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Aula05-DireitodoTrabalho-EOUXXXIV(slides)


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Extinção do 
contrato de 
trabalho
Direito do Trabalho
Renata Japiassu
@re.japiassu
Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br
Modalidades de rescisão
A rescisão pode se dar por ato voluntário imotivado, pela iniciativa tanto do
empregado, quanto do empregador. Vamos aos exemplos, bem como as verbas
devidas caso ocorram.
Pedido de demissão: as verbas devidas são o saldo de salário, as férias
vencidas e proporcionais, bem como o décimo terceiro salário proporcional.
Dispensa sem justa causa: as verbas devidas são o saldo de salário, as férias
vencidas e proporcionais, o décimo terceiro salário proporcional, o aviso prévio
(trabalhado ou indenizado), a multa de 40% do FGTS e as guias do seguro
desemprego.
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Modalidades de rescisão
Também pode ocorrer a rescisão do contrato por ato voluntário motivado, ou
seja, quando houver descumprimento do contrato pelas partes.
Justa causa: decorre da prática de falta grave (art. 482 da CLT) pelo
empregado. As verbas devidas serão o saldo de salário e as férias vencidas.
Rescisão indireta: ocorre quando o empregador descumpre as obrigações.
As verbas devidas serão o saldo de salário, as férias vencidas e proporcionais, o
décimo terceiro salário proporcional, o aviso prévio (trabalhado ou indenizado),
a multa de 40% do FGTS e as guias do seguro desemprego.
Culpa recíproca: quando ambos incorrem em falta grave. As verbas devidas
serão o saldo de salário, as férias vencidas, metade do aviso prévio, metade do
décimo terceiro salário proporcional, metade da multa do FGTS e saque do
FGTS. Não há direito ao seguro desemprego.
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Modalidades de rescisão
A rescisão pode ocorrer por fato involuntário, alheio à vontade das partes.
Nulidade: como já estudado anteriormente, refere-se ao trabalho ilícito
(efeitos ex tunc) e ao trabalho proibido (efeitos ex nunc).
Força maior: é um acontecimento inevitável (ex: enchente que destrói a
empresa). As verbas devidas serão o saldo de salário, as férias vencidas e
proporcionais, o 13º proporcional, o aviso prévio, o saque do FGTS, guias do
seguro-desemprego e metade da multa de 40% do FGTS.
Fato do príncipe: paralisação temporária ou definitiva, por ato do poder
público. As verbas devidas serão o saldo de salário, as férias vencidas e
proporcionais, o 13º proporcional, o aviso prévio, o saque do FGTS, e guias do
seguro-desemprego. Quem pagará a multa do FGTS será a Administração
Pública.
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Modalidades de rescisão
Ainda sobre a rescisão por fato involuntário, alheio à vontade das partes, temos
mais duas hipóteses.
Morte do empregado: nesse caso, as verbas devidas serão o saldo de salário,
as férias vencidas e proporcionais, bem como o décimo terceiro salário
proporcional.
Morte do empregador, extinção da empresa ou falência: as verbas devidas
serão o saldo de salário, as férias vencidas e proporcionais, o décimo terceiro
salário proporcional, o aviso prévio, a multa de 40% do FGTS, o saque do FGTS
e as guias do seguro-desemprego.
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Modalidades de rescisão
Outra hipótese importante é o distrato (rescisão por comum acordo),
implantada com a Reforma Trabalhista e presente no art. 484-A da CLT.
Ocorre quando ambos empregado e empregador decidem, conjuntamente,
encerrar o contrato de trabalho.
As verbas rescisórias devidas aqui serão: metade do aviso prévio, se indenizado;
metade da multa rescisória do FGTS; e na integralidade, as demais verbas
trabalhistas; com levantamento de 80% dos depósitos do FGTS.
Cuidado! Essa modalidade de rescisão não autoriza seguro-desemprego.
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Como cai na OAB
OAB XXXIII. Walmir foi empregado da sociedade empresária Lanchonete
Chapa Quente Ltda., na qual atuou como atendente por um ano e três meses,
sendo dispensado sem justa causa em julho de 2021.
A sociedade empresária procura você, como advogado(a), para saber o modo
de pagamento dos direitos devidos a Walmir.
De acordo com o que dispõe a CLT, sabendo-se que a norma coletiva nada
dispõe a respeito, assinale a afirmativa correta.
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a. Uma vez que o contrato vigorou por mais de um ano, deve ser feita a
homologação perante o sindicato de classe do empregado ou perante o
Ministério do Trabalho.
b. O pagamento poderá ocorrer na própria empresa, pois não há mais
necessidade de homologação da rescisão contratual pelo sindicato
profissional ou pelo Ministério do Trabalho.
c. Não havendo discórdia sobre o valor devido a Walmir, deverá ser
apresentada uma homologação de acordo extrajudicial na Justiça do
Trabalho, com assinatura de advogado comum.
d. A sociedade empresária, ao optar por fazer o pagamento em suas próprias
instalações, deverá obrigatoriamente depositar o valor na conta do
trabalhador para ter a prova futura do adimplemento.
