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APOSTILA - MÓDULO 2 GESTÃO DE PESSOAS GESTÃO COMERCIAL JEFERSON LOZECKYI MARILISA DO ROCIO OLIVEIRA PARANÁ EMPREENDE MAIS LIVRO 1 BÁSICO CURITIBA 2020 CRÉDITOS Autores: JEFERSON LOZECKYI MARILISA DO ROCIO OLIVEIRA Colaboradores: Edenilson Adão da Roza Eliton Lopes dos Santos Jaqueline Fonseca Rodrigues Joceliane Antunes Araújo Camargo Juvancir da Silva Verlaine Lia Costa Programa Paraná Empreende Mais inovando no empreendedorismo paranaense Em 2012 teve início o Programa Bom Negócio Paraná (PBNP) com o propósito de incentivar o desenvolvimento socioeconômico por meio da oferta de cursos de capacitação gerencial a micro, pequeno, médio empresários e a MEIs (Micro Empreendedores Individuais). Trata-se de uma iniciativa do Governo do Estado, custeada com recursos do Fundo Paraná, desenvolvido no âmbito do Programa Universidade Sem Fronteiras (USF), vinculado à Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), executado pelas Instituições Estaduais de Ensino Superior do Paraná (IEES), com a parceria da Fomento Paraná para a concessão de crédito aos cursistas que queiram empreender. Com as ações realizadas, objetiva-se a criação de novos empreendimentos e o fortalecimento dos existentes, assim como o incentivo aos empreendimentos geradores de produtos, processos, design e serviços inovadores que proporcionem a geração de emprego e renda no campo e na cidade. Além da qualificação para o empreendedor, o programa estabelece uma contínua relação entre a universidade, a sociedade, o setor empresarial e o Estado viabilizando a cooperação em prol da produção de conhecimento, desenvolvimento de tecnologias inovadoras para o meio empresarial e a criação de riquezas. O programa também fortalece o ensino, a pesquisa e a extensão das instituições de ensino superior do Paraná, pelo conhecimento empregado e gerado nas áreas de Ciências Contábeis, Economia, Administração e Secretariado Executivo, áreas às quais pertencem os docentes, os recém formados e os acadêmicos integrantes das equipes executoras dos projetos. A versão atual do Programa apresenta aos empreendedores possibilidades de capacitação gratuita e de qualidade nos níveis Básico e Intermediário, por meio de cursos com duração de 68 horas de duração nas modalidades presencial e à distância (EAD). Esta iniciativa se constitui em um relevante investimento em área estratégica para o crescimento sistêmico do estado e a elevação da qualidade de vida da população. Desejo sucesso à equipe executora do Programa, bom proveito na formação aos cursistas e bons resultados aos empreendimentos que surgirem. Aldo Nelson Bona Superintendente de Ciência Tecnologia e Ensino Superior (SETI) PARANÁ EMPREENDE MAIS Objetivo Estimular o desenvolvimento econômico por meio da capacitação para micro, pequenos, médios empresários e microempreendedores individuais (MEI), formalizados ou não, promovendo a geração de produtos, serviços ou processos inovadores, assim como, emprego e renda. Missão Contribuir para o desenvolvimento social e econômico do Paraná por meio do apoio ao empreendedorismo e da inovação. Visão Efetivar o papel social da universidade e do estado enquanto agentes de desenvolvimento por meio de projetos que integrem e articulem a sociedade, o governo os demais atores do ecossistema de empreendedorismo com enfoque na inovação. Valores Ética, espírito empreendedor, espírito de equipe, comprometimento e ênfase em resultados, credibilidade e solidez, desenvolvimento de parcerias e produtividade em negócios. Sumário Capítulo 4 – Quem Trabalha Comigo – Gestão de Pessoas Marilisa do Rocio Oliveira 170 Capítulo 5 – Meu Produto – Marketing Marilisa do Rocio Oliveira 198 Capítulo 6 – Estou Atendendo – Vendas Marilisa do Rocio Oliveira 120 Capítulo 4 – Quem Trabalha Comigo – Gestão de Pessoas Marilisa do Rocio Oliveira Podemos observar que cada vez mais, um volume maior de pessoas tem a pretensão de “ter seu próprio negócio”; seja para a realização de um sonho, ou mesmo, como complemento inicial de rendimentos. Infelizmente parte dessas pessoas fica só no mundo dos sonhos e nunca levam sua idéia adiante. Entender que o homem é um ser social que vive na companhia de outras pessoas; que por isso precisa saber se relacionar com outras pessoas; que, além disso, precisa saber trabalhar em equipe; lembrar que motivação é inerente a “cada um”; saber que a Qualidade e o Treinamento precisam fazer parte do cenário traçado: podem ser o diferencial para que o empreendimento saia dos pensamentos e aconteça na prática. Compreender o sentimento do outro, saber dividir tarefas e realizar ações fragmentadas buscando um objetivo comum a um grupo de pessoas é um fator essencial para o sucesso do trabalho em equipe. Determinados acontecimentos são necessários para que isso se concretize: além de um trabalho intenso, dedicação, muito foco, determinação e disciplina, podem se tornarem a chave de resultados positivos. Entretanto há fatores que são CHAVE para um negócio de sucesso: é fundamental estar preparado, buscar manter um processo de capacitação constante, buscar conhecer os aspectos que dizem respeito a um empreendimento. Bons Estudos!!!!!!! TRABALHO EM EQUIPE Vamos abordar agora mais uma dimensão do processo de gerenciamento: o trabalho em equipe. O conceito de equipe tem recebido muito destaque atualmente. Em verdade, tornou- se um dístico gerencial. Ouve-se com freqüência as expressões trabalho em equipe e ser integrante de equipe. Contudo, apesar das alusões generalizadas ao esforço de equipe, provavelmente a maior parte das pessoas, no local de trabalho ou em suas relações pessoais, não vivenciou a experiência de ser membro de uma equipe. As pessoas podem trabalhar no mesmo departamento durante anos, integrarem comissões, reunir-se regularmente em grupos de gerenciamento e, ainda assim, não fazer parte de uma equipe. Por quê? O que é então uma equipe? Equipe e grupo de trabalho é a mesma coisa? Vamos refletir um pouco mais sobre esse conceito. Definição de Equipe No senso comum, as pessoas não distinguem com muita precisão a equipe de outros conjuntos de pessoas. Em verdade, geralmente consideram a mesma coisa. Há, inclusive, quem associe a noção de equipe aos grupos esportivos. Aliás, essa ocorrência não é rara, devido à familiaridade com os times de futebol. A definição lexical também não se afasta muito das definições mais corriqueiras. O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa define, por exemplo, a equipe como grupo de duas ou mais pessoas que juntas participam numa competição esportiva e como conjunto ou grupo de pessoas que se aplicam a uma tarefa ou trabalho. No entanto, no universo organizacional, ainda que a equipe possa ser definida como um agrupamento de pessoas, ela envolve particularidades que a distingue dos demais grupos. Sylvia Constante Vergara (2009) observa que um conjunto de pessoas trabalhando juntas é apenas um conjunto de pessoas. Para que se torne uma equipe é preciso que haja um elemento de identidade, elemento de natureza simbólica, que una as pessoas, estando elas fisicamente próximas ou não. Atualmente, com o avanço das tecnologias da informação e comunicação, é possível admitir a formação de equipes virtuais por intermédio de redes de computadores, videoconferências, computação móvel, workgroup computing. Redes de computadores é uma designação que engloba qualquer sistema interconectante de centros de processamento e terminais. Videoconferências são reuniões com pessoas que se encontram em locais diferentes; utilizam imagens em movimento e efeitos sonoros. Computação móvel é aquela que permite processar informações em equipamentos portáteis conectados a redes ligadas remotamente. Workgroup computing é um conjunto de softwares que se destina a auxiliar o trabalho em grupo. Para que exista uma equipe, é necessário que também exista um propósito, um objetivo compartilhado pelas pessoas e em prol do qual elas despendam seus esforços. Nesse aspecto, pode-sedizer que um time de futebol realmente constitui uma equipe, obviamente se estão concentrados em um mesmo objetivo. Se cada jogador quiser realizar o seu próprio jogo e estabelecer seus propósitos individuais, é provável que não exista um time e que esses jogadores estejam fadados ao fracasso. Além disso, para atuar com eficiência, os integrantes de uma equipe devem ser flexíveis, ter confiança nos companheiros e apoiar cada membro do grupo nos seus progressos em direção às metas. Além da equipe de futebol mencionada anteriormente, talvez um dos melhores exemplos de verdadeiro trabalho em equipe seja o de uma equipe de cirurgias, que geralmente é chefiada por um cirurgião e inclui assistentes, enfermeiras, anestesista e técnicos. Em uma equipe de cirurgia, cada função é especializada e exige extrema destreza, e cada pessoa sabe que seu êxito depende do êxito dos demais integrantes. Todos assumem um compromisso com um único objetivo: o bem-estar do paciente. Da mesma forma que a maioria das equipes, a equipe de cirurgias certamente dedicou um longo período para desenvolver suas habilidades, aprender a atuar em conjunto e, conseqüentemente, ser reconhecida como uma equipe de alto desempenho. O fato de que o conceito de equipe tenha adquirido tanta importância nas organizações modernas reside, justamente, no reconhecimento da força que trabalhar junto possui. As equipes reúnem diferentes talentos e, por essa razão, potencializam esforços e alcançam resultados que dificilmente seriam conquistados por uma única pessoa. As equipes podem ser classificadas segundo a forma como se estruturam e de acordo com o nível de maturidade do grupo. MONTANARI et al (2011) apresentam, por exemplo, classificação de Katzenbach e Smith em que os grupos podem ser localizados em cinco categorias: Pseudoequipe: esse tipo de grupo pode definir um trabalho a ser feito, mas não se preocupa com o desempenho coletivo, nem