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Aula 12

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MAGISTRATURA E MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAIS 
Barney Bichara 
Direito Administrativo 
Aula 12 
 
 
ROTEIRO DE AULA 
 
 
D. Inexigibilidade 
 
Como visto, na inexigibilidade não há licitação porque não é possível competir, não há viabilidade. 
 
Trata-se de um dos casos clássicos de discricionariedade. Reconhece-se discricionariedade à Administração quando 
a lei não é capaz de descrever, com precisão, todos os comportamentos da Administração. 
 
O art. 25 da lei 8.666/93 exemplifica os casos de inexigibilidade, porque a lei não é capaz de descrever todas as 
situações: 
 
 
1º. Lei 8.666/93 (art. 25) 
 
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: 
 
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa 
ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade 
ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a 
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades 
equivalentes; 
 
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com 
profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e 
divulgação; 
 
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, 
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. 
 
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua 
especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, 
aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o 
seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. 
 
Celso Antônio Bandeira de Mello adota uma lógica inversa no sentido de que, para uma competição ser viável, 
devem existir 3 pressupostos: 
 
 
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1º Pressuposto Lógico: Pluralidade de competidores. É necessário mais de um competidor para que haja 
competição. 
 
2º Pressuposto Jurídico: A licitação é um procedimento administrativo que visa o interesse público, logo, todas as 
vezes que a licitação prejudicar o interesse público, não se deve licitar, porque falta o pressuposto jurídico. 
 
3º Pressuposto Fático: Pluralidade de interessados. Além de existir mais de um competidor, esses potenciais 
competidores precisam ter interesse em competir. Não adianta existirem potenciais licitantes se eles não têm 
interesse em competir. 
 
O Prof. Celso entende que se faltar qualquer um desses pressupostos, a competição não é viável e, se a competição 
não é viável, é caso de inexigibilidade. 
 
Obs.: Inciso I do art. 25: percebe-se a ausência do pressuposto lógico, uma vez que só existe um que produz, que 
fornece, que representa. Se só existe um, não há competição, de modo que a Administração contrata sem licitação. 
 
Obs.: Inciso II do art. 25: Três requisitos: a) “serviços técnicos enumerados no art. 13”: o mencionado art. 13 traz 
uma lista de serviços técnicos/profissionais especializados, que deve ser memorizada pelo aluno. Só é caso de 
inexigibilidade nos serviços listados; b) “de natureza singular”: significa que não é qualquer um que faz. Se o serviço 
pode ser feito por qualquer advogado, por qualquer perito, por qualquer restaurador, não é singular; c) “com 
profissionais ou empresas de notória especialização”. São necessários o preenchimento dos três requisitos. Neste 
caso, a competição é inviável por falta de pressuposto fático, ou seja, por falta da pluralidade de interessados. 
Existem vários profissionais e empresas de notória especialização capazes de prestar esses serviços de natureza 
singular descritos na lei, contudo profissionais e empresas de notória especialização não costumam ter interesse 
em licitar. Quem a Administração quer, não tem interesse em licitar. Quem quer licitar com a Administração não 
serve. Assim, a Administração procura aquele que tem condições especiais para executar um contrato e contrata 
sem licitação. 
 
Obs.: Inciso III do art. 25: Percebe-se a ausência do pressuposto fático. Existem vários profissionais do setor 
artístico consagrado, mas esses vários profissionais não têm interesse em licitar. 
 
 
2º. Lei 12.462/2011 – RDC (igual a lei 8.666/1993) 
 
Art. 35. As hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação estabelecidas nos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666, de 
21 de junho de 1993, aplicam-se, no que couber, às contratações realizadas com base no RDC. 
 
Parágrafo único. O processo de contratação por dispensa ou inexigibilidade de licitação deverá seguir o 
procedimento previsto no art. 26 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 
 
 
3º. Lei 13.303/2016 (art. 30) 
 
Art. 30. A contratação direta será feita quando houver inviabilidade de competição, em especial na hipótese de: 
 
I - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou 
representante comercial exclusivo; 
 
II - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados, com profissionais ou empresas de notória 
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação: 
 
a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; 
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; 
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; 
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; 
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e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
g) restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
 
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou a empresa cujo conceito no campo de sua 
especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, organização, 
aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu 
trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. 
 
 
E. Procedimento de Justificação 
 
1º. Lei 8.666/1993 (art. 26) 
 
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de 
inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do 
parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para 
ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. 
 
