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Insuficiência Cardíaca

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HAM III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
→ A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa que 
resulta de uma incapacidade estrutural e funcional do 
enchimento ou ejeção ventricular do sangue. 
→ A insuficiência cardíaca, frequentemente chamada de 
insuficiência cardíaca congestiva (ICC), é uma condição 
geralmente progressiva e comum, com prognóstico ruim. 
→ A insuficiência cardíaca é a via final de diversas patologias 
cardíacas. 
→ Ela é caracterizada pela INCAPACIDADE do coração de bombear 
o sangue em uma proporção suficiente para atender às 
demandas metabólicas dos tecidos, ou é capaz disso apenas na 
presença de uma pressão de enchimento elevada. 
→ O termo IC direita é aplicado para caracterizar o quadro clínico 
de pacientes com sinais e sintomas periféricos de insuficiência 
cardíaca (muitas vezes, pressões de enchimento elevadas no 
coração direito), mas sem evidências de congestão pulmonar. 
→ Isso ocorre em razão do aumento das pressões venosas e de 
débito cardíaco inadequado, independentemente da insuficiência 
do VE. 
➢ CLASSIFICAÇÃO 
→ O American College of Cardiology e a American Heart 
Association (ACC/AHA) classificam a IC em estágios que 
enfatizam a evolução e a progressão da IC ao longo de um 
espectro contínuo: 
✓ Estágio A: pacientes com alto risco de desenvolver 
insuficiência cardíaca, sem cardiopatia estrutural 
✓ Estágio B: pacientes com cardiopatia estrutural que ainda 
não desenvolveram sintomas de insuficiência cardíaca 
✓ Estágio C: pacientes com sintomas passados ou presentes 
de insuficiência cardíaca associados a cardiopatia 
estrutural subjacente 
✓ Estágio D: pacientes com insuficiência cardíaca em estágio 
final e que necessitam de tratamento otimizado. 
→ A classificação funcional da New York Heart Association (NYHA) 
baseada na capacidade funcional, permanece a mais usada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ SINAIS E SINTOMAS 
→ Importante relembrar: 
✓ Sinais: são todos os achados vistos pelo médico durante a 
avaliação do paciente. Desde a ectoscopia até a coleta dos 
sinais vitais e exame físico. 
✓ Sintomas: Toda a sensação descrita pelo paciente. É o que 
ele sente e te relata. 
→ O espectro de sinais e sintomas na insuficiência cardíaca varia 
de maneira acentuada. 
 
→ O sintoma inicial mais comum e mais precoce é a dispneia, em 
geral aos grandes esforços. 
→ A ortopneia (dispneia ao deitar-se, aliviada ao sentar-se ou ficar 
de pé) é típica dos casos mais avançados de disfunção do VE ou 
na insuficiência cardíaca descompensada. 
→ À medida que evolui a descompensação, podem ocorrer dispneia 
paroxística noturna (dispneia que geralmente ocorre à noite, tão 
Insuficiência cardíaca 
HAM III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
grave que induz a sensação de sufocação). e ritmo respiratório 
de Cheyne-Stokes. 
→ Fadiga, astenia e má tolerância física aos esforços são queixas 
frequentes de pacientes com insuficiência cardíaca. 
→ Tonturas podem ocorrer no quadro de distúrbio da perfusão, 
mas são mais comumente iatrogênicas, relacionadas com uso de 
medicamentos para a insuficiência cardíaca. 
→ Palpitações e síncope podem ocorrer em pacientes com 
arritmia subjacente. 
→ Anorexia e dor abdominal são sintomas de insuficiência cardíaca 
avançada, especialmente na insuficiência cardíaca direita. 
→ Sintomas raramente levados em consideração (mas altamente 
prevalentes) incluem tosse, insônia e depressão do humor. 
→ O exame físico de um paciente com insuficiência cardíaca 
sistólica, mas bem compensada, pode não revelar anormalidade 
alguma. Para identificá-la é necessário um alto nível de suspeita 
com base nos sintomas. 
→ Os sinais físicos observados na insuficiência cardíaca variam de 
acordo com o grau de compensação, a cronicidade 
(agudaXcrônica) e o envolvimento cavitário predominante 
(insuficiência cardíaca direita versus esquerda). 
 