tenta conquistá-lo. Grupo de Trabalho: os membros desse grupo não vêem nenhuma razão para se transformarem numa equipe. Podem partilhar informações entre si, porém responsabilidades e objetivos, por exemplo, pertencem a cada indivíduo. Equipe Potencial: esse grupo quer produzir um trabalho conjunto. No entanto, os membros precisam de esclarecimentos e orientações sobre sua finalidade e objetivos. Equipe Real: uma equipe real compõe-se de poucas pessoas, mas com habilidades complementares e comprometidas umas com as outras por intermédio de missão e objetivos comuns. Registra-se a confiança entre os membros do grupo. Equipe de Alto Desempenho: este grupo atende a todas as condições de uma equipe real e tem um comprometimento profundo entre seus membros com o intuito de crescimento pessoal de cada um. As equipes podem também ser classificadas de acordo com suas características. Nesse sentido, Glenn Parker estabelece duas categorias (citado por SALOMÃO & ASHLEY, 2008). A primeira considera o tempo de duração das equipes, que podem ser permanentes – com tempo de duração indeterminado – ou temporárias, quando criadas para um fim ou objetivo específico. A segunda diz respeito à titularidade das equipes. Nesse caso são indicados três tipos específicos: Equipes funcionais: compostas por uma chefia e seus subordinados diretos. Essas equipes têm regras claras no que se refere ao processo de tomada de decisões, à liderança e gerenciamento. Equipes interfuncionais ou multidisciplinares: que combinam diferentes habilidades em torno de um objetivo ou vários departamentos funcionais para resolver problemas mútuos. Essas equipes podem ser, inclusive, permanentes ou temporárias. Equipes auto gerenciáveis: envolvem grupos de pessoas bem integradas, que são responsáveis por todo um processo de trabalho, por seu planejamento e melhoria contínua. Os membros desse tipo de equipe trabalham em conjunto e se auto gerenciam para enfrentar os problemas do dia a dia, além de planejar e controlar suas atividades. Mas, se você ainda tem dúvidas sobre o que particulariza uma equipe, confira a seguir a distinção que estabelecem Katzenbach & Smith (1993) entre o grupo de trabalho e a equipe. Grupo de Trabalho Equipe - Líder ou chefia forte e nitidamente focada. - Papéis de Liderança compartilhados. - Responsabilidade Individual. - Responsabilidade Mútua e Individual. - O propósito do grupo é idêntico à missão mais abrangente da organização. - Propósito específico da equipe, que ela mesma elabora. - Produtos individuais de trabalho - Produtos coletivos de trabalho - Faz reuniões eficientes. - Encoraja discussões abertas e reuniões ativas para a solução de problemas. - Mensura sua eficácia de modo indireto, por intermédio de sua influência sobre os outros (desempenho financeiro da organi- zação) - Mensura o desempenho de modo direto, avaliando os produtos coletivos de trabalho. - Discute, decide e delega. - Discute, decide e realiza bons serviços em conjunto. Não se esqueça... A principal característica de uma equipe é a de que seus membros têm como prioridade a consecução das metas da equipe. Eles podem possuir forte personalidade, habilidades especializadas altamente desenvolvidas e comprometer-se com uma diversidade de objetivos pessoais que esperam atingir através de sua atividade; porém, para eles, o aspecto mais importante a enfrentarem de imediato é o sucesso do grupo em alcançar a meta que seus membros, coletivamente e em uníssono, estabeleceram. Os membros dão apoio uns aos outros, colaboram livremente e se comunicam abertamente e com clareza entre si. Por outro lado, a maioria dos grupos que não constitui uma equipe tende a ser um conjunto de personalidades com agendas próprias, que podem ser mais valiosas para elas do que a agenda que a maioria dos membros do grupo busca cumprir. As discussões e os relacionamentos nesses grupos são muitas vezes caracterizados por agendas que se alteram, subgrupos de poder, concordância com decisões ao invés de um compromisso sincero, e até mesmo uma orientação de ganhar-perder: uma pessoa ou subgrupo sobrepõe seus desejos a outras. Veja mais: Thomas L. Quick – Como Desenvolver Equipes Bem-Sucedidas. OS BENEFÍCIOS DE UMA EQUIPE Há certamente dificuldades no trabalho em equipe. Entre elas, provavelmente, a mais significativa é a convergência de diferentes pontos de vista e a criação do consenso. Isso geralmente toma algum tempo nos processos de trabalho e exige uma atuação versátil das lideranças. Porém, as vantagens superam quaisquer dificuldades, e dentre elas podemos destacar: 1) A agilidade na captação e uso das informações. Já não é possível, como tradicionalmente acontecia na administração, o topo da organização decidir como as coisas devem ser feitas, o corpo médio gerencial decodificar essas decisões para o pessoal das bases, para que, então, possam ser executadas. Atualmente, organizações ágeis e produtivas trabalham com níveis gerenciais mais integrados, acentuando-se a importância estratégica de todas as dimensões organizacionais. 2) Trabalhar em equipe traz resultados vantajosos tanto para seus membros como para a organização em que trabalham. Colaboração é o benefício principal. As pessoas querem realizar um bom trabalho em conjunto, dar apoio umas às outras, porque se identificam com a equipe e desejam que ela se destaque e seja bem-sucedida. 3) Pessoas que aprenderam a dar apoio e a confiar umas nas outras compartilham livremente seus conhecimentos. Elas compreendem o quanto é importante para uma equipe fazer circular as informações que os membros necessitam para operar de modo mais eficiente. A informação flui livremente para cima, para baixo e para os lados. Dessa forma, a comunicação constitui outro benefício. 4) No trabalho em equipe, registra-se também a aplicação mais eficiente de recursos, talentos e forças, porque eles são usados de boa vontade e compartilhados com os demais companheiros. Toda vez que falta a um membro da equipe certo conhecimentoou competência, outro está pronto para supri-lo. 5) Um quinto benefício é o conjunto de decisões e soluções, adotadas simultaneamente, com todos gerando e avaliando maior número de opções do que uma única pessoa poderia fazê-lo. O tempo para implementação é reduzido porque as pessoas fazem suas escolhas em conjunto e não seqüencialmente como ocorre com frequência. As decisões são tomadas por consenso, e isso significa que são, geralmente, melhores do que aquelas às quais a pessoa mais diligente da equipe poderia ter chegado sozinha. 6) As pessoas que são responsáveis por decisões e soluções as consideram como sua propriedade e, conseqüentemente, sentem-se compromissadas em conduzi-las com sucesso. Esse é o sexto benefício. Os integrantes nutrem também um forte compromisso com a própria equipe para que ela não de desagregue. Como destacam Katzenbach& Smith (1993, p.2), a essência de uma equipe está no comprometimento coletivo. Sem ele, o desempenho do grupo é individualizado. Com ele, os membros se tornam uma unidade poderosa de desempenho coletivo. A ESTRUTURAÇÃO DE EQUIPES Você pode estar se perguntando o que é necessário para montar uma equipe de alto desempenho. Essa é certamente uma das atribuições de um bom gerente. Porém, como fazê-lo? Em verdade, não existe uma fórmula para isso e será necessário considerar muitas variáveis dentro da organização. Muitas vezes, dependendo das circunstâncias, um simples grupo de trabalho pode ser a solução mais adequada para o tipo de trabalho e de resultados que se pretende alcançar. No entanto, como observam Katzenbach & Smith (1993, p.9), alguns procedimentos são compartilhados por muitas equipes de sucesso, e as consideramos apropriadas para compor, por assim dizer, um primeiro guia para a formação de equipes eficientes e eficazes. Vejamos: ✔Estabeleça a urgência, os necessários padrões de desempenho e a direção. ✔Escolha os membros com base em suas habilidades e em seu potencial, não com base em sua personalidade. ✔Preste detida atenção às primeiras reuniões e às primeiras atitudes. ✔Determine regras claras de comportamento. ✔Determine e internalize algumas tarefas e metas imediatas orientadas ao desempenho. ✔Desafie o grupo regularmente por meio de fatos e informações recentes. ✔Passem muito tempo juntos. ✔Explore o poder do feedback positivo, do reconhecimento e da recompensa. ✔É importante destacar que a construção de equipes, como já se frisou anteriormente, é um processo que envolve a maturidade do grupo. O gerente deve estar preparado para lidar com situações em que expectativas, inseguranças e conflitos podem surgir. Os especialistas identificam quatro fases ou momentos que, geralmente, são observados no desenvolvimento das equipes, a saber: ✔ Formação: o grupo busca orientação sobre o que e como fazer. É um momento de cautela, ansiedade e dependência de orientação. ✔ Turbulência: conflitos e disputa de poder podem ser observados nesta fase. Há insatisfação em relação à dependência, polaridades entre competência/incompetência, projeto individual/ coletivo, entre outras reações. ✔Regulação: caracteriza-se pela produção de regras para o funcionamento e a convivência. Nesse momento aumenta a coesão do grupo e toma forma a identidade coletiva. Aumenta a confiança entre os membros e firma-se o respeito às diferenças. Principia o compartilhamento de valores e idéias. • Produção: esse é o momento do trabalho coletivo. Essa é a fase da demonstração de entusiasmo, colaboração, interdependência e compartilhamento da liderança. Em verdade, os grupos humanos não estão totalmente livres de tendências cooperativas e competitivas e, em geral, não há situações puras dominantes. Exemplo clássico nesse sentido é aquele apontado por MortonDeutsch (psicólogo social norte-americano, nascido na década de 1920, que é considerado um dos fundadores dos estudos sobre resolução de conflitos. ) em referência às equipes esportivas. Os jogadores de uma equipe