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CITOPATOLOGIA E CITOLOGIA CLINICA Slides l

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Profa. MSc. Juliana Garcia
UNIDADE I
Citopatologia e
Citologia Clínica
 A Biomedicina começou no Brasil, em 1966: Unifesp.
 Inúmeras mudanças curriculares, ampliando as suas habilitações e qualificando seus 
profissionais na área de saúde.
 Hoje, a Biomedicina tem mais de 30 habilitações, dentre elas: a citopatologia oncótica, 
conforme Resoluções 78 e 83, de 29/04/2002, do Conselho Federal de Biomedicina, e está 
referendada como profissão da área da saúde de acordo com a Resolução 287, do Conselho 
Nacional de Saúde/Ministério da Saúde e pelo Ministério da Educação.
Histórico e importância da citopatologia na Biomedicina
 “Art. 3º Para o reconhecimento das habilitações elencadas, além da comprovação em 
currículo, deverá o profissional comprovar a realização de estágio mínimo, com duração igual 
ou superior a 500 (quinhentas) horas, em instituições oficiais, ou particulares, reconhecidas 
pelo Órgão competente do Ministério da Educação ou em Laboratórios conveniados com 
Instituições de nível superior, ou especialização ou curso de Pós-Graduação, reconhecido 
pelo MEC.” 
Histórico e importância da citopatologia na Biomedicina
 Normativa n. 01/2012: nessa normativa, estão descritas todas as atividades que o biomédico 
poderá realizar e entre elas estão: colheita de citologia cervicovaginal, preparo das amostras, 
metodologias de coloração e técnicas avançadas em citopatologia. 
 Citologia em meio líquido, imunocitoquímica, colorações especiais, biologia molecular 
(análise genômica e proteômica).
Histórico e importância da citopatologia na Biomedicina
 Diagnóstico citopatológico, citologia cervicovaginal, citologia mamária, citologia de derrames 
cavitários e líquido cefalorraquiano, citologia do trato respiratório (escarro e lavados), 
citologias urinárias, citologia anal, controle da qualidade interno e externo, gestão em 
laboratório de citologia e anatomia patológica. 
 O profissional biomédico tem responsabilidade pela análise das amostras citológicas, bem 
como firmar o respectivo laudo.
Histórico e importância da citopatologia na Biomedicina
 Em 1665, Robert Hooke: o desenvolvimento da citologia está associado ao desenvolvimento 
das lentes ópticas e à combinação delas para construir o microscópio composto. Primeira 
vez que a terminologia “célula” foi utilizada. 
 Geórgios Papanicolaou nasceu em 13 de maio de 1883. 
Formou-se na Faculdade de Medicina em 1904; descobriu 
como ocorria o processo de ovulação, o que também o levou a 
relatar que existiam variações de padrões e sequências 
citológicas diferentes que determinavam o ciclo ovariano e 
menstrual. Em 1925, identificou células cancerígenas no 
esfregaço vaginal de uma voluntária. Apresentou sua técnica 
simples e eficaz em 1928, mas seu trabalho foi desprezado 
pelos dez anos seguintes. O teste de Papanicolau é um dos 
avanços mais consideráveis no controle do câncer.
Histórico e importância da citopatologia em medicina preventiva 
 Na década de 1980, o médico alemão Harald zur Hausen demonstrou a relação do 
Papilomavírus humano com o câncer de colo do útero e, em 2008, ganhou o prêmio Nobel 
de Medicina. Devido à sua descoberta surgiu o desenvolvimento de vacinas profiláticas para 
o HPV. Na expectativa de diminuir a incidência e a mortalidade pelo câncer de colo do útero, 
nos últimos anos, o Ministério da Saúde implantou programas voltados à saúde da mulher 
com foco na prevenção do câncer do colo uterino, por meio de diagnóstico precoce, profilaxia 
e também da vacina contra HPV inserida no calendário nacional de vacina para jovens. 
Histórico e importância da citopatologia na Biomedicina
 RDC n. 302, de 13 de outubro de 2005: dispõe sobre Regulamento Técnico para 
Funcionamento de Laboratórios Clínicos. Do ponto de vista ético e legal, a RDC 302 é de 
grande importância para a área laboratorial, porque normatiza e dá diretriz mínima a qual os 
laboratórios são obrigados a se enquadrar. Teoricamente, os laboratórios têm que cumprir 
metas mínimas de qualidade, organização e preços, porque a implantação da RDC 302 
assim exige.
 RDC n. 306, de 7 de dezembro de 2004: é um regulamento técnico que dispõe sobre o 
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Porém, não é somente sobre o 
lixo infectante. 
 A infraestrutura deve obedecer à RDC 50 e à RDC 189. 
Legislações
 O laboratório clínico que realiza exames citopatológicos deve estar limpo, bem iluminado e 
bem ventilado. A área de preparação de amostras deve estar separada daquela onde os 
espécimes são avaliados.
 Fase pré-analítica: tem como objetivo garantir a 
representatividade e a qualidade das amostras. O laboratório 
deve instruir os funcionários da recepção sobre as informações 
a serem transmitidas aos pacientes que irão realizar os exames 
citopatológicos ginecológicos ou não ginecológicos. A paciente 
deverá ser informada sobre as normas de procedimento para o 
preparo da coleta, p. ex., a coleta do exame citopatológico 
cervical deverá ser realizada fora do período menstrual, 
abstinência sexual de, pelo menos, 48h; evitar o uso de 
duchas, lavagens, cremes vaginais etc.
