Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROCESSO HISTÓRICO E FILOSÓFICO DA ENFERMAGEM ESTUDO DE CASOS AS DIMENSÕES DO CUIDADO CASO 1 D. Maria Aparecida, 32 anos, mãe de 5 filhos menores, analfabeta, compareceu à Unidade Básica de Saúde (UBS) em virtude de dor abdominal persistente. Na consulta com o enfermeiro, informa que não costuma ir a médico, só quando está doente, nunca esteve em hospital e os partos foram em casa. Relata que dorme bem, come de tudo e tem diarreia frequentemente. Toma banho de uma a duas vezes por semana, lava a cabeça cada 15 dias, mas faz banho de assento diariamente. Mora em casa com dois cômodos, água de poço e o banheiro é compartilhado com 6 casas do mesmo tipo; o lixo é jogado num terreno baldio. Na casa há pulgas, baratas, mosquitos, ratos. Tem uma área no fundo da casa, mas não tem jardim nem horta. Não tem amizades, só conversa com o marido e os filhos, não frequenta igreja porque é muito longe de sua casa. Não fuma nem toma álcool, não sabe se tem alergias. O enfermeiro orientou sobre os cuidados necessários para manutenção da saúde, especialmente os relacionados à higiene pessoal e do ambiente. A seguir providenciou o encaminhamento ao clínico geral para avaliação e tratamento da dor abdominal. Na semana seguinte, o enfermeiro fez uma reunião com os agentes comunitários de saúde da UBS para organizar o trabalho na área onde D. Maria Aparecida mora. Pensando no caso de D. Maria Aparecida, o enfermeiro resolve fazer um projeto de pesquisa sobre a incidência de parasitoses naquela região. CASO 2 Larissa, 16 anos, sem parceiro fixo, usuária de drogas, comparece no pronto atendimento com queixas de náuseas e vômitos de difícil controle. Refere atraso menstrual. Normal ao exame físico. Feito diagnóstico de gravidez. A paciente, ao saber do diagnóstico, desespera-se e comenta com a enfermeira o desejo de acabar com a própria vida. A enfermeira então conversa com Larissa, enfatiza que ela não está sozinha e que está disponível para ajudá-la. A seguir faz os aprazamentos para o acompanhamento pré-natal e dá todas as orientações necessárias naquele momento, além de providenciar um encaminhamento para o psicólogo. Pensando na situação de Larissa, a enfermeira resolve fazer um projeto de pesquisa sobre a gravidez na adolescência. CASO 3 D. Filomena, 45 anos, portadora de hipertensão e diabetes, casada, moradora da Favela Boa Morte. Tem uma filha adolescente que já tem um filho e está grávida de outro. Recentemente seu pai enfermo veio morar em sua casa para receber os devidos cuidados. Há vários anos Filomena recorre a Unidade Básica de Saúde (UBS) de seu bairro com queixas de dor de cabeça que não cessam, no entanto após tanto tempo thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight buscando a resolubilidade de seu problema ainda não a alcançou. Além disso, os profissionais da Unidade Básica de Saúde a julgam como uma paciente chata que não para de importuná-los com queixas sem fundamentos. Este mês chegou uma nova enfermeira na UBS, que estava realizando uma pesquisa sobre a importância do acolhimento na Atenção Primária. Ela atendeu D. Filomena, ouviu suas queixas, verificou a pressão arterial e a glicemia e avaliou seus últimos exames. A seguir, orientou-a quanto aos hábitos necessários para melhora de sua condição e medidas de promoção de sua saúde. Além disso, agendou uma consulta para sua filha fazer o pré natal e prometeu que faria uma visita domiciliar para ver seu pai. Após a saída de D. Filomena, a enfermeira marcou uma reunião com sua equipe na UBS para conversar sobre a importância do acolhimento aos usuários e reorganizar o fluxo de atendimento. CASO 4 Sr. Jerônimo, 89 anos, divorciado, possui ensino médio completo, afirma acreditar em Deus, embora não tenha religião. Relata ter seis filhos que não sabe onde estão, foi casado duas vezes e agora veio morar no Lar da Paz para idosos. Durante a consulta com a enfermeira do Lar, o Sr. Jerônimo mostrou-se consciente, mantendo diálogo, com boa resposta verbal, orientado no espaço e tempo. Calmo, referiu estar bem, mas a enfermeira percebeu que ele aparentava tristeza, indiferença afetiva, apatia, desesperança e baixa autoestima. Referiu nunca ter tido nenhum problema de saúde por isso se nega a tomar as medicações que o médico prescreveu. Queixou-se muito de ter perdido sua prótese dentária, o que o