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PROVA DIREITO CIVIL VII - CAROLINA FERRAZ

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
EXAME DE DIREITO CIVIL VII - 1o GQ
TÚLIO CIRNE FERREIRA
Prova de graduação do
curso de Direito
apresentada como
requisito para
avaliação do 1o GQ da
disciplina de Direito
Civil VII, ministrada
pela Profa. Carolina
Valença Ferraz.
RECIFE
05 de outubro de 2021
1. Caetano durante viagem para explorar os templos budistas do sudoeste asiático
acaba falecendo de forma misteriosa deixando pai, mãe e avós. Ocorre que,
quando aberta a sucessão a mãe de Caetano, sra. Elis, renúncia. É válido ressaltar
que, além dos pais do “de cujus”, os avós paternos e avós maternos eram vivos ao
tempo da sucessão. Considerando que a herança líquida é de R$ 2.400.000,00
(DOIS MILHÕES E QUATROCENTOS MIL REAIS), como se dará e qual será o valor
equivalente ao quinhão hereditário de cada herdeiro?
A priori, verificamos que a mãe de Caetano, a sra. Elis, faz renúncia a seu respectivo
direito de herança. É claro que a renúncia da sra. Elis, deve seguir formalmente a regra
da renúncia feita expressamente através de termo judicial ou de instrumento público,
como bem podemos visualizar no Artigo 1.806 do Código Civil, que nos afirma:
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou
termo judicial.
Diante do exposto, podemos conferir que como Caetano não deixou filhos, e sua mãe
sra. Elis, fez renúncia ao seu Direito de herança, impedindo consequentemente da
herança ser direcionada aos avós maternos de Caetano, e portanto, afirmamos que a
herança será inteiramente do pai, no valor de 2.400.000.000. Bem como seus avós
paternos não serão favorecidos, diante da impossibilidade da transmissão de herança
para o pai e os avós, simultaneamente. 
Ressalta-se aqui que os avós paternos de Caetano só herdariam a herança caso o pai
dele não tivesse tido filhos logo após seu falecimento. Por fim, pode-se afirmar que
não encaixa-se na linha de ancestralidade, o devido direito de representação, bem
como o mesmo nos ascendentes.
2. Podemos considerar como possuidor de capacidade sucessória passiva uma
pessoa com deficiência cognitiva? Por quê?
É importante a princípio, fazer adendo ao Artigo 1.798 do Código Civil que versa de
uma forma completamente geral sobre a sucessão hereditária:
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da
abertura da sucessão.
Portanto, explicamos e diferenciamos precipuamente com clareza a capacidade
sucessória passiva da capacidade civil. A capacidade sucessória passiva é a
determinada faculdade para que certa pessoa herde os bens que foram deixados pelo
‘’de cujus’’. Enquanto a capacidade civil é a aptidão que cada pessoa têm para adquirir
direitos e deveres. 
Vamos fazer mais um adendo ao Artigo 1.799 do Código Civil, que estabelece em seu
caput:
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas
ao abrir-se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de
fundação.
O respectivo Artigo trata da capacidade sucessória passiva em caso de testamento.
Portanto, devemos nos valer de que, nos dias atuais, fundamentalíssimo seja
mencionar que as pessoas que possuem alguma deficiência devem possuir com a
devida relevância um curador, para que seus interesses pessoais sejam assegurados
de maneira segura e eficaz. Em certos casos de deficiência que necessitam daquele
devido apoio, o ideal é que sejam nomeados 2 (dois) curadores para realizarem a sua
assistência para o cumprimento de sus capacidades.
3. Para comemorar o fim da pandemia, a família Weasley, decide viajar para a
Tailândia, apenas ficando em casa o primogênito Rony, jovem transexual, pois
estava participando de um retiro espiritual onde era proibido o contato com o
mundo exterior durante o período de 60 dias. Durante o voo uma das turbinas do
avião acaba pegando fogo e faz com que a aeronave caia no oceano. Dentro do
avião estavam os pais de Rony e sua irmã Gina. A companhia área informou que
nenhum passageiro foi encontrado com vida. Devido o seu retiro espiritual, Rony
não pode ser avisado dos óbitos. Dessa forma pergunta-se: os bens dos falecidos
ficam sem titularidade de domínio? Caso sua resposta seja negativa, Rony por ser
um jovem transexual poderá herdar se na certidão de óbito constava com o nome
registral como filha? Como poderia ter o direito de herança assegurado? Como
Advogada (o) qual seria a orientação jurídica a ser fornecida?
Inicialmente, cabe citarmos o respectivo Artigo 1.784 do Código Civil:
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários.
