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AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO E DISTÚRBIOS DO SISTEMA URINÁRIO Professora Raquel Reis Martins @racksmartins Rins Vesícula urinária Produção de urina Manutenção do equilíbrio hídrico- eletrolítico e excreção dos produtos finais do metabolismo Ureteres Uretra Rins recebem 25% do débito cardíaco Glomérulos – filtração Túbulos - água e solutos secretados e reabsorvidos (fazem seleção) Reabsorção – > 99% do filtrado glom. Restante = URINA ultrafiltrado do plasma URINÁLISE Composto por 3 partes • Exame químico • Exame físico • Sedimentoscopia COLETA 1ª urina da manhã Micção natural - Lavar o local/ Desprezar os primeiros jatos Cateterismo - Sondas apropriadas/Risco contaminação e trauma Cistocentese - Bexiga deve estar cheia/Anti-sepsia e tricotomia local Vantagens X Desvantagens EXAME FÍSICO VOLUME Mínimo 10 ml para realização do exame Inversamente proporcional a densidade COR - varia inversamente com o volume Incolor – intensa diluição Amarelo-clara – normal em pequenos animais Amerelo-escura a âmbar – urina concentrada Alaranjada ou amarelo-esverdeada – bilirrubina Avermelhada – hemácias ou hemoglobina Marrom – hemoglobina ou mioglobina EXAME FÍSICO ODOR Sui generis IMPORTANTE: Pútrido ASPECTO Indica celularidade (detectar a causa na sedimentoscopia) Varia de límpida a Turva EXAME FÍSICO DENSIDADE - Mais importante do exame físico Retrata bom índice de funcionamento renal (capacidade de reabsorção tubular) Obtida por refratometria Interpretar com avaliação clínica Em média 1,020 a 1,045 EXAME FÍSICO Isostenúria – 1,008 a 1,012 (semelhante a do filtrado glomerular) Rim não está concentrando a urina, ocorre quando há lesões que afetam mais de 66% do parênquima renal Acima de 1,030 em cães e 1,035 em gatos sugere que os túbulos estão concentrando urina EXAME QUÍMICO pH Depende da dieta e metabolismo Cães: neutro (7,0 – 7,5) Gatos: ácida (5,5 – 6,5) EXAME QUÍMICO PROTEÍNAS Normal ausentes (sempre associar à densidade) •Exercício extremo •Alta ingestão •Convulsões e febre •Patológica Proteinúria Pré-Renal Hemoglobinúria Mioglobinúria Renal Perda da função Doença inflamatória renal ↑ permeabilidade capilar Pós-Renal Fisiológica (transitória) Infecção TUI (hematúria) Obstrução por cálculos EXAME QUÍMICO GLICOSE - Não deve estar presente Capacidade de reabsorção (túbulos proximais) 180 mg/dL cão 220 mg/dL gato Fisiológica (stress, excitação, ingestão de carboidratos) Diabetes melittus Perda da capacidade de reabsorção renal EXAME QUÍMICO BILIRRUBINA Cães, baixo limiar de excreção Pigmento instável – suspeita, proteger amostra da luz Presença de bilirrubinúria - confirmada pela observação de cristais de bilirrubina no sedimento Pode indicar: Doença hepática Obstrução das vias biliares (intra ou extra) Hemólise EXAME QUÍMICO SANGUE OCULTO Hematúria ou hemoglobinúria Diferenciar He de Hb pela centrifugação Observação microscópio MAIS SIGNIFICATIVO E IMPORTANTE SEDIMENTOSCOPIA LEUCÓCITOS Inflamação e/ou infecção do Sistema Urinário Normal – 0 a 3 p/c pH alcalino – tendem formar grumos HEMÁCIAS Normal – 0 a 3 p/c Aumento pode indicar: Trauma/Inflamação/Neoplasia qualquer parte do T. Urinário Congestão passiva e infarto renal Parasitos (Dioctophyma renale) SEDIMENTOSCOPIA CÉLULAS EPITELIAIS Renais Pelve Transição (Vesicais e Uretrais) Aceitável discreta presença, degeneram facilmente Aumento - lesão local ou difusa, associada a processos inflamatórios Grumos e alterações morfológicas - Alterações tumorais Células renais Células uretrais Células de pelve renal CILINDROS Formados túbulos (concentração máxima de acidez) Glicoproteína de TammHorsfall, secretadas pelas células epitéliais tublares que se condensam Tipo Composição Interpretação Hialino Muco + proteínas Febre, congestão Doença Renal Epiteliais Muco + restos celulares Degeneração tubular, severo e agudo Granulosos Muco + estruturas Degeneração tubular, processo crônico Céreos Cilindros angulares Fase final da degeneração tubular Hialino