estava impedindo de se alimentar bem. Relatou já ter fumado três maços por dia e hoje o consumo diminuiu para cinco cigarros/dia. Referiu não ter sede e por isso ingere pouquíssimo líquido. A enfermeira aferiu seus sinais vitais e verificou que a pressão arterial está elevada e sua respiração está irregular. Ela então o orientou quanto ao uso dos medicamentos, os riscos do cigarro e a necessidade de ingestão de líquidos. Fez também um encaminhamento ao odontólogo para providência de nova prótese. Verificou as condições do seu quarto e solicitou ao pessoal da higienização que fizesse uma limpeza mais cuidadosa. Depois ligou para um colega que recentemente fez uma pesquisa sobre pacientes idosos em instituições de longa permanência para pedir ajuda sobre como auxiliar o Sr. Jerônimo. CASO 5 D. Maria José, 85 anos, com demência vascular leve, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca congestiva (ICC), depressão e osteoporose. Reside com uma família vizinha, pois não há nenhum familiar seu vivo. Essa família trouxe a paciente para sua casa logo após ela ter sido submetida a uma cirurgia por fratura de colo do fêmur, com a justificativa de que a senhora não poderia permanecer mais morando sozinha. Na consulta de enfermagem na Unidade Básica de Saúde (UBS), a enfermeira verificou seus sinais vitais e, percebendo a dificuldade de compreensão da paciente, procurou conversar calmamente, falando pausadamente, olhando em seus olhos e ouvindo-a com atenção. A seguir, orientou a cuidadora (filha da dona da casa) como proceder na reabilitação da paciente. Durante a visita domiciliar, a enfermeira observou as condições do quarto onde a paciente fica e, lembrando-se de uma pesquisa recente feita por um enfermeiro sobre violência contra o idoso, suspeitou de maus tratos, além da evidência de negligência e interesses no patrimônio da vítima. Ela então acionou a assistente social da UBS para fazer uma denúncia e escalou um auxiliar de thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight enfermagem para visitar diariamente a casa. CASO 6 Sr. Manoel, 70 anos, viúvo, 5 filhos e 2 netos, aposentado, relata que sua profissão anterior era comerciante de ouro. Deu entrada no hospital às 5 horas da manhã acompanhado do filho mais velho, com o qual vive, apresentando febre alta, fraqueza geral, tosse produtiva e dificuldade respiratória. É hipertenso e diabético, mas não sabe informar as medicações que utiliza. Relata beber socialmente (um copo de pinga na hora do almoço). Antigamente saía com os amigos todo final de semana para beber, mas atualmente sua vida social está restrita. Nega tabagismo ou alergia a medicações, bem como qualquer internação prévia hospitalar. Padrão de sono e repouso insuficiente devido à tosse. Sente falta da esposa e não se conforma em ter que morar com o filho, já que o rendimento da aposentadoria é muito pouco, reclamando que os netos não o respeitam. O enfermeiro, após ter feito a anamnese e o exame físico, colocou o paciente na posição de Fowler e instalou oxigênio por máscara de Venturi. Antes de encaminhar o paciente ao seu quarto, verificou com a enfermeiracoordenadora do internamento se os equipamentos necessários foram providenciados. Como também faz parte de um grupo de pesquisa que está estudando a Covid em idosos, depois de tudo isso ainda precisou preencher um formulário com as informações sobre o paciente. CASO 7 D. Sílvia, primigesta de 24 anos, deu entrada na maternidade no início do trabalho de parto. A enfermeira que atendeu D. Sílvia durante o trabalho de parto e a assistiu concluiu sua especialização em Obstetrícia e está desenvolvendo um projeto de pesquisa sobre a humanização do parto. Antes da chegada da paciente, a enfermeira tinha verificado as condições da sala de parto, se a higiene estava satisfatória, todos os equipamentos funcionando adequadamente e todos os materiais tinham sido providenciados. Durante o parto, ensinou as técnicas respiratórias para diminuir a dor e melhorar o enfrentamento. As trocas de posição foram encorajadas periodicamente, e a assistência foi dada conforme necessária. O atendimento de D. Sílvia incluiu monitoramento fetal contínuo, hidratação endovenosa, administração de analgésicos, massagem nas costas, instrução e incentivo, assistência ao receber a peridural, cateterização direta conforme necessária, monitoramento dos sinais