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EBOOK-DescomplicandooICMS-101PerguntaseRespostas


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descomplicando 
o icms 
101 perguntas erespostas
Ficha catalográfica:
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
(CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Lima Filho, Marcos Antonio Monte de
Descomplicando o ICMS : 101 perguntas e respostas
/ Marcos Antonio Monte de Lima Filho, Fellipe Matos
Guerra. -- 1. ed. -- Fortaleza, CE : Tributário
online responde, 2021.
ISBN 978-65-994059-2-1
1. Contabilidade 2. Direito tributário 3. Imposto
sobre Circulação de Mercadorias - Brasil I. Guerra,
Fellipe Matos. II. Título.
21-73522 
CDU-34:336.2(81)
34:336.23
Índices para catálogo sistemático:
1. Brasil : Direito tributário 34:336.2(81)
2. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços : Direito tributário 34:336.23
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
descomplicando 
o icms 
101 perguntas erespostas
PREFÁCIO
Professor Dr. Fellipe Guerra e Prof. Marcos Lima 
É com grande prazer que aceitei o convite de escrever o prefácio do 
livro dos meus parceiros e amigos, professor Dr. Fellipe Guerra e Prof. 
Marcos Lima. Em virtude da complexidade do ICMS tendo a mais ampla 
e complexa legislação, este livro surge do intento de sanar as principais 
dúvidas de maneira simples e prática acerca deste imposto. 
A obra apresenta 101 perguntas e respostas sobre o ICMS. O livro tem 
uma linguagem de respostas práticas para resolver problemas corrique-
iros em uma rápida leitura. Sendo a mesma importantíssima, principal-
mente pela lógica da escrita fácil e descomplicada, e criada por um dos 
grandes especialistas da área de tributos no país. O principal motivo 
da obra se encontra no fato que o ICMS é considerado um dos tributos 
que mais gera dúvidas e questões controversas, principalmente diante 
da recente mudança. 
Uma boa gestão tributária do ICMS depende de análise de certos detal-
hes que ultrapassa a simples leitura da legislação vigente, envolvendo 
conhecimento de rotinas fi scais/contábeis e de tecnologia aplicada a 
área fi scal, como o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), espe-
cialmente a Escrituração Fiscal Digital (EFD ICMS/IPI). 
No ambiente cada vez mais competitivo de hoje, as empresas estão sob 
constante pressão para melhorar seu desempenho e explorar novas 
oportunidades de geração de receita. A referida obra pretende ofere-
cer conhecimento e ajudá-lo a cumprir a legislação e os regulamentos 
tributários e contábeis. 
A crescente atenção dispensada pelo governo aos assuntos tributári-
os das empresas, aumenta a importância atribuída ao ICMS e à forma 
como os riscos tributários são administrados. Há também uma busca 
constante para utilizar tecnologias, processos e pessoas da maneira 
mais efi ciente possível para garantir as obrigações de conformidade 
sejam cumpridas. 
A obra “101 Perguntas e respostas do ICMS” é um conjunto de id-
eias organizadas a partir da definição do tributo, perfazendo uma 
análise dos princípios constitucionais e todos os conceitos Impor-
tantes para o ICMS, a fim de contribuir com empresas a profission-
ais à lidarem com questões tributárias complexas. 
Ao final, deixo aqui meus agradecimentos aos professores diante 
das contribuições importantíssimas na área tributária brasileira, ao 
produzir um material didático e prático aos profissionais que atu-
am na gestão tributária. 
Excelente leitura e aplicabilidade prática! 
Professor João Arlindo Gusmão 
É, também, com grande prazer que aceitei o convite de partici-
par da escrita do prefácio do livro dos meus amigos, professor Dr. 
Fellipe Guerra e Prof. Marcos Lima. A disponibilização de um ro-
teiro completo, como é o caso do Descomplicando o ICMS - 101 
perguntas e Respostas no formato de questões e soluções, acaba 
por facilitar o dia a dia do profissional contábil, das pessoas que 
estão realizando operações fiscais, de quem está emitindo notas 
fiscais, dos administradores e do próprio empresário, uma vez que 
possibilita que dúvidas possam ser sanadas de uma forma rápida 
e objetiva, simplesmente pesquisando a pergunta que trata do re-
spectivo assunto. 
Um excelente material também para estudo e aprendizado do 
ICMS como um todo, uma vez que as perguntas se encontram dis-
postas em uma ordem cronológica e ensaiadas de forma que haja 
uma continuidade simétrica ao conteúdo. 
Com certeza, uma obra que vem engrandecer o conhecimento 
de quem almeja compreender o que e como deva ser tributado o 
ICMS, esse imposto que possui inúmeros detalhes a serem obser-
vados para sua correta aplicação. 
Excelente leitura e aplicabilidade prática! 
Professora Deyse Parisotto 
Sumário
Introdução ao ICMS
Substituição Tributária do ICMS
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
Conceitos Importantes para o ICMS
Documentos Fiscais 
O que é a Nota Fiscal Eletrônica – NF-e? 
Operações Especiais e Situações Específi cas do ICMS
Escriturações Fiscais e suas Consequências
Defi nições Avançadas do ICMS
1 09
35
45
57
63
75
83
89
99
3
4
5
6
7
8
9
2
9
Introdução ao ICMS 
Capítulo 1
Introdução 
ao ICMS 
10
Introdução ao ICMS 
1. O que é o ICMS?
O ICMS é o Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e 
sobre a prestação de Serviços de transporte interestadual, intermunicipal 
e de comunicação. É um tributo de competência dos Estados e do Distrito 
Federal e tem como base o Art. 155 da Constituição Federal de 1988. 
10
O que é ICMS?
11
Introdução ao ICMS 
2. Qual a origem do ICMS? 
O ICMS tem suas raízes na Constituição Federal de 1934, inicialmente 
conhecido como IVC - Imposto sobre Vendas e Consignações. Desde a 
época possuía uma natureza mercantil, onde cada venda realizada era 
vista como fato gerador distinto e dessa forma incidia sobre todas as 
fases da circulação do produto até o consumidor fi nal. 
Através da Emenda Constitucional 18, publicada em 01 de dezembro 
de 1965, surgiu o imposto relativo às circulações de mercadorias, assim 
substituindo o IVC. 
Nesse momento trazia como inovação o princípio da não cumulatividade, 
característica que permanece até os dias de hoje. Portanto, o pagamento 
ocorria sobre o valor agregado, isto é, o montante cobrado nas operações 
era abatido das vendas. 
Em 1 de março de 1989, através da Constituição Federal de 1988 (CF/88), 
entrou em vigor o nosso sistema tributário nacional e, respeitando o 
princípio da legalidade, em seu Art. 155 são especifi cados os impostos de 
competência dos Estados e do Distrito Federal, dentre eles está o ICMS.
12
Introdução ao ICMS 
3. O que são tributos indiretos?
Os tributos indiretos são aqueles que, em regra, incidem sobre o consumo. 
Esses tributos possuem como característica principal a possibilidade 
de transferência do encargo tributário para o contribuinte da etapa 
subsequente da cadeia econômica. 
13
Introdução ao ICMS 
4. Quem é o contribuinte de fato? 
É o contribuinte que, verdadeiramente, suporta o ônus fi scal da operação. 
Por exemplo, em uma operação de aquisição de mercadorias por um 
Comércio Atacadista, cujo valor total dos produtos é R$1.000,00 (mil 
reais) e internamente a esse valor está incluso o ICMS, calculado a uma 
alíquota de 18% (dezoito por cento), que é igual a R$180,00 (cento e 
oitenta reais), o atacado ao pagar os R$1.000,00, também está pagando 
o valor do ICMS, ou seja, ele está sendo o contribuinte que está arcando 
com todo o valor do tributo e isso faz dele o contribuinte de fato. 
14
Introdução ao ICMS 
5. Quem é o contribuinte de direito? 
O contribuinte de direito é aquele responsável pela retenção e/ou 
recolhimento do tributo, fazendo dessa forma o repasse ao fi sco. 
Por exemplo, em uma operação no qual a indústria vende um produto 
para um atacadista cujo valor total da operação é R$1.000,00 (mil reais), 
mas, dentro desse valor há R$180,00 (cento e oitenta reais) de ICMS, 
conforme foi exemplifi cado na pergunta anterior. 
A indústria vai receber o valor de R$1.000,00, porém ela não fi cará com 
esse recurso pois, deverárepassar o valor referente ao ICMS, no caso 
R$180,00 (cento e oitenta reais), para o fi sco estadual. Para tanto, será 
necessária a emissão de uma guia de pagamento do valor do tributo. 
6. Quais serviços são alcançados pelo ICMS? 
São alcançados pelo ICMS os serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação, mesmo que essas operações ou 
prestações se iniciem no exterior. 
7. Quais os impostos de competência estadual?
Conforme o Artigo 155 da Constituição Federal de 1988 compete aos 
Estados e ao Distrito Federal os seguintes impostos: ITCMD (Imposto de 
Transmissão Causa Mortis e Doação), ICMS (Imposto sobre Circulação 
de Mercadorias e Serviços) e o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de 
Veículos Automotores). 
15
Introdução ao ICMS 
8. Qual a hierarquia normativa do ICMS?
O ICMS possui uma matriz hierárquica que precisa ser seguida, não 
obstante, é comum encontrar profi ssionais que desconhecem suas regras 
e concentram exclusivamente seus estudos nos regulamentos estaduais. 
Esse erro pode, por vezes, infl uenciar negativamente no aprendizado das 
regras e princípios que devem ser observados. 
Respeitando o princípio do federalismo tributário, podemos entender a 
hierarquia normativa relacionada ao ICMS da seguinte forma: 
1- Constituição Federal (Art.155); 
2- Lei Complementar 87/1996 (Lei Kandir) e alterações posteriores; 
3- Convênios e Protocolos; e 
4- Legislação Estadual. 