→ Sopro sistólico de regurgitação mitral muitas vezes está 
presente no quadro de aumento do VE e B3 ouvida com mais 
precisão com a campânula do estetoscópio em decúbito lateral 
esquerdo. 
✓ B3 – som protodiastólico – TU-TA-TA (ritmo de galope); 
✓ Associada a aumentos de volumes ventriculares. Mais 
comum de VE. 
✓ Causa: aumento de fluxo de VE (volume) – exercício físico 
e IM. 
✓ B3 pode ser vista em pacientes normais, principalmente 
jovens. Devido a um relaxamento diastólico ativo do VE. 
✓ B3 geralmente indica um VE pouco complacente com 
aumento de pressão de enchimento em câmaras 
esquerdas – sempre pensar em disfunção sistólica. 
→ B4: 
✓ B4 – Som telediastólico – geralmente é ouvido como se 
fosse um desdobramento de B1: TRU TA. 
✓ B4 vai estar associada a uma patologia cardíaca EXCETO 
NO CORAÇÃO DE ATLETA. Vai estar associado a uma 
diminuição de complacência de VE. Além de hipertrofia ou 
fibrose de VE e também com a contração atrial. 
✓ Pacientes com FA não possuem B4. 
 
→ Muitas vezes 
negligenciados, os sinais 
de perfusão 
periférica (cor=cianose, 
extremidades quentes ou 
frias, enchimento capilar) 
podem ser importantes 
na avaliação de pacientes 
com insuficiência cardíaca 
avançada. Quando o tempo de enchimento capilar está 
aumentado, é um sinal indireto de má perfusão capilar. 
→ Pulso alternante e pulso de amplitude baixa também estão 
associados a insuficiência cardíaca avançada. 
→ Taquipneia, taquicardia e pressões de pulsos estreitas são, em 
geral, sinais de mau prognóstico e de doença avançada. 
→ EDEMA: causado pelo extravasamento vascular de líquidos para 
o terceiro espaço. 
 SINAL DE CACIFO POSITIVO 
= Acúmulo subcutâneo de 
líquido. 
HAM III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
→ ASCITE: Acúmulo anormal de 
líquidos dentro da cavidade 
peritoneal. Faz piparote! 
 
 
 
 
 
 
→ ESTASE JUGULAR: Sinal de 
aumento das pressões no 
átrio direito. 
✓ Refluxo Hepatojugular: 
consiste na distensão 
das veias jugulares 
quando uma compressão 
é aplicada ao abdome. 
 
 
 
 
→ ICTUS CORDIS: Desviado para esquerda e para baixo (sinal de 
sobrecarga de VE). Desviado para cima (sinal de sobrecarga de 
VD). 
➢ EXAMES 
→ O ECG pode oferecer informações diagnósticas sobre a causa 
da IC. 
→ É importante procurar sinais de IAM prévio, aumento e 
hipertrofia de cavidades, bloqueio cardíaco, arritmias, derrame 
pericárdico. 
→ A melhor compreensão do papel do distúrbio do sincronismo 
cardíaco na gênese da insuficiência cardíaca enfatiza a medida 
da duração e da morfologia do QRS para determinar os 
benefícios potenciais da ressincronização (particularmente nos 
casos com bloqueio de ramo esquerdo e QRS > 130 ms). 
→ Radiografia simples do tórax: 
✓ Deve incluir a avaliação de volume do coração e as 
condições do parênquima pulmonar. 
✓ Pacientes com disfunção sistólica grave podem apresentar 
radiografia de tórax normal se a disfunção estiver 
compensada; silhueta cardíaca de tamanho normal não 
exclui disfunção sistólica ou diastólica. 
✓ As anormalidades dos campos pulmonares podem variar 
desde um ingurgitamento leve dos vasos peri-hilares até 
derrames pleurais bilaterais, linhas B de Kerley e edema 
pulmonar franco. 
 