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será 
instruído, no que couber, com os seguintes elementos: 
 
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; 
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; 
III - justificativa do preço. 
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados 
 
Obs.: Percebe-se que alguns casos de dispensa não dependem do procedimento de justificação. Os casos 
mencionados no art. 26 dependem, todos os demais casos não mencionados não dependem. Por outro lado, todas 
as hipóteses de inexigibilidade devem se sujeitar ao procedimento de justificação. 
 
 
2º. Lei 12.462/2011 – RDC (igual a lei 8.666/1993) 
 
Art. 35. 
Parágrafo único. O processo de contratação por dispensa ou inexigibilidade de licitação deverá seguir o 
procedimento previsto no art. 26 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 
 
 
3º. Lei 13.303/2016 (§ 3º do art. 30) 
 
Art. 30. 
§ 3º O processode contratação direta será instruído, no que couber, com os seguintes elementos: 
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; 
II - razão da escolha do fornecedor ou do executante; 
III - justificativa do preço. 
 
Obs.: Nota-se que tal previsão é bem parecida com a da Lei n. 8.666/1993. O art. 30 não denominou como 
procedimento de justificação, mas tratou como procedimento de justificação. 
 
Cuidado! Como visto no estudo do ato administrativo, o art. 50 da lei n. 9.784/99 dispõe que a motivação é 
obrigatória nos seguintes casos: ato que declara a inexigibilidade; ato que dispensa a licitação, o que não deve ser 
confundido com o procedimento de justificação. O ato administrativo é um ato, uma declaração de vontade, na 
qual tem uma motivação que está na forma do ato. O procedimento de justificação, por outro lado, é um 
procedimento e não um ato. Além disso, alguns casos de dispensa não ensejam o procedimento descrito no art. 26, 
mas, mesmo assim, devem ser motivados. 
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9. MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
 
A) Lei 8.666/1993 
 
A lei 8.666/93, no art. 22, aponta as modalidades de licitação. Os parágrafos do art. 22 conceituam cada uma das 
modalidades. 
 
1º CONCORRÊNCIA 
 
Conceito: 
 
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, 
comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto – §1º 
do art. 22 da Lei 8.666/1993. 
 
Obs.: A concorrência é a mais ampla das modalidades de licitação. Há necessidade de preenchimento dos requisitos 
mínimos previstos no edital para habilitação preliminar. Por ser a mais ampla, a concorrência é a mais importante 
das modalidades. 
 
Cabimento: 
 
1º. Independente do $$$$ 
 
compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de 
uso e nas licitações internacionais – §3º do art. 23 da Lei 8.666/1993. 
 
Obs.: Neste critério, o valor não interessa, porque o que interessa é o objeto do contrato. Sendo o objeto do 
contrato compra e alienação de imóveis, concessões de direito real de uso ou licitações internacionais, o valor não 
importa. 
 
2º. Dependendo do $$$$ 
 
para obras e serviços de engenharia de acima de R$ 1.500.000,00 – inciso I do art. 23 da Lei 8.666/1993. 
 
para outros serviços e compras acima de R$ 650.000,00 – inciso II do art. 23 da Lei 8.666/1993. 
 
para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia superior a R$ 650.000,00 – §6º do 
art. 17 da Lei 8.666/1993. 
 
Obs.: Neste caso, a concorrência é a modalidade de licitação para contratos de valor elevado. 
 
Obs.: Importante ter atenção ao que diz respeito à terceira hipótese (venda de bens móveis avaliados...), pois, se 
for bem imóvel, não interessa o valor, a modalidade é a concorrência. Se o bem é móvel, o valor interessa, porque 
só será concorrência para vender bens móveis acima de R$ 650.000,00, o que a lei considera valor elevado. 
 
2º TOMADA DE PREÇOS 
 
Conceito: 
 
É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições 
exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a 
necessária qualificação – §2º do art. 22 da Lei 8.666/1993. 
 
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Obs.: Os interessados são previamente cadastrados no registro cadastral (art. 34, da lei n. 8.666/93). Existem 
órgãos que licitam com habitualidade. Do mesmo modo, existem pessoas e empresas que licitam com 
habitualidade. Muitas vezes, a atividade principal da pessoa ou da empresa é contratar com o Poder Público. Assim, 
para agilizar essa dinâmica, o art. 34 da lei n. 8.666/93 previu o registro cadastral, que é um cadastro onde os 
interessados podem se cadastrar previamente. O interessado leva seus documentos para a autoridade. A 
autoridade recebe os documentos, confere e os guarda, dando ao interessado um certificado de que ele se 
encontra habilitado e de que a comprovação de sua habilitação está nos documentos sob a guarda da 
Administração (certificado cadastral). A cada nova licitação, o interessado não precisa se habilitar, ele só apresenta 
o certificado cadastral, o que é bom para ele, que não precisa reunir toda a documentação, e para a Administração, 
que não precisa conferir tudo de novo. 
 