de basquete podem estar inter- relacionados cooperativamente para vencer o jogo, ou seja, estão concentrados em um objetivo comum. Porém, entre si, os jogadores podem estar competindo em função do título de craque do time. Essa ocorrência é muito comum também nas equipes de futebol, com o beneplácito da mídia em busca da construção de mitos e heróis. Nas equipes de trabalho, isso também pode acontecer e cabe aos gerentes lidar com essa situação. Manter a coesão do grupo e convergir os talentos para os objetivos em comum é, certamente, um esforço de liderança e motivação. MOTIVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DE EQUIPES Outro conceito que se popularizou nas organizações é o de motivação. Todos reconhecem que pessoas produtivas devem estar motivadas e, para tanto, são necessárias diversas formas de incentivos, inclusive o apoio e reconhecimentos das chefias ou gerências. Mas, o que compreende exatamente a motivação? Se você recorrer ao dicionário encontrará a seguinte definição: conjunto de fatores psicológicos – conscientes e inconscientes – de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta do indivíduo. Vista por esse prisma a motivação afeta comportamentos ou, se quisermos utilizar uma noção diretamente relacionada ao mundo do trabalho, ela influi em padrões de desempenho. Embora o fenômeno esteja profundamente vinculado aos aspectos psicológicos do sujeito, nem sempre a motivação envolve estímulos interiores, porque ações podem ser provocadas por estímulos externos ou provenientes do ambiente, ainda que a percepção e leitura desses impulsos não prescindam de processos mentais e emocionais. Na literatura que se dedica a esse tema, é possível encontrar diferentes perspectivas: ora acentuando a dimensão interna do sujeito, ora destacando a importância dos estímulos externos, embora eles não estejam necessariamente desvinculados. Vergara (2003), por exemplo, define motivação como uma força interior que impulsiona o indivíduo na direção de algo. De acordo com sua interpretação, algumas pessoas se sentem motivadas para realizar determinadas tarefas e outras parecem desinteressadas. Por que isso ocorre? Devido ao fato de que as pessoas têm diferentes valores, diferentes interesses e necessidades, experiência profissional e história de vida distinta. Todos esses aspectos condicionam suas motivações. Chiavenato (2003), por sua vez, observa que essa força interior é empregada para alcançar objetivos e que o comportamento das pessoas influencia diretamente no seu alcance. De acordo com sua perspectiva, no contexto do trabalho, os fatores de motivação são muito variados e não podem ser reduzidos à questão remuneratória. Embora esse fator seja indiscutivelmente necessário, ele não é suficiente (CHIAVENATO, 2004). Por quê? Porque além das necessidades primárias ou fisiológicas (alimentar-se e proteger-se fisicamente, por exemplo), os homens possuem necessidades secundárias ou psicológicas, que transcendem as necessidades físicas (CHIAVENATO, 1999). Dentre elas destacam-se: Necessidade de segurança íntima. Necessidade de participação. Necessidade de autoconfiança. Necessidade de afeição. Necessidade de autorrealização. O pressuposto é, portanto, o de que é necessário incentivar as pessoas continuamente a fazer o melhor possível e a ultrapassar o desempenho atual. Mas como fazê-lo? A resposta para essa questão, de acordo com a perspectiva de Bergamini (2003), não se resolve com procedimentos de estímulo-resposta, e não há fórmula definida para socorrer os gerentes. Isso se deve ao fato de que a motivação depende dos desejos e impulsos mais subjetivos dos indivíduos. No entanto, é possível admitirmos – sobretudo após os aportes da Teoria das Relações Humanas –, que alguns procedimentos podem ser adotados, além da remuneração adequada. Dentre eles, podemos destacar: ✔Reconhecimento e a recompensa pelo bom trabalho; ✔Confiança dos chefes e colegas de trabalho; ✔Espaço de trabalhoequipado, seguro e confortável; ✔Perspectivas de crescimento profissional; ✔ Investimento no desenvolvimento dos indivíduos e equipes; e ✔Benefícios que assegurem o bem-estar físico e psicológico dos funcionários. Tendo em vista a complexidade do comportamento humano, os gerentes devem ser observadores e capazes de analisar situações e condutas no ambiente de trabalho. A Teoria das Relações Humanas foi formulada nos EUA, no final da década de 1920, a partir das experiências de Elton Mayo (1880-1947) e seus colaboradores na Western Electric Company, localidade em Hawthorne (Chicago). Foi um movimento de contraposição à Teoria Clássica em Administração, que valorizou o fator humano nos processos de trabalho e enfatizou os seguintes aspectos: integração social como determinante da produção, importância da influência dos grupos e dos processos informais no comportamento dos funcionários, relevância das necessidades psicológicas e sociais nos processos motivacionais, ênfase nos aspectos emocionais do comportamento humano e combate à monotonia no trabalho. Na base da teoria encontrava-se o pressuposto de que o comportamento humano não pode ser visto de forma mecanicista. Admite-se que o homem é guiado, ao mesmo tempo, por fatores de ordem bi psicológica, mas também social. Ademais, reconhece-se que os homens possuem necessidades de aprovação social, de afeto, segurança e autorrealização. Davis &Newstrom (1992) observam que, se os gerentes conhecem as forças motivacionais, são capazes de compreender com mais facilidade as atitudes de cada funcionário, podendo, assim, lidar com suas idiossincrasias, levando em consideração o impulso motivacional mais forte em cada situação. Essa percepção do outro constitui, por si só, fator motivacional, porque ao sentir-se conhecida e reconhecida a pessoa passa a perceber que tem valor para a organização, que faz parte de sua estratégia e, portanto, sente-se estimulada. Para que possa investir apropriadamente na motivação e valorização de sua equipe, é necessário que o gerente considere as características do grupo com o qual trabalha. Vimos anteriormente alguns tipos de equipes classificadas por titularidade (funcionais, multidisciplinares e auto gerenciadas), mas é interessante que também se possa considerá-las em função de seus objetivos. Na literatura encontramos alguns exemplos. Nesse sentido, Katzenbach& Smith (1993, p.6-8) estabelecem três categorias de equipes, definidas da seguinte forma: Equipes de consultoria: incluem forças-tarefa e grupos de projeto, de auditoria, de qualidade total ou de segurança designados para resolver problemas específicos. As equipes de consultoria quase sempre têm uma data predeterminada para concluir os trabalhos. Dois problemas críticos caracterizam essas equipes: iniciar rapidamente as atividades e transferir autoridade para que as recomendações sejam implementadas. Equipes de produção: essas equipes atuam na linha de frente ou estão bem próximas dela. Elas são responsáveis pela produção básica, pelas operações, pelo desenvolvimento, pelo marketing, pelas vendas, pelos serviços e por outras atividades que agregam valor. Com algumas exceções, como é o caso das equipes que atuam no desenvolvimento de novos produtos ou na elaboração de processos, não é comum que as equipes de produção tenham datas predefinidas de conclusão do projeto, visto que suas atividades nunca param. Equipes de gestão: são aquelas que supervisionam alguma atividade, um programa corrente ou uma atividade funcional significativa. Outro exemplo é apresentado por QUICK (1991), que estabelece quatro categorias: Comissões: geralmente atuam como organismos de pesquisa ou assessoramento, reportando-se à pessoa ou unidade que os indicou e organizou. Força-tarefa ou Grupos-tarefa: com maior freqüência, são temporariamente grupos de resolução de problemas constituídos para lidar com questões que cruzam funções ou linhas de autoridade. Uma força-tarefa pode, durante sua existência, funcionar em tempo integral ou parcial. Círculos da qualidade: consiste em grupos de funcionários e supervisores que buscam formas de aumentar a sua eficácia por intermédio de produtividade mais alta e da melhoria da qualidade. Grupos de projetos: organizados para trabalhar especificamente em um projeto, como no caso de um novo produto, uma nova fábrica ou um programa de processamento de dados. Da mesma forma que um grupo-tarefa, o grupo de projetos pode ter existência temporária e, depois de cumprida sua missão, ele se dissolve. Além de observar as características da equipe, é de suma importância que o gerente saiba lidar com a diversidade de comportamentos. De acordo com Vergara (2003), em uma mesma equipe é possível encontrar a pessoa bem-humorada, o brigão, o tímido, o presunçoso, o doutor sabe-tudo, o cauteloso, o falante, o desconectado, o conciliador, mas todos podem contribuir para o bom andamento do trabalho de acordo com o seu modo de ser. Cabe ao gerente trabalhar essas diferenças e colocá-las em sintonia. Para tanto, entre outras competências, ele deve ser capaz de interagir e comunicar-se com sua equipe. Em verdade, a comunicação é um atributo indispensável para quem lida com pessoas e, por conseguinte, ela é fundamental para o trabalho em equipe, desde que estabelecida de forma franca, aberta e em clima de respeito mútuo. Para refletir... Se acreditamos que as pessoas são essenciais ao sucesso socioeconômico das organizações contemporâneas e que a ação de gestores na implementação e na facilitação de mudanças organizacionais é de fundamental importância, parece evidente a necessidade de gestores renovarem sua forma de atuação, enriquecendo sua compreensão sobre a complexidade das individualidades e da experiência vivida em coletivo. Renovar uma visão que não seja tão ortodoxamente reducionista do ser humano impõe aos gestores um esforço de integrar outros tipos de indivíduos, para além do homo economicus e racional. A proposta é incluir o homo