Vemos que como bem expressa o dispositivo, os devidos bens do respectivo ‘’de
cujus’’, não vão ficar sem titularidade de domínio, tendo em vista que os herdeiros os
receberão de imediato. Em relação aos dias que Rony estava sem saber das mortes, a
Lei fixa que o devido tempo para que se abra o inventário seja de 2 meses, com
previsão de multa. Sobre a devida orientação, acredito que por estar em um retiro, na
figura de advogado, faria o possível para prorrogar o prazo já mencionado,
principalmente porque Rony não sabia das mortes de seus familiares. 
Vamos definir aqui a herança jacente, que é aquela herança onde ocorre nas situações
em que não existem herdeiros identificados, ou mesmo que não identificados, não
aparentam certo interesse no respectivo patrimônio que o falecido deixou. 
Inclusive merece adendo especial o fundamental princípio do direito Sucessório, a
Saisine, que como bem preceitua Pablo Stolze: 
Trata-se de princípio fundamental do Direito Sucessório, em que a morte opera a imediata
transferência da herança aos seus sucessores legítimos e testamentários, visando impedir que
o patrimônio deixado fique sem titular, enquanto se aguarda a transferência definitiva dos
bens aos sucessores do falecido.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, volume 7:
direito das sucessões. 6. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
Em relação a sexualidade e o nome de Rony, o mesmo tem como alterar no cartório
diante da sua identificação, e não é necessária devida autorização judicial, e desta
forma, ele conseguirá a herança legitimamente. Tudo isso preceituado no
PROVIMENTO 73 do ADI 4275, que prevê:
ADI 4275 / DF DIREITO CONSTITUCIONAL E REGISTRAL. PESSOA TRANSGÊNERO.
ALTERAÇÃO DO PRENOME E DO SEXO NO REGISTRO CIVIL. POSSIBILIDADE. DIREITO AO
NOME, AO RECONHECIMENTO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, À LIBERDADE PESSOAL, À
HONRA E À DIGNIDADE. INEXIGIBILIDADE DE CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO OU DA
REALIZAÇÃO DE TRATAMENTOS HORMONAIS OU PATOLOGIZANTES.
4. Roberto Carlos durante a pandemia da COVID-19 recusou se vacinar, postou
insistentemente fake news negacionistas e, defendeu fervorosamente o
tratamento precoce, apesar de ser um pneumologista renomado. Acontece que o
pai do mesmo, o senhor Reginaldo Rossi, um cientista virologista renomado
especialista em estudos sobre vírus, sofreu bastante com o comportamento do
filho e ficou inclusive profissionalmente desacreditado por conta do mesmo.
Pergunta-se sobre o exposto, como advogada (o) do Sr. Reginaldo Rossi, que
deseja excluir a herança do único filho, qual seria o seu parecer no tocante ao
presente caso?
Primeiramente, cabe ressaltarmos aqui que o CC/02 faz ressalva às exclusões de
herança, que são atos com o intuito legítimo de sancionar o herdeiro, que inicialmente
tem direito à herança, só que porém, devido aos seus atos, o mesmo é impedido de
usufruir dela. Essas exclusões são através de atos de indignidade, previsíveis no
Artigo 1.814 do Código Civil, e pordeserdação realizada em testamento através do
autor da herança, como preceitua o Artigo 1.962 do Código Civil.
Importante destacarmos aqui que o respectivo Artigo 151 da Lei 8.213/91 e o Artigo
30, parágrafo 2o do Decreto Número 3.048/99, definem a alienação mental como uma
‘’doença elegível para os benefícios por certa incapacidade (temporária ou
permanente), sobre os quais, irá independer-se o devido cumprimento de carência.’’
Portanto, atenuando principalmente a deserdação, que é uma causa clara de exclusão,
bem como uma das causas da alienação mental, fixa então o Código Civil:
Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em
todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão.
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos
descendentes por seus ascendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
Bem como podemos ver que, nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves, ‘’a deserdação é o ato
unilateral pelo qual o testador exclui da sucessão herdeiro necessário, mediante disposição
testamentária motivada em uma das causas previstas em lei’’.
Pelo exposto, vemos que Roberto Carlos mesmo sendo um grande profissional, de
certa forma, causou danos ao seu pai, justamente por conta de seus atos,
descredibilizando completamente seu trabalho e suas competências. Diante do atual
cenário que se vivencia, a alternativa verdadeiramente eficaz é o debate sobre as
pesquisas, vacinas, sobre a melhor forma de se superar esta terrível pandemia, e na
figura de cientista que Roberto Carlos têm, o que legitimamente se esperava do
mesmo, eram atitudes íntegras, que valorizassem mais a ciência em suas maiores
características, e que, principalmente no momento atual, as Fake News não tivessem
importância, e sim, a preocupação em salvar vidas estivesse em primeiro lugar.

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