Obs.: O registro cadastral, art. 34 da Lei n. 8.666/93, é regulamentado por um Decreto (um Decreto federal para a 
União, um Decreto estadual para o Estado, um Decreto municipal para o Município), que vai definir as regras do 
registro cadastral. 
 
Obs.: Estabelece a lei que a validade do certificado cadastral não pode exceder a um ano. Isso significa que o 
interessado cadastrado tem que ir pelo menos uma vez ao ano junto à Administração para se cadastrar. 
 
Obs.: A tomada de preço é justamente uma modalidade de licitação para licitantes previamente cadastrados, o que 
difere da concorrência, que é universal, não havendo restrição, porque todos que querem participar da 
concorrência podem participar, bastando preencher os requisitos do Edital. 
 
Obs.: Na tomada de preços, como todos estão previamente cadastrados, não há fase de habilitação, ou seja, vai 
direto para o julgamento. 
 
Cabimento: 
 
 A tomada de preços é cabível para contratos de valor intermediário. Considera-se, na tomada de preços, apenas o 
valor. 
 
para obras e serviços de engenharia de acima de R$ 150.000,00 até R$ 1.500.000,00 – inciso I do art. 23 da Lei 
8.666/1993. 
 
para outros serviços e compras acima de R$ 80.000,00 até R$ 650.000,00 – inciso II do art. 23 da Lei 8.666/1993. 
 
Observações: 
 
 Tomada de preços internacional – §3º do art. 23 da Lei 8.666/1993 
 
A tomada de preços internacional será possível quando dois requisitos estiverem juntos: 
 
1º A Administração dispõe de um cadastro internacional de fornecedores. 
 
2º O valor do contrato é o valor previsto em lei para tomada de preços. 
 
Obs.: Se a Administração não tem um cadastro internacional de fornecedores, é óbvio que não é possível realizar a 
tomada de preços internacional, já que a tomada de preços é a modalidade de licitação para licitantes previamente 
cadastrados. Não interessa se o valor do contrato é o da tomada de preços, porque a concorrência é a modalidade 
de licitação para as licitações internacionais de qualquer valor. Assim, se for considerado apenas o valor do 
contrato, sempre a concorrência será utilizada para as licitações internacionais. Portanto, necessário tanto o 
cadastro como o valor para a realização de tomada de preços internacional. 
 
 
 A tomada de preços pode ser substituída pela concorrência - §4º do art. 23 da Lei 8.666/1993 
 
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Obs.: A modalidade prevista em lei para contratos de valor intermediário é a tomada de preços. Contudo, a 
modalidade concorrência também pode ser utilizada, ou seja, a modalidade concorrência é cabível tanto quanto a 
tomada de preços, uma vez que a concorrência pode substituir a tomada de preços. Portanto, a modalidade 
prevista em lei não se confunde com as modalidades cabíveis. Modalidade prevista em lei: tomada. Modalidades 
cabíveis: tomada e concorrência. 
 
Consórcios Públicos – §8º do art. 23 da Lei 8.666/1993 
 
Obs.: Se a licitação for realizada por um consórcio público formado por até três entes federados, o valor para a 
modalidade licitatória duplica. Se a licitação for realizada por um consórcio público formado por mais de três entes 
políticos, o valor triplica. Assim, se quem estiver promovendo a licitação for um consórcio público, é possível uma 
tomada de preços para uma obra ou um serviço de engenharia no valor de 4 milhões de reais, por exemplo. 
 
3º CONVITE 
 
a) Conceito: 
 
É a modalidade de licitação entre interessadosdo ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos 
e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, 
cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que 
manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas – 
§3º do art. 22 da Lei 8.666/1993. 
 
Obs.: Percebe-se que convite é a modalidade de licitação entre licitantes convidados. Há, portanto, uma restrição 
ainda maior do universo de participantes. Comparando: concorrência (todos); tomada de preços (cadastrados); 
convite (escolhidos e convidados). 
 
Obs.: Nota-se que o convidado não precisa ser cadastrado, ele pode ser cadastrado naquele registro cadastral do 
art. 34 ou não. 
 