interior, homo subjectivus, homo colectivus. QUALIDADE DE VIDA As exigências a que as organizações estão submetidas aceleraram e fizeram crescer em importância os conhecimentos sobre Gestão da Qualidade, dos quais o Japão foi precursor, desenvolvidos nas últimas décadas com o movimento para o aperfeiçoamento da gestão. Esse movimento ensejou o surgimento de conceitos como o de Classe Mundial, associado ao sistema de gestão ou à organização na sua integralidade. O alcance do topo significaria ser uma referência (benchmark*) para as demais. Podemos inferir, então, que os esforços da gestão para a qualidade devem ter como alvo o que precede ao processo e ao seu transcorrer. AS DEFINIÇÕES DA QUALIDADE Genericamente podemos afirmar que o conceito de Qualidade pressupõe uma escala de quão bom é um produto, bem ou serviço; daí falarmos em má ou boa qualidade. Correntemente o termo qualidade é associado a algo positivo ou bom. Isso se reflete nos conceitos, como o de Juran (2000), autor do Manual do controle da qualidade. Segundo esse autor, qualidade se refere àquilo que atende às necessidades dos clientes; ou, também, é a ausência de deficiências. O termo qualidade sugere algo sem defeito, que atenda às especificações determinadas. Slack et al. (1999, p. 414) definem qualidade como “[...] a consistente conformidade com as expectativas dos consumidores”. Essa definição indica a necessidade de atender a uma especificação clara, que seja projetada e controlada, no sentido de entender e de atingir as expectativas dos consumidores, dentro dos limites da organização. Feigenbaum (1951) apud Corrêa (2007, p. 189) estabelece os princípios do Controle Total da Qualidade, que é definido como “[...] um sistema efetivo para integrar os esforços dos vários grupos dentro de uma organização, no desenvolvimento da qualidade, na manutenção da qualidade e no melhoramento da qualidade [...]” para o marketing, a engenharia e a produção obterem resultados econômicoscom vistas à ampla satisfação do cliente. Esse autor defende que o estabelecimento dos padrões é a base do sistema, seguido da avaliação de conformidade, da correção quando necessária e de um contínuo planejar para o melhoramento dos custos, do desempenho, da segurança e da confiabilidade. Juran (apud CORRÊA, 2007, p. 185) propõe a trilogia da qualidade, composta de Planejamento, de Controle e de Melhoria da qualidade. O planejamento estabelece os objetivos e traça os planos para atingi-los. O controle avalia o desempenho, comparando-o com os objetivos e age nas diferenças. Finalmente, melhoram-se os níveis atuais de desempenho. O plano, conforme sugerido por Juran (apud CORRÊA, 2007), é o seguinte: - identificar os clientes e suas necessidades; - traduzir as necessidades em especificações; - desenvolver produtos de acordo com as necessidades, enfatizando as características-chave; - desenvolver os processos correspondentes e testá-los; e - operacionalizar os processos. O PLANEJAMENTO DA QUALIDADE William E. Deming contribuiu para o planejamento da qualidade, através de seu plano de 14 pontos (WALTON, 1989): 1. - estabelecer uma constância de propósitos para melhorar o produto (bem ou serviço); 2. - adotar a nova filosofia, pois não há mais espaço para erros, materiais ruins e coisas malfeitas; 3. - não depender da inspeção em massa, diminuindo as variações nos processos; 4. - terminar com a prática de negociar com base só no preço, privilegiando um ou poucos fornecedores, visando uma relação duradoura; 5. - melhorar constantemente o sistema de produção e não apenas corrigir os erros; 6. - fazer o treinamento para o amplo domínio das operações, o que diminui as variações; 7. - instituir a liderança, para que os líderes ajudem os demais a executarem melhor o trabalho; 8. - afastar o medo, isto é, estimular a geração de idéias, sem recear pela segurança se uma discussão for desencadeada, pois só assim as melhorias são possíveis; 9. - eliminar as barreiras entre as áreas, pois é preciso que a organização funcione como uma equipe – os objetivos das partes devem ser coordenados; 10.- eliminar slogans, exortações e metas, pois, na maioria das vezes, podem criar frustrações por não estarem ao alcance dos empregados; 11.- eliminar as cotas numéricas, especialmente quando sem conexão com outras condições como a qualidade; 12.- remover as barreiras ao orgulho da execução, que estão ligadas à falta de informação, a arbitrariedades e ao não envolvimento dos empregados com a organização; 13.- instituir um sólido programa de educação e retreinamento, investimento em pessoas com vistas ao longo prazo; e 14.- agir no sentido de concretizar a transformação, através de uma equipe de suporte (todos devem entender como melhorar a qualidade), que pode aplicar o ciclo de Shewhart/ciclo de Deming/ciclo PDCA. O objetivo do planejamento e controle da qualidade é o de alcançá-la e mantê-la. A organização produzirá melhores produtos e promoverá melhoramentos contínuos, extensivamente ao processo de produção. Melhores índices de produtividade e de qualidade, menores custos de produção, o alcance de metas e melhor aproveitamento dos recursos são resultados esperados e, ao final, a satisfação do cliente certamente será incrementada. O planejamento e controle da qualidade podem ser divididos em seis passos, como mostra o fluxograma apresentado na figura a seguir: PRINCÍPIOS DA QUALIDADE De acordo com Conte e Durski (2004), os principais mestres da qualidade, tratados anteriormente, desenvolveram metodologias próprias em relação à implantação de programas de qualidade nas organizações e cada um deles criou uma relação de princípios de qualidade total. Esses princípios possuem certa similaridade e podem ser agrupados em dez princípios, abordados a seguir: - Primeiro princípio: planejamento da qualidade. O Planejamento da Qualidade delineia a qualidade, conforme Juran (1990). A organização se prepara para alcançar as metas da qualidade. O planejamento se faz identificando clientes internos e externos; com o reconhecimento de suas exigências, desenvolvendo o bem ou o serviço, identificando os processos que influam sobre a qualidade, estabelecendo e garantindo o alcance das metas da qualidade. - Segundo princípio: total satisfação do cliente. A total satisfação dos clientes é fundamental na Gestão da Qualidade. São os clientes que dão sentido a uma organização. O que os clientes precisam e como julgam os serviços deve ser entendido antes de tudo. Essa avaliação deve resultar em indicadores, de forma que a satisfação dos clientes possa ser medida. Uma intensa interação da organização com seus clientes é desejável e isso deve resultar num conhecimento mais profundo, que permita melhor interpretação e, desse modo, uma antecipação das necessidades e superação das expectativas. Devemos dar importância tanto aos clientes internos quanto aos externos, como forma de garantir a boa qualidade. - Terceiro princípio: gestão participativa. As novas idéias devem ser incentivadas. Deve prevalecer o espírito de equipe, evitando-se que a hierarquia gere qualquer tipo de entrave. A criatividade deve se dar a favor da solução de problemas e da busca por melhorias. O ato de ouvir internamente sugere que isso também ocorra em relação ao meio externo. As lideranças devem proporcionar os exemplos. Também é assim que se fomenta o nivelamento interno das informações. Sendo assim, é necessário criar uma cultura de participação e de repasse de informações para que haja um nivelamento entre o corpo funcional. A agilidade nesse processo decorre de um alto nível de delegação, de um correto sistema de distribuição dos resultados e de um sistema ágil de comunicação. Ao final esperamos ter um ambiente sinérgico, baseado na participação, na delegação e na equalização das informações. - Quarto princípio: desenvolvimento dos recursos humanos. As pessoas devem exercitar a sua capacidade de participantes do processo. Para isso devem ter formação educacional de base sólida e treinamento. Pessoas que não estão aptas não participam, não permitem que a sinergia se estabeleça. Assim, também não questionarão e não testarão modificações ou tomarão quaisquer iniciativas visando melhorias. O trabalho e a qualidade produzida deve proporcionar orgulho. - Quinto princípio: constância de propósitos. É preciso adotar uma postura perseverante. Os processos de planejamento e de fixação dos objetivos e metas devem ser construídos participativamente. Isso permite sua internalização e conseqüente fixação pelas pessoas. Esse processo deve ocorrer em todas as camadas hierárquicas, a começar pela alta direção, que é responsável pela implantação de políticas, as quais, por essa razão, podem ser duradouras. Sexto princípio: aperfeiçoamento contínuo. É requisito essencial adquirir competência para a mudança. Os clientes estão permanentemente conectados aos movimentos da concorrência e da sociedade em geral. Isso leva ao surgimento de novos posicionamentos e assim também a novas necessidades. Novos e aperfeiçoados serviços são demandados. Essa realidade faz com que as organizações se reavaliem e se comparem constantemente, buscando novos conhecimentos e tecnologias. Sétimo princípio: gerenciamento de processos. Uma organização é sistema responsável por operacionalizar os processos. Estes são os responsáveis por produzir os bens e os serviços para os clientes, mediante a utilização das tecnologias. Os processos são formados por subprocessos. Podemos, assim, visualizar vários relacionamentos cliente-fornecedor. Esses subprocessos e o processo principal devem ser monitorados. Utilizamos para tanto os indicadores com o objetivo de acompanhar a qualidade e a produtividade. Gerenciar processos se faz com a adoção de um ciclo chamado PDCA (Plan, Do, Check e Act), que significa planejar, executar, verificar e atuar de maneira a corrigir e a aperfeiçoar os processos. - Oitavo princípio:disseminação das informações. Seria impossível