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LEISHMANIOSE 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Leishmaniose O que é Leishmaniose? A leishmaniose é uma doença infecciosa, porém não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos. De acordo com o infectologista Valdir Amato, a leishmaniose é considerada uma "antropoonoze", ou seja, doença que acomete animais silvestres e eventualmente o homem. É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano. Tipos Há dois tipos de leishmaniose: Leishmaniose Tegumentar ou Cutânea A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como "ferida brava". A infectologista Regia Damous explica que o primeiro sinal da forma cutânea costuma ser uma única ou várias lesões na pele, quase sempre indolores. Inicialmente são feridas pequenas, com fundo gra- nuloso e purulento e bordas avermelhadas, que vão aumentando de tamanho e demoram para cicatri- zar. Ela pode ser causada por três espécies diferentes do microorganismo: Leishmania amazonensis e Leishmania guyanensis na região amazônica, e Leishmania braziliensis, distribuído por todas as regi- ões do País. Este último parasita causa a leishmaniose monocutânea, que se manifesta de forma muito parecida com a tegumentar. “A diferença é que, ao mesmo tempo ou meses depois, surgem lesões nas mucosas da nasofaringe que destroem a cartilagem do nariz e do palato, provocando deformações graves”, aponta Damous. Leishmaniose Visceral ou Calazar A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos, após esta idade se torna menos frequente. Ela é causada pelo protozário Leishmania chagasi e seus principais sintomas são: Emagrecimento Febre baixa Aumento do baço e fígado. Causas Transmissão A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em re- pouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade, os mais comuns são: LEISHMANIOSE 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Mosquito palha Tatuquira Birigui Cangalinha Asa branca Asa dura Palhinha. O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas. As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebo- tomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico. Na leishmaniose cutânea os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silves- tres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infecção é a raposa do campo. Sintomas de Leishmaniose Sintomas da Leishmaniose Cutânea Duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca. Sintomas da Leishmaniose Visceral Os principais sinais da leishmaniose visceral são: Febre irregular, prolongada Anemia Indisposição Palidez da pele e ou das mucosas Falta de apetite Perda de peso Inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço. LEISHMANIOSE 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Buscando ajuda médica As leishmanioses são doenças potencialmente graves, cujo diagnóstico deve ser precoce, principal- mente no caso da leishmaniose visceral. Uma situação de feridas que não cicatrizam ou um quadro de febre a esclarecer são sinais importantes para procurar um serviço de saúde. Na consulta médica Especialistas que podem diagnosticar a leishmaniose são: Clínico geral Infectologista. Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações: Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar. Diagnóstico de Leishmaniose O diagnóstico da leishmaniose é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais e, assim como o tratamento com medicamentos, deve ser cuidadosamente acompanhado por profissionais de saúde. Sua detecção e tratamento precoce devem ser prioritários, pois ela pode levar à morte. Exames Os exames variam conforme o tipo de leishmaniose: Diagnóstico da leishmaniose tegumentar Os exames usados são: Retirada da borda das lesões para determinar a presença, ou não, do parasita causador da leishmani- ose Exame imunológico para detectar se a pessoa entrou em contato com a Leishmania. Diagnóstico da leishmaniose visceral Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Entre eles desta- cam-se: Testes sorológicos (verificar a presença de anticorpos no sangue) Punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos Cultura e reação de cadeia em polimerase (PCR). É de extrema importância estabelecer o diagnóstico diferencial, pois os sintomas da leishmaniose vis- ceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre tifóide, etc. Tratamento de Leishmaniose A leishmaniose em geral é tratada por dois medicamentos: Antimoniais pentavalentes Anfotericina B. LEISHMANIOSE 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR As primeiras são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos co- laterais adversos. Mas o infectologista Amato ressalta que “cada droga tem sua peculiaridade e efeitos colaterais, por isso um especialista deve orientar o tratamento”. Leishmaniose tem cura? Se tratada adequadamente, a leishmaniose pode sim ter cura. Inclusive, a leishmaniose cutânea pode até se curar espontaneamente, ressalta Damous. A situação, no entanto, é mais complicada em alguns casos em que existe depressão do sistema imune permanentemente, como indivíduos infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ou trans- plantados e pacientes com doenças crônicas em que necessitam utilizar medicação que compromete a imunidade. Vale lembrar também que ainda pensando na leishmaniose cutânea, as feridas podem voltar em até seis meses, mesmo com tratamento adequado. Convivendo/ Prognóstico Para ajudar no tratamento é preciso ter hábitos que ajudam o sistema imunológico como: Dormir bem Alimentar-se direito Adesão ao tratamento. Prevenção Evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde Evitar banhos de rio ou de igarapé, localizado perto da mata Utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de áreas onde há a doença Usar mosquiteiros para dormir Usar telas protetoras em janelas e portas Manter a casa limpa: o mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer Cuidar da saúde de seu cão, principal hospedeiro urbano da doença. Além disso, deve-se fazer uso de coleiras com princípios ativos contra mosquitos e parasitas – com efetividadede quase 100% na pro- teção – e vacinar o cão a partir de quatro meses de idade, com a vacina contra leishmaniose – que deve ser aplicada anualmente, contando a partir da primeira dose. Leishmaniose Tegumentar Americana Características Clínicas e Epidemiológicas Descrição A Leishmaniose Tegumentar Americana – LTA é uma doença infecciosa, não-contagiosa, causada por protozoário do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas; é primaria- mente uma infecção zoonótica, afetando outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente. Agente Etiológico LEISHMANIOSE 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Há diferentes subgêneros e espécies de Leishmania, sendo as mais importantes no Brasil: Leishmania (Leishmania) amazonensis – distribuída pelas florestas primárias e secundárias da Ama- zônia (Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins e sudoeste do Maranhão), particularmente em áreas de igapó e de floresta tipo “várzea”. Sua presença amplia-se para o Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e Centro-Oeste (Goiás). Leishmania (Viannia) guyanensis – aparentemente limitada ao norte da Bacia Amazônica (Amapá, Ro- raima, Amazonas e Pará) e estendendo-se pelas Guianas, é encontrada principalmente em florestas de terra firme – áreas que não se alagam no período de chuvas. Leishmania (Viannia) braziliensis – tem ampla distribuição, do sul do Pará ao Nordeste, atingindo tam- bém o centro-sul do país e algumas áreas da Amazônia Oriental. Na Amazônia, a infecção é usual- mente encontrada em áreas de terra firme. Quanto ao subgênero Viannia, existem outras espécies de Leishmania recentemente descritas: L.(V) lainsoni, L.(V) naiffi, com poucos casos humanos no Pará; L.(V) shawi com casos humanos encontra- dos no Pará e Maranhão. Reservatório Varia conforme a espécie da Leishmania: Leishmania (Leishmania) amazonensis – tem como hospedeiros naturais vários marsupiais e roedores, tais como “rato-soiá” (Proechymis), além do Oryzomys que, às vezes, apresenta o parasita na pele sem lesões cutâneas. Leishmania (Viannia) guyanensis – vários mamíferos silvestres foram identificados como hospedeiros naturais, tais como a preguiça (Choloepus didactilus), o tamanduá (Tamandua tetradactyla), marsupi- ais e roedores. A infecção animal é geralmente inaparente, com parasitas encontrados na pele e vís- ceras. Leishmania (Viannia) braziliensis – esta espécie de Leishmania foi identificada em roedores silvestres como Bolomys lasiurus e Nectomys squamipes, no estado de Pernambuco. É frequente o encontro desta espécie em animais domésticos como o cão (CE, BA, ES, RJ e SP), equinos e mulas (CE, BA e RJ), albergando em proporção expressiva o parasita. Vetores O vetor transmissor da LTA pode pertencer a várias espécies de flebotomíneos (conhecido como palha, cangalhinha, tatuquira, mulambinho, catuqui, etc.), de diferentes gêneros (Psychodopigus, Lutzomyia), dependendo da localização geográfica. Assim como os reservatórios, os vetores também mudam de acordo com a espécie de Leishmania. Leishmania (Leishmania) amazonensis – seus principais vetores são Lutzomyia flaviscutellata, Lutzomyia reducta e Lutzomyia olmeca nociva (Amazonas e Rondônia), têm hábitos noturnos, vôo baixo e são pouco antropofílicos. Leishmania (Viannia) guyanensis – os vetores são Lutzomyia anduzei, Lutzomyia whitmani e Lutzomyia umbratilis, que é o principal vetor, tendo o hábito de pousar durante o dia em troncos de árvores e atacar o homem em grande quantidade, quando perturbado. Leishmania (Viannia) braziliensis – em área silvestre, o único vetor demonstrado transmissor foi o Psychodopigus wellcomei, encontrado na Serra dos Carajás, altamente antropofílico, picando o ho- mem mesmo durante o dia e com grande atividade na estação das chuvas. Em ambientes modificados, rural e peridomiciliar, são mais frequentemente implicadas a Lutzomyia whitmani, Lutzomyia interme- dia e Lutzomyia migonei. Modo de Transmissão Picada de insetos transmissores infectados. Não há transmissão de pessoa a pessoa. Período de Incubação LEISHMANIOSE 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR No homem, em média de 2 meses, podendo apresentar períodos mais curtos (duas semanas) e mais longos (dois anos), após a picada do flebotomíneo infectado. Susceptibilidade e Imunidade A susceptibilidade é universal. A infecção e a doença não conferem imunidade ao paciente. Leishmaniose Visceral Humana A leishmaniose visceral ou calazar é uma doença infecciosa parasitária, não contagiosa, que no Brasil é causada pelo protozoário Leishmania chagasi / infantum. É transmitida através da picada de flebóto- mos e se caracteriza por uma evolução arrastada e progressiva para queda do estado geral e óbito se não for tratada. Seus principais sintomas são: febre irregular, anemia, fraqueza, emagrecimento, in- chaço abdominal, aumento do fígado e do baço. O tratamento deve ser feito em ambiente hospitalar e os casos suspeitos devem ser notificados aos órgãos de saúde pública. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________
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