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ANOMALIAS CROMOSSÔMICAS ESTRUTURAIS E NUMÉRICAS As aberrações ou anomalias cromossômicas, podem ser classificadas em numéricas ou estruturais, ou seja, alterações em número ou estrutura de cromossomos. 1. Anomalias Cromossômicas Numéricas As anomalias cromossômicas numéricas são alterações que afetam o número de cromossomos presentes em cada uma das células e isso pode ser observado dentro de um cariótipo. Podem ser classificadas em euploidias e aneuploidias. Euploidias: afetam o número total de cromossomos de uma célula e originam células nas quais o número de cromossomos é um múltiplo exato do número haploide característico da espécie. Os principais tipos de euploidia são: a. monoploidia: é caracterizado quando a célula possui apenas um cromossomo de cada tipo, ou seja, possui apenas um lote cromossômico. (Exemplo: o zangão, originado por partenogênese, é um indivíduo que se desenvolveu a partir de um gameta feminino não fecundado, então ele possui apenas um conjunto de cromossomos da fêmea, proveniente da abelha rainha, por isso as células do zangão são monoploides). b. triploidia: presença de três conjuntos cromossômicos (3n) com o total de 12 cromossomos. A endosperma, estrutura que fica dentro das sementes das angiospermas, é 3n, um exemplo de triploidia na natureza. c. poliploidia: os cariótipos podem ser representados por três ou mais genomas. Aneuploidias: São mutações cromossômicas numéricas que irão afetar apenas um par de cromossomos. As principais aneuploidias são as seguintes: a. nulissomia (2n-2), quando ocorre a perda dos dois membros de um par cromossômico, que geralmente são letais; b. monossomia (2n-1), na qual ocorre a perda de um dos cromossomos de um mesmo par, sendo na maioria letais. A Síndrome de Turner ocorre quando indivíduos do sexo feminino nascem com apenas um cromossomo sexual (X0). Na espécie humana, o excesso de cromossomos é mais tolerável do que a falta e, portanto, essa é a única monossomia cromossômica compatível com a vida.; c. trissomia (2n+1), quando um cromossomo se encontra repetido três vezes, estando relacionadas com malformações congênitas múltiplas e deficiência mental (exemplo: trissomia do cromossomo 21 ou síndrome de Down) (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2013). 2. Anomalias Cromossômicas Estruturais As anomalias cromossômicas estruturais são alterações na morfologia dos cromossomos. Estes podem perder, ganhar ou até mesmo trocar pedaços entre si. Geralmente isso ocorre durante a divisão celular, e pode causar problema nos cromossomos porque é nesse momento que está acontecendo o crossing over, ou seja, têm a maior probabilidade de sofrerem algum problema por estarem mais expostos naquele momento. Falhas estruturais nos cromossomos podem ser potencializadas por alguma substância como radiação, vírus, bactérias e vários agentes químicos. As mutações ou alterações estruturais são classificadas da seguinte forma: deleção, duplicação, inversão e translocação. a. Deleção A deleção também é conhecida como deficiência e acontece quando o cromossomo perde um pedaço seu. Geralmente ocorre na meiose, já que os cromossomos estão fazendo crossing over. Durante esse momento, a parte perdida acaba não sendo trocada e vários genes que são importantes para o indivíduo são perdidos na deleção e isso pode ser fatal. Portanto, os efeitos das deleções são geralmente graves, como a síndrome do cri-du-chat, ou “miado do gato”, causada pela perda de um segmento do braço curto do cromossomo 5. Existem alguns casos de câncer, principalmente leucemias, que também são causadas por deleções cromossômicas. b. Duplicação A duplicação ocorre quando o cromossomo tem um dos seus pedaços duplicados. A principal causa dessa alteração estrutural é a ocorrência de crossing-over desigual entre as cromátides homólogas durante a meiose. Geralmente não causa problemas e é bem menos perigosa do que a deleção, já que perder um pedaço do cromossomo é muito mais grave do que o duplicar. c. Inversão A inversão ocorre quando o cromossomo tem uma parte sua invertida (giro de 180 graus). Esse processo ocorre a partir de uma quebra em dois sítios diferentes do cromossomo, seguida pela reunião do segmento de forma invertida. Geralmente esse processo estrutural não causa problema no indivíduo. Quando o centrômero não participa desse processo, chamamos de inversão paracêntrica e de inversão pericêntrica quando o pedaço invertido do cromossomo contém o centrômero. Embora a maior parte das inversões cromossômicas não cause problema, existem alguns casos na literatura que relatam inversões cromossômicas que acabaram causando o aborto espontâneo no feto. d. Translocação A translocação é um processo em que ocorrem troca de pedaços entre cromossomos não homólogos. Dependendo, podem ou não causar problemas. Na translocação recíproca, os cromossomos não homólogos trocam pedaços iguais. Na translocação robertsoniana (fusão), dois cromossomos acrocêntricos perdem uma parte do braço, e então, ocorre a fusão entre ambos. Esse processo é muito comum, por exemplo, de acontecer com o cromossomo 21 e o cromossomo 14 e essa fusão causa síndrome de Down por anomalia cromossômica estrutural. (5% dos casos são causados por conta dessa translocação.) As translocações são um importante mecanismo de variabilidade genética sendo um processo importante para a formação de novas espécies. Referências bibliográficas • BECKER, Roberta O.; BARBOSA, Bárbara Lima da F. Genética Básica . Porto Alegre: Grupo A, 2018. 9788595026384. Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595026384/. Acesso em: 01 jun. 2022.
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