Portanto, vale reforçar que a construção de uma base sólida de 
conhecimentos sobre o tema, devem ser considerados os instrumentos 
normativos elencados acima. 
16
Introdução ao ICMS 
9. Quais os princípios constitucionais do ICMS? 
Além dos princípios que permeiam o Sistema Tributário Nacional, 
podemos elencar algumas características constitucionais fundamentais 
ao ICMS, quais são: 
Não Cumulatividade, Isenção, Não incidência, Seletividade e Alíquotas. 
Cada um desses princípios, possuem detalhes que devem ser observados, 
ainda nesta obra abordaremos com mais profundidade todos eles. 
17
Introdução ao ICMS 
10. O que é o Princípio da Não Cumulatividade? 
O princípio da não cumulatividade consiste em afi rmar que o ICMS 
incidirá sobre o valor agregado em cada etapa da cadeia econômica. 
Dessa forma, o que for devido em cada operação relativa à circulação de 
mercadorias, como também as prestações de serviços, será compensado 
com o montante cobrado nas operações ou prestações anteriores, 
independentemente de ser pelo mesmo ou outro Estado, ou pelo Distrito 
Federal. 
A não cumulatividade enseja em um mecanismo de débitos e créditos 
com compensações automáticas. De forma resumida podemos entender 
que, no momento da apuração do imposto, haverá um desconto do valor 
do tributo que já foi pago pelo contribuinte em suas compras de bens ou 
serviços desde que tenham sido anteriormente tributadas pelo imposto. 
18
Introdução ao ICMS 
11. Existem conflitos entre as Leis 
Complementares e os Regulamentos dos 
Estados? 
Sim, normalmente os regulamentos dos estados apresentam alguns 
confl itos de competências com normas superiores, um exemplo disso são 
as vedações de créditos e atribuições de fatos geradores não previstos 
em Leis Complementares. 
Vale ressaltar que qualquer norma que esteja em confl ito com as Leis 
Complementares é considerada ilegal, pois hierarquicamente, todas as 
leis, decretos ou atos normativos, devem subordina-se à Lei Kandir, que é 
a Lei Complementar 87/1996 que dispões sobre o ICMS. 
Ou seja, não é possível uma regulamentação de um dos entes federados 
entrar em confl ito com a própria norma federativa. Caberá ao contribuinte, 
ao se deparar com tal ilegalidade, analisar os efeitos fi nanceiros sobre si e 
adotar a medida legal que julgar pertinente. 
19
Introdução ao ICMS 
12. Qual tratamento tributário deverá ser 
dado a aquisição de mercadoria ou serviço 
contemplada com isenção ou não incidência 
de ICMS? 
No parágrafo 2º (segundo), inciso II do art. 155 da Constituição Federal de 
1988 está previsto que haverá isenção ou não incidência do ICMS. Nesses 
casos, salvo determinação contrária da legislação, o contribuinte deverá: 
a) não tomar créditos relativos às suas operações anteriores; 
b) anular eventuais créditos. 
Vale ressaltar que tratamento semelhante será dado à imunidade, com 
exceção apenas das exportações. 
20
Introdução ao ICMS 
13. No caso de saída de mercadoria ou 
serviço contemplada por isenção ou não 
incidência, é permitida a manutenção do 
crédito tributário? 
Em regra, não. No entanto, o Artigo 155 da Constituição Federal assegura 
a manutenção e o aproveitamento de créditos do montante do imposto 
cobrado nas operações e prestações anteriores somente sobre os valores 
relativos a operações com mercadorias destinadas ao exterior e também 
sobre serviços prestados a destinatários residentes fora do país. 
Essa redação é dada pela Emenda Constitucional 42, de 19 de dezembro 
de 2003. 
21
Introdução ao ICMS 
13. No caso de saída de mercadoria ou 
serviço contemplada por isenção ou não 
incidência, é permitida a manutenção do 
crédito tributário? 
Em regra, não. No entanto, o Artigo 155 da Constituição Federal assegura 
a manutenção e o aproveitamento de créditos do montante do imposto 
cobrado nas operações e prestações anteriores somente sobre os valores 
relativos a operações com mercadorias destinadas ao exterior e também 
sobre serviços prestados a destinatários residentes fora do país. 
Essa redação é dada pela Emenda Constitucional 42, de 19 de dezembro 
de 2003. 
14. O que é o princípio da seletividade? 
O princípio da seletividade consiste em tributar de formas diferentes 
os produtos cuja destinações sejam consideradas mais (ou menos) 
essenciais. Dessa forma pode-se dizer que o ICMS será seletivo em função 
da essencialidade das mercadorias e dos serviços. 
A aplicação desse princípio ocorrerá através da tributação com alíquotas 
diferentes, mercadorias diferentes. Por exemplo, a utilização de alíquotas 
menores para produtos considerados de extrema importância, tais como 
os da cesta básica, e em contrapartida, uma tributação mais elevada em 
produtos considerados supérfl uos como bebida alcoólica, fumo e armas 
de fogo. 
22
Introdução ao ICMS 
15. Quais competências são facultadas ao 
Senado Federal relacionadas ao ICMS?
É facultado ao Senado Federal, estabelecer alíquotas mínimas nas 
operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço, e que 
deve ser aprovada pela maioria absoluta de seus membros. 
Também é facultado ao Senado, fi xar alíquotas máximas nas mesmas 
operações com a fi nalidade de resolver quaisquer confl itos que envolvam 
interesses dos Estados, nesse caso será mediante uma resolução de 
iniciativa da maioria absoluta e deverá ser aprovada por, pelo menos, 
dois terços de seus membros. 
23
Introdução ao ICMS 
16. O ICMS incide sobre importação e serviços 
não alcançados pelo ISS? 
Em relação a importação, o ICMS incidirá também sobre a entrada de bem 
ou mercadoria importada do exterior por pessoa física, independente 
da sua fi nalidade e mesmo que a pessoa física ou jurídica não seja um 
contribuinte habitual do imposto. Nesse caso, ocorre o que alguns 
doutrinadores chamam de: INCIDÊNCIA ESPECÍFICA DO ICMS. 
Também se aplicará em situações dos serviços prestados no exterior, 
cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o 
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço. 
Já sobre os serviços não alcançados pelo ISS, todas as mercadorias que 
forem fornecidas com serviços não compreendidos nas competências 
dos municípios o ICMS irá incidir sobre o valor total da operação. 
24
Introdução ao ICMS 
17. O ICMS incide sobre as exportações?
Conforme o art. 155 da Constituição Federal, o ICMS não incidirá sobre 
serviços prestados a destinatários residentes no exterior, bem como, 
sobre operações que destinem mercadorias para o exterior. Apesar do 
termo não incidência, por estarmosfalando de uma previsão de não 
incidência qualifi cada em nossa carta magna, estamos diante de uma 
imunidade. 
25
Introdução ao ICMS 
18. O que é o Diferencial de Alíquotas?
O diferencial de alíquotas é a diferença entre a alíquota interna do estado 
de destino e a alíquota interestadual praticada nas operações. 
É importante destacar que a fi gura do diferencial de alíquotas está 
prevista na Constituição Federal desde 1988. No entanto, em abril de 
2015, em decorrência de uma emenda constitucional ocorreu uma 
ampliação no seu entendimento. 
Para fi ns didáticos podemos classifi cá-lo em dois tipos: 
1. Diferencial de alíquotas existente desde 1988 e que alcança as 
operações interestaduais praticadas entre contribuintes do imposto, e; 
2. DIFAL, como sendo a nova sistemática de cálculo do diferencial de 
alíquotas, que a partir de 2016, passou a alcançar também as operações 
interestaduais cujo destinatário seja o não contribuinte do imposto. 
Desta forma, em ambos os casos estão sendo aplicados o diferencial de 
alíquotas, essencialmente, a diferença é que o primeiro item as operações 
são entre contribuintes, já o segundo item, o destinatário tem que ser, 
necessariamente, um não contribuinte. 
25
26
Introdução ao ICMS 
19. De quem é a responsabilidade pelo 
recolhimento do Diferencial de Alíquotas?
A responsabilidade pelo recolhimento do Diferencial de Alíquotas será 
atribuída ao destinatário, quando o mesmo for contribuinte do imposto 
e caberá ao remetente quando o destinatário não for um contribuinte do 
imposto. 
20. Em matéria de ICMS caberá a Lei 
Complementar dispor sobre o quê? 
A Lei Complementar irá dispor sobre os seguintes assuntos: 
a) defi nir quem são os contribuintes; 
b) dispor sobre a Substituição Tributária; 
c) disciplinar o regime de compensação do imposto; 
d) fi xar o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das 
prestações de serviços, para o efeito da sua cobrança e a defi nição do 
estabelecimento responsável; 
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, 
os serviços e outros produtos além dos mencionados no Inciso X “a”, do 
art.155, da Constituição Federal; 
27
Introdução ao ICMS 
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para 
outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; 
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito 
Federal, isenções, incentivos e benefícios fi scais serão concedidos; 
h) defi nir os combustíveis e lubrifi cantes sobre os quais o imposto 
incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua fi nalidade, na hipótese 
em que não se aplicará o disposto no Inciso X, b, presente no art. 155 da 
Constituição Federal; 
i) fi xar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, 
também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. 
Na hierarquia tributária as LEIS COMPLEMENTARES têm a fi nalidade de 
servir de guia para as normas gerais traçando diretrizes básicas, assim, 
visto acima uma lista do que a norma complementar do ICMS dispõe, 
podemos concluir que a lei deve ser provida de efi cácia, compreendida 
como o requisito normativo indispensável para a produção dos efeitos 
jurídicos dos seus preceitos. 