Obs.: No convite, o instrumento convocatório não se chama edital, mas sim carta convite. A Administração envia a 
carta convite para os licitantes convidados. Além disso, a Administração não precisa publicar na imprensa oficial a 
carta convite, bastando que ela fixe, em local visível da repartição, o instrumento convocatório. A partir desse 
momento, aquele que não foi convidado pode participar. Contudo, para o não convidado participar, ele precisa ser 
cadastrado e manifestar seu interesse em participar da licitação com até 24h da data marcada para a apresentação 
das propostas. 
 
 
Participantes: 1 - convidado (cadastrado ou não cadastrado) 
 2 - não convidado (cadastrado + interesse antecedência 24h) 
 
Atenção! Cuidado para não confundir: Na tomada de preços, só pode participar o cadastrado, sendo que o não 
cadastrado, para participar, tem que se cadastrar, com prazo de cadastramento de três dias do recebimento das 
propostas. Já no convite, o não convidado tem que ser cadastrado e manifestar seu interesse com até 24h da data 
marcada para a apresentação das propostas. 
 
b) Cabimento: 
 
O convite é utilizado para contratos de valor módico (pequeno). 
 
para obras e serviços de engenharia até R$ 150.000,00 – inciso I do art. 23 da Lei 8.666/1993. 
 
para outros serviços e compras ate R$ 80.000,00 – inciso II do art. 23 da Lei 8.666/1993. 
 
 
c) Observações: 
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Existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou 
assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não 
convidados nas últimas licitações – §6º do art. 22 da Lei 8.666/1993 
 
Obs.: O objetivo é não contratar sempre as mesmas pessoas. 
 
Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do 
número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente 
justificadas no processo, sob pena de repetição do convite – §7º do art. 22 da Lei 8.666/1993 
 
Obs.: A Administração escolhe e convida pelo menos três, mas, se em razão de desinteresse ou limitação do 
mercado, não existirem três, a Administração pode fazer o convite com dois, desde que ela justifique esse fato. 
Caso a Administração não justifique, terá que repetir o convite. 
 
Obs.: A Administração não pode convidar um só, porque ninguém concorre consigo mesmo. Se existe apenas um 
interessado, é caso de inexigibilidade de licitação. 
 
 
Convite internacional – §3º do art. 23 da Lei 8.666/1993 
 
A modalidade convite internacional é possível quando preenchidos dois requisitos: 
 
1º - Quando não existir no Brasil produtor ou fornecedor do bem ou serviço. 
 
2º - o valor do contrato for módico 
 
Obs.: Os requisitos são cumulativos, ou seja, para que seja possível a modalidade de convite internacional, ambos 
os requisitos precisam estar presentes. 
 
Obs.: Quando existir no Brasil quem produz e quem vende, mas a Administração quer abrir para estrangeiros, não 
poderá ser por convite, mas apenas por concorrência, mesmo que o valor seja módico, uma vez que ambos os 
requisitos precisam estar presentes. Ademais, a concorrência é a modalidade de licitação para as licitações 
internacionais de qualquer valor, não interessa se o valor do contrato é módico. 
 
O convite pode ser substituído pela tomada de preços ou pela concorrência 
- §4º do art. 23 da Lei 8.666/1993 
 
Obs.: A modalidade prevista em lei para contrato de valor módico é o convite. Contudo, a modalidade tomada de 
preços e a modalidade concorrência também podem ser utilizadas, ou seja, as modalidades tomada e concorrência 
são cabíveis tanto quanto o convite, uma vez que a tomada e a concorrência podem substituir o convite. Portanto, 
a modalidade prevista em lei não se confunde com as modalidades cabíveis. Modalidade prevista em lei: convite. 
Modalidades cabíveis: convite, tomada e concorrência. 
 
Conclusão: A concorrência é a modalidade de licitação sempre cabível, independentemente do valor, uma vez que, 
mesmo que a lei preveja o convite, é possível a substituição por aquela. 
 
Consórcios Públicos – §8º do art. 23 da Lei 8.666/1993 
 
Obs.: Se a licitação for realizada por um consórcio público formado por até três entes federados, o valor para a 
modalidade licitatória duplica. Se a licitação for realizada por um consórcio público formado por mais de três entes 
políticos, o valor triplica. Assim, se quem estiver promovendo a licitação for um consórcio público, é possível o 
convite para uma obra ou um serviço no valor de 450 mil reais, por exemplo. 
 
4º CONCURSO 
 
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Conceito: 
 
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, 
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital 
publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias – §4º do art. 22 da Lei 
8.666/1993. 
 
Ex.: Escolha de trabalho científico mediante prêmio correspondente a uma bolsa de estudo no exterior ou uma 
remuneração em dinheiro. 
 