implementar programas consistentes e competitivos se não houvesse engajamento pleno e amplo acesso à informação. É o tipo de canal que deve ser estabelecido internamente, visando à formação de arranjos e de esquemas capazes de reagir com rapidez a demandas externas (mercado). Do mesmo modo, a conexão efetiva com o mercado leva à sensibilidade necessária, à percepção, à antecipação de expectativas e a necessidades dos clientes. Essa relação deve ser íntegra e proporcionar transparência e credibilidade interna e externa à organização. - Nono princípio: garantia da qualidade. É um conjunto de procedimentos formais que visa a instrumentalizar a relação com os clientes. Atesta o domínio sobre processos e informações, através de documentos que permitam certificação, a exemplo das normas ISO 9000. Essa estrutura deve permitir a rastreabilidade, o controle sobre projetos, o controle de inspeções e não conformidades, as correções, o manuseio, a distribuição, a auditoria e outros procedimentos, com vista à padronização e ao domínio das ações. - Décimo princípio: desempenho zero defeitos. Zero defeitos é um princípio que deve fazer parte da maneira de pensar e de agir de todas as pessoas da organização. É um quesito fundamental na busca pela perfeição nas atividades. Todos devem saber o que é certo e o que deve ser feito, o que leva aos procedimentos formais que permitem a garantia da qualidade. O PDCA faz as correções a partir do monitoramento dos indicadores. A disseminação e o entendimento das informações entre as pessoas e o conhecimento das providências a adotar assegurarão as melhorias na qualidade. Kaoru Ishikawa Mais conhecido pelos seus Círculos de Qualidade e claro, pelo seu universal digrama de Ishikawa. No seu trabalho, ele prestou particular atenção ao uso de ferramentas estatísticas simples para analisar que problemas de qualidade atacar em primeiro lugar. Dá muita ênfase a uma boa recolha de dados e à sua apresentação, ao uso de gráficos de Pareto e de Diagramas de Causa-Efeito. Ishikawa usa os diagramas de causa-efeito, assim com as outras ferramentas como uma forma de ajudar equipes ou círculos de qualidade nos processos de melhoria contínua de qualidade. Fonte: Administração Eficaz (2012). Kaoru Ishikawa defendia a utilização de métodos de solução de problemas, representados pelas Sete Ferramentas. Ele constatou que 95% dos problemas poderiam ser solucionados com o uso dessas ferramentas básicas. Essas ferramentas podem ser verificadas em obras sobre o tema Qualidade, como Campos (1990) ou Kume (1993). Para o gerenciamento da melhoria da qualidade podemos utilizar o ciclo PDCA, de acordo com Werkema e Aguiar (1996). Campos (1992) apresenta um quadro contendo o Método de solução de problemas, ilustrado na Figura a seguir. Segundo Werkema e Aguiar (1996), as ferramentas da qualidade podem ser integradas às etapas do PDCA, de acordo com o que se vê na Figura abaixo. A QUALIDADE EM SERVIÇOS Quando falamos de produtos materiais, os bens, definir qualidade é algo mais fácil. O bem, por ser tangível, pode ter sua qualidade mais facilmente definida e inspecionada. Mas quando o assunto se refere a serviços, a qualidade tem alguns elementos que dificultam sua definição e aplicação. O serviço, por ser intangível e altamente dependente das pessoas, requer estratégias diferenciadas de qualidade. Las Casas (1999) chama de “momentos da verdade” os momentos caracterizados pelo contato direto com o cliente, em que, mesmo havendo elementos materiais envolvidos, é inevitável o relacionamento pessoal. E são nesses “momentos da verdade” que o cliente tem a percepção da qualidade não só dos serviços, mas também de toda a organização. Você saberia dizer quais os elementos que podem influenciar na qualidade de um serviço? Vamos ver? Temos como fatores inerentes à qualidade de um serviço os seguintes elementos: - cordialidade; - confiança; - credibilidade; - competência; - relacionamento entre clientes internos e externos; - capacidade de entender e de satisfazer as necessidades do cliente; - comunicação; - humor; e entendimento completo do conceito e da responsabilidade direta com a qualidade. Outro fator que devemos levar em consideração é que, como a interação com o cliente é direta, o conceito de qualidade torna-se altamente subjetivo. O que é qualidade para uma pessoa pode não ser para outra. E isso torna o conceito de qualidade em serviços algo bastante singular. Tantas dificuldades causam insatisfação generalizada com relação à qualidade dos serviços. Não é raro encontrarmos consumidores insatisfeitos com o atendimento dos prestadores de serviços, razão primeira da percepção de qualidade nesse setor. Essa insatisfação advém da falta de consciência que os prestadores de serviço têm com relação à qualidade e seus conceitos. Que o cliente é a peça fundamental todos sabem; pois é para quem os programas de qualidade precisam se orientar e, por ser o serviço o momento de principal contato com ele, as organizações precisam priorizar a qualidade desse atendimento, trabalhando para que o cliente tenha uma percepção satisfatória dos serviços prestados. O investimento na qualidade dos serviços gera uma vantagem competitiva bastante consistente atrelada à satisfação do cliente. Assim, mais do que usar o velho jargão de que o cliente é a razão de ser da organização, é preciso agir como tal. Podemos citar alguns exemplos bem comuns da insatisfação dos clientes com relação à qualidade dos serviços: ✔ - filas intermináveis em bancos e supermercados; ✔ - demora na montagem de um móvel, muitas vezes pago à vista; ✔ - vendedores mal-humorados que só querem se livrar do cliente; ✔ - caixas eletrônicos indisponíveis ou sem dinheiro para saque; ✔ - telefonistas que transferem ligações erradas por não ouvir o que o cliente deseja; e ✔ - motoristas e cobradores que parecem carregar bois no lugar de gente. São inúmeros os exemplos. Você mesmo deve conhecer alguns. E o que fazer para que o cliente seja atendido com qualidade e a organização ganhe vantagem competitiva com isso? Muitas organizações estão verificando que é mais vantajoso oferecer uma espécie de “garantia do serviço” do que deixar que o cliente saia com má impressão. Essa garantia, ao contrário dos bens, não significa garantir que o serviço não saia com defeito, mas reembolsar o cliente de alguma forma caso o serviço falhe (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005). Essa é uma forma de ter um feedback dos clientes sobre o atendimento, ao mesmo tempo que demonstra a preocupação com a satisfação deles. Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) afirmam que esse tipo de prática aumenta a confiabilidade e constrói uma base de clientes fiéis. Outra ferramenta bastante interessante é o Modelo dos Cinco Gaps, apresentado por Martins e Laugeni (2005) e chamado de Cinco Falhas por Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005). Gaps são as divergências, as lacunas (ou abismos, na tradução literal) dentro da organização e dela para o cliente, que geram a má qualidade dos serviços. Descobrirmos onde e por que as falhas ocorrem é o primeiro caminho para eliminá- las. Não se trata de medirmos a qualidade, mas de pesquisarmos a satisfação dos clientes com base nas falhas que ocorreram durante a prestação de serviço. O SERVQUAL é a ferramenta criada para esse fim. Trata-se de uma escala de múltiplos itens que procura medir cinco dimensões da qualidade em serviços que, conforme Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), compreende os seguintes itens: - Segurança: está relacionada ao conhecimento e a cortesia dos funcionários, bem como sua capacidade de transmitir confiança e confidencialidade. - Confiabilidade: capacidade de prestar o serviço prometido com confiança e exatidão. - Responsabilidade: disposição para auxiliar os clientes e fornecer o serviço. - Empatia: é demonstrar interesse, atenção personalizada aos clientes. - Aspectos tangíveis: é aaparência das instalações físicas, equipamentos, pessoal e materiais para comunicação. A ferramenta SERVQUAL é composta por duas partes. A primeira registra as expectativas dos clientes por uma classe de serviços (hotéis ou restaurantes, por exemplo). A segunda registra as percepções do cliente sobre determinada organização, que presta esses serviços. Uma pontuação então é obtida através do cálculo de valores que os clientes atribuem aos enunciados de cada parte (expectativa e percepção). Essa pontuação é chamada de gap ou falha 5, pois é o resultado de outras falhas no processo de prestação de serviço. Esse instrumento é de importante valia para a Administração porque, com os resultados dele, poderá detectar as fontes de insatisfação e conseqüente falta de qualidade e, então, trabalhar na correção da fonte causadora da percepção de má qualidade pelo cliente. É importante lembrarmos que, no serviço, o cliente tem alta participação no processo produtivo. Por isso a preocupação em saber o que ele pensa para, a partir daí, preparar estratégias de melhoria da qualidade de serviço. Para prepararmos um instrumento de pesquisa capaz de realmente identificar os problemas com a qualidade é necessário termos uma visão abrangente do sistema de serviço: - Conteúdo: como o serviço está sendo prestado? Os procedimentos-padrão estão sendo atendidos? - Processo: a sequência do serviço é lógica? Os funcionários realizam o processo de modo adequado? As interações entre os clientes e funcionários ocorrem de maneira eficaz? - Estrutura: as instalações físicas e os equipamentos são adequados? Estão funcionando perfeitamente? São de boa aparência e higiene? Os funcionários foram treinados? - Resultado: ocorreu alguma mudança depois que o serviço foi realizado? O cliente ficou satisfeito? - Impacto: qual é o efeito do serviço a longo prazo sobre o cliente e sobre a sociedade? A qualidade em serviços somente pode ser medida depois do serviço prestado. Por isso, o impacto sobre o cliente e sobre a imagem da organização sempre é grande. Isso é um desafio para o gestor, pois quem percebe a falta de qualidade de serviço é o próprio cliente. Logo, é necessária atenção redobrada por parte da organização, caso contrário, o cliente terá uma experiência não agradável para contar aos amigos e conhecidos, gerando prejuízos para os futuros negócios. Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) alertam para a recuperação dos serviços quando os clientes ficam insatisfeitos. Para isso, é necessário treinar e envolver os funcionários a fim de que estejam atentos a qualquer sinal de insatisfação, para agirem de modo rápido. Existem três fases no processo de recuperação de uma falha em serviço: - a pré-recuperação, que inclui a garantia; - o treinamento e a delegação de poderes para o funcionário agir de modo imediato e apropriado; e - o incentivo para que o cliente volte. Quanto às abordagens, podemos tratar a recuperação de serviços: - Caso a caso: analisamos a insatisfação/reclamação de cada cliente individualmente. - Resposta sistemática: seguimos um protocolo para lidar com as reclamações dos clientes. - Intervenção inicial: tentamos intervir e resolver os problemas geradores de insatisfação assim que percebidos, preferencialmente antes que cheguem ao cliente. - Recuperação substituta de serviço: usamos a falha do concorrente para ganhar o cliente oferecendo uma solução imediata para o problema dele. Outra estratégia de recuperação dos serviços é a chamada garantia incondicional, que garante serviços que atendam as expectativas dos clientes, ou o dinheiro de volta. Pode parecer arriscado, mas é uma estratégia que tem dado certo a partir do momento em que os funcionários estejam engajados para garantir a qualidade, e o cliente tenha respaldo com relação à expectativa de que seus anseios serão atendidos. TREINAMENTO Na introdução falamos das constantes mudanças que vêm ocorrendo no mundo atual e, conseqüentemente, nas empresas. Como as empresas estão mudando, as pessoas também precisam se adaptar aos novos contextos. As competências necessárias para o hoje podem ser diferentes das competências necessárias no passado e podem estar ultrapassadas no futuro. Por esse motivo, vamos refletir sobre como você pode desenvolver e treinar as pessoas para que elas tenham as competências de que seu negócio precisa. TREINAMENTO Para começarmos a falar sobre este tema, vamos lembrar do conceito de competência: é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que geram os resultados para a empresa. Treinamento é uma forma de capacitar ou ensinar aos funcionários as competências de que eles precisam para desempenhar seus cargos. Existem diferentes modalidades de treinamento: - Treinamentos técnicos: têm como objetivo o aprendizado e a atualização dos conhecimentos técnicos necessários para o desempenho de uma atividade. Como exemplo de treinamento técnico podemos citar o treinamento em uma nova máquina de fazer pães, um treinamento para aprender a utilizar um novo produto para cabelos ou um treinamento sobre as novas tecnologias de automóveis que cada vez mais exigem diferentes conhecimentos de um mecânico. - Treinamentos comportamentais: têm como objetivo o desenvolvimento de competências interpessoais. Eles são tão importantes quanto os treinamentos técnicos, pois o desempenho do funcionário, muitas vezes, depende de como ele consegue interagir e influenciar as pessoas que trabalham com ele (clientes, colegas, equipe, chefe, fornecedores). Treinamentos que focam em comunicação - saber falar, saber ouvir, dar feedback - trabalho em equipe e negociação são exemplos desta modalidade. - Treinamentos para solução de problemas: esses treinamentos são cada vez mais importantes nas organizações. Em função das mudanças constantes, além de a pessoa ter o conhecimento técnico e bom relacionamento interpessoal, ela deve estar preparada para lidar com imprevistos e propor soluções para os problemas que surgem no dia a dia. Esse tipo de treinamento busca desenvolver a lógica, o raciocínio, a identificação das causas do problema, a análise de alternativas e a identificação das melhores soluções. Essas três modalidades de treinamento podem ser aplicadas de diferentes formas, pois existem diferentes métodos de treinamento. Vamos descrevê-los abaixo para ajudar você a definir qual é a melhor estratégia para aplicar os treinamentos. Os métodos de treinamentos mais utilizados são classificados como formais ou informais, no trabalho ou fora do trabalho. Vamos entender cada um deles! >>> Treinamento formal É o tipo de treinamento planejado com antecedência e com um conteúdo previamente definido. Esse tipo de treinamento pode ser realizado de diferentes formas: - por um funcionário (ou pelo dono da empresa) que domina um assunto e pode treinar os demais colegas. Nesse caso o funcionário desenvolve o material e a metodologia de treinamento. Entre as vantagens desse tipo de treinamento, podemos citar o baixo custo e a valorização do conhecimento que já existe na empresa. Porém, para garantir a efetividade desse tipo de treinamento a pessoa que o ministrará precisa ter bons conhecimentos de técnicas de apresentação, planejamento e habilidade de comunicação. - por uma consultoria externa que vai até a empresa para treinar sua equipe (treinamento in company). Essa opção pode ser vantajosa quando várias pessoas precisam ser treinadas sobre o mesmo assunto e, também quando a empresa não possui pessoas aptas para treinar as demais. - pela participação de um funcionário em um treinamento aberto, fora da empresa. A vantagem desse treinamento é que a pessoa recebe o treinamento junto com profissionais de outras empresas, favorecendo a troca de experiência mútua, como está acontecendo com você agora no Programa Bom Negócio. >>> Treinamento informal Está sendo cada vez mais utilizado pelas empresas por ser bastante flexível. O funcionário adquire o conhecimento interagindo comseus colegas de trabalho. Nessa interação, um ajuda o outro por meio da troca de experiências e informações. Para alguns empresários esse tipo de treinamento é visto como uma simples conversa entre seus funcionários, mas nunca subestime a importância dessa troca de experiências. >>> Treinamento no trabalho Esse método envolve o treinamento em diferentes tarefas (o famoso rodízio). Esse tipo de treinamento é fundamental para o desenvolvimento e a motivação dos funcionários porque permite que eles aprendam novas atividades e facilita a multifuncionalidade da sua equipe. Com uma equipe multifuncional você terá pessoas que desenvolvem várias tarefas e garante a manutenção das atividades no período de férias de algum funcionário, por exemplo. >>> Treinamento fora do trabalho Esses treinamentos também são importantes para ajudar as pessoas a saírem da rotina e pararem para pensar de forma diferente. Nesse método de treinamento, podemos ter palestras sobre diversos temas, uma sessão para assistir a um filme e depois discutir o que se aprendeu com ele, um curso pela internet ou uma dinâmica de grupo. Esse tipo de treinamento é importante para estimular a motivação da sua equipe. Capítulo 5 – Meu Produto – Marketing. Marilisa do Rocio Oliveira MARKETING NOS NEGÓCIOS Diante da crise econômica e da crescente taxa de desemprego, muitas famílias optam por cortar os gastos e passam a selecionar quais as despesas que serão mantidas. Devido a isso, muitas empresas acabam fechando as portas mesmo com anos de mercado. Para evitar que isso aconteça, é preciso estar preparado e se destacar. Para manter os clientes antigos e conquistar um público novo, é preciso divulgar seu negócio. E não pense que a propaganda serve apenas para grandes empresas, os pequenos comerciantes também precisam investir em estratégias de marketing para garantir melhores resultados e crescimento em qualquer cenário econômico. Diante das considerações expostas vamos aprofundar um pouco nossos conhecimentos!!!! O MARKETING ORGANIZACIONAL Já falamos sobre a importância do marketing na vida das pessoas. Estamos cansados de saber e sentirmos como as mudanças tornaram-se rápidas, e têm refletido imediatamente em nossas vidas. Agora, vamos entender o porquê que o setor de marketing é tão relevante em qualquer empresa. No Brasil, o conceito de marketing organizacional encontra-se, ainda hoje, bastante desfocado. Alguns o associam com a venda de produtos de qualquer modo, mesmo que as pessoas não os desejem. Enquanto outros acreditam tratar-se de uma maneira de fazer com que as pessoas comprem o que não precisem, com um dinheiro que não possuem. Na realidade, ele é fruto de estudos baseados em diversas ciências (Sociologia, Psicologia, Matemática, Antropologia, Estatística, Filosofia, Neurologia,entre outras), e seu objetivo é conhecer o comportamento das pessoas e, a partir disso, satisfazer as necessidades e desejos de cada uma. O marketing organizacional ou empresarial tornou-se uma força difundida e influente em todos os setores da economia. Em poucos anos,tomou-se consciência da importância do Marketing Organizacional nos negócios,tendo inclusive seus conceitos aplicados aos mais variados tipos de organizações e segmentos, que pretendam firmar-se num ambiente globalizado e competitivo, ou seja, tornou-se uma questão de sobrevivência. Sabemos que a marca de uma empresa é a soma de todas as impressões que ela provoca no ambiente e nas pessoas. O consumidor está atento ao comprometimento da empresa perante o meio ambiente, seus valores, consciência e propósitos. ORIENTAÇÃO DAS EMPRESAS Com clientes e consumidores atentos e informados, as empresas que desejem sobreviver e crescer precisam superar o desafio da melhoria na qualidade de vidas das pessoas. Veremos a seguir, como os diferentes tipos de orientação de estratégia impactam nas organizações. a) Orientação para a produção No Brasil, ainda reina a soberania dos produtos, mas esse quadro