Epiteliais Granulosos Céreos SEDIMENTOSCOPIA CRISTAIS Produto final da alimentação Nem sempre tem valor diagnóstico ou significado clínico Depende pH urinário:Alcalina Ácida Fosfato triplo Oxalato de cálcio Carbonato de Ca Urato amorfo Fosfato amorfo Ácido hipúrico Urato de amônio Cistina Oxalato de Ca Fosfato triplo Urato amorfo Tirosina BIOQUÍMICA CLÍNICA URÉIA/NITROGÊNIO URÊICO SANGUÍNEO Principal produto catabolismo proteico com excreção quase exclusivamente pelos rins Reabsorção tubular é influenciada pelo fluxo sanguíneo renal Valores dependem também de fatores extra renais Formada durante o metabolismo do músculo esquelético, a partir da degradação da creatina (fonte de energia do músculo) Depende quantidade da massa muscular (importância clínica em geriátricos e caquéticos) Produção diária e relativamente constante, pouco influenciada por fatores extra-renais Totalmente excretada pelos glomérulos e a principal forma de avaliar a TFG CREATININA CAUSAS DE AZOTEMIA EXTRA-RENAL AUMENTAM SOMENTE A URÉIA Dietas ricas em proteínas Febre e inanição ( o catabolismo protéico) Infecção e hemorragia do TGI PRÉ-RENAL Redução do fluxo sangüíneo •Desidratação •Doença cardiovascular •Choques RENAL Perda da capacidade do rim •Nefrite •Glomerulonefrite •Nefrose PÓS-RENAL Obstruções ou ruptura no trato urinário inferior RELAÇÃO PROTEÍNA:CREATININA URINÁRIA (PU/CU) Teste mais aceito e confiável para confirmar a relevância da proteinúria (importante marcador de doença renal) Indicativo de lesão renal em casos iniciais, principalmente as glomerulares (quando aumentada de maneira persistente) Relação se altera quando 25% dos néfrons estão comprometidos o Mudança na PU/CU está relacionada à doença e não ao resultado de variação fisiológica (mediador de DRC) Relação = Proteína urinária --------------------------- Creatinina urinária o Classificação (IRIS): Não-Proteinúrico – índice PU/CU < 0,2 (cães e gatos) Limite - proteinúrico (borderline-proteinuric) – entre 0,2 e 0,5 (inferior a 0,4 em gatos) Proteinúrico – índice > 0,5 (> 0,4 em gatos) o Proteinúria Intensa (relação PU/CU maior que 2,0) Persistente (positiva a cada três urinálises, em intervalos de pelo menos duas semanas Limitações - Realizar sempre com urinálise Infecções urinárias ( alta perda protéica devido ao quadro inflamatório) Amostras com pH superior a 7,0 apresentam uma proteinúria de artefato Drogas: acetaminofen, aminofilina, aspirina, anfotericina B, ampicilina, bacitracina, captopril, carbamazepina, cefaloridina, cefalotina, corticosteróides, ciclosporina, gentamicina, ferro, kanamicina, rifampicina, tobramicina, tetraciclina, vancomicina, vitamina K. GGT URINÁRIA Localizada na borda em escova dos túbulo contorcido proximal e alça de Henle dos néfrons grande para ser filtrada pelos glomérulos) Presente na urina indica injúria, usualmente associada à lesão ou necrose epitelial tubular Aumentos 2 a 3x valor basal indicam lesão do epitélio tubular, (marcador precoce de dano tubular renal) Também fornece informações importantes sobre a progressão da lesão tubular, devido à variação de sua atividade no curso da doença renal Além disso, a elevação também pode estar relacionado à lesão glomerular grave, permitindo o aumento da filtração das enzimas séricas SDMA (DIMETILARGININA SIMÉTRICA) Subproduto da metilação proteica. Molécula de tamanho reduzido e carga positiva (livre filtração glomerular) Excreção renal aproximandamente 90% (alta correlação com TFG, apesar de haver também degradação enzimática) A reabsorção e secreção tubular parecem não afetar a sua eliminação na urina Se alteracom 40% de perda da função renal Concentrações séricas de SDMA aumentaram acima do limite de referência em média 17 meses (1.5 a 48 meses) antes de se verificar o aumento das concentrações séricas de creatinina SDMA (DIMETILARGININA SIMÉTRICA) Adicionado aos consensos da IRIS em 2015 Parece espelhar a progressão da doença renal em cães Ainda são necessários mais estudos ‘
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