O fato gerador da obrigação tributária só passa a ter nascimento, 
permitindo sua exigibilidade, se a lei contiver TODOS os ELEMENTOS do 
tipo tributário e atender ao princípio constitucional. 
Interessante destacar que, como já citamos anteriormente, o estudo 
do ICMS é fundamental para entender essa hierarquia, pois a base para 
resolver problemas operacionais, no dia a dia, é inicialmente adquirida 
com o entendimento da estrutura normativa. 
28
Introdução ao ICMS 
21. Quais as hipóteses de incidência do ICMS? 
Segundo o que determina a Lei Complementar 87 de 1996 (Lei Kandir), as 
hipóteses de incidência do ICMS são: 
As operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o 
fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e 
estabelecimentos similares; 
As prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, 
por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; 
As prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, 
inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, 
a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; 
O fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não 
compreendidos na competência tributária dos Municípios; 
O fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos 
ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando 
a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do 
imposto estadual. 
Assim temos que na primeira hipótese é apresentado sobre a circulação 
de mercadorias, de fato, o que muitos acabam confundindo com a 
emissão do documento fi scal caracterizar a incidência do imposto, a 
norma é clara sobre o termo CIRCULAÇÃO. 
29
Introdução ao ICMS 
Sequencialmente, na segunda hipótese é exposto que na prestação 
de serviços, o ICMS apenas alcança o transporte interestadual e 
intermunicipal, ou seja, o serviço de transporte intramunicipal (para 
facilitar: dentro do próprio município ou até mesmo entre bairros do 
mesmo município), não é alcançado pelo ICMS. 
Logo, na terceira hipótese elencada, é importante destacar somente as 
prestações onerosas de serviços de comunicação, ou seja, aquelas que 
são cobradas, que há um custo fi nanceiro monetário, haverá a incidência 
do ICMS. Aquelas que são gratuitas, como é o caso da TV aberta, por 
exemplo, não haverá nenhuma cobrança do ICMS. 
Por fi m, nas hipóteses seguintes, temos que a Lei Complementar 116/2003 
quando dispor sobre as mercadorias empregadas nas prestações de 
serviços, que conste em tal, devem ser tributadas pelo ICMS, então nesse 
caso haverá uma cobrança dupla, o ISS sobre o serviço e o ICMS sobre as 
mercadorias. Quando não houver essa previsão, tudo será tributado
 pelo ISS. 
30
Introdução ao ICMS 
22. Quais as hipóteses de incidência específica 
do ICMS? 
Podemos elencar em 3 (três) as Hipóteses Específi cas de Incidência do 
ICMS, e sequencialmente iremos comentar individualmente, para facilitar 
o entendimento: 
 Lei Kandir, art. 2, § 1º, inciso I: sobre a entrada de mercadoria 
ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não 
seja contribuinte habitual do imposto e independente da sua fi nalidade; 
A primeira hipótese específi ca é explicada uma série de informações 
extremamente relevantes, inicialmente, importou mercadoria do 
exterior, seja pessoa física ou jurídica, independente ser um contribuinte 
habitual do imposto e seja qual for a fi nalidade, estará sujeito à incidência 
específi ca do ICMS. 
 Lei Kandir, art. 2, § 1º, inciso II: incidirá também sobre o serviço 
prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; 
Na sequência, sempre que houver o processo de importação de serviços, 
ou, prestação de serviço como processo de exportação, mesmo que 
tenha acontecido ou iniciado no exterior, é uma incidência específi ca do 
ICMS. 
 Lei Kandir, art. 2, § 1º, inciso III: sobre a entrada, de petróleo, 
inclusive lubrifi cantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de 
energia elétrica, no território do Estado destinatário, quando não destinados 
à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações 
interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o 
adquirente. 
31
Introdução ao ICMS 
Quanto a combustíveis, derivados de petróleo e energia elétrica, temos 
algumas linhas de raciocínio, inicialmente, na saída do estado remetente, 
não haverá a incidência do ICMS. Na entrada do estado adquirente, 
temos duas situações, quando essa entrada for para consumo incide o 
ICMS, quando a entrada for para industrialização ou comercialização, não 
incide o ICMS. 
32
Introdução ao ICMS 
23.Quais as hipóteses de não incidência do 
ICMS?
Bom, na Lei Kandir podemos encontrar algumas hipóteses de não 
incidência do ICMS, conforme segue: 
 Lei Kandir, art. 3, inciso I: as operações com livros, jornais, 
periódicos e o papel destinado à sua impressão; 
Imunidade que foi prevista por força do artigo 150 da constituição, 
imunidade classifi cada de imunidade cultural de natureza objetiva. 
 Lei Kandir, art. 3, inciso II: operações e prestações que 
destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos 
industrializados semi-elaborados, ou serviços; 
Desde a Emenda Constitucional 42/2003, quando a alteração na 
Constituição Federal tornou todas as exportações imunes ao ICMS com 
o objetivo de tornar os nossos produtos mais competitivos no exterior. 
 Lei Kandir, art. 3, inciso III: operações interestaduais relativas 
à energia elétrica e petróleo, inclusive lubrifi cantes e combustíveis líquidos 
e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à 
comercialização; 
Conforme já verifi camos anteriormente, é imune a saída interestadual de 
qualquer derivado de petróleo e energia elétrica quando existe ali, a saída 
com o objetivo de consumo, quando é para consumo haverá a incidência 
do tributo, quando não forem para consumo, haverá a imunidade, essa é 
hipótese de não incidência prevista na lei. 
· Lei Kandir, art. 3, inciso IV: operações com ouro, quando 
defi nido em lei como ativo fi nanceiro ou instrumento cambial;
O ouro caracterizado como jóia é uma mercadoria, então haverá a 
incidência normal do ICMS, porém, existem algumas hipóteses que 
tratam o ouro como um ativo fi nanceiro, um instrumento cambial, nessas 
hipóteses não haverá a incidência do ICMS, mas do IOF, por exemplo, as 
Barras de Ouro que são negociadas na Bolsa de Valores. 
33
Introdução ao ICMS 
 Lei Kandir, art. 3, inciso V: operações relativas a mercadorias 
que tenham sido ou que se destinem a ser utilizadas na prestação, pelo 
próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza defi nido em lei 
complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos 
Municípios, ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar; 
Aquelas operações onde a lei complementar do ISS determina que será 
cobrado o tributo, dessa forma o ICMS não irá alcançar, pois esses dois 
tributos serão mutuamente excludentes, nesse caso. 
 Lei Kandir, art. 3, inciso VI: operações de qualquer natureza de 
que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, 
comercial ou de outra espécie; 
Conforme exposto na transferência de propriedade de estabelecimento 
não há incidência do ICMS. 
 Lei Kandir, art. 3, inciso VII: operações decorrentes de alienação 
fi duciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em 
decorrência do inadimplemento do devedor; 
Ocorre quando o credor de uma obrigação não cumpre com a sua 
obrigação fi duciária, nessa cobrança ou tomada de um bem, não há 
incidência do ICMS. 
 Lei Kandir, art. 3, inciso VIII: operações de arrendamento 
mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário; 
A operação de arrendamento mercantil é considerada um aluguel, então 
há apenas o aluguel de um bem, esse aluguel não tem incidência do ICMS, 
até que haja a venda, e ainda, dependendo do bem, pois necessitará ser 
analisado. 
 Lei Kandir, art. 3, inciso IX: operações de qualquer natureza 
de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para 
companhias seguradoras. 
Nessa operação, mesmo com a transferência de mercadorias, não há 
incidência de ICMS. 
34
Introdução ao ICMS 
24. Quem é considerado contribuinte do ICMS?
Em regra, segundo o art. 4º da Lei Complementar 87 de 1996, é considerado 
contribuinte do ICMS toda e qualquer pessoa, física ou jurídica, que 
com habitualidade ou então em volume que possa caracterizar-se o 
intuito comercial, realize operações de circulação de mercadorias ou a 
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, e de 
comunicação, ainda que essas operações e prestações se iniciem fora do 
País. 
Existem também algumas exceções onde, mesmo que não haja uma 
habitualidade ou um intuito comercial, será considerado um contribuinte 
do ICMS a pessoa física ou jurídica que: 
 Importe mercadorias ou bens do exterior, para qualquer que 
seja a sua fi nalidade; 
 Seja uma destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja 
prestação se tenha iniciado no exterior; 
 Adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou 
abandonados; 
 Adquira lubrifi cantes e combustíveis líquidos e gasosos 
derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, 
quando não destinados à comercialização ou à industrialização. 
Há processos operacionais envolvidos, de maneira prática, inclusive, em 
que há uma correlação que muitos entendem ser o correto, porém nem 
sempre será, o fato de que somente será CONTRIBUINTE do ICMS quando 
o mesmo tenha a INSCRIÇÃO ESTADUAL do estado que está operando. 
Isso pode ser muito confuso tecnicamente, e condicionar o conceito de 
contribuinte a existência de tal cadastro é um equívoco. 
35
Substituição Tributária do ICMS
Capítulo 2
Substituição 
Tributária do 
ICMS 
36
Substituição Tributária do ICMS
25. O que é a Substituição Tributária? 
A substituição tributária é um regime pelo qual a responsabilidade pelo 
recolhimento do ICMS, que é devido nas operações e prestações de 
serviços, será atribuída a um outro contribuinte. 
Essa ação existe em consonância com o art. 128 do CTN (Código Tributário 
Nacional), onde permite-se, mediante lei, que o legislador, atribua a 
responsabilidade tributária a terceiros, desde que estes tenham relação 
com o fato gerador do imposto.
37
Substituição Tributária do ICMS
26. Quem é o contribuinte substituto? 
O contribuinte substituto é aquele que, por lei, foi eleito para efetuar a 
retenção e/ou o recolhimento do ICMS. 