Cuidado! Não confundir com concurso público, que é procedimento administrativo para seleção de servidores. 
 
Observações: 
 
Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos 
profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com 
estipulação prévia de prêmio ou remuneração – §1º do art. 13 da Lei 8.666/1993. 
 
Obs.: O art. 13 da Lei 8.666/1993 é muito importante, pois ele prevê a lista dos serviços técnicos profissionais 
especializados. 
 
Obs.: Se o serviço técnico profissional especializado do art. 13 é de natureza singular e o profissional ou empresa é 
de notória especialização, é caso de inexigibilidade (art. 25, II). Se o serviço técnico profissional não for de natureza 
singular, é caso de licitação, sendo o concurso a modalidade preferencial. 
 
Obs.: Quanto ao mais, as regras do concurso estarão no edital do concurso. 
 
Vide art. 51, § 5º da Lei 8.666/1993, que trata da comissão de licitação. 
 
Obs.: De acordo com o art. 51, a comissão de licitação deve ser formada por, pelo menos, três membros, dos quais 
dois, pelo menos, serão servidores qualificados do órgão que faz a licitação. Contudo, o §5º prevê que a comissão 
de licitação do concurso pode, mas não precisa ser formada por servidores. 
 
5º LEILÃO 
 
a) Conceito: 
 
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a 
administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis 
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação – §5º do art. 22 da Lei 
8.666/1993. 
 
Obs.: A lei dispõe “penhorados”, mas ela quis dizer empenhados, pois quem manda leiloar bens penhorados é o 
juiz. Penhoraé uma constrição judicial. 
 
Obs.: Quanto aos bens móveis, a lei dispõe “venda”. Quanto aos bens imóveis, a lei dispõe “alienação”. Alienar é 
transferir a propriedade a terceiros. Existem várias formas de alienar (vendendo, doando, permutando, dando em 
pagamento etc.) 
 
Cabimento do Leilão: 
 
-Venda de bens móveis (avaliados em até 650mil – Art. 17, §6º) 
- Alienação de imóveis (art. 19, III – é possível a utilização do leilão para a alienação de imóveis derivados de ação 
judicial e derivados de dação em pagamento). O que interessa é a origem do bem. Neste caso, o valor não 
interessa. 
 
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Obs.: Concorrência e Leilão são modalidades “primas”, porque para vender bem móvel até 650mil é utilizado o 
leilão, acima de 650mil, concorrência. Para venda de imóvel derivado de ação judicial ou dação em pagamento, 
pode ser leilão ou concorrência, a Administração decide. 
 
b) Observações: 
 
Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no 
art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão – §6º do art. 17 da Lei 8.666/1993. 
 
Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação 
em pagamento, poderão ser alienados com a adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de 
concorrência ou leilão – inciso III do art. 19 da Lei 8.666/1993. 
 
B. Lei 10520/2010 – PREGÃO 
 
1º. Conceito: 
 
É a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns – art. 1º da Lei 10.520/2002 
 
Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho 
e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. 
 
Ex.: Bens comuns: Caneta esferográfica azul é uma caneta esferográfica azul. Não há nada a especificar. Gasolina 
azul é gasolina azul. Apagador de quadro branco é apagador de quadro branco. 
 
Ex.: Serviços comuns: jardinagem; copeiragem; segurança; assinatura de jornal. Basta a expressão de mercado para 
se definir o objeto da licitação. 
 
Obs.: Não se pode licitar obra, nem serviço de engenharia, por pregão, já que toda obra e serviço de engenharia 
dependem de especificação. Ex.: Não adianta prever no edital que a Administração quer construir uma ponte. Tem 
que especificar. Tem que dizer qual a ponte, se é de madeira, de aço, de concreto, sobre um rio, sobre um 
penhasco etc. 
 
2º. Observações: – art. 4º da Lei 10.520/2002 
 
Combinação de propostas escritas com lances verbais 
Primeiro os licitantes apresentam suas propostas em um envelope lacrado, depois a Administração chama os 
licitantes que ofereceram as melhores propostas e oportuniza a esses licitantes que façam lances verbais e 
sucessivos. 
 
Inversão das fases do procedimento 
No pregão, há inversão de fases, quando comparado com a concorrência. Primeiro julga e classifica as propostas 
para depois habilitar os licitantes (Art. 4º, inciso XII). Posteriormente, a lei prevê nova inversão de fases, primeiro 
adjudica e depois homologa (Art. 4º, inciso XX e XXI). 
 
