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Profa. Márcia Maria dos Anjos Szczerepa 2016 Quando duas ou mais pessoas têm a mesma doença a partir do mesmo alimento ou bebida contaminada, o evento é chamado de um surto de origem alimentar. Surtos alimentares: DIVISÃO DOS ORGANISMOS CAUSADORES DE DTAs Infecciosos: microrganismos que se multiplicam no trato gastrintestinal. Ex: Salmonella, Campylobacter, E. coli patogênicas. Intoxicantes: microrganismos que produzem toxinas, tanto nos alimentos quanto na passagem pelo trato gastrintestinal. Ex: Bacillus cereus, Staphylococcus aureus, Clostridium botulinum. Fonte: Manual Integrado de Prevenção e Controle de Doenças Transmitidas por Alimentos Secretaria de Vigilância em Saúde - MS Intoxicações alimentares Toxinas produzidas durante a multiplicação dos MO no alimento. Causada pela ingestão de alimentos contento toxinas microbianas pré-formadas ou toxinas formadas durante a passagem pelo trato gastrintestinal. Toxinas bacterianas TOXINA BOTULÍNICA TOXINAS DO Bacillus cereus TOXINA ESTAFILOCÓCICA ESCHERICHIA COLI ENTEROTOXIGÊNICA (ETEC) CLOSTRIDIUM PERFRINGENS Toxinas bacterianas Intoxicação por Staphylococcus aureus Intoxicação alimentar mais comum e resulta da ingestão de alimentos contaminados com a toxina produzida por essa bactéria. Cocos Gram-positivos, forma de cacho de uva. Facultativos. Presente no ar, na poeira, água, esgoto; O homem e os animais são reservatórios de S. aureus e a cavidade nasal é o principal hábitat; Alimentos muito manipulados ou não conservados na temperatura ideal : Carnes e produtos de cárneos, saladas como as de atum, galinha, macarrão e batata, produtos de panificação como tortas, sanduíches, leite e produtos lácteos. Intoxicação por Staphylococcus aureus Características da toxina de S. aureus: toxina pré-formada - várias toxinas: A, B, C1, C2, C3, D, E; Dose de toxina que causa doença - S. aureus >105 UFC/g (FDA-EUA) As toxinas são proteínas de baixo peso molecular termoestáveis e resistentes à cocção ou à enzimas proteolíticas. Condições para o crescimento de S. aureus e produção de toxinas: Parâmetro Crescimento Produção de toxinas Temperatura (°C) 7-48 10-48 pH 4-10 4,5-9,6 Atividade de água 0,83-0,99 0,87-0,99 Período de incubação varia de 30 min a 8 horas, em média 4 horas após o alimento ingerido; Náuseas, vômitos, cãibras abdominais, diarreias e sudorese; Podem ocorrer ainda dores de cabeça, queda de pressão arterial e raríssimas vezes febre. Características da doença causada por S. aureus: BOTULISMO: Intoxicação por Clostridium botulinum Bacilos, móveis, Gram-positivos, anaeróbios, produtores de esporos, encontrados no solo. Produz uma intoxicação com doses baixas de uma neurotoxina muito potente que é produzida ao esporular-se. Pode crescer em conservas de alimento com pH acima de 4,5 que não foram tratados termicamente. 80oC por 30’ Toxina botulínica: Proteína que bloqueia a liberação do neurotransmis sor acetilcolina – fraqueza muscular e paralisia. A maior causa de surtos de botulismo tem sido a ingestão de alimentos conservados ou semi-conservados em latas, vidros ou produtos curados, dos quais o oxigênio tenha sido removido. Surtos apontam a preservação artesanal imperfeita e alimentos não ácidos, queijos, peixes, cogumelos e palmitos enlatados – adição de nitrito em embutidos. Intoxicação por Bacillus cereus: Bastonetes, móveis, esporulados, Gram-positivos e anaeróbios facultativos. Sua ingestão em quantidades baixas é inócua - dose infectante: 107 a 109 UFC/g. Contamina facilmente alimentos como: Grãos, cereais; Vegetais; Condimentos; Animais, como produtos cárneos e lácteos. Intoxicação por Bacillus cereus: Produz dois tipos de síndromes: Intoxicação diarréica: associado a uma toxina termossensível produzida in vivo. Intoxicação emética: associado a um toxina termorresistente similar a do S. aureus, presente em alimentos como arroz, e outros ricos em amidos. Características das síndromes causadas por Bacillus cereus: Características Síndrome diarréica Síndrome emética Dose 105 – 107 (total) 105 – 107 por g Toxina produzida Intestino delgado Alimento Tipo de toxina Enterotoxina Toxina emética Período de incubação 8-16h 0,5-5h Duração da doença 12-24h 6-24h Sintomas Dor abdominal, diarréia aquosa Náusea, vômito, mal estar Alimentos Produtos cárneos, sopas, vegetais, pudim, molhos, leite