27. Quem é o contribuinte substituído? 
O contribuinte substituído é aquele que, nas operações ou prestações 
antecedentes ou concomitantes é benefi ciado pelo diferimento do 
imposto e nas operações ou prestações subsequentes, sofre a retenção. 
Ou seja, signifi ca que o contribuinte substituído se encontra dispensado 
do pagamento do ICMS na comercialização das mercadorias recebidas.
38
Substituição Tributária do ICMS
28. Quais os tipos de Substituição Tributária?
Em um aspecto temporal a substituição tributária possui 3 (três) fases, 
são elas: 
A Substituição Tributária para frente ou progressiva; 
Essa é a modalidade de tributação mais conhecida, no qual os tributos 
são recolhidos de forma antecipada, antes da ocorrência do fato gerador. 
A modalidade foi criada com o objetivo de se evitar a sonegação e 
simplifi car a fi scalização em setores onde há poucos fabricantes ou 
importadores e muitos revendedores, como o setor automobilístico, por 
exemplo. 
A indústria de autopeças paga os impostos que seriam devidos pelos 
demais elos da cadeia. Antes de passar por atacadista, varejista e 
consumidor, o industrial produtor ou importador de autopeças faz o 
recolhimento relativo a todas essas etapas. 
A Substituição Tributária concomitante;
Este é um caso mais complexo de substituição tributária. Nesta 
modalidade a responsabilidade pelo pagamento do ICMS fi ca por conta 
de outro contribuinte e não aquele que está realizando a operação. Por 
exemplo, se uma pessoa física autônoma prestar serviço de transporte 
de produtos entre cidades, desenvolverá uma atividade tributada pelo 
ICMS. 
Porém, por não ser pessoa jurídica, não conseguirá ser tributada por ele, 
portanto cada empresa que contratar os serviços de transporte dessa 
pessoa será obrigada a substituí-lo no recolhimento do imposto sobre 
a prestação. 
39
Substituição Tributária do ICMS
A Substituição Tributária para trás ou diferimento; 
Acontece exatamente o contrário da primeira. Nesse caso, é o último elo 
dacadeia de vendas quem fi ca responsável pelo pagamento do ICMS 
devido pelo restante da cadeia. 
De uma forma prática, o contribuinte que receber a mercadoria terá que 
arcar com o recolhimento do imposto devido em relação ao fato gerador 
ocorrido anteriormente. 
40
Substituição Tributária do ICMS
29. Como funciona a Substituição Tributária 
Interestadual?
Normalmente, a SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA Interestadual acontece, na 
grande maioria das vezes, em operações internas. 
Poderá ocorrer a implementação do regime de Substituição Tributária 
em operações interestaduais caso haja um acordo específi co celebrado 
pelas unidades da federação interessadas. 
30. Em que hipótese poderá haver a restituição 
da Substituição Tributária? 
A Lei Kandir assegura, somente ao contribuinte substituído, a restituição 
do valor do ICMS que foi pago de forma antecipada nos casos em que o 
fator gerador não venha a se concretizar
31. O que é a MVA? 
A Margem de Valor Agregado - MVA, trata-se de um componente do 
cálculo do ICMS nas operações sujeitas à Substituição Tributária. Em 
alguns estados, como por exemplo São Paulo, também é chamado de 
IVA - Índice de Valor Agregado. 
O que é estabelecido pela MVA é um tipo de margem de lucro para cada 
produto ou conjunto deles. Isso se dá com o intuito de minimizar as 
diferenças ocasionadas pela existência de variadas alíquotas relativas ao 
ICMS. 
41
Substituição Tributária do ICMS
Para que seja determinada a MVA, a autoridade tributária parte do 
preço do contribuinte substituto (indústria fabricante ou importador da 
mercadoria) e soma o valor aos custos relativos ao frete, demais impostos, 
seguro e todos os encargos que cabem ao comprador. 
32. Qual procedimento operacional para 
restituição da Substituição Tributária do 
ICMS? 
O procedimento operacional para restituição da Substituição Tributária 
do ICMS, consiste em que o contribuinte substituído deverá protocolar 
um pedido de restituição junto ao órgão fi scalizador e aguardar um prazo 
de até 90 dias. 
Caso não haja resposta do fi sco dentro desse prazo, o contribuinte 
substituído poderá creditar-se, do valor pleiteado, na sua escrituração 
fi scal. 
Porém, caso o órgão fi scalizador responda depois do prazo de 90 dias 
negando essa restituição, o contribuinte substituído terá o prazo de até 
15 dias, após receber a notifi cação, para fazer o estorno dos créditos 
lançados na sua escrituração fi scal. 
42
Substituição Tributária do ICMS
33. Qual o local da operação em matéria de 
ICMS? 
Normalmente, o local da operação do ICMS está vinculado diretamente 
ao estabelecimento do contribuinte que praticou o fato gerador do 
imposto. 
Porém, quando houver casos em que a mercadoria estiver numa situação 
irregular, será considerado como local da ocorrência aquele onde a 
mercadoria for encontrada, uma vez que sem documentação não há 
como o fi sco determinar, com exatidão, o verdadeiro local de entrada ou 
saída dessas mercadorias. 
Entretanto, a Lei Kandir traz algumas hipóteses do local de operação ou 
da prestação do serviço, para efeitos da cobrança do imposto e defi nição 
do estabelecimento responsável, são elas: 
1- Tratando-se de uma mercadoria ou bem, o local: 
 a) do estabelecimento onde se encontre, no momento da 
ocorrência do fato gerador; 
b) onde se encontre, quando em situação irregular pela falta 
de documentação fi scal ou quando acompanhado de documentação 
inidônea, como dispuser a legislação tributária; 
 c) do estabelecimento que transfi ra a propriedade, ou o título 
que a represente, de mercadoria por ele adquirida no País e que por ele 
não tenha transitado; 
d) do estabelecimento onde ocorrer a entrada física, em casos 
de produtos importados do exterior; 
43
Substituição Tributária do ICMS
e) do domicílio do adquirente, quando não estabelecido, em 
casos de produtos importados do exterior; 
f) no qual seja realizada a licitação, no caso de arrematação 
de mercadoria ou bens importados do exterior e apreendidos ou 
abandonados; 
 g) do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive 
consumidor fi nal, nas operações interestaduais com energia elétrica 
e petróleo, lubrifi cantes e combustíveis dele derivados, quando não 
destinados à industrialização ou à comercialização; 
 h) do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não 
considerado como ativo fi nanceiro ou instrumento cambial; e 
 i) de desembarque do produto, na hipótese de captura de 
peixes, crustáceos e moluscos;
1- Tratando-se da prestação de serviço de transporte, o local: 
 a) onde tenha iniciado a prestação; 
 b) onde se encontre o transportador, quando em situação 
irregular pela falta de documentação fi scal ou quando acompanhada de 
documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária; e 
 c) do estabelecimento do destinatário do serviço, na hipótese 
do inciso XIII do art. 12 e para os efeitos do § 3º do art. 13, da Lei 
Complementar 87 de 1996;
44
Substituição Tributária do ICMS
1- Tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação, o 
local:
 a) da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som 
e imagem, assim entendido o da geração, emissão, transmissão e 
retransmissão, repetição, ampliação e recepção; 
 b) do estabelecimento da concessionária ou da permissionária 
que forneça fi cha, cartão, ou assemelhados com que o serviço é pago; 
 c) do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese e 
para os efeitos do inciso XIII do art. 12 da Lei Complementar 87 de 1996; 
 d) do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, 
quando prestado por meio de satélite; e 
 e) onde seja cobrado o serviço, nos demais casos;
1- Tratando-se de serviços prestados ou iniciados no exterior, o do 
estabelecimento ou do domicílio do destinatário. 
Assim, o local do estabelecimento de onde sai uma mercadoria determina 
a competência. Nesse caso, como regra geral, o imposto é devido ao 
Estado cujo estabelecimento está sediado no momento do fato gerador 
do imposto, no momento da saída da mercadoria. Porém essa regra geral 
vale caso, durante essa venda entre dois Estados se o comprador for o 
consumidor fi nal. Caso contrário, incidirá parcialmente no Estado de 
origem e parcialmente no destinatário que a adquiriu e irá revendê-la.
45
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
Capítulo 3
Fato Gerador, base de 
cálculo, alíquotas, 
hipóteses de crédito e 
apuração do ICMS 
46
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
34. Qual o fato gerador do ICMS?
De acordo com o § 2º do artigo 2º da Lei Complementar 87 de 1996, a 
caracterização do fato gerador do ICMS independe da natureza jurídica 
da operação que o constitui. 
Ou seja, o fato gerador do ICMS é tido como o momento da saída da 
mercadoria da empresa ou então o início da prestação do serviço. 
35. Qual o momento do fato gerador do ICMS? 
Conforme consta na legislação complementar que trata sobre o ICMS, 
são considerados momentos de ocorrência do ICMS os fatos: 
1- Da saída de mercadoria do estabelecimento de contribuinte, ainda 
que para outro estabelecimento do mesmo titular; 
2- Do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por 
qualquer estabelecimento; 
3- Da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém 
geral ou em depósito fechado, no Estado do transmitente; 
4- Da transmissão de propriedade de mercadoria, ou título que 
a represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo 
estabelecimento transmitente; 
5- Do início da prestação de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal, de qualquer natureza; 
6- Do ato fi nal do transporte iniciado no exterior; 
47
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
7- Das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por 
qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, 
a retransmissão, a repetição e a ampliaçãode comunicação de qualquer 
natureza; 
8- Do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não 
compreendidos na competência tributária dos Municípios ou mesmo que 
compreendidos com uma indicação expressa de incidência do imposto 
de competência estadual, como defi nido na lei complementar aplicável; 
9- Do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do 
exterior; 
10- Do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior; 
11- Da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados 
do exterior e apreendidos ou abandonados; 
12- Da entrada no território do Estado de lubrifi cantes e combustíveis 
líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos 
de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à 
industrialização; e 
13- Da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha 
iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação 
subsequente. 