Obs.: No pregão, o tipo de licitação sempre é o menor preço. Não há limite de valor. O valor do contrato não faz 
diferença. O que faz diferença é que o objeto do contrato seja um bem ou serviço comum. 
 
Possibilidade de ser realizado na forma eletrônica (Decreto 5504/2005) 
A forma como o pregão pode ser realizado pode ser presencial ou eletrônica. 
 
No âmbito da União: 
Decreto 3.555/2000, que trata do pregão presencial. 
Decreto 5.504/2005, que trata do pregão eletrônico. 
 
Obs.: A Lei n. 10.520 prevê normas gerais e obrigatórias para a União, para os Estados, para os Municípios e para o 
Distrito Federal sobre licitação. Ela dispõe que o pregão é uma modalidade que "poderá" ser utilizada para MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
 
 
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contratação de bens e serviços comuns de qualquer valor, ou seja, não diz que o pregão é obrigatório. A União, os 
Estados, os Municípios e o Distrito Federal legislaram normas específicas. Quando a União fez o Decreto 5.450/00, 
previu que o pregão é a modalidade obrigatória no âmbito da União e deverá ser preferencialmente na forma 
eletrônica. 
 
 
C. Regime Diferenciado de Contratação - RDC - Lei 12.462/2011 
 
1º. Conceito: 
 
É a modalidade de licitação aplicável exclusivamente às licitações e contratos necessários à realização – art. 1º da 
Lei 12.462/2011: 
 
dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, constantes da Carteira de Projetos Olímpicos a ser definida pela 
Autoridade Pública Olímpica (APO); 
 
da Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação - Fifa 2013 e da Copa do Mundo 
Fifa 2014, definidos pelo Grupo Executivo - Gecopa 2014 do Comitê Gestor instituído para definir, aprovar e 
supervisionar as ações previstas no Plano Estratégico das Ações do Governo Brasileiro para a realização da Copa 
do Mundo Fifa 2014 - CGCOPA 2014, restringindo-se, no caso de obras públicas, às constantes da matriz de 
responsabilidades celebrada entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios; 
 
de obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais dos Estados da Federação 
distantes até 350 km (trezentos e cinquenta quilômetros) das cidades sedes dos mundiais referidos nos incisos I e 
II. 
 
das ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento 
(PAC) 
 
das obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. 
 
das obras e serviços de engenharia para construção, ampliação e reforma e administração de estabelecimentos 
penais e de unidades de atendimento socioeducativo; 
 
das ações no âmbito da segurança pública; 
 
das obras e serviços de engenharia, relacionadas a melhorias na mobilidade urbana ou ampliação de 
infraestrutura logística; e 
 
dos contratos a que se refere o art. 47-A (contratos de locação de bens móveis e imóveis, nos quais o locador 
realiza prévia aquisição, construção ou reforma substancial, com ou sem aparelhamento de bens, por si mesmo 
ou por terceiros, do bem especificado pela administração) 
 
das ações em órgãos e entidades dedicados à ciência, à tecnologia e à inovação (Obs.: Não interessa se é para 
obra, serviços ou qualquer outro. É para qualquer contrato com esses órgãos e entidades. O critério é o sujeito). 
 
Obs.: Para as licitações no âmbito do RDC, não se aplicam as regras da lei n. 8.666/93, salvo se houver previsão 
expressa na lei do RDC. 
 
Obs.: Para os contratos no âmbito do RDC, aplicam-se as regras da lei 8.666/93, salvo disposição legal em contrário. 
 
Atenção! Para os contratos integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o RDC pode ser utilizado 
para qualquer contrato (obras, serviços, compras etc.). Já no âmbito do SUS, só é possível usar o RDC para obras e 
serviços de engenharia. 
 
Atenção! "das ações no âmbito da segurança pública": pode ser utilizado o RDC para qualquer contrato (compra, 
serviço, obra etc.). 
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2º. Observações: 
 
Possibilidade de indicação de marca ou modelo – art. 7º da Lei 12.462/2011. 
Obs.: A lei 8.666/93 proíbe a indicação de marca ou modelo. Já a lei 12.462/2011 admite dentro das hipóteses que 
especifica. 
 
Possibilidade de utilização da contratação integrada que compreende a elaboração e o desenvolvimento dos 
projetos básico e executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de testes, a 
pré-operação e todas as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto – art. 9º da Lei 
12.462/2011. 
 