 
 
 
→ Ecocardiograma: 
✓ É útil na avaliação da estrutura e função cardíacas e para a 
identificação de possíveis causas estruturais da insuficiência 
cardíaca. 
✓ Embora o valor da fração de ejeção seja aceito como indicador 
de disfunção de bomba, anormalidades estruturais, como os 
graus de hipertrofia e dilatação cardíacas, estão relacionadas 
mais estreitamente com a fisiopatologia e o prognóstico. 
✓ As medidas do tamanho, da estrutura e das funções sistólica e 
diastólica do coração devem fazer parte deste exame, 
fornecendo informações importantespara o diagnóstico, 
prognóstico e conduta terapêutica 
 
A. A radiografia do tórax evidencia cardiomegalia, congestão pulmonar e derrame 
pleural à direita. B. Após o tratamento, observam-se normalização da área 
cardíaca, desaparecimento da congestão pulmonar e do derrame pleural. 
HAM III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
➢ DIAGNÓSTICO 
→ CRITÉRIOS DE FRAMINGHAM: 2 maiores ou 1 maior e 2 menores. 
 
→ CRITÉRIOS DE BOSTON: >8 pontos; 5-7 pontos possível 
 
➢ CASO CLÍNICO 
→ Paciente do sexo feminino, 42 anos, reside em zona rural de 
Capitão Enéas. Queixa de falta de ar. Procurou atendimento na 
Unidade Básica de Saúde com queixa de dispneia aos esforços, 
com 8 meses de evolução, piora progressiva, atualmente aos 
pequenos esforços (NYHA 3). Nega palpitações, precordialgia ou 
síncope. 
→ Revisão de sistemas: nega alterações do sono, hábito intestinal 
ou diurese. Nega febre. Nega tosse. Refere edema em MMII 
com 4 semanas de evolução. 
→ HP: Nega uso de medicações. Não costuma ir ao médico. G7P6A1. 
→ HF: Pai falecido aos 55 anos por complicações pós AVC. Mãe 
com 69 anos, hipertensa. 
➢ Exame físico 
→ Dados vitais: PA 110x70 mmHg (MSD, sentada); 
FC: 89 bpm; FR: 32 irpm 
→ ECTOSCOPIA: fáceis atípicas, mucosas coradas e hidratadas, 
escleras anictéricas, ausência de linfonodos palpáveis nas 
cadeias occiptal, periauricular, submandiular, cervical anterior e 
cervical posterior, turgor e elasticidade preservados, boa 
perfusão periférica, pulsos radiais e pediosos de boa amplitude, 
simétrico, presença de edema bilateral em MMII, até os joelhos, 
simétrico, 3+/4, sinal de Cacifo+. 
→ SD: 
✓ Inspeção: abdome globoso, sem cicatrizes; 
✓ Ausculta: ruídos hidroáreos presentes; 
✓ Palpação superficial: abdômen com tensão um pouco aumentada; 
✓ Palpação profunda: abdômen indolor, sem massas ou 
visceromegalias; 
✓ Percussão: macicez predominante. *ASCITE = FEZ PIPAROTE 
→ SR: 
✓ Inspeção: tórax de conformação anatômica. Paciente com 
tiragem costal; 
✓ Ausculta: murmúrio vesicular fisiológico, presença de 
crepitações finas (CONGESTAÇÃO PULMONAR = IC VE) nos 2/3 
inferiores, bilateralmente; 
✓ Palpação: frêmito tóraco-vocal fisiológico, simétrico; 
✓ Percussão: som claro-pulmonar. 
→ SCV: 
✓ Inspeção: Ictus cordis não visível, ingurgitamento jugular; 
✓ Ausculta: ritmo cardíaco regular bulhas normofonéticas, 
desdobramento fixo de B2, presença de sopro 
protomesossistólico 3+/6 do tipo regurgitativo, melhor audível 
no foco mitral; 
✓ Palpação: Ictus cordis palpável no 8º espaço intercostal 
(AUMENTO DA ÁREA CARDÍACA), na linha axilar média esquerda, 
3 polpas digitais (o normal é até duas).

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