Em síntese, o fato gerador do tributo é a ocorrência, em si, que traz à tona 
a exigência do respectivo ônus para o contribuinte. 
Os itens acima, constantes em lei, são situações que, ao ocorrerem, na 
prática, fazem com que se fi xe o momento do nascimento da obrigação 
tributária.
48
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
36. Qual a base de cálculo do ICMS?
A base de cálculo do ICMS irá variar de acordo com as hipóteses que 
estão elencadas na pergunta acima. 
Para essa questão, pensando numa melhor forma de compreensão e 
entendimento de todos, foi elaborada a seguinte tabela:
37. Como são fixadas as alíquotas 
interestaduais?
Em regra, as alíquotas interestaduais são fi xadas por resolução do Senado 
Federal e devem ser aprovadas por pelo menos dois terços de seus 
membros. 
Atualmente a Resolução 22 de 1989 do Senado Federal, com suas 
alterações posteriores estabelecem essas alíquotas. 
Temos também a Resolução 13/2012 que fi xa a alíquota do ICMS de 4% 
(quatro por cento) para os produtos de procedência estrangeira. 
49
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
HIPÓTESE BASE DE CÁLCULO
I
Saída de mercadoria do estabelecimento de contribuinte,
ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular.
VALOR DA OPERAÇÃO
Transmissão a terceiro de mercadoria
depositada em armazém geral ou em depósito
fechado, no Estado do transmitente.
Transmissão de propriedade de mercadoria, ou
de título que a represente, quando a mercadoria
não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente
II No fornecimento de alimentação, bebidas e outrasmercadorias por qualquer estabelecimento
VALOR DA OPERAÇÃO
COMPREENDENDO
MERCADORIA E SERVIÇO
III Na prestação de serviço de transporteinterestadual e intermunicipal e de comunicação PREÇO DO SERVIÇO
IV
Fornecimento de mercadoria com prestação de serviços
não compreendidos na competência tributária dos
Municípios;
VALOR DA OPERAÇÃO
Fornecimento de mercadoria com prestação de
serviços compreendidos na competência tributária dos
Municípios e com indicação expressa de incidência do
imposto de competência estadual, como
definido na lei complementar aplicável;
PREÇO CORRENTE DA MERCADORIA
FORNECIDA OU EMPREGADA
V desembaraço aduaneiro de mercadoriasou bens importados do exterior;
VALOR DA MERCADORIA +
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO +
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS
INDUSTRIALIZADOS +
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES
DE CÂMBIO + QUAISQUER OUTROS
IMPOSTOS, TAXAS,
CONTRIBUIÇÕES + DESPESAS
ADUANEIRAS
VI recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado noexterior;
VALOR DO SERVIÇO + TODOS OS
ENCARGOS RELACIONADOS
COM A SUA UTILIZAÇÃO,
SE FOR O CASO
VII
aquisição em licitação pública de mercadorias ou
bens importados do exterior e apreendidos ou
abandonados;
VALOR DA MERCADORIA +
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO +
IPI + VALOR DA OPERAÇÃO DE
TODAS AS DESPESAS COBRADAS
OU DEBITADAS AO ADQUIRENTE
VIII
entrada no território do Estado de lubrificantes e
combustíveis líquidos e gasosos derivados de
petróleo e energia elétrica oriundos de
outro Estado, quando não destinados à
comercialização ou à industrialização;
VALOR DA OPERAÇÃO QUE
DECORRER DA ENTRADA.
IX
utilização, por contribuinte, de serviço cuja
prestação se tenha iniciado em outro Estado e não
esteja vinculada a operação ou prestação
subsequente.
VALOR DA PRESTAÇÃO NO
ESTADO DE ORIGEM
base de cálculo do ICMS
50
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
38. Quais os critérios para creditamento do 
imposto?
Para que haja o creditamento do ICMS é necessário que o mesmo tenha 
sido cobrado anteriormente em operações de entrada de mercadoria, 
real ou simbólica no estabelecimento, inclusive aquela destinada ao seu 
uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços 
de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação. 
E o mesmo está condicionado à idoneidade da documentação e, se for o 
caso, à escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação. 
51
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
39. Quais as hipóteses de vedação de crédito 
de ICMS?
É vedado qualquer crédito que seja relativo à mercadoria ou prestação de 
serviço que tenha entrado no estabelecimento e que sejam consumidos 
durante o processo de industrialização ou produção rural, cuja saída não 
gera débito do imposto. 
Também é vedado o crédito, todas as operações que não sejam tributadas, 
havendo ali uma isenção, imunidade ou não incidência, ou seja, quando 
não houver cobrança do imposto na operação seguinte.
52
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
40. O que é o estorno de crédito?
É vedado qualquer crédito que seja relativo à mercadoria ou prestação de 
serviço que tenha entrado no estabelecimento e que sejam consumidos 
durante o processo de industrialização ou produção rural, cuja saída não 
gera débito do imposto. 
Também é vedado o crédito, todas as operações que não sejam tributadas, 
havendo ali uma isenção, imunidade ou não incidência, ou seja, quando 
não houver cobrança do imposto na operação seguinte.
O estorno do crédito é quando o sujeito passivo faz a devolução 
do imposto de que havia se creditado sobre um serviço tomado ou 
mercadoria que tenha entrado no estabelecimento, isso acontecerá 
sempre que: 
 O serviço ou mercadoria seja não tributada ou isenta, sendo uma 
dessas circunstâncias imprevisíveis na data de entrada da mercadoria ou 
da utilização do serviço; 
 Foi integrada ou consumida no processo de industrialização, 
quando a saída do produto resultante desse processo não seja alcançada 
pelo tributo; 
 Seja utilizada em fi nalidade alheio à atividade do 
estabelecimento; e 
 Vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se. 
Vale lembrar que não é possível estornar créditos referentes a mercadorias 
e serviços que venham a ser objeto de operações ou prestações 
destinadas ao exterior ou com o papel destinado à impressão de livros, 
jornais e periódicos.
 O serviço ou mercadoria seja não tributada ou isenta, sendo uma 
 Foi integrada ou consumida no processo de industrialização, 
 Seja utilizada em fi nalidade alheio à atividade do 
 Vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se. 
53
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
41. O que é o crédito presumido de ICMS?
O crédito presumido de ICMS é um benefício fi scal utilizado pelos Estados 
e pelo Distrito Federal para desonerar o contribuinte da carga tributária 
incidente nas operações praticadas. 
Esse crédito não é oriundo de entradas ou de alguma mercadoria 
tributada pelo ICMS dentro do seu estabelecimento, é somente uma 
“presunção” de ICMS sobre alguns valores apurados com base nas 
operações, ou prestações de serviços de transportes e comunicações, 
efetuadas pelo contribuinte. 
54
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
42. Como é elaboradaa Apuração do ICMS? 
A apuração do ICMS é através do mecanismo da não cumulatividade. 
Essa apuração é o encontro de contas, onde iremos apurar o total de 
créditos pelas entradas de mercadorias e serviços tomados (com direito a 
crédito do imposto) e o total de débitos pelas saídas. 
Caso o valor dos créditos seja maior que os débitos, o resultado será 
considerado um saldo CREDOR, e este transportado para o mês 
subsequente. 
Já se o valor dos débitos for maior que os créditos, será considerado um 
saldo DEVEDOR, e desta forma teremos o ICMS a recolher. 
55
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
43. Quais os resultados possíveis em matéria 
de Apuração do ICMS? 
Existem 3 resultados possíveis para a apuração do Imposto, dentro do 
período determinado pela legislação, são eles: 
1- Crédito Superior ao Débito, quando, após a apuração do ICMS, 
 nota-se que seus créditos são maiores que os seus débitos e 
 dessa forma, acumulam-se estes que para serem aproveitados 
 no mês seguinte; 
2- Débito superior ao Crédito, é quando se nota que seus débitos 
 são maiores que seus créditos, dessa forma a diferença 
 existente será o valor de ICMS que deverá ser pago; e 
3- Créditos iguais aos Débitos, quando os débitos são exatamente 
 iguais aos créditos, dessa forma não haverá nem a transferência 
 de créditos para o mês seguinte e nem valor de imposto a ser 
 pago. 
Em resumo, a forma de apuração do ICMS contempla a compensação do 
imposto devido das operações promovidas pelo contribuinte no período 
de apuração com o montante do imposto suportado nas operações 
anteriores, numa sistemática própria dos tributos sujeitos ao princípio 
constitucional da não cumulatividade. Assim, o contribuinte do ICMS 
regularmente inscrito junto à Administração Tributária vai registrando no 
livro de saídas cada operação realizada e o respectivo imposto devido 
e no livro de entradas, cada mercadoria e insumo que ingresse no seu 
estabelecimento apontando como crédito fi scal o ICMS nos limites 
traçados pela legislação de cada Estado. 
56
Fato Gerador, Base de Cálculo, Alíquotas, Hipóteses de 
Crédito e Apuração do ICMS 
44. O que fazer com saldos credores 
acumulados?
Os saldos credores acumulados por estabelecimentos são obtidos à 
medida em que são realizadas operações e prestações de exportações 
para o exterior e esse valor se dá conforme à proporção que estas saídas 
representem do total das saídas realizadas pelo estabelecimento. 
Esses saldos acumulados podem ser transferidos, pelo sujeito passivo, 
para qualquer dos seus estabelecimentos, dentro do estado. 
Esses saldos também podem ser repassados a outros contribuintes do 
mesmo estado, mediante a emissão de um documento que reconheça o 
crédito, pela autoridade competente. 