felizmente está aos poucos se alterando, basta lembrarmos do Código de Defesa do Consumidor. Esse tipo de orientação é um dos mais antigos nas relações de consumo. As empresas orientadas à produção têm a visão de que os clientes darão preferência aos produtos que sejam encontrados em qualquer lugar e com preço baixo. É um conceito vastamente utilizado quando a organização deseja expandir o mercado e concentra-se em alcançar alta eficiência de produção a custos baixos e em países em desenvolvimento, como a China. b) Orientação para o produto As empresas orientadas para os produtos costumam concentrar sua atenção ao produto e muitas vezes se esquecem das necessidades do mercado, não adianta oferecer produtos e serviços que não atendam às expectativas e necessidades dos consumidores. Normalmente essa orientação é seguida por empresas que idolatram seus produtos e de forma alguma pretendem alterá-lo, mesmo que seus clientes demandem um produto diferente. Podemos citar, por exemplo: as câmeras fotográficas antigas que era necessário imprimir as fotos; os aparelhos de fax que antes eram de bobina e apagavam com o tempo o conteúdo emitido,que foram substituídos por aparelhos que imprimiam com cera ou jato de tinta. Mas mesmo inovando caíram no desuso, além das máquinas de escrever que sofreram inovações, e mesmo assim foram deixadas de lado, com a popularização do uso dos computadores. c) Orientação para as vendas As empresas orientadas para as vendas possuem como foco principal a venda em si, independente do que seja e se o consumidor necessite. Este tipo de orientação é arriscado, pois o risco de insatisfação é grande, o equívoco comum que estas empresas cometem é acharem que o marketing é uma função suplementar de vendas. Porém no decorrer dos anos, percebem que vendas é função do marketing. O objetivo é vender aquilo que fabrica e não fabricar o que o mercado demanda. d) Orientação para o marketing Para que uma organização seja orientada para o marketing é necessário que essa filosofia seja amplamente difundida por todos os colaboradores e que todos estejam envolvidos, independente do cargo que ocupem. Isso se torna possível com um amplo trabalho de educação interna, nesse momento é crucial o trabalho do endomarketing. De acordo com Kotler (2007), as empresas orientadas para o marketing têm uma preocupação constante com os desejos dos clientes. Quando esses desejos mudam, as empresas procuram evoluir, orientando-se pelo que os clientes querem, buscando formas que possam atendê-los. Se todos os envolvidos na empresa estiverem comprometidos e motivados,conseguirão colocar o cliente em primeiro lugar, e serão reconhecidos pori sso, através da percepção do cliente e destaque dentro do mercado em que a organização atue. e) Orientação para o marketing holístico As empresas orientadas para o marketing holístico* são aquelas que perceberam a interdependência entre o consumidor, os funcionários, as outras empresas e a sociedade como um todo. holístico* = Relativo a holismo, que busca tudo abranger, que é totalizante. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM No seu ponto de vista, o marketing de negócios cria ou satisfaz necessidades? Justifique sua resposta. VALOR PERCEBIDO NO MEU PRODUTO. COMO CRIAR VALOR? O mundo dos negócios vive um momento de hipercompetitividade. Todos concorrem entre si para capturar a atenção, o dinheiro e o coração dos clientes. Nesse cenário inovar parece ser a solução. E as inovações que possibilitaram as maiores vantagens não surgiram necessariamente a partir de novas tecnologias ou descobertas científicas – e sim nos modelos de negócios das empresas. ENTENDER O CLIENTE, SUAS DORES E OS BENEFÍCIOS QUE ELE DESEJA É FUNDAMENTAL. Responder a todas essas demandas com uma proposta de valor que se encaixa no perfil dos clientes é o primeiro passo na construção de um modelo de negócios. Desenvolver relacionamentos e canais de venda alinhados à sua proposta de valor e ao perfil dos clientesé parte dessa jornada. Também será necessário identificar os recursos, atividades e parceiros que irão ajudá-lo a construir o valor que vai oferecer, assim como os custos e, finalmente [mas não menos importante], gerar receita através do que você entrega ao cliente. Conectar esses pontos de forma inteligente será o seu segundo desafio. Nenhuma empresa, por mais inovadora, pode ignorar o contexto em que se encontra. TODO MERCADO OFERECE OPORTUNIDADESE TRAZ AMEAÇAS. A resposta antecipada a essas mudanças permitirá a você adaptar o seu modelo de negócios e explorar suas forças para superar a concorrência e crescer. UMA IDEIA DEVALOR Empresas como Youtube, Facebook e Skype acertaram nas suas proposições de valor. Porém,exemplos como esses são mais exceções do que a regra. A maioria de nós, mortais empreendedores, precisa trabalhar muito e ter resiliência* para construir negócios de sucesso. Resiliência* = capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças. ALGO PARA FAZER Clayton Christensen é um dos grandes pensadores do mundo dos negócios. Ele é professor da Universidade de Harvard e autor de diversos livros sobre inovação. Segundo ele: Nós contratamos produtos (e serviços) para fazer algo por nós. Mas o que ele quis dizer com isso? Vamos usar o exemplo de um estudante do idioma inglês. Quando ele contrata aulas de uma escola de idiomas, faz isso por motivos que talvez a própria escola desconheça. Ele pode querer entender as músicas de seu artista estrangeiro favorito; estar buscando uma melhor posição no mercado de trabalho ou mesmo se preparando para uma viagem ao exterior ou aprender inglês pode ser apenas um desafio pessoal. Seja qual for o motivo, se o objetivo for dominar o idioma,ele precisará estudar e praticar muito. E isso faz parte do que o cliente espera da escola. O aluno contrata “saber falar inglês” e não apenas as aulas. Essa é a tarefa para a qual ele contratou a escola. Saiba Maissss!!!! Speaking exchange QUANDO OS DOIS LADOS DE UMA HISTÓRIA SÃO BONSO CNA, empresa brasileira fundada em 1973, incluiu uma oferta a mais para seus quase meio milhão de alunos. De um lado,estudantes brasileiros que desejam treinar o inglês. Do outro, idosos americanos que buscam alguém para conversar. Entre eles, uma ferramenta de videochat, que permite a comunicação pela internet. Com essa proposta, o vídeo do projeto Speaking Exchange, do CNA, já alcançou mais de 900.000 visualizações no Youtube em uma semana (e tirou lágrimas dos sensíveis). Além de desenvolver habilidades no idioma, a ação também incluiu outras experiências interessantes. O piloto do Speaking Exchange foi realizado com 30 alunos e 12 idosos da casa de repouso Windsor Park, em Chicago. A troca de experiências, entre os estudantes que praticam o inglês e os idosos americanos, estabelece um relacionamento que ultrapassa as barreiras geográficas e de linguagem. Os diálogos entre os alunos e os idosos são gravados e publicados como vídeos privados no YouTube. Assistindo ao material, junto com os estudantes, os professores apontam erros, criando oportunidades de aprendizado além da sala de aula e em conversas reais e espontâneas. Além de desenvolver fluência no idioma, o projeto estimula o aluno a aprender sobre outra cultura e amplia sua visão de mundo. Outro aspecto é a conexão com os idosos, em que os estudantes criam laços afetivos e educacionais e aprendem a valorizar a experiência de quem já está há mais tempo no mundo. Durante as conversas, os idosos atuam como professores nativos de inglês. No vídeo é possível ver uma das alunas contando para uma senhora quantos anos o seu irmão tem. Com delicadeza, a mulher sugere para a menina a forma correta que ela deveria ter formulado aquela frase. Para ver o vídeosobre o projeto pesquise por CNA Speaking Exchange no Youtube. Fonte: CNA (www.cna.com.br) e Por Vir (porvir.org) JOBS TO BE DONE (“trabalho” a ser realizado) TAREFAS DE VALOR O economista norte-americano Theodore Levitt apresentou pela primeira vez em seu artigo “Marketing Myopia” em 1960 um conceito chamado “Job-to-Be-Done” (“trabalho” a ser realizado). Esse mesmo conceito foi resgatado 50 anos depois por Clayton Christensen. A IDEIA É SIMPLES: as pessoas não compram produtos ou serviços. O que elas de fato querem é realizar “trabalhos”. Portanto, toda empresa bem-sucedida só irá desenvolver produtos e serviços de qualidade ao conhecer as dores e ganhos Em um trabalho realizado para uma rede de Fastfood, Clayton Christensen procurou entender por que muitos clientes compravam milk-shakes no período da manhã. A descoberta foi que muitas pessoas compravam milk-shake no caminho para o trabalho. As tentativas de substituir por uma fruta resultavam em mãos sujas. Salgadinhos deixavam as mãos engorduradas e chocolates não eram tão saudáveis e faziam a consciência (e o corpo) ficarem pesadas. Outro ponto é que pouco tempo depois elas já estavam com fome. O milk-shake era prático, não sujava as mãos e era fácil de transportar, mesmo com uma mão ocupada ao volante, além da sua consistência trazer uma sensação de saciedade durante todo o trajeto. Esse trabalho mostrou que o principal concorrente do milk-shake não era o milk-shake de outra rede de fastfood, e sim outros alimentos como chocolates, frutas ou salgadinhos. DICA!!! Para entender o seu mercado, entenda quais problemas os clientes estão tentando resolver ao comprar aquele produto ou serviço. Assista aos vídeos complementares descritos nos links abaixo: Fontes: https://hbr.org/2004/07/marketing-myopia/ar/1 https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=f84lymes67y ENQUANTO VOCÊ FAZ DORES E GANHOS Quando realizamos as tarefas, sejam elas através de produtos ou serviços, algo não muda: sempre vamos experimentar dores e benefícios. E um dos segredos dos negócios de sucesso está em RESOLVER ESSAS DORES E CRIAR POSSIBILIDADES DE GANHOS PARA OS CLIENTES. Você vai conhecer o caso da AIRBNB, uma história de inovação em