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a. Uma vez que o contrato vigorou por mais de um ano, deve ser feita a
homologação perante o sindicato de classe do empregado ou perante o
Ministério do Trabalho.
b. O pagamento poderá ocorrer na própria empresa, pois não há mais
necessidade de homologação da rescisão contratual pelo sindicato
profissional ou pelo Ministério do Trabalho.
c. Não havendo discórdia sobre o valor devido a Walmir, deverá ser
apresentada uma homologação de acordo extrajudicial na Justiça do
Trabalho, com assinatura de advogado comum.
d. A sociedade empresária, ao optar por fazer o pagamento em suas próprias
instalações, deverá obrigatoriamente depositar o valor na conta do
trabalhador para ter a prova futura do adimplemento.
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Justa causa
O art. 482 da CLT prevê as condutas do empregado que constituem falta
grave e ensejam a demissão por justa causa.
Seus requisitos objetivos são: tipicidade (a falta precisa estar presente na lei),
gravidade da falta, relação entre a falta e o trabalho.
Quanto aos requisitos subjetivos, esses são: autoria e culpa (negligência,
imprudência ou imperícia) ou dolo.
Os requisitos circunstanciais são: nexo causal, proporcionalidade,
imediatidade ou atualidade, singularidade de punição, não discriminação,
vinculação aos motivos da punição.
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Justa causa: hipóteses
Improbidade: atos que causam prejuízo patrimonial ao empregador (ex:
danificar materiais da empresa de forma dolosa, roubo, etc).
Incontinência ou mau procedimento: a primeira refere-se a atos sexuais
obscenos, e o segundo, a procedimento incompatível com regras sociais.
Negociação habitual: exercício de atividade concorrente, sem autorização.
Precisa ser habitual, ou seja, acontecer mais de uma vez.
Condenação criminal: precisa haver trânsito em julgado e a reclusão do
empregado (impossibilitado de comparecer ao emprego).
Desídia: é o desleixo, negligência (ex: dorme no expediente).
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Justa causa: hipóteses
Embriaguez habitual ou no serviço: não é cumulativa.
Violação de segredo de empresa.
Ato de indisciplina ou insubordinação: a indisciplina refere-se ao
descumprimento de ordens gerais, enquanto a insubordinação trata de
descumprimento de ordem pessoal.
Abandono de emprego: ausência do serviço, quebra da habitualidade.
Consoante Súmula 32 do TST, presume-se com o não retorno em 30 dias.
Ato lesivo à honra e à boa fama e ofensa física praticada contra empregado
ou empregador: contra empregado, tem que ser na empresa.
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Justa causa:hipóteses
Prática constante de jogos de azar: jogo precisa estar ligado a dinheiro,
precisa ser em horário de trabalho ou na empresa, e o jogo precisa ser ilegal.
Perda da habilitação por dolo: a habilitação precisa ser exigida para o
exercício da profissão, bem como há a necessidade do dolo.
Nos casos de empregados domésticos, o art. 27 da LC 150/2017 elenca outras
hipóteses de justa causa, como, por exemplo, a submissão a maus tratos de
idoso, enfermo, pessoa com deficiência ou criança sob cuidado direto ou
indireto do empregado.
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Justa causa: hipóteses
Por fim, existem hipóteses de falta grave que estão fora do art. 482 da CLT.
Lei n º 7.783/89: abuso do direito de greve enseja justa causa.
Decreto-lei nº 95.247/87: o art. 7º, §3º prevê que a declaração fraudulenta
de itinerário configura falta grave.
Art. 158, PU, ‘b’ da CLT: a recusa injustificada do uso do EPI caracteriza
demissão por justa causa.
Art. 240, PU da CLT: a recusa injustificada na prestação de serviço
extraordinário pelos ferroviários configura falta grave.
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Rescisão indireta
Aqui, quem pratica a falta grave é o empregador, gerando motivo válido para o
rompimento do vínculo empregatício por parte do empregado (art. 483, CLT).
Exigir do empregado serviços superiores às suas forças, defesos por lei,
contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato.
Tratar o empregado com rigor excessivo.
Submeter o empregado a perigo manifesto de mal considerável.
Deixar de cumprir as obrigações do contrato de trabalho.
Praticar ato contra o empregado ou pessoas de sua família, ato lesivo da
honra e boa fama, ou ofensas físicas.
Reduzir o seu trabalho, afetando os salários e a subsistência.
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Como cai na OAB
OAB XXXII. Bruno era empregado em uma sociedade empresária, na qual
atuava como teleoperador de vendas on-line de livros e artigos religiosos,
usando, em sua estação de trabalho, computador e headset. Em determinado
dia, o sistema de câmeras internas flagrou Bruno acessando, pelo computador,
um site pornográfico por 30 minutos, durante o horário de expediente. Esse
fato foi levado à direção no dia seguinte, que, indignada, puniu Bruno com
suspensão por 40 dias, apesar de ele nunca ter tido qualquer deslize funcional
anterior.
