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Enfermidades do trato respiratório superior

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25 de março de 2020 
Enfermidade do sistema respiratório superior 
A queixa relacionada ao sistema respiratório sugere que o animal tenha um acometimento do trato anterior. Ex: Quando monta 
para passear ele faz um ronco. Essa descrição do proprietário não é um ronco, é um estridor respiratório, que é um sinal clínico 
que indica obstrução do fluxo de ar das vias aérea anteriores (laringe, seio paranasal). 
Qualquer obstrução que leva a obstrução de ar, vai ter um estridor respiratório. Um instrumento muito útil para fechar 
diagnostico definitivo, é a endoscopia. 
 
Estridor em atividade física ou não -> O volume de ar em repouso é o mesmo que 
em atividade física? Não, em atividade física o fluxo é bem maior e por isso, que na 
hora do exame físico é necessário olhar se existe um estridor em repouso ou 
atividade física. 
 
Podem ter queixas de intolerância ao exercício e queda de performance (o animal 
não tem o mesmo desempenho do que tinha antes, mas ele é capaz de se exercitar. A intolerância, o animal não conseguem ter 
oxigênio suficiente e assim não realiza a atividade física. Isso acontece pois ele não tem o suporte respiratório adequado. 
 
REVISÃO DE ANATOMIA 
Quais estruturas anatômicas podem acometer? 
NARINAS 
São estruturas bem elásticas, tendo uma capacidade de abertura muito grande e nem sempre quando elas estiverem dilatas, 
normalmente, não indicam afecção no trato respiratório anterior e sim do posterior, mas dependendo do fluxo de ar, o animal 
pode apresentar as narinas dilatadas. 
 
É um sinal clínico de dificuldade respiratória ou pós exercícios. 
Enfermidades mais comuns 
• Lacerações 
• Neoplasias: Carcinoma epidermóide – Pele da narina despigmentadas, exposição alta aos raios solares – metástase em 
linfonodos regionais submandibular e retro faríngeo – deve ser feito punção aspirativa desses linfonodos – elevação da 
pele observado, não é uma lesão que aparece da noite para o dia. 
• Pólipos: Não é muito comum 
• Cisto sebáceo (ateroma): É um problema estético. Aumento de volume de uma narina. 
• Papiloma: Aspecto de verrugas, sendo firmes. Se o animal tiver nas narinas ou próximo aos lábios, quando ele for 
comer no cocho, ele pode soltar umas dessas lesões por causada do atrito. É tratada com auto-hemoterapia ou algo 
cáustico na neoplasia para diminuir o volume. A papilomatose é um vírus. Temos que verificar se o sistema imunológico 
do animal está bom, ou se existe alguma outra doença associada com a papilomatose (babesiose). 
 
COANAS 
Tem o septo nasal; visto pela endoscopia, no qual veremos sinais clínicos que são semelhantes em várias enfermidades. 
• Epistaxe -> Sangramento pelas narinas sendo uni ou bilateral. Nem sempre ela caracteriza enfermidade do trato 
anterior, cavalos com hemorragia pulmonar grave pode ter sangramento. 
• Ver o odor -> Fétido = necrose tecidual. 
• Diferença do fluxo de ar – Avaliar com o dorso das mãos nas narinas 
• Trauma do septo – por sonda ou trauma 
 
LABIRINTO ETIMOIDAL 
• Hematoma etmoidal -> Lesão avermelhada; aumento de massa hiperplásica que leva ao esgarçamento até ulcerar o 
tecido. Como tem muita vascularização, ela sangra (epistaxe) 
Na endoscopia veremos duas entradas das bolsas guturais, ela é chamada de plicasalpingofaringeana. 
 
SEIOS PARANASAIS 
Ver se tem secreção, alterações na coloração da mucosa. A sinusite vai causar uma deformação na face, que é o aumento de 
volume ou diminuição de volume. Qual o lado? Se o aumento é progressivo ou não, sempre que for progressivo, devemos 
pensar em neoplasia (biopsia óssea). Pode ocorrer sinusite pós uma fratura. 
 
LARINGE 
Teremos muitas enfermidades que provocaram obstrução no fluxo de ar. 
• Aritenoide -> alterações de estrutura, ou de função, ou seja, perde o movimento de abdução 
• Cisto subepiglótico – A epiglote fica mais elevada e com isso ela causa obstrução ao fluxo de ar. 
• Deslocamento do palato mole que vai recobrir a epiglote 
• Encarceramento da epiglote 
 
TRAQUEIA (extratorácica) 
Observaremos inflamações, traumas 
• Traqueite -> origem viral ou bacteriana; traumática 
• Enfisema subcutâneo (trauma) 
• Trauma -> aumento de volume, calor, ar no subcutâneo 
Na bolsa gutural tem a artéria carótida. Se houver uma micose na bolsa e se a lesão da micose estiver em cima da carótida, 50% 
dos equídeos vem a óbito por hemorragia, sem nem ter tempo de reverter. Vai morrer de choque hipovolêmico. 
 
