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HERPESVÍRUS EQUINO 1 E 4

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VIROSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | HERPESVÍRUS EQUINO 1 E 4 
 
 
Davillanne Valentim | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
HERPESVÍRUS EQUINO 1 E 4 
Sinonímias 
 Rinotraqueíte infecciosa dos equinos 
 Rinopneumonite viral 
 Aborto equino a vírus 
 Aborto herpético equino 
 
Definição 
 Herpesvírus Equino 1 (HVE-1, vírus da rinopneumonite equina, aborto herpético equino a 
vírus) agente causal das manifestações clínicas em equinos, caracterizando afecções 
pulmonares, neurológicas e abortamento. 
 Herpesvírus equino 4 (HVE-4, vírus da rinopenumonite equina) está ligado sobretudo a 
manifestações respiratórias e, mais raramente, a abortos. 
 
Etiologia 
Pertencem ao gênero Varicellovirus, membro da subfamília Alphaherpesvirinae, família Herpesviridae 
ordem Herpesvirales. O agente etiológico é um vírus DNA dupla fita (envelopado). 
O HVE – 1 está relacionado a quatro formas de manifestações clínicas: 
 rinopneumonite equina – caracterizada por manifestações respiratórias 
 abortamento equino a vírus – responsável por abortamentos principalmente no terço final da 
gestação 
 mortalidade perinatal de potros 
 mieloencefalopatia herpética equina – caracterizada por sinais neurológicos 
Ambos os vírus possuem baixa resistência ao meio ambiente, sendo inativados pela maioria dos 
desinfetantes comuns, e pH abaixo de 3 e acima de 11. 
 
Epidemiologia 
São enzoóticos na maioria das populações de cavalos, possuindo distribuição mundial e 
ambos sendo encontrados em todo território brasileiro. 
O primeiro caso relatado ocorreu em 1966, desde então a doença vem sendo uma grande 
causadora de perdas econômicas, tendo ocorrência de 4 a 40% dependendo do sistema de produção 
adotado. 
A transmissão do vírus de um animal infectado para um cavalo suscetível, durante a fase 
aguda da doença respiratória ocorre pela via respiratória. 
Já a disseminação do vírus ocorre por contato direto ou indireto através de aerossóis e 
fômites, via venérea (sêmen), abortos (membranas e fluidos fetais – extremamente infecciosos). 
O principal reservatório do vírus são animais que se tornam portadores latentes, por toda a 
vida do animal, após a primo-infecção (reativação viral). Vale ressaltar que em populações 
sorologicamente positivas, os portadores latentes correspondem a cerca de 50% a 60% dos animais 
recuperados. 
• Latência 
Pode ser definida como uma infecção persistente na qual o genoma viral, embora presente, 
tem sua expressão limitada e vírions infecciosas não são produzidos. 
 
 
VIROSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | HERPESVÍRUS EQUINO 1 E 4 
 
 
Davillanne Valentim | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
• Animais portadores: 
 Não apresentam sinais clínicos da infecção, mas são sorologicamente positivos, dada a presença de 
anticorpos. A administração de medicamentos imunossupressores ou eventos imunossupressores 
causadores de estresse, como gestação, transporte prolongado, cirurgias, mudanças climáticas, 
entre outros fatores, resultam na reexcreção do vírus por meio das secreções nasais. 
Em geral, os animais que reexcretram o vírus tem sinais clínicos brandos ou inaparentes. 
 
Patogenia 
• Doença Respiratória 
o HVE – 1 
O local primário de replicação é o epitélio da cavidade nasal, faringe, traqueia e brônquios. 
O período de incubação é de 2 a 5 dias, podendo durar por pelo menos 14 dias (excreção viral). 
Vale ressaltar que ocorre uma viremia associada ás células mononucleares (sendo este o pré-
requisito para ocorrer a MHE e o abortamento) 
o HVE - 4 
A via de infecção é a via oral. O local primário de replicação é o trato respiratório superior, 
epitélio nasal, faringe, traqueia e brônquios. O período de incubação é de 2 a 10 dias. 
A manifestação clínica mais presente é a rinopneumonite. Raramente causa abortos. 
• Aborto 
Ocorre após a infecção respiratória ou a recrudescência do estado de latência. 
O período de incubação do abortamento é variável, de 9 a 121 dias. A taxa de ataque 
nos surtos abortivos chega a mais de 50% das éguas prenhes e o aborto ocorre geralmente no 
terço final da gestação. 
 
• Mieloencefalopatia herpética equina (MHE) 
Reflete principalmente um tropismo do HVE-1 pelo endotélio do sistema nervoso 
central (SNC). 
Polimorfismo - genótipo D752 está associado a ocorrência da forma neurológica 
 
Clínica 
• Doença respiratória 
Se apresenta geralmente como uma rinofaringite aguda, mas pode afetar o TRI (trato respiratório 
inferior), causando traqueobronquite ou pneumonia. 
A doença mais aguda é mais frequentemente causada pelo HVE-4, acometendo sobretudo potros 
recém-desmamados até 2 anos de idade. 
Os principais sinais são febre (39 a 41ºC), anorexia, letargia, edema de linfonodos, conjuntivite 
com secreção ocular e descarga nasal bilateral serosa intensa. 
 
• Infecção Vasculotrópica pulmonar 
Síndrome recentemente reconhecida de infecção respiratória pelo HVE-1 em cavalos adultos 
jovens. 
Sinais: febre alta, depressão, dificuldade respiratória e alta mortalidade, sendo caracterizada por 
vasculite, hemorragia e edema de pulmões. 
 
VIROSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | HERPESVÍRUS EQUINO 1 E 4 
 
 
Davillanne Valentim | ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
• Abortamento 
- HVE-1 é o principal agente viral determinante de abortamentos em equinos 
- 95% acontecem nos últimos 4 meses de gestação 
- Reativação do vírus – podendo ocorrer abortamento mesmo após meses ou anos da infecção 
- Infecção pela via respiratória em éguas prenhes passa despercebida, geralmente os fetos são 
abortados de maneira espontânea e súbita 
- Fetos maiores que 6 meses de gestação podem se apresentar autolisados, mas normalmente a 
aparência externa não apresenta alterações. 
- A infecção da égua no fim da gestação normalmente gera potros vivos, porém fracos, ictéricos e 
com dificuldade respiratória - geralmente estes, morrem em poucos dias. 
 
• Mieloencefalopatia herpética equina (MHE) 
A enfermidade neurológica decorre sobretudo da infecção respiratória pelo HVE-1. Acomete 
qualquer idade, porém égua prenhes e em lactação são mais acometidas. 
O período de incubação é de 6 a 10 dias, e os sinais neurológicos podem ou não estar 
associados aos sinais respiratórios ou reprodutivos. 
Os sinais clínicos variam de uma suave ataxia a uma paralisia completa dos membros 
anteriores e posteriores. Paralisia da bexiga, com consequente incontinência urinária e, paralisia da 
cauda, com hipoalgesia ou anestesia do períneo. 
Nos casos leves, os cavalos recuperam-se em poucas semanas, mas o prognóstico de casos 
graves é muito variável: os animais deitam-se e morrem ou precisam ser eutanasiados por 
complicações secundárias. 
 
Diagnóstico 
 Pode ser feito por métodos diretos: isolamento e identificação do vírus em cultivo celular ou 
por técnicas de biologia molecular. Ou por métodos indiretos onde se visualiza a presença de títulos 
de anticorpos específicos contra o vírus. 
 A soroneutralização é um método indireto, que não diferencia animais vacinados dos 
infectados, nem se a infecção ocorreu por HVE-1 ou HVE-4. Por isso, deve-se realizar a sorologia 
pareada que consiste em duas coletas com intervalos de 14 a 21 dias entre elas (aumento título 4x). 
OBS: Em caso de abortamentos, os títulos podem estar no nível máximo. 
Além, de que se deve realizar o diagnostico no rebanho, podendo-se identificar a infecção em 
diferentes fases dentro do rebanho. 
 O PCR pode ser gerado em aproximadamente 6horas, é um exame rápido e de alta 
sensibilidade, porém coletas feitas depois do 15º dia de infecção a probabilidade de identificação do 
vírus é baixa. 
• Amostras a serem remetidas para o laboratório: 
- Soro sanguíneo, coletado por punção da veia jugular. 
- Swabs nasais 
- Nos casos de abortamentos, deve-se mandar partes do pulmão, fígado, baço, cérebro e timo do 
feto, bem como a placenta. 
 
 
 
 
VIROSES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS | HERPESVÍRUS EQUINO 1 E 4 
 
 
Davillanne Valentim| ESTUDANTE DE VETERINÁRIA 
• Diagnóstico diferencial 
- Doença respiratória: influenza equina, rinovírus equino, adenovírus equino e vírus da arterite 
equina. 
- No caso de abortamentos: arterite equina, leptospirose, Salmonella abortusequi, placentite 
associado ao Streptococcus zooepidemicus, ou á Escherichia coli 
- Doença neurológica: Raiva, botulismo, mieloencefalite por protozoários, polineurite equina, 
mielopatia degenerativa equina, encefalomielite equina, listeriose e traumas. 
 
Tratamento 
Não existe tratamento específico para a doença respiratória, devendo-se realizar o tratamento 
sintomático, com antipiréticos, anti-inflamatórios e, se houver infecção secundária, administrar 
antibióticos. 
No caso de abortamentos, recomenda-se a lavagem da cauda e do posterior da égua com 
desinfetantes, para inativar o vírus. 
Potros neonatos devem ser tratados com os procedimentos padrões de enfermagem – 
aquecimento, nutrição e hidratação adequados, administração de medicamentos como antibióticos 
e antivirais. Porém, geralmente resulta no insucesso, pois o animal vem a óbito em virtude das lesões 
nos órgãos. 
Em caso de doenças neurológicas, devem-se utilizar AINES, AIE, DMSO, ATB e 
medicamentos para prevenção de trombos. Além disso o animal deve ser mantido hidratado. 
 
Profilaxia e Controle 
• Quarentena por pelo menos de 2 semanas, de todos os animais que serão introduzidos ao 
rebanho 
• Fêmeas prenhes separadas do restante do rebanho e sempre manejá-las primeiro 
• Evitar alta densidade de animais 
• Separar animais por idade 
• Isolar animais acometidos (doentes), trata-los e fazer uma desinfecção das instalações 
 
Vacinação 
A vacinação não protege contra a infecção, mas, sim contra os sinais clínicos da doença, 
reduzindo sua intensidade e duração, além da quantidade de excreções virais. Desta forma, a 
vacinação tem como principal objetivo reduzir a gravidade da doença respiratória e circulação viral 
na população. 
Vale ressalta, que a imunidade gerada pela vacinação é curta, sendo correto vacinar a 
população de 6 a 12 meses. O protocolo de vacinação recomendado é a primeira dose ao 5º mês de 
gestação, a segunda dose no 7º mês, e a terceira dose no 9º mês. Em potros é realizado o desmame 
(a partir de 4 meses) – intervalo de 3 doses, e em adultos devem ser administrados duas doses em 
intervalos de 30 dias.

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