Diante da situação apresentada e dos termos da CLT, assinale a afirmativa
correta.
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a. A punição, tal qual aplicada pela empresa, importa na rescisão injusta do
contrato de trabalho.
b. A punição é compatível com a gravidade da falta, devendo Bruno retornar
ao emprego após os 40 dias de suspensão.
c. A empresa deveria dispensar Bruno por justa causa, porque pornografia é
crime, e, como não o fez, considera-se perdoada a falta.
d. A empresa errou, porque, sendo a primeira falta praticada pelo empregado,
a Lei determina que se aplique a pena de advertência.
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a. A punição, tal qual aplicada pela empresa, importa na rescisão injusta do
contrato de trabalho.
b. A punição é compatível com a gravidade da falta, devendo Bruno retornar
ao emprego após os 40 dias de suspensão.
c. A empresa deveria dispensar Bruno por justa causa, porque pornografia é
crime, e, como não o fez, considera-se perdoada a falta.
d. A empresa errou, porque, sendo a primeira falta praticada pelo empregado,
a Lei determina que se aplique a pena de advertência.
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Aviso prévio
Consoante o art. 487 da CLT, é a comunicação da rescisão do contrato de
trabalho por um dos contratantes, com antecedência mínima de 30 dias.
Aviso prévio proporcional: a Lei nº 12.506/2011 prevê que ao aviso prévio
previsto serão acrescidos 3 dias por ano de serviço prestado na mesma
empresa, até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias.
A equação será, portanto, 30 + (número de anos completos trabalhados x 3).
A Súmula 441 do TST prevê que tal direito somente é assegurado ao
empregado que rescindir o contrato a partir de 13 de outubro de 2011.
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Aviso prévio
Há duas espécies de aviso prévio concedido pelo empregador:
Aviso prévio trabalhado: ocorre quando o empregado trabalha no curso do
aviso prévio. O art. 488 da CLT possibilita ao empregado optar por trabalhar
duas horas a menos por dia, ou faltar 7 dias corridos no final do aviso.
Aviso prévio indenizado: ocorre quando o desligamento é imediato.
Cuidado! Se o aviso prévio for concedido pelo empregado, esse não terá
direito a redução da jornada de trabalho no aviso prévio trabalhado. Caso seja
indenizado, será descontado das verbas rescisórias (não superior a um salário
do empregado). Não existe aqui o aviso prévio proporcional.
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Plano de demissão voluntária
O PDV é um mecanismo utilizado pelo empregador, no intuito de incentivar o
empregado a pedir demissão, oferecendo-o, em troca, uma quantia financeira.
Nesse sentido, é uma hipótese de cessação contratual por mútuo acordo,
ocorrendo mediante contrato coletivo, observando todas as formalidades.
Consoante o art. 477-B da CLT, o PDV enseja a quitação plena e irrevogável
dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em
contrário.
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Como cai na OAB
OAB XXXI. Eduardo e Carla são empregados do Supermercado Praiano Ltda.,
exercendo a função de caixa. Após 10 meses de vigência do contrato, ambos
receberam aviso prévio em setembro de 2019, para ser cumprido com
trabalho. Contudo, 17 dias após, o Supermercado resolveu reconsiderar a sua
decisão e manter Eduardo e Carla no seu quadro de empregados. Ocorre que
ambos não desejam prosseguir, porque, nesse período, distribuíram seus
currículos e conseguiram a promessa de outras colocações num concorrente
do Supermercado Praiano, com salário um pouco superior.
Diante da situação posta e dos termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
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a.Os empregados não são obrigados a aceitar a retratação, que só gera efeito
se houver consenso entre empregado e empregador.
b.Os empregados são obrigados a aceitá-la, uma vez que a retratação foi feita
pelo empregador ainda no período do aviso prévio.
c. A retratação deve ser obrigatoriamente aceita pela parte contrária se o
aviso prévio for trabalhado, e, se for indenizado, há necessidade de
concordância das partes.
d. O empregador jamais poderia ter feito isso, porque a CLT não prevê a
possibilidade de reconsideração de aviso prévio, que se torna irreversível a
partir da concessão.
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a.Os empregados não são obrigados a aceitar a retratação, que só gera efeito
se houver consenso entre empregado e empregador.
b.Os empregados são obrigados a aceitá-la, uma vez que a retratação foi feita
pelo empregador ainda no período do aviso prévio.
c. A retratação deve ser obrigatoriamente aceita pela parte contrária se o
aviso prévio for trabalhado, e, se for indenizado, há necessidade de
concordância das partes.
d. O empregador jamais poderia ter feito isso, porque a CLT não prevê a
possibilidade de reconsideração de aviso prévio, que se torna irreversível a
partir da concessão.
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Renata Japiassu
@re.japiassu
Bons estudos!
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