Os seios e os nomes no slide 13 
Enfermidades 
• Ateroma 
Pela inspeção visual direta vamos observar uma assimetria dos lados, com um aumento de volume. Na palpação vamos sentir 
uma palpação firme, mas que não é dura. 
É um cisto sebáceo, que acontece unilateralmente, que pode ter de 2 a 5 cm. Ele não causa obstrução do fluxo de ar. Essa 
enfermidade é sem importância clínica, é mais uma questão estética do proprietário. 
• Paralisia da face 
O lábio superior está desviado. Isso normalmente ocorre em animais que tem alguma lesão nos ramos do nervo facial. 
Dependendo de quanto estiver desviado, pode provocar obstrução do fluxo de ar pela posição do lábio superior e da narina 
desviada. Neste caso temos que tratar o que está causando a lesão nos ramos do nervo facial. 
• Lacerações de narina 
Todo trauma que provoque uma laceração, a ferida pode ser tratada por 1ª intenção (rafia do tecido – sutura) ou 2ª intenção. 
 
Temos que avaliar a ferida, ver a extensão dela, qual o grau de desvitalização do tecido, se tem contaminação da ferida, cheiro 
ruim ou só está suja. É necessário limpar a ferida para avaliar e depois decidir se vai tratar por 1ª ou 2ª intenção. 
 
Não deve tratar por 1ª intenção as feridas infectadas, pois terá decência de sutura, ou feridas muito tempo feita com tecido 
desvitalizado (neste caso faz debridamento cirúrgico). É o melhor para ser feito, pois faz com que a narina não perca sua 
elasticidade. 
Se a ferida não puder ser tratada por 1ª intenção, será então por 2ª. 
 
No tratamento por 2ª intenção terá preenchimento dessa ferida por tecido conjuntivo. Equídeos formam tecido de granulação 
exuberante, então tem que tomar cuidado, vai ser necessário controla esse tecido. O tecido não deve ultrapassar a linha de 
epitelização da ferida (quando tratada por 2ª intenção), pois não é um fator que vai contribuir na cicatrização. 
 
Podemos usar um creme com corticoide para controlar esse tecido, podemos usar também substâncias causticas (provavam 
inflamação) -> sulfato de cobre ou albocrezil. Nessa cura por 2ª intenção pode apresentar perda da elasticidade da narina e 
assim ter algum grau de obstrução de ar. 
• Corpos estanhos 
É muito difícil de ter, pois os equídeos eles sempre estão vibrando as narinas. 
• Wry nose 
É uma alteração congênita. Deformação no chanfro, osso nasais, fenda palatina (presença de leite nas narinas), deformidades do 
maxilar, dentes, protrusão da língua, alterações de septo nasal. Esse animal não será usado para esporte por causa das 
deformações, será um cavalo pet. Alguns casos têm até correção cirúrgica, dependendo da deformação que o animal vai 
apresentação 
• Micose em cavidade nasal 
Fatores predisponentes – Vive em ambiente úmido, passou por trauma prévio(sonda), tratamento de doença autoimune (lúpus 
– corticoterapia na dose imunossupressora). 
 
O fungo mais envolvido é o rinosporidium – rinosporidiose. A lesão fúngica é irregular, coloração creme com áreas de necrose 
tecidual (área escurecida). Essa lesão recebe o nome de placa difteroide. 
O diagnóstico é pela endoscopia e quando diagnosticado, são percebidos que o animal vai apresentar secreção muco purulenta 
(contaminação bacteriana secundária), odor fétido pela necrose tecidual, epistaxe intermitente (a lesão fúngica cresce e 
comprime a mucosa que é muito vascularizada). Pode ou não ter uma obstrução de fluxo de ar, dependendo da localização e do 
tamanho da lesão. 
 
Pode ter dispneia caso apresente obstrução do fluxo de ar. A dificuldade respiratória é indicativa de uma obstrução maior. 
 
Vai ser coletado materialpara fazer uma cultura fúngica. Depois disso devemos tratar a lesão. Se a suspeita é de lesão fúngica, 
usaremos um antifúngico sistêmico por pelo menos 60 dias. (Se acontecer remição fazer + 30 dias). 
O antifúngico vai ser manipulado para que o preço não fique tão caro. Pode ser usado miconazol, itaconazol. 
Tem que acompanhar a função hepática, ver se tem complicações pelo uso sistêmico. 
 
Se tiver alta obstrução do fluxo de ar, vamos associar a um tratamento tópico, colocando uma solução anti fúngica com DMSO 
(dimetil sulfoxido/anti-inflamatório) no endoscópio. Ou pode também ter a possibilidade retira, se for uma lesão for muito 
grande e depois fazendo uma tramando sistêmico e tópico. 
 
O tratamento tópico só vai ser feito se o animal estiver internado, pois é um tratamento feito um dia sim e outro dia não. 
 
À medida que for diminuindo a lesão, pode suspender o tratamento tópico e seguir só com o sistêmico.

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