e derivados Arroz cozido e resfriado, massas Devido a termorresistência dos esporos é necessário resfriar rapidamente os alimentos frescos cozidos, ricos em amido, e conservá- los a baixa temperaturas para evitar o crescimento das formas vegetativas. Intoxicação por Bacillus cereus: Intoxicação por Bacillus cereus: Intoxicação por Clostridium perfringens: Bacilos móveis, Gram-positivos, produtores de esporos, anaeróbios, amplamente distribuído na natureza (solo, água, intestino do homem e de animais). A intoxicação alimentar clássica é causada por uma enterotoxina classificada como tipo A. http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.biotox.cz/toxikon/bakterie/bakterie/obr/clostridium_perfringens_1.jpg&imgrefurl=http://www.biotox.cz/toxikon/bakterie/bakterie/obr/clostridium_perfringens_1.htm&h=400&w=500&sz=43&tbnid=6iXNOFxYAHgJ:&tbnh=101&tbnw=127&hl=pt-BR&start=15&prev=/images?q=Clostridium+perfringens+&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.biotox.cz/toxikon/bakterie/bakterie/obr/clostridium_perfringens_1.jpg&imgrefurl=http://www.biotox.cz/toxikon/bakterie/bakterie/obr/clostridium_perfringens_1.htm&h=400&w=500&sz=43&tbnid=6iXNOFxYAHgJ:&tbnh=101&tbnw=127&hl=pt-BR&start=15&prev=/images?q=Clostridium+perfringens+&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G Alimentos: carne ou frango pré-cozidos que não sejam adequada e rapidamente refrigerados; Capacidade de crescer a 45 °C e a pH 7, com um tempo de geração muitíssimo pequeno, da ordem dos 10 minutos; Isto significa que com esta capacidade de crescimento uma só célula pode originar uma população superior a 250.000 células em 3 horas! Intoxicação por Clostridium perfringens: Intoxicação por C. perfringens Intoxicação por C. perfringens E. coli enteropatogênica clássica (EPEC) E. coli enteroinvasora (EIEC) E. coli enterotoxigênica (ETEC) E. coli enterohemorrágica (EHEC) E. coli enteroagregativa (EAEC/EAggEC) E. coli de aderência difusa (DAEC) Escherichia coli diarreiogênicas: E. coli enterohemorrágica (EHEC) Mais de 50 sorotipos - O157:H7 TGI do homem e animais - bovinos Transmissão: Água, alimentos e contato interpessoal Carne bovina (hamburger) - mal cozida Leite não pasteurizado E. coli enterohemorrágica (EHEC) Período de incubação: 3 a 5 dias (1 a 8 dias) Duração da doença: 1 a 3 dias Diarreia branda à diarreia sanguinolenta (colite hemorrágica) Síndrome Hemolítica Urêmica (HUS) Cepas capazes de produzir enterotoxinas. Sintomas: Diarreia aquosa, normalmente acompanhada de febre baixa, dores abdominais e náuseas. Período de incubação: 08 a 44 horas. Em indivíduos desnutridos, a gastrenterite pode durar semanas, levando a um quadro de desidratação grave. Importante causa de diarreia em países subdesenvolvidos - regiões com problemas de saneamento básico. E. coli enterotoxigênica (ETEC) Listeria monocytogenes Alimentos envolvidos: leite e queijo não pasteurizados, vegetais, carne bovina e de aves e derivados, frutos do mar, alimentos preparados, refrigerados e prontos para consumo. Ambiente (solo, água, vegetais) Seres humanos e animais Listeria monocytogenes Características da doença: • Início: resfriado comum - febre, dores musculares, diarreia ou assintomática • SN: cefaléia, confusão mental, convulsões, meningite, encefalite e abscesso • Grávidas: aborto, parto prematuro, natimorto, septicemia neonatal - meningite em recém nascidos. Período de incubação: 1 a 20 diasSalmonella spp. •Salmoneloses não tifóides •Febre tifóide Gastroenterite: 6 a 72 horas Sintomas: náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, febre, dor de cabeça. Duração: 4 a 7 dias Transmissão: alimentos e água contaminados • Portador assintomático (1 a 5%) INFECÇÕES CAUSADAS POR SALMONELLA spp. Referências: JAY, J. M. Microbiologia de alimentos. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. MASSAGUER, P. R. Microbiologia dos processos alimentares. São Paulo: Varela, 2005. FRANCO, B. D. G de M.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu, 2008. Legislações: - Resolução RDC Nº 7, de 18 de fevereiro 2011. Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/rdc/107502-7.html http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/rdc/107502-7.html http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/rdc/107502-7.html
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