vitais segundo o recomendado, administração de ocitocina após o parto, atendimento ao recém-nascido e assistência na amamentação, entre muitas outras ações. Todo procedimento foi explicado em detalhes antes de ser realizado. Após a alta, a enfermeira prestou todas as informações necessárias para o cuidado com o bebê. CASO 8 Meu nome é Leonice, tenho 45 anos, e no ano passado engravidei. Como Deus tinha me dado a chance de ser mãe aos 44 anos fiquei muito feliz! Por ser uma gestação de risco pela idade e por eu ser diabética, me cuidei muito bem. A Unidade Básica de Saúde (UBS) do meu bairro é muito agradável, pois a enfermeira gerente consegue manter a equipe motivada e organizada. A enfermeira da UBS me acompanhou durante todo o pré-natal, tendo o cuidado de controlar meu peso, pressão arterial e glicemia. Ela fez todas as orientações e os encaminhamentos necessários e ainda conversava comigo a fim de me acalmar, pois eu estava bastante ansiosa e com medo. No meu chá de bebê thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight comecei a passar muito mal; eu estava com 34 semanas. Procurei o hospital e acabei ficando internada. Infelizmente perdi meu bebê e fiquei arrasada. Depois de algum tempo, voltei à UBS para conversar com a enfermeira, que se tornara minha amiga. Ela disse que estava fazendo uma pesquisa sobre gestação de risco e perguntou se eu aceitava participar. É claro que concordei. CASO 9 D. Amélia, 70 anos, viúva, tem cinco filhos, mas mora sozinha, analfabeta, fumou durante 53 anos e parou há uma semana, nega etilismo. Hipertensa, faz uso contínuo de captopril e refere ter enfisema, com diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Foi internada com queixa de fraqueza, dispneia e tosse produtiva persistente. Relata sentir-se muito só neste tempo de pandemia, já que os filhos e netos não podem visitá-la. Além disso, está preocupada, pois não tem renda e seu filho mais velho, que a sustenta, está sob risco de perder o emprego. O enfermeiro, após ter feito a anamnese e o exame físico, identificou como diagnóstico de enfermagem prioritário a desobstrução ineficaz de vias aéreas. A partir desse diagnóstico, o enfermeiro colocou a paciente em posição de Fowler e instalou oxigênio. Escalou um técnico de enfermagem para acompanhar o paciente e monitorar o estado respiratório. Após a melhora do quadro, o enfermeiro ensinou D. Amélia a realizar exercícios de respiração profunda e orientou sobre hábitos saudáveis. Pensando no caso de D. Amélia, o enfermeiro resolve fazer um projeto de pesquisa sobre aos aspectos sociais que acompanham a pandemia. CASO 10 Sr. Jaílson, portador de Hepatite C, 55 anos, ensino médio completo, microempresário, divorciado, três filhos maiores, reside com um dos filhos e sua nora, em casa própria de alvenaria, com cinco cômodos, provida de saneamento básico e luz elétrica. Admitido na unidade de internação de um hospital público devido a dor abdominal de forte intensidade. Apresenta redução da acuidade visual à direita; dor e astenia em membros inferiores. Refere conhecimento da sua doença, bem como tem consciência da necessidade do tratamento e da internação. Está bastante confiante em sua recuperação, mas mostra-se preocupado com seu negócio, que lutou tanto para construir e agora está paralisado durante esse período de pandemia e corre o risco de falir. Demonstra saudade da sua casa, do trabalho e do convívio social. Relatou padrão de sono normal; pouca aceitação da dieta, por ser hipossódica (pouco sal); falta de privacidade para a realização dos desejos sexuais; função intestinal e vesical sem alterações. Negou alergia alimentar ou medicamentosa, etilismo e tabagismo e história de doenças na família. Após ter feito a anamnese e o exame físico, o enfermeiro realizou massagens e orientou o paciente como usar medidas de relaxamento e escalou um técnico de enfermagem para administrar o analgésico prescrito. e o próprio enfermeiro realizou massagens e orientou o paciente como usar medidas de relaxamento. Após alívio da dor, o enfermeiro voltou a conversar com o paciente a fim de prestar orientações em relação aos cuidados com sua saúde. Pensando no caso do Sr. Jaílson, o enfermeiro resolve fazer um projeto de pesquisa sobre aos aspectos sociais que acompanham a pandemia. thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight thayn Highlight
Compartilhar