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TRAB LUAN A pesca com armadilhas manzuás

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CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA
LUAN B. DA SILVA MACEDO
FORTALEZA 2022
LUAN B. DA SILVA MACEDO
(Matrícula: 493800)
 A pesca com armadilhas: manzuás
Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, como requisito para obtenção da aprvação em Avaliação de Recursos Pesqueiros.
 Orientador: Prof. Dr Aldeney Andrade Soares Filho
Introdução: 
A pesca com o uso de armadilhas, também conhecidas como manzuás, bastante utilizadas na captura de lagostas, vem sendo amplamente utilizada no Nordeste do Brasil. Esta técnica surgiu como suplemento à demanda do mercado local e internacional por proteína de fonte marinha e como uma alternativa à pesca daquele crustáceo, em declínio na região. Esta pesquisa objetivou resgatar informações disponíveis sobre as principais características dessa técnica, a partir da busca e revisão de artigos publicados até o momento, no que diz respeito às espécies capturadas (espécies alvo e também aquelas capturadas como fauna acompanhante). Esta prática, que antigamente era em sua maioria realizada de forma artesanal, em grande parte para subsistência dos próprios pescadores, foi intensificada nos últimos anos, principalmente em países em desenvolvimento, devido ao aumento da demanda por proteína animal para o consumo humano.
Outro setor da pesca que vem afetando as populações de peixes recifais é acaptura de espécies ornamentais para a indústria aquariofilista. Essas espécies também são capturadas como fauna acompanhante na pesca com armadilhas e muitas vezes são descartadas pelos pescadores. Estes organismos são de grande interesse no comércio ornamental e como acontece com as espécies alvo, pouco se sabe sobre os impactos sobre estes organismos, uma vez que os países de onde são exportadas são aqueles em desenvolvimento, com esforços reduzidos no estudo e no gerenciamento desta atividade (FUJITA et al., 2014).
Armadilhas semelhantes àquelas tradicionalmente utilizadas na captura de lagostas, os manzuás, vêm sendo largamente utilizadas na pesca de peixes. Esse tipo de arte de pesca, capaz de capturar diversas espécies de uma vez, representa o principal instrumento utilizado em recifes de diversas partes do mundo, funcionando como um falso abrigo e apresentando fácil acesso, porém, difícil saída.
Materiais e Métodos: 
O manzuá é uma armadilha fixa, com armação retangular de madeira, revestida por uma tela de arame galvanizado. As malhas variam conforme a espécie a ser capturada. Na parte superior, existe uma abertura, a boca que varia de tamanho também conforme as espécies a serem capturadas. Geralmente são utilizados em profundidades que variam de 3 a 80 metros ou mais, dependendo das condições de mar e da própria embarcação. 
• Tipo de embarcação: Canoa motorizada e canoa não motorizada (Canoa a pano); 
• Profundidade: Os manzuás são colocados principalmente sobre ou próximos a currais de pesca e atratores artificiais. Geralmente a profundidade de instalação esta entre 3 a 80 metros ou mais, dependendo das condições de mar e da própria embarcação.
A medida da boca do manzuá, o tamanho da malha e a profundidade, na qual o manzuá se encontra, selecionam o tamanho do peixe a ser capturado.
 
Os dados aqui apresentados foram obtidos através da leitura e compilação de informações disponíveis até o momento.
0 projeto foi desenvolvido na praia de Ponta Grossa, localizada no município de lcapui estado do Ceará, distante 200 km de Fortaleza. Este trabalho foi baseado na pesquisa do projeto piloto Mini Fazenda Marinha. 0 trabalho compreendeu a utilização de 6 manzuás de abertura de malha 3,5 cm, 4,0 cm, 4,5 cm, 5,0 cm, 5,5 cm e 6,0 cm, sem as entradas, com iscas no seu interior (cabeça de bagre), as 10 lagostas foram colocadas dentro de uma gaiola juntamente com o manzuá. A isca foi colocada dentro do manzuá, com o objetivo de induzir as lagostas a entrarem pela malha do manzuá, sendo colocados dentro dos viveiros, passando um período de 24 horas (tempo de pesca utilizada em mar), durante 6 dias (tempo necessário para a realização de 3 experimentos com cada tipo de malha)
Resultados e Discussão: 
Foi observado que os indivíduos não conseguiram entrar e sair nos manzuás com malhas de 3,5 e 4,0 cm nó a nó. Nos manzuás com 4,5 cm de malha, 50% das lagostas escaparam, permanecendo as lagostas com largura de cefalotórax acima de 4,90 cm; porém as lagostas com largura de cefalotórax menor que 4,85 cm conseguiram escapar. No de 5,0 cm de malha 70% das lagostas conseguiram escapar do manzuá, permanecendo indivíduos com largura de cefalotórax acima de 5,30 c,. Nos manzuás de 5.5cm e 6.0cm 100% entre as lagostas conseguiram sair pela abertura de malha. 
No segundo experimento, foi induzida a entrada das lagostas nos manzuás; viu-se que, no manzuá de 6,0 cm 100% conseguiram entrar pela malha; no manzuá de 5,5 cm 90% das lagostas conseguiram entrar ; no manzuá de 5,0 cm de malha as com largura de cefalotórax acima de 4,90 cm não conseguiram entrar no manzuá, mas as lagosta com largura de cefalotórax abaixo de 4,70 cm conseguiram entrar. Nos manzuás de 3,5, 4,0 e 4,5 cm de malha nenhuma lagosta conseguiu entrar.
Quanto é preferência das lagostas pelas iscas testadas, observou-se durante o experimento que cabeça de moreia é o mais eficiente para atrai-las. 
Conclusão:
Lendo as pesquisas e analisando tudo direitinho, pude concluir que, a malha que representou maior seletividade foi a malha de 4,5 cm de abertura, segundo os resultados obtidos. 
Referências: 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis, (IBAMA). Boletim estatístico IBAMA/CEPENE. Ministério do Meio Ambiente, 2000.
MEIRELES, Vladir Ibiapina. Seletividade de malha de Manzuà na pesca da lagosta. 2004. TCC (Graduação em Engenharia de Pesca) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2004.
Levantamento Artes de Pesca no Ceará – Projeto Tamar http://tamar.org.br/arquivos/ARTES-PESCA-CEARA_Levantamento.pdf
CHAVES, N. C. M. (2016)

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