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1 Patologia – Vitor Benincá Aterosclerose Doença de artérias de grande ou médio calibre caracterizada por alterações representadas pelo acúmulo, na íntima, de lipídeos, componentes do sangue, células e material intercelular (OMS) Causa de óbito mais importante do mundo Aorta e seus ramos são os principais vasos acometidos MECANISMO DA ATEROSCLEROSE Vaso normal Lesão endotelial faz com que o vaso fique mais permeável a lipídios (LDL). Os lipídios da circulação vão para o tec conjuntivo subendotelial. Com essa lesão há a atração de células inflamatórias. O macrófago fagocita o lipídio, englobando o máximo de lipídio (macrófago n tem um feedback para cessar a fagocitose). O macrófago fagocita em excesso e se rompe, liberando os lipídios. O excesso de lipidos e inflamação provoca uma desdiferenciação das cél. Musculares lisas. Essas células musculares se tornam fibroblastos Ocorre a formação de vasos (angiogênese) no local. Isso ocorre uma obstrução local e que pode se romper. O conteúdo no meio desse ateroma é altamente trombogênico Patologia Aula 2 2 Patologia – Vitor Benincá Ao se romper, há a formação de trombo em contato com o sangue circulante. Esse trombo pode soltar êmbolos (fragmentos) que pode obstruir vasos. Nos vasos pequenos o trombo pode obstruir o lúmen, em vasos maiores tende a soltar êmbolos devido ao fluxo rápido de sangue, que provoca a liberação de fragmentos (êmbolos) ASPECTOS MORFOLÓGICOS Lesão inicial (tipo I): Xantomatoso – Discreto acúmulo de lipoproteínas e macrófagos espumosos na camada íntima – Não há alteração macroscópica – Inicia-se durante a infância e adolescência Estria lipídica (tipo II): – Há alterações macroscópicas – Áreas amareladas planas, bem delimitadas, arredondadas ou de forma alongada – Grande número de macrófagos espumosos, lipídeos extracelulares e linfócitos Placa pré-ateromatosa (tipo III) – Idêntica à lesão anterior, apenas com maior número de acúmulo de lipídeos extracelulares Placa ateromatosa (tipo IV) – Lesão arredondada, ovoide ou alongada – Ao corte, é amarelada, contendo material amorfo e recoberta por cápsula fibrosa – Centro necrótico – Macrófagos espumosos, células musculares lisas e linfócitos – Fibroblastos e fibrócitos com depósito de colágeno Placa fibroateromatosa (tipo V) – Predomínio de fibroblasto e células musculares lisas – Pequenos depósitos de lipídeos Placa complicada (tipo VI): – Ulceração e ruptura – Formação de trombos – Hemorragia – Calcificação FATORES DE RISCO Hiperlipidemia Disfunção endotelial Acúmulo de lipídeos na camada íntima Oxidação do LDL 3 Patologia – Vitor Benincá Estimula a liberação de fatores de crescimento Hipertensão Arterial Sistêmica Fatores hemodinâmicos Fatores genéticos associados – Receptores da angiotensina II Tabagismo Disfunção endotelial Aumento da viscosidade do sangue Ativação de fatores da coagulação que aumenta proliferação de células da parede vascular Aumento do colesterol plasmático Aumento dos produtos de glicolisação Aumento da oxidação de LDL Diabete Melito Disfunção endotelial Alterações da matriz extracelular Aumento da oxidação de lipídeos Aumento da adesividade das plaquetas Hiperlipidemia Diminuição da ação dos antioxidantes DM tipo 2 – hiperinsulinemia atua como fator de crescimento de células musculares lisas Homocisteína – Alterações genéticas e dietas pobres em vitamina E, C e B12 Alterações da coagulação sanguínea Hiperuricemia Dieta pobre em antioxidantes Agentes infecciosos Sexo masculino Etnia negros Obesidade Ferro Cardiopatia Isquêmica Isquemia: fluxo de sangue arterial é insuficiente para suprir as necessidades metabólicas Quadros clínicos: – Angina pectoris – Infarto agudo do miocárdio – Morte súbita – Doença isquêmica crônica do coração CAUSAS DE OBSTRUÇÃO CORONARIANA Aterosclerose e Trombose – Causa mais comum – Redução de 75% da luz – isquemia miocárdica com demanda aumentada – Redução de 90% da luz – isquemia em repouso – Locais mais atingidos: • Coronária direita • Ramos interventriculares e circunflexo da CE – Ruptura da placa – trombose – obstrução aguda Vasoespasmo – Diminuição da ação do óxido nítrico – Pode gerar trombose e ruptura da placa Outros fatores: – Proliferação fibrointimal em pacientes transplantados – Aumento da demanda de sangue – Dissecção aguda das coronárias – Embolia das coronárias – Arterites 4 Patologia – Vitor Benincá ANGINA PECTORIS Dor precordial com características compressivas, em pontada ou cortante. Dor em “facada” Angina estável: – Ocorre por aumento do trabalho cardíaco – Infradesnivelamento do segmento ST – Obstrução grave das coronárias (>75%) – Melhora com repouso ou uso de vasodilatadores Angina de Prinzmetal: – Não há relação com exercício – Espasmos coronarianos – Supradesnivelamento do segmento ST – Responde a agentes vasodilatadores Angina Instável: – Progressão da dor anginosa – Geralmente precede o infarto agudo do miocárdio INFARTO AGUDO DE MIOCÁRDIO (IAM) Dor anginosa com irradiação para membros superiores, pescoço ou abdome – Palidez – Mal-estar – Dispneia – Taquicardia Pode ocorrer sem sintomatologia dolorosa ECG – supradesnivelamento do segmento ST Aumento dos níveis séricos de proteínas das células musculares MORTE SÚBITA Pode ser consequência das condições previamente descritas Óbito ocorre dentro de 24 horas após início dos sintomas Doença isquêmica é a causa mais comum Arritmia grave – fibrilação ventricular ISQUEMIA MIOCÁRDICA CRÔNICA Comprometimento difuso e insidioso do miocárdio Episódios recorrentes de angina e/ou infarto agudo do miocárdio Pode levar à insuficiência cardíaca Conforme a pessoa vai tendo infarto, há a necrose e substituição do músculo cardíaco por fibrose, provocando insuficiência cardíaca ASPECTOS MORFOLÓGICOS Macroscópico/Microscópico 5 Patologia – Vitor Benincá EFEITOS DE REPERFUSÃO COMPLICAÇÕES Insuficiência cardíaca Arritmias Choque cardiogênico Ruptura da parede ventricular Ruptura do músculo papilar Aneurismas cardíacos Se a pessoa tem um infarto e sobrevive, o coração fica fibrosado (cicatriz). Perdendo parte de sua capacidade contrátil. A parte com fibrose não contrai. Nessa região de cicatriz, o sangue pode não circular e, devido a estase, formar um trombo (Trombose mural) INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS Agentes trombolíticos Angioplastia coronariana transluminal percutânea com balão Angioplastia com laser Aterotomia por cateter Utilização de stents – o normal só “aperta o trombo”, já o stent com agente trombolítico evita a formação de novos trombos Cirurgia de revascularização miocárdica – ponte de safena
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