Cada Estado tratará dos procedimentos a serem tomados em relação a 
transferência de saldos credores acumulados. 
57
Conceitos Importantes para o ICMS
Capítulo 4
Conceitos 
Importantes 
para o ICMS
58
Conceitos Importantes para o ICMS
45. O que é a guerra fiscal? 
A guerra fi scal consiste no fato de que vários estados, a fi m de atrair 
investimentos, produzem uma legislação que incentiva as empresas a se 
instalarem em seus territórios e façam investimentos dentro do Estado, 
tendo como base determinados benefícios, especialmente no que diz 
respeito ao ICMS. 
Promovendo assim uma disputa predatória por investimentos privados 
entre os Estados da federação. 
59
Conceitos Importantes para o ICMS
46. O que é o CONFAZ?
O CONFAZ é o Conselho Nacional de Política Fazendária e é constituído 
por um representante de cada Estado e do Distrito Federal. 
É de sua responsabilidade promover e celebrar convênios, para efeito de 
concessão ou revogação de isenções, incentivos e benefícios fi scais do 
imposto. 
O conselho pode também, em assunto técnico, delegar, expressamente, 
competência à Comissão Técnica Permanente do ICMS - COTEPE/ICMS 
para decidir, exceto sobre deliberação para concessão e revogação de 
isenções, incentivos e benefícios fi scais. 
47. O que é o COTEPE?
COTEPE é a Comissão Técnica Permanente do Imposto sobre Operações 
Relativas às Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - COTEPE/
ICMS. 
Essa comissão tem por fi nalidade realizar os trabalhos relacionados com 
a política e a administração do ICMS, visando ao estabelecimento de 
medidas uniformes e harmônicas no tratamento do referido imposto em 
todo o território nacional, bem como desincumbir-se de outros encargos 
atribuídos pelo CONFAZ. 
60
Conceitos Importantes para o ICMS
48. O que é o SINIEF? 
O SINIEF é o Sistema Nacional Integrado de Informações Econômico-
Fiscais. 
Ele foi criado através do Convênio CONFAZ S/Nº DE 15/12/1970 (D.O.U 
18/02/1971) e tem como objetivos principais: 
1- A obtenção e permuta de informações de natureza econômica 
e fi scal entre os signatários; e 
2- A simplifi cação do cumprimento das obrigações por parte 
dos contribuintes. 
Na prática, temos que o envolvimento de todas as Unidades da Federação 
e mais a União (por conta de temas envolvendo contribuintes do IPI), já 
não é tratado via convênio, e sim via Ajuste SINIEF (Sistema Nacional 
de Informações Econômicas Fiscais). Para os casos que envolvam 
documentos fi scais, por exemplo, é comum o uso de Ajustes SINIEF.
61
Conceitos Importantes para o ICMS
49. O que é o CNAE-Fiscal?
O CNAE-Fiscal é a Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas Fiscal, 
trata-se de um detalhamento da Classifi cação Nacional de Atividades 
Econômicas-CNAE, mantendo sua estrutura, apenas sendo acrescida 
de mais um nível de desagregação, com a especifi cação de subclasses 
(Antecedentes). 
Ele tem como objetivo padronizar os códigos de identifi cação das 
unidades produtivas do País nos cadastros e registros da administração 
pública nas três esferas de governo, em especial na área tributária. 
Assim contribuindo para uma melhoria da qualidade dos sistemas de 
informação que dão suporte às decisões e ações do Estado, possibilitando, 
ainda, a maior articulação entre sistemas. 
62
Conceitos Importantes para o ICMS
50. O que é CFOP? 
A sigla CFOP, signifi ca Código Fiscal de Operações e Prestações, está 
presente tanto nas entradas quanto nas saídas das mercadorias, 
independentemente de serem intermunicipais ou interestaduais. 
Ele nada mais é do que um código numérico que identifi ca a natureza da 
circulação da mercadoria ou da prestação do serviço. 
É através do CFOP que será defi nido se a operação fi scal terá ou não que 
recolher impostos. 
51. O que é CST? 
A sigla CST signifi ca Código da Situação Tributária e é utilizada no 
preenchimento de documentos fi scais, principalmente a Nota Fiscal 
Eletrônica (NF-e), por contribuintes do ICMS. 
A utilização deste código tem como objetivo permitir a aglutinação dos 
grupos de tributação nos documentos e livros fi scais, permitindo uma 
melhor análise de dados referentes às operações e prestações praticadas 
pelos contribuintes. 
Ele é composto por 3 dígitos, onde o primeiro indica a origem da 
mercadoria, conforme determina o Ajuste SINIEF S/N de 1970 e suas 
alterações. 
Já os outros dois dígitos referem-se à tributação do ICMS, se a operação é 
tributada integralmente, se ela é isenta, com redução de base de cálculo, 
por substituição tributária, dentre outros. 
63
ICMS e o Simples Nacional 
Capítulo 5
Documentos 
Fiscais
64
Documentos Fiscais
52. O que são Documentos Fiscais? 
São documentos que têm como objetivo comprovar operações de venda 
de bens ou prestações de serviços entre empresas, órgãos públicos, ou 
até mesmo pessoas físicas. 
Atualmente, a maior parte dos documentos fi scais existem apenas no 
âmbito digital e são emitidos e armazenados eletronicamente. 
53. O que são documentos inidôneos? 
Um documento é considerado inidôneo para qualquer efeito fi scal, 
apenas fazendoprova em favor do fi sco, aquele documento que omitir 
indicações, não for legalmente exigido para a respectiva operação, 
não guarde as exigências ou requisitos previstos na legislação e que 
contenha declarações inexatas e que esteja preenchido de forma ilegível 
ou apresente emendas, rasuras ou qualquer coisa que prejudique a sua 
clareza. 
Documentos Fiscais
Documentos Fiscais
65
Documentos Fiscais
54. Quais os tipos de documentos fiscais 
eletrônicos? 
Atualmente existem 8 tipos de Documentos Eletrônicos, são eles: 
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e); 
A NF-e, modelo 55 (modelo estabelecido pelo Fisco), é um documento 
fi scal eletrônico, de existência apenas digital, que deve ser emitido em 
diversas operações comerciais envolvendo a circulação de mercadorias 
— venda para pessoa jurídica, devolução, transferência, entre outros — e, 
em alguns casos, de serviços. 
 Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e); 
 A NFC-e é um documento fi scal eletrônico emitido para o consumidor 
fi nal e está alinhado às propostas do SPED. Trata-se de um documento 
que pode ter o DANFE impresso por uma impressora comum, sem a 
necessidade de permissões ou de compra de equipamentos tecnológicos.
Cupom Fiscal Eletrônico (CF-e); 
 O CF-e é emitido através do SAT – Sistema Autenticador e Transmissor 
de Cupons Fiscais Eletrônicos. É o documento fi scal emitido por grande 
parte do varejo dos estados de São Paulo e Ceará.
 Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e); 
O CT-e é um documento eletrônico que acompanha a prestação de 
serviços de transporte. Assim como a NF-e, ele é emitido e armazenado 
eletronicamente e possui o documento auxiliar denominado DACTE. 
Tem como fi nalidade prestar contas sobre serviços relacionados à 
movimentação de cargas, seja no modal rodoviário, aéreo, ferroviário, 
aquaviário ou dutoviário.
66
Documentos Fiscais
Bilhete de Passagem Eletrônico (BP-e);
Bilhete de Passagem Eletrônico – BP - e, é o documento emitido e 
armazenado eletronicamente, de existência apenas digital, com o intuito 
de documentar as prestações de serviço de transporte de passageiros, 
cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e 
autorização de uso pela administração tributária da unidade federada do 
contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador. 
Cupom Fiscal Eletrônico (CF-e); 
 O CF-e é emitido através do SAT – Sistema Autenticador e Transmissor 
de Cupons Fiscais Eletrônicos. É o documento fi scal emitido por grande 
parte do varejo dos estados de São Paulo e Ceará.
Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos (MDF-e); e 
O MDF-e é um documento emitido e armazenado eletronicamente para 
vincular documentos fi scais transportados na carga, como a NF-e (Nota 
Fiscal Eletrônica) e o CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico). 
A principal fi nalidade desse documento é acompanhar o registro dos 
documentos fi scais em trânsito e identifi car as unidades de carga 
utilizadas. 
O manifesto deve ocorrer por empresas prestadoras de serviço de 
transporte para operações que envolvam mais de um CT-e, ou pelas 
demais empresas nas operações cujo transporte seja realizado em 
veículos próprios, arrendados, ou mediante contratação de transportador 
autônomo de cargas, com mais de uma nota fi scal.
Nota Fiscal de Serviço Eletrônica (NFS-e).
A NFS-e é também um documento de existência digital, gerado e 
armazenado eletronicamente em Ambiente Nacional pela RFB, pela 
prefeitura ou por outra entidade conveniada. Esse documento tem a 
fi nalidade de documentar as operações de prestação de serviços.
67
Documentos Fiscais
55. O que é o Conhecimento de Transporte 
Eletrônico – CT-e?
O Conhecimento de Transporte Eletrônico – CT-e é um documento de 
existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com 
o intuito de documentar, para fi ns fi scais, uma prestação de serviço de 
transporte de cargas realizada por qualquer modal (Rodoviário, Aéreo, 
Ferroviário, Aquaviário e Dutoviário). Sua validade jurídica é garantida 
pela assinatura digital do emitente (garantia de autoria e de integridade) 
e pela recepção e autorização de uso, pelo Fisco. 
O Conhecimento de Transporte Eletrônico tem validade em todos os 
Estados da Federação. 
