ao pagar a menor o Reclamante e descumprir a legislação em vigor, com a consequente nulidade do aviso concedido, desrespeitou os direitos pronunciados pela ordem jurídica e voltados à salvaguarda da dignidade laboral. Por não ter ocorrido o correto cumprimento de verbas rescisórias devidas ao Reclamante, dentro do prazo legal, requer-se a justa condenação da empresa ao pagamento da multa prevista no artigo 477, § 8º, da CLT, no valor de R$ 1.267,11 (mil duzentos e sessenta e sete reais e onze centavos).
III- DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer-se à Vossa Excelência: 
a) Que sejam concedidos os benefícios da gratuidade de justiça, com o devido reconhecimento da hipossuficiência da parte Reclamante, juridicamente necessitada e sem condições de arcar com custas e emolumentos sem que haja comprometimento de seu sustento e do de sua família, nos termos do artigo 790, § 3º, da CLT; 
b) Que a parte Reclamada seja notificada para, querendo, apresentar defesa, dentro do prazo de 15 (quinze) dias conferido pelo juízo, sob pena da incidência dos efeitos decorrentes da configuração da revelia e da confissão ficta quanto à matéria fática, nos termos da legislação vigorante, com a conseguinte condenação da empresa, com a devida aplicação de juros e correção monetária, sem prejuízo das custas processuais e demais cominações incidentes; 
c) Que seja reconhecida a NULIDADE do aviso prévio concedido ao Reclamante, em razão da ausência da devida redução de sua jornada, seja em 2 (duas) horas diárias, seja em 7 (sete) dias consecutivos, com a consequente condenação da empresa ao pagamento da verba em caráter indenizado, devidamente projetada no contrato de trabalho, nos termos da jurisprudência ventilada pelo TST, na proporção de 33 (trinta e três) dias, já descontado o valor adimplido pela empresa em relação aos três dias de acréscimo contratual, no correspondente importe de R$ 1.267,11 (mil duzentos e sessenta e sete reais e onze centavos); 
d) Que a parte Reclamada seja condenada ao pagamento das férias indenizadas, com o acréscimo do terço constitucional, como decorrência da nulidade do aviso prévio e da condenação da empresa ao aviso indenizado, na proporção de 1/12 avos, no importe de R$ 140,78 (cento e quarenta reais e setenta e oito centavos); 
e) Que a parte Reclamada seja condenada ao pagamento do décimo terceiro salário indenizado, como decorrência da nulidade do aviso prévio e da condenação da empresa ao aviso indenizado, na proporção de 1/12 avos, no importe de R$ 105,59 (cento e cinco reais e cinquenta e nove centavos); 
f) Que a parte Reclamada seja condenada a RETIFICAR a baixa na CTPS obreira, em razão da nulidade do aviso prévio trabalhado operado no contrato, fazendo-se constar, como termo final do pacto laboral, o dia 12/07/2019, contabilizada a projeção de 33 (trinta e três) dias e, caso a empresa não o faça, que a Secretaria da Vara a promova; 
g) Que, caso Vossa Excelência considere legal o aviso prévio concedido pela empresa, que verifique a ausência de projeção, na baixa registrada na CTPS, de 3 (três) dias adicionais incidentes por força da Lei nº 12.506/2011, condenando a empresa à promoção da retificação para fazer constar, como termo final do contrato, o dia 12/06/2019 e, caso a Reclamada não o faça, que a Secretaria da Vara a promova; 
h) Que a parte Reclamada seja condenada ao pagamento do benefício da PLR – Participação nos Lucros ou Resultados, estipulado por meio de Acordo Coletivo de Trabalho no ano de 2017 e não adimplido pela empresa, que fez expressa ressalva no TRCT do obreiro, no importe de R$ 1.267,11 (mil duzentos e sessenta e sete reais e onze centavos); 
i) Que a parte Reclamada seja condenada à correção no pagamento do FGTS e da multa de 40%, conforme tabela a seguir apresentada, com valor total de R$ 315,44 (trezentos e quinze reais e quarenta e quatro centavos), e que haja efetiva liberação desse importe ao Reclamante: 
	FGTS VALOR (R$) 
	Sobre Aviso Prévio Indenizado R$ 101,36 
	Sobre Férias Indenizadas + 1/3 (1/12 avos) R$ 11,26 
	Sobre Décimo Terceiro Indenizado (1/12 avos) R$ 8,44 
	Sobre PLR (1 remuneração) R$ 101,36 
	Total: R$ 232,56 
	Multa de 40% Incidente R$ 93,02 
	TOTAL GERAL: R$ 315,44 
j) Que a Reclamada seja condenada ao pagamento da multa prevista no artigo 477, § 8º, da CLT, em razão do incorreto adimplemento, dentro do prazo legal, das verbas rescisórias devidas ao Reclamante, no importe de R$ 1.267,11 (mil duzentos e sessenta e sete reais e onze centavos); 
k) Que a parte Reclamada seja condenada ao pagamento de honorários de sucumbência, à razão de 15% dos valores devidos, no montante de R$ 654,47 (seiscentos e cinquenta e quatro reais e quarenta e sete centavos);
l) Que, na impossibilidade de se notificar a parte Reclamada no endereço apresentado na presente ação, determine Vossa Excelência a conversão do rito sumaríssimo em ordinário, a fim de viabilizar a notificação editalícia, posto ser o endereço informado o único de que tem conhecimento o Demandante; 
m) Sejam julgados procedentes todos os pedidos formulados nesta inicial e o pagamento acrescido de juros e correção monetária de todos os valores nela relacionados. Protesta e requer provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, sobretudo o depoimento pessoal da reclamada e a oitiva das testemunhas. 
Atribui-se à causa ovalor R$ 5.017,61 (cinco mil e dezessete reais e sessenta e um centavos). 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Brasília/DF
Advogada: XXX
OAB: XXX

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