Obs.: A lei n. 8.666/93, quando trata de obras e serviços de engenharia, no art. 9º, dispõe que, antes de licitar a 
obra, é necessária uma licitação para um projeto básico, ou seja, primeiro a Administração faz umalicitação para 
um projeto básico e depois uma outra licitação para a obra. Ex.: A Administração pretende construir um anel 
rodoviário. Para isso, é necessário um projeto. A Administração faz uma licitação para o projeto. Licitado o projeto, 
a Administração faz uma outra licitação para escolher quem executará a obra projetada. Além disso, a lei n. 
8.666/93 dispõe que quem participou da licitação do projeto e venceu não pode participar da licitação para a obra. 
Logo, toda licitação para obra tem que ter um projeto prévio e quem fez o projeto não faz a obra. Por outro lado, a 
lei do RDC admite a contração integrada, na qual se licita para escolher um contratado para fazer tanto o projeto 
quanto a obra. Assim, no âmbito do RDC, é possível que se faça uma licitação de obra sem projeto básico quando a 
contratação for integrada, já que quem for contratado fará o projeto e a obra. 
 
Existem dois modos de disputa, o aberto e o fechado. No aberto, os licitantes dão seus lances de modo público e 
sucessivo, crescentes ou decrescentes, conforme o critério de julgamento adotado; no fechado as propostas 
serão sigilosas até o dia determinado para divulgação. – art. 17 da Lei 12.462/2011. 
 
Obs.: No modo de disputa aberto, os licitantes dão lances. No modo de disputa fechado, as propostas são 
colocadas em envelopes e ficam secretas até o dia e a hora marcados para sua revelação. O edital que dispõe se a 
disputa será aberta ou fechada. 
 
 
10 – PROCEDIMENTO 
 
O procedimento é a sucessão de atos administrativos preparatórios que visam à decisão final. A decisão final é a 
escolha da proposta mais vantajosa. 
 
 
A. LEI 8.666/1993 
 
Fase interna: Ocorrem atos preparatórios dentro da Administração, sem a participação de interessados. 
Internamente, a Administração decide se vai licitar, o quantitativo, o que precisa, quem fará parte da comissão. A 
comissão elabora e publica o edital. Com a publicação do edital, a fase interna termina e começa a fase externa. 
 
Fase externa: Com a publicação do edital, começa a fase externa, porque terceiros passam a participar do 
procedimento. Após a publicação do edital, ocorre a habilitação dos licitantes. Contra ato que habilita ou inabilita, 
cabe recurso com efeito suspensivo. Julgado o recurso, inicia-se a fase de julgamento e classificação das propostas. 
Contra ato da comissão que julga e classifica proposta, cabe recurso com efeito suspensivo. Julgado o recurso, 
inicia-se a fase de homologação. Em seguida, ocorre a adjudicação. 
 
A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos – art. 43 da Lei 8666/1993: 
 
1º. abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação; 
 
2º. devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde 
que não tenha havido recurso ou após sua denegação; 
 
3º. abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
 
 
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sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos 
interpostos; 
 
4º. verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços 
correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de 
registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a 
desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis; 
 
5º. julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital; 
 
6º. deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação. 
 
 
B. Lei 10.520/2002 
 
A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará, entre outras, as 
seguintes regras – art. 4º da Lei 10.520/2010: 
 
o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 
(oito) dias úteis; (Obs.: É o chamado prazo de intervalo mínimo. É um prazo mínimo para as pessoas tomarem 
conhecimento do pregão e para se prepararem). 
 
no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) 
superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor; 
 
não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das 
melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam 
os preços oferecidos; 
 
para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos 
máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade 
definidos no edital; 
 
encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo 
os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento 
das condições fixadas no edital; 
Obs.: "encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas" corresponde ao julgamento e à classificação das 
propostas. 
Obs.: Invólucro é o envelope. 
Obs.: Percebe-se a inversão das fases do procedimento já mencionada. Primeiro ocorre o julgamento e classificação 
das propostas e, depois, a habilitação. Só é habilitado o licitante vencedor, para não ter que habilitar todos os 
licitantes e depois julgar e classificar as propostas daqueles que foram habilitados. Se o vencedor não foi habilitado, 
o segundo é chamado para verificar se é habilitado. 
 
verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor; 
Obs.: Trata-se da adjudicação. 
 
se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as 
ofertas subseqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a 
apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor; 
 
nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para 
que seja obtido preço melhor; 
Obs.: Trata-se de possibilidade de negociação direta para obtenção de preço melhor. 
 
decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor; 
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homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário será convocado para assinar o contrato no 
prazo definido em edital; e 
 
se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-
se-á o disposto no inciso XVI. 
 