O Conhecimento de Transporte Eletrônico proporciona benefícios a 
todos os envolvidos na prestação do serviço de transporte: 
68
Documentos Fiscais
Para os emitentes do Conhecimento de Transporte Eletrônico (empresas 
de Transporte de Cargas) podemos citar os seguintes benefícios: 
• Redução de custos de impressão do documento fi scal, uma 
vez que o documento é emitido eletronicamente. O modelo do CT-e 
contempla a impressão de um documento em papel, chamado de 
Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico (DACTE), 
cuja função é acompanhar a realização da prestação de serviço e 
consequentemente o trânsito das mercadorias transportadas, além de 
possibilitar ou facilitar a consulta do respectivo CT-e na internet. Apesar 
de ainda haver, portanto, a impressão de um documento em papel, deve-
se notar que este pode ser impresso em papel comum A4 (exceto papel 
jornal). 
• Redução de custos de aquisição de papel, pelos mesmos motivos 
expostos acima;
• Redução de custos de armazenagem de documentos fi scais. 
Atualmente os documentos fi scais em papel devem ser guardados pelos 
contribuintes, para apresentação ao fi sco pelo prazo decadencial. A 
redução de custo abrange não apenas o espaço físico necessário para 
adequada guarda de documentos fi scais como também toda a logística 
que se faz necessária para sua recuperação. Um contribuinte que emita, 
hipoteticamente, 100 conhecimentos de transporte por dia, contará 
com aproximadamente 2.000 conhecimentos por mês, acumulando 
cerca de 120.000 ao fi nal de 5 anos. Ao emitir os documentos apenas 
eletronicamente a guarda do documento eletrônico continua sob 
responsabilidade do contribuinte, mas o custo do arquivamento digital 
é muito menor do que o custo do arquivamento físico; 
69
Documentos Fiscais
• GED - Gerenciamento Eletrônico de Documentos: O CT-e é um 
documento estritamente eletrônico e não requer a digitalização do 
original em papel. Sendo assim, possibilita a otimização dos processos 
de organização, a guarda e o gerenciamento de documentos eletrônicos, 
facilitando a recuperação e intercâmbio das informações.
• Simplifi cação de obrigações acessórias: Inicialmente o CT-e 
prevê dispensa de Autorização de Impressão de Documentos Fiscais - 
AIDF. No futuro outras obrigações acessórias poderão ser simplifi cadas 
ou eliminadas com a adoção da CT-e; 
• Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de 
Fronteira: Com o CT-e, os processos de fi scalização realizados nos postos 
fi scais de fi scalização de mercadorias em trânsito serão simplifi cados, 
reduzindo o tempo de parada dos veículos de cargas nestas unidades de 
fi scalização; 
70
Documentos Fiscais
• Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes 
(B2B): O B2B (business-to-business) é uma das formas de comércio 
eletrônico existentes e envolve as empresas (relação empresa - à - 
empresa). Com o advento do CT-e, espera-se que tal relacionamento 
seja efetivamente impulsionado pela utilização de padrões abertos de 
comunicação pela Internet e pela segurança trazida pela certifi cação 
digital.
Para as empresas tomadoras da Prestação de Serviços do Conhecimento 
Eletrônico (compradoras), podemos citar os seguintes benefícios: 
• Eliminação de digitação de Conhecimentos na recepção 
das Prestações de serviços de Transporte Recebidas, uma vez que 
poderá adaptar seus sistemas para extrair as informações, já digitais, 
do documento eletrônico recebido. Isso pode representar redução de 
custos de mão-de-obra para efetuar a digitação, bem como a redução de 
possíveis erros de digitação de informações; 
• Redução de erros de escrituração, devido à eliminação de erros 
de digitação de conhecimentos de transporte de cargas; 
• GED - GerenciamentoEletrônico de Documentos, conforme os 
motivos expostos nos benefícios das empresas emitentes; 
• Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com 
fornecedores (B2B), pelos motivos já expostos anteriormente.
71
Documentos Fiscais
56. O que é a Nota Fiscal Eletrônica – NF-e?
A Nota Fiscal Eletrônica – NF-e é um documento de existência apenas 
digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de 
documentar, para fi ns fi scais, uma operação de circulação de mercadorias 
ou uma prestação de serviços, ocorrida entre as partes. Sua validade 
jurídica é garantida pela assinatura digital do remetente (garantia de 
autoria e de integridade) e a Autorização de uso fornecida pelo Fisco, 
antes da ocorrência do fato gerador. 
O Projeto Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) foi desenvolvido, de forma 
integrada, pelas Secretarias de Fazenda dos Estados e Receita Federal do 
Brasil, a partir da assinatura do Protocolo ENAT 03/2005, de 27/08/2005, 
que atribuiu ao Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores 
Tributários Estaduais (ENCAT) a coordenação e a responsabilidade pelo 
desenvolvimento e implantação do Projeto NF-e. 
A integração e a cooperação entre Administrações Tributárias têm sido 
temas muito debatidos em países federativos, especialmente naqueles 
que, como o Brasil, possuem forte grau de descentralização fi scal. 
NF-e
72
Documentos Fiscais
O projeto possibilitou os seguintes benefícios e vantagens às partes 
envolvidas: 
• Aumento na confi abilidade da Nota Fiscal; 
• Melhoria no processo de controle fi scal, possibilitando um 
melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fi scos; 
• Redução de custos no processo de controle das notas fi scais 
capturadas pela fi scalização de mercadorias em trânsito; 
• Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação; 
• Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fi scal 
da Receita Federal e demais Secretarias de Fazendas Estaduais; 
• Fortalecimento da integração entre os fi scos, facilitando 
a fi scalização realizada pelas Administrações Tributárias devido ao 
compartilhamento das informações das NF-e; 
• Rapidez no acesso às informações; 
• Eliminação do papel; 
• Aumento da produtividade da auditoria através da eliminação 
dos passos para coleta dos arquivos; 
• Possibilidade do cruzamento eletrônico de informações.
73
Documentos Fiscais
57. O que é a Nota Fiscal de Consumidor 
Eletrônica – NFC-e? 
A Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica – NFC-e – é um documento de 
existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com 
o intuito de documentar as operações comerciais de venda presencial 
ou venda para entrega em domicílio a consumidor fi nal (pessoa física 
ou jurídica) em operação interna e sem geração de crédito de ICMS ao 
adquirente. 
A NFC-e substitui a nota fi scal de venda ao consumidor, modelo 2, 
e o cupom fi scal emitido por ECF. Portanto é utilizada na venda ao 
consumidor fi nal. 
A Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica – NFC-e visa oferecer uma nova 
alternativa totalmente eletrônica para os atuais documentos fi scais em 
papel utilizados no varejo, reduzindo custos de obrigações acessórias 
aos contribuintes, ao mesmo tempo que possibilita o aprimoramento do 
controle fi scal pelas Administrações Tributárias. Possibilita ao consumidor 
a conferência da validade e autenticidade do documento fi scal recebido, 
como também propõe o estabelecimento de um padrão nacional de 
documento fi scal eletrônico, baseado nos padrões técnicos de sucesso da 
Nota Fiscal Eletrônica modelo 55, todavia adequado às particularidades 
do varejo. 
NFC-e
74
Documentos Fiscais
58. O que é: Manifesto de Documentos Fiscais 
Eletrônicos-MDF-e?
Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) é o documento 
emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital, para 
vincular os documentos fi scais utilizados na operação e/ou prestação, 
à unidade de carga utilizada no transporte, cuja validade jurídica é 
garantida pela assinatura digital do emitente e autorização de uso pela 
administração tributária da unidade federada do contribuinte. 
O MDF-e deverá ser emitido por empresas prestadoras de serviço de 
transporte para prestações com conhecimento de transporte ou pelas 
demais empresas nas operações, cujo transporte seja realizado em 
veículos próprios, arrendados, ou mediante contratação de transportador 
autônomo de cargas. 
A fi nalidade do MDF-e é agilizar o registro em lote de documentos 
fi scais em trânsito e identifi car a unidade de carga utilizada e demais 
características do transporte. 
Autorização de uso do MDF-e implicará em registro posterior dos eventos, 
nos documentos fi scais eletrônicos nele relacionados. 
Capítulo 6
Operações Especiais e 
Situações Específicas 
do ICMS 
76
Operações Especiais e Situações Específi cas do ICMS 
59. Como será a tributação do ICMS em caso de 
substituição de peças em virtude de garantia?
Para a situação da substituição de peça em virtude do uso da garantia 
pelo fabricante, ofi cinas credenciadas ou autorizadas, na entrada da peça 
defeituosa a ser substituída, o estabelecimento deverá emitir uma nota 
fi scal sem o destaque do imposto, conforme disposições do Convênio 
ICMS 27/07. 
60. Como será a tributação do ICMS em caso 
de operações com mercadorias em caráter de 
demonstração ou mostruário? 
É considerada uma demonstração aquela operação pela qual o 
contribuinte remete mercadorias a terceiros em uma quantidade 
necessária apenas para se conhecer o produto e que a mesma retorne ao 
estabelecimento de origem dentro do prazo de 60 dias. 
Nesse caso, no momento da saída da mercadoria a tributação, quando 
devida, será do valor normal do ICMS. 
Já o mostruário, é considerado quando a operação for realizada com 
valor comercial, a um empregado ou representante e deverá retornar ao 
estabelecimento de origem dentro do prazo de 90 dias. 
Nesse caso, no momento da saída da mercadoria a tributação do ICMS, 
quando devido, será calculado pela alíquota interna da unidade federada 
de origem. 
Vale lembrar que em ambos os casos, todo o trânsito da mercadoria em 
território nacional deverá ser feito juntamente com sua nota fi scal, desde 
que o produto retorne ao estabelecimento dentro do prazo estipulado. 
As operações de remessa para demonstração ou mostruário estão 
disciplinadas no Ajuste SINIEF 02/18.