modelos de negócios, que desafia a indústria tradicional de hotelaria. Viajar para outras cidades e países é motivo de prazer. Mas planejar essas viagens exige pesquisa e preparo: em qual hotel se hospedar, o que visitar, decidir onde comer, quais espetáculos assistir são algumas das decisões e tarefas a resolver. http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=f84lymes67y O viajante muitas vezes quer conhecer um lugar e desconhece as opções e os valores cobrados pela rede hoteleira. Muitas pessoas também ficam pouco tempo no hotel e não querem comprometer seu orçamento em um local com piscina,SPA e academia, que não serão usados. Todas as dúvidas para realizar tarefas são chamadas de dores. Mas e se o viajante puder contar com hospedagens diferentes do convencional, mais baratas, em localidades inusitadas,com fotos e avaliações e comentários de outros hóspedes que já ficaram por lá? A Plataforma AirBnB - Air, Bed and Breakfast (Ar, cama e café da manhã, traduzido para o português) oferece mais de 800.000 opções de hospedagem, em mais de 33.000 cidades de 192 países. São opções que vão desde apartamentos até quartos em castelos, iglus, casas em árvores! Ela conecta viajantes que buscam hospedagem com os moradores que oferecem as opções no site. O site, criado em 2008 pelos então estudantes Nathan Blecharczyk, Brian Chesky e Joe Gebbia, já começou com uma história interessante. Sem dinheiro para pagar o aluguel do apartamento onde moravam em São Francisco, Califórnia, e à procura da “grande ideia”, os três acharam a oportunidade para começar seu negócio: uma conferência de designers na cidade. Como os hotéis estavam lotados, decidiram alugar espaços dentro do apartamento deles, como a sala, cozinha e o quarto dos fundos– além de um colchão inflável. Em apenas uma noite, desenvolveram a primeira versão do site. Eles conseguiram alugar seus colchões para três pessoas:uma mulher de meia idade, um indiano e um pai defamília. O site permite que os proprietários anunciem suas casas e apartamentos totalmente de graça. O processo de reserva, pagamento, troca de mensagens acontece na própria plataforma. O AirBnB cobra do hóspede uma taxa que varia de 6%a 12%, apenas se a reserva for efetuada. Parte desse sucesso é por oferecer soluções simples para as dores que comentamos. A plataforma oferece a oportunidade de o turista conseguir hospedagem em uma localização que em hotéis tradicionais seria inviável financeiramente. E a oferta do AirBnB vai além. Muitos viajantes gostam de conhecer pessoas novas e isso é parte do que esperam como benefício de suas viagens. O contato direto com o morador (que pode ou não estar em casa durante a estada) ajuda a orientar sobre o transporte público, atrações turísticas, histórias e curiosidades da cidade. Essa conexão pessoal é um benefício que os hotéis não são capazes de oferecer. O seu perfil de clientes só estará completo se você conseguir listar não apenas as dores, mas também os benefícios esperados pelos clientes. Alguns benefícios são essenciais e esperados pelos clientes. Um lugar para dormir é um exemplo no caso do AirBnB. Outros podem ser esperados (cópia da chave), desejados (um local seguro para a bagagem) ou mesmo inesperados (seu café da manhã favorito). O RESULTADO DE UMA PROPOSTA DE VALOR BEM CONSTRUÍDA É O SUCESSO. Schimenes O Airbnb é a maior plataforma de economia compartilhada no mundo e as pessoas começaram, mesmo sem ter uma funcionalidade extra no site, a anunciar carros, vagas de garagem, barcos e aviões. AINDA SOBRE TAREFAS, DORES E GANHOS PRODÍGIOS BRASILEIROS Conheça o caso de dois adolescentes brasileiros bem-sucedidos,que aproveitaram oportunidades a partir de suas dores e dos seus colegas estudantes. O alagoano de 13 anos, Davi Braga, criou seu próprio negócio após perceber uma dificuldade enfrentada pela mãe. Davi Braga Minha mãe tem uma loja de materiais de escritório e no começo do ano faltaram artigos escolares para vender. Sugeria ela criar uma empresa B2B (business to business) e firmar parceria com lojas maiores para atender à demanda. Foi a partir daí que Braga criou em 2013 o projeto da LIST.IT. Os consumidores buscam os materiais escolares e o site encontra, entre os parceiros, as lojas que oferecem esses artigos a preços acessíveis. O aplicativo endereça a tarefa que precisa ser realizada por milhões de pais, seus verdadeiros clientes. A compra de material escolar provoca grande dor: um desembolso financeiro grande e concentrado no início do ano, época de outros gastos,como IPTU e IPVA. Em virtude dessa dor surgem outras,como a pesquisa de preços e visita a várias lojas (ou sites),até a compra em si. Não é diferente o caso do estudante carioca Natan Gorin, 13 anos, que desenvolveu os aplicativos IBoletime MathYou. Lançado em 2013, o iBoletim serve como gerenciador de notas. Com o programa, o estudante tem acesso à nota média,visualiza quantos pontos precisa e os resultados finais, mostram se o aluno passou ou não. O seu segundo projeto, MathYou, para alunos do ensino Fundamental, gera automaticamente equações matemáticas com adição, subtração,multiplicação, divisão, exponenciação, radiciação, inteiros,frações ou números negativos. Os dois construíram seus projetos a partir das tarefas que observaram,como estudantes, e as dores e ganhos que eram gerados para completá-las. Atividades de aprendizagem 1 –Baseado nas informações apresentadas, da mesma forma: a) Quais serviços e produtos não atendem suas necessidades? b) Quem sabe você não encontrará novas oportunidades? Lembre-se que conhecer o cliente, suas tarefas, dores e ganhos é apenas parte de sua missão. Aplicar esse conhecimento para criar produtos e serviços valiosos, diferentes da concorrência, será fundamental. VALOR PERCEBIDO OU VALOR AGREGADO AO PRODUTO. ENTENDA O CONCEITO! Uma frase famosa, atribuída ao fundador das indústrias de produtos de beleza Revlon, Charles Revson, expressava a ideia que “na fábrica produzimos cosméticos, nas lojas vendemos esperança”. Ou seja, os consumidores de cosméticos querem, compram e pagam na esperança de se tornarem mais belos, jovens ou agradáveis. O produto cosmético, tangível e básico, tem o seu valor percebido completamente ampliado quando a esperança é incorporada na percepção do consumidor. Isso diz muito sobre o valor percebido ou valor agregado ao produto. Entenda melhor esse conceito com informações do livro A Administração de Custos, Preços e Lucros: VALOR PERCEBIDO OU VALOR AGREGADO AO PRODUTO De forma similar, uma indústria de roupas que busca ofertar produtos diferenciados sempre desejará deixar de ser vista como “roupa”, passando a ser desejada como moda. A disponibilidade de pagar por moda será sempre superior à disponibilidade de pagar por roupa. No Brasil, exemplos não faltam. As sandálias plásticas Havaianas representaram por muito tempo para seu fabricante, as indústrias Alpargatas, um produto com foco direcionado para custos. Com baixa diferenciação, posicionava-se como uma sandália de borracha barata, que “não deformava nem soltava as tiras”. Automaticamente, o poder de interferência sobre os preços das Havaianas por parte da Alpargatas era muito baixo. O mercado e a concorrência definiam o preço dos chinelos populares, que eram praticados pela indústria. Anos depois, o quadro mudou. A queda da rentabilidade das operações motivou, no ano de 1994, uma mudança de atitude. A Alpargatas resolveu segmentar o produto e o mercado. Manteve as antigas Havaianas (renomeadas para Havaianas Tradicionais) e investiu intensamente em novos e inovadores produtos, com campanhas publicitárias diferenciadas. A percepção de um valor superior pelo mercado tornou-se fundamental na nova estratégia. VALOR DE MERCADO As novas Havaianas, representadas por meio de diferentes e inovadoras linhas de produto, como: Flash, Trekking, Surf, Style ou Slick; ganharam presença marcante como símbolos de moda. O chinelo barato que não deformava e não soltava as tiras tornou-se um dos mais marcantes ícones fashion. Automaticamente, a percepção diferenciada de valor associada à moda permitiu a elevação da cobrança de preços inferiores a US$ 3,00 para preços iguais ou superiores a US$ 50,00 em alguns modelos e mercados que, agora, incluem o exterior. Outro exemplo marcante é o da Hering, tradicional e antiga malharia catarinense que durante anos ofertou roupas básicas, com preços populares. Porém, a abertura de mercado no final dos anos 1980 permitiu o ingresso de novos competidores asiáticos, dotados de parques fabris mais eficientes e custos menores. Com custos e preços menores, os concorrentes asiáticos tomaram fatias significativas das malharias brasileiras, incluindo a Hering. A solução encontrada pela malharia catarinense envolveu um reposicionamento completo da sua marca e dos produtos. O foco mudou das roupas básicas ao básico com bossa. A empresa investiu no desenvolvimento de produtos diferenciados, com maior ênfase em moda e diferenciação, reforçando a importância da sua marca e criando canais próprios de distribuição, como as Hering Stores (ou lojas da Hering). A diferenciação e o aumento de valor percebido pelos clientes permitiram compensar a perda das vendas em unidades de malhas pela cobrança de maior preço médio. Sob o ponto de vista do marketing, a questão da percepção do valor do produto, como o cosmético sendo percebido e precificado como esperança ou o isotônico sendo percebido e precificado como saúde, pode ser explicada pelos diferentes níveis de produtos que podem ser apresentados e que podem variar de um benefício núcleo a um produto potencial. Genericamente, um produto pode ser definido de forma ampla, que contemple produtos propriamente ditos e serviços. Produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para sua apreciação, aquisição, uso ou consumo para satisfazer a um desejo ou a uma necessidade. Para permitir a cobrança
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