Obs.: Os prazos de intervalo mínimo na lei n. 8.666/93 estão previstos no art. 21, §2º. (trata-se do prazo entre a 
publicação do edital e a entrega de documentos). Esse prazo, na Lei n. 8.666/93, varia de modalidade para 
modalidade. 
 
Obs.: No pregão, há combinação entre propostas escritas e lances verbais. Primeiro o licitante apresenta proposta 
escrita e fechada, posteriormente, a Administração chama aqueles que ofereceram as melhores propostas para 
negociar, para que apresentem lances verbais e sucessivos até chegar à proposta mais vantajosa. 
 
 
C. LEI 12.462/2011 
 
O procedimento de licitação do RDC observará as seguintes fases, nesta ordem – art. 12 da Lei 12.462/2011: 
 
1º. preparatória; 
2º. publicação do instrumento convocatório; 
3º. apresentação de propostas ou lances; 
4º. julgamento; 
5º. habilitação; 
6º. recursal; e 
7º. Encerramento. 
 
Obs.: Percebe-se que no RDC existe a lógica de inversão das fases de habilitação e julgamento. Mantem-se a 
premissa de que primeiro julga para depois habilitar. 
 
OBS: A fase de habilitaçãopoderá, mediante ato motivado, anteceder as fases de apresentação de propostas e 
laces e julgamento, desde que expressamente previsto no instrumento convocatório– parágrafo único do art. 12 
da Lei 12.462/2011. 
 
OBS: As licitações deverão ser realizadas preferencialmente sob a forma eletrônica, admitida a presencial – art. 
13 da Lei 12.462/2011. 
 
OBS: São procedimentos auxiliares do RDC – art. 29 da Lei 12.462/2011 
 
1º. pré-qualificação permanente; 
2º. cadastramento; 
3º. Sistema de registro de preços; e 
4º. catálogo eletrônico de padronização. 
 
Obs.: A lei dispõe o que é cada um dos procedimentos auxiliares nos artigos subsequentes. 
 
 
D. Lei 13.303/2016 
 
As licitações de que trata esta Lei observarão a seguinte sequência de fases – art. 51 da Lei 13.303/2016: 
 
1º. preparação; 
2º. divulgação; 
3º. apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de disputa adotado; 
4º. julgamento; 
5º. verificação de efetividade dos lances ou propostas; 
6º. negociação; MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
 
 
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7º. habilitação; 
8º. interposição de recursos; 
9º. adjudicação do objeto; 
10º. homologação do resultado ou revogação do procedimento. 
 
Obs.: Nota-se uma lógica no sentido de que da 3ª a 6ª fase ocorre a análise da proposta. Depois, ocorre a 
habilitação. Portanto, mantem-se a lógica: primeiro julga e classifica para depois habilitar, embora as fases sejam 
mais especificamente detalhadas pela lei. 
 
OBS: A fase de habilitação poderá, mediante ato motivado, anteceder as fases de apresentação de propostas e 
laces e julgamento, desde que expressamente previsto no instrumento convocatório– §1º do art. 51 da Lei 
13.303/2016 
 
OBS: São procedimentos auxiliares – art. 63 da Lei 13.303/2016 
 
1º. pré-qualificação permanente; 
2º. cadastramento; 
3º. Sistema de registro de preços; e 
4º. catálogo eletrônico de padronização. 
 
OBS: Possibilidade de indicação de marca ou modelo – art. 47 da Lei 13.303/2016. 
 
OBS: Possibilidade de utilização da contratação semi integrada e integrada – inciso art. 42, inciso V e VI da Lei 
13.303/2016. 
 
OBS: Existem dois modos de disputa, o aberto e o fechado. No aberto, os licitantes dão seus lances de modo 
público e sucessivo, crescentes ou decrescentes, conforme o critério de julgamento adotado; no fechado as 
propostas serão sigilosas até o dia determinado para divulgação – art. 52 da Lei 13.303/2016. 
 
11. RECURSOS 
 
A. Na lei 8.666/1993 
 
No prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de – art. 109 da Lei 
8666/1993: 
 
1º. habilitação ou inabilitação do licitante; 
2º. julgamento das propostas; 
3º. anulação ou revogação da licitação; 
4º. indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento; 
 
OBS: Contra ato que habilita ou inabilita licitante e julga e classifica proposta o recurso terá efeito suspensivo, 
podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao recurso 
interposto eficácia suspensiva aos demais recursos. 
 
 
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