77
Operações Especiais e Situações Específi cas do ICMS 
61. O IPI deve ser incluído na base de cálculo 
do ICMS?
Em regra, o IPI deve ser incluído na base de cálculo do ICMS. 
O mesmo não compreenderá a base de cálculo do ICMS, somente em 
situações específi cas que são: 
1- Quando a operação for realizada entre contribuintes; 
2- Quando o objeto da operação for produto destinado à 
 industrialização ou à comercialização; e 
3- Quando a operação confi gura fato gerador de ambos os 
 impostos. 
Ou seja, as situações em que o IPI irá compor a base de cálculo do ICMS 
são: quando a operação não for realizada entre contribuintes; quando 
o objeto da operação for um produto não destinado à industrialização 
ou à comercialização; e, por fi m, quando a operação em questão não 
confi gurar fato gerador de ambos os impostos.
78
Operações Especiais e Situações Específi cas do ICMS 
62. Posso tomar crédito de ICMS sobre o 
ativo imobilizado?
Sim! Segundo o art. 20 da Lei Complementar 87 de 1996 (Lei Kandir) é 
sim assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto 
anteriormente pago também no ativo imobilizado, antigo ATIVO 
PERMANENTE, apesar de que a legislação do ICMS ainda trata como tal. 
Porém conforme a Lei Kandir, o caso de tomada de créditos sobre 
mercadorias destinadas ao ativo permanente, devem ser observados 
algumas situações, que são: 
 • A apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por 
mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a 
entrada no estabelecimento; 
• Em cada período de apuração do imposto,não será admitido 
o creditamento de que trata o inciso I, em relação à proporção das 
operações de saídas ou prestações isentas ou não tributadas sobre o total 
das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo período; 
• Para o que está disposto nos tópicos 1 e 2, o montante do 
crédito a ser apropriado será obtido multiplicando-se o valor total do 
respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) da 
relação entre o valor das operações de saídas e prestações tributadas e o 
total das operações de saídas e prestações do período, equiparando-se às 
tributadas, para fi ns deste inciso, as saídas e prestações com destino ao 
exterior ou as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e 
periódicos; 
79
Operações Especiais e Situações Específi cas do ICMS 
• O quociente de um quarenta e oito avos, será proporcionalmente 
aumentado ou diminuído, pro rata die, caso o período de apuração seja 
superior ou inferior a um mês; 
• Na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes 
de decorrido o prazo de quatro anos contados da data de sua aquisição, 
não será admitido, a partir da data da alienação, o creditamento de que 
trata este parágrafo em relação à fração que corresponderia ao restante 
do quadriênio;
Inclusive, operações como tais, serão objeto de outro lançamento, além 
do lançamento em conjunto com os demais créditos, para efeito da 
compensação prevista nos arts.19 e 20 da Lei Complementar 87 de 1996, 
em livro próprio ou de outra forma que a legislação determinar, para 
aplicação do disposto nos tópicos 1 a 5 citados anteriormente; e 
Desta forma, ao fi nal do quadragésimo oitavo mês contado da data da 
entrada do bem no estabelecimento, o saldo remanescente do crédito 
será cancelado. 
É fundamental destacar que o RICMS de cada estado estipula regras para 
o aproveitamento desse crédito, então é sempre interessante procurar 
conhecer as normas estaduais para ver se existe alguma particularidade a 
ser aplicada em algum caso, mas a regra geral é igual em todos os estados.
80
Operações Especiais e Situações Específi cas do ICMS 
63. O que é o livro CIAP?
O livro CIAP trata-se do livro que irá fazer o Controle de Créditos de 
ICMS do Ativo Permanente, onde ao adquirir um bem para o seu ativo 
permanente, o contribuinte deverá utilizar o CIAP para fi ns de controle 
dos créditos de ICMS adquiridos sobre a operação do Ativo Permanente. 
Esse controle foi instituído pelo Ajuste SINIEF 08/97, alterado 
posteriormente pelo Ajuste SINIEF 03/01. 
Vale lembrar que a documentação fi scal relativa ao ativo permanente, 
também será escriturada no CIAP, além de ser escriturada nos seus 
próprios livros. Hoje em dia, para os contribuintes que mantêm sua 
escrituração fi scal de forma digital o livro CIAP é apresentado no Bloco 
G da EFD ICMS-IPI. 
81
Operações Especiais e Situações Específi cas do ICMS 
64. Posso tomar crédito de ICMS nas aquisições 
de mercadorias para uso e consumo? 
Sim! Segundo o art. 20 da Lei Kandir é assegurado ao sujeito passivo 
creditar-se de ICMS em operações de mercadorias classifi cadas como uso 
e consumo. 
Porém, no art. 33 da mesma Lei, através de uma redação dada pela Lei 
Complementar 171 de 2019, somente a partir do dia 1º de janeiro de 
2033, poderão ser tomados esses créditos. 
82
Operações Especiais e Situações Específi cas do ICMS 
65. Como contabilizar o ICMS recuperável 
pago na aquisição de mercadoria?
A forma pela qual se pode contabilizar o ICMS recuperável pago na 
aquisição de mercadoria é fazendo o registro, por ocasião da aquisição 
desses bens, em contas próprias, classifi cáveis no ativo circulante, 
intituladas como “ICMS a Recuperar”. 
Assim, a contabilização poderá ser feita da seguinte forma: 
 
D- Estoques de mercadorias para revenda/Insumos - (Ativo Circulante) 
D- ICMS a Recuperar - (Ativo Circulante) 
C- Fornecedores - (Passivo Circulante) 
Capítulo 7
Escriturações 
Fiscais e suas 
consequências
84
Escriturações Fiscais e suas Consequências 
66. O que é a Escrituração Fiscal? 
A escrituração fi scal é o meio pelo qual as empresas prestam informações 
ao fi sco, relativas às suas movimentações, faturamento, impostos a serem 
pagos e também outras informações que sejam de interesse do fi sco. 
Essa escrituração ao longo dos anos passou por um processo de 
modernização e atualmente nós utilizamos as Escriturações Fiscais 
Digitais que vieram para substituir e extinguir o uso do papel. 
E a Escrituração Fiscal Digital (EFD) é um arquivo digital, no qual se 
constitui um conjunto de escriturações dos documentos fi scais e de 
outras informações do interesse do fi sco bem como os registros das 
apurações de impostos referentes às operações e prestações de serviços. 
Esse modelo foi instituído pelo Convênio ICMS 143/2006, onde tornou-se 
obrigatório para os contribuintes do ICMS. 
67. Quais livros são contemplados na EFD 
ICMS-IPI? 
Os livros que são contemplados pela EFD ICMS-IPI são os livros de: 
Registro de Entradas; Registro de Saídas; Registro de Inventário; Registro 
de Apuração do IPI; e Registro de Apuração do ICMS
85
Escriturações Fiscais e suas Consequências 
68. Quem pode assinar a EFD ICMS-IPI? 
Somente poderão assinar a EFD-ICMS/IPI, com certifi cado digital do tipo 
A1 ou A3: 
1- A e-PJ ou e-CNPJ que contenha a mesma base do CNPJ do 
estabelecimento; 
2- A e-PF ou e-CPF do produtor rural ou do representante legal da 
empresa no cadastro CNPJ; 
3- No caso de sucessão, poderá assinar com certifi cado digital a sucessora 
se o CNPJ da sucedida estiver extinto no cadastro CNPJ da RFB por um dos 
seguintes eventos: incorporação, fusão ou cisão total e se a EFD-ICMS/IPI 
referir-se a período anterior ao da data da sucessão; 
4- A pessoa jurídica ou a pessoa física com procuração eletrônica 
cadastrada no site da RFB, por estabelecimento; e 
5- O inventariante com procuração eletrônica cadastrada no site da RFB. 
86
Escriturações Fiscais e suas Consequências 
69. Qual a periodicidade da EFD ICMS-IPI?
Os arquivos da EFD ICMS-IPI têm periodicidade mensal e devem 
apresentar informações relativas a um mês civil ou fração, ainda que 
as apurações dos impostos (ICMS e IPI), sejam efetuadas em períodos 
inferiores a um mês, segundo a legislação de cada imposto, assim tendo 
como data inicial o primeiro dia de cada mês. 
As exceções consistem nos inícios de atividades ou por qualquer 
outro evento que altere a forma e o período de escrituração fi scal do 
estabelecimento, assim fi cando como data inicial correspondente a data 
do evento. 
87
Escriturações Fiscais e suas Consequências 
70. O que é uma denúncia espontânea?
A denúncia espontânea é o ato pelo qual o contribuinte comunica ao 
fi sco uma irregularidade que tenha acontecido no seu estabelecimento, 
de maneira prévia e totalmente espontânea com o objetivo de evitar 
possíveis penalidades, multas ou autuações fi scais. 
Essa possibilidade está prevista no art.138 do CTN. 
71. O que é uma GNRE?
A GNRE - Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais, é o 
documento utilizado pelos contribuintes nas operações de vendas 
interestaduais sujeitas à substituição tributária e demais impostos 
devidos ao estado e recolhidos em outra unidade da federação. 
88
Escriturações Fiscais e suas Consequências 
72. Quais os 5 principais erros na EFD ICMS-IPI? 
O primeiro erro é o de informar itens com códigos diferentes e a descrição 
repetida. Esse erro acontece muitas vezes, por que no momento de 
cadastrar um novo produto não há a conferência se aquele produto já 
não possui um cadastro no sistema. 
O segundo erro é deixar de informar o fator de conversão quando 
necessário. O mesmo deve ser informado sempre que a unidade de 
medida de controle do estoque é diferente da unidade de medida da 
comercialização. 
O terceiro erro é o de preencher informação de crédito quando não se há 
o direito ao mesmo. Segundo o guia prático do da EFD ICMS-IPI, somente 
será preciso preencher