Controle de qualidade dos exames citopatológicos
 Dentre os critérios de aceitação da amostra, devem-se verificar, p. ex., a identificação correta 
da lâmina e do frasco; se a identificação da lâmina e do frasco coincide com a requisição; 
esfregaços corretamente fixados e, em casos de citologia em meio líquido, se a amostra está
submersa em solução fixadora adequada. 
 Dentre os critérios de rejeição da amostra, há, p. ex., dados ilegíveis na identificação do 
material; falta de identificação ou identificação incorreta da lâmina e/ou do frasco; 
divergências entre as informações da requisição e do material; material insuficiente ou sem 
fixação prévia; uso de fixador inadequado e lâmina quebrada.
 Em caso de rejeição, deve-se fazer o registro das amostras 
recebidas em condições desfavoráveis, pois o relato da 
inadequação da amostra é um procedimento fundamental na 
busca da qualidade.
Controle de qualidade dos exames citopatológicos
 O laboratório deverá fornecer, por escrito, instruções para o transporte das amostras, 
respeitando a especificidade de cada material biológico, com as condições de temperatura, 
conservação, integridade e estabilidade da amostra, bem como utilizar recipiente de 
transporte isotérmico, impermeável e higienizável, identificado com a simbologia de risco 
biológico e com o nome do laboratório ou posto de coleta responsável.
 As amostras devem ser coletadas, fixadas corretamente e enviadas ao laboratório para a 
realização dos exames citopatológicos. As amostras fixadas por álcool a 96% se mantêm em 
boa conservação por uma ou mais semanas. Já aquelas em que foram utilizados fixadores 
de camada (propilenoglicol e etanol) se conservam por apenas uma semana.
 As amostras em meio líquido podem ser armazenadas em 
temperatura ambiente por até 60 dias, sendo o pellet estável 
por até 14 meses.
Controle de qualidade dos exames citopatológicos
Segundo o Ministério da Saúde (2013), amostra satisfatória para avaliação corresponde à 
amostra que apresenta células em quantidade representativa, bem distribuídas, fixadas e 
coradas; de tal modo que sua observação permita uma conclusão diagnóstica. Podem estar 
presentes células representativas dos epitélios do colo do útero:
Controle de qualidade dos exames citopatológicos
Segundo a Normativa n. 01/2012, que dispõe sobre o rol de atividades para fins de inscrição e 
fiscalização dos profissionais biomédicos, comente brevemente sobre o que corresponde o rol 
de atividades dos profissionais biomédicos em citologia oncótica.
Interatividade
Colheita de citologia cervicovaginal, preparo das amostras e metodologias de coloração, 
técnicas avançadas em citopatologia, citologia em meio líquido, responsabilidade pela análise 
das amostras citológicas, bem como firmaro respectivo laudo.
Resposta
 O trato genital feminino é constituído pelos órgãos genitais externos e pela vulva; os internos, 
pela vagina, pelo útero, pelas tubas uterinas (trompas de Falópio) e pelos ovários, que estão 
especificados no interior da cavidade pélvica. A genitália externa contém um conjunto de 
formações que protegem o orifício externo da vagina e o meato uretral ou urinário. Pode ser 
dividido nas seguintes partes: clitóris, vestíbulo, pequenos e grandes lábios.
 O colo uterino é definido por dois orifícios conhecidos como: óstio interno, que fica em 
contato com o istmo do útero; e o óstio externo, que se liga com o canal vaginal. 
Anatomia do aparelho genital feminino
 A parede do colo do útero é formada por duas camadas, sendo elas: a endocérvice e a 
ectocérvice. Internamente, o útero é um órgão oco, fibromuscular, e suas dimensões variam 
de acordo com a idade, a estimulação hormonal e o número de gestações. É dividido em: 
corpo do útero, região que demonstra maior volume e apresenta forma triangular; colo do 
útero, região mais estreita, em forma de canal, conhecida como canal cervical, ou cérvice; 
istmo do útero, que é a região que se encontra na parte inferior do corpo do útero; fundo do 
útero, região que fica acima do eixo que liga as duas implantações das tubas uterinas.
Anatomia do aparelho genital feminino
Anatomia do aparelho genital feminino
Fonte: adaptado de: estrutura do útero. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/tecnico_citopatologia_caderno_referencia_1.pdf Acesso 
em: 13/03/2020
Colo do útero
Área de 
ampliação
Parede vaginal
Ovário direito Ovário esquerdo
Miométrio
Endométrio
Útero
Colo 
do 
útero
Vagina
 Celulares no epitélio escamoso cervicovaginal: na idade reprodutiva, sob estimulação 
hormonal, o epitélio escamoso sofre maturação completa e descamação celular.
 Células superficiais.
 Células intermediárias.
 Células parabasais.
 Células basais.
 Células colunares ou
cilíndricas endocervicais.
 Células colunares ou cilíndricas endometriais.
Histologia do aparelho genital feminino: citologia esfoliativa normal
Fonte: adaptado de: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Técnico em citopatologia: caderno de referência 1 – citopatologia 
ginecológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. p. 59. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/tecnico_citopatologia_caderno_referencia_1.pdf. Acesso em: 31 maio 2020.
Superficial 
Intermediária
Parabasal
Basal
 Células superficiais: essas células 
apresentam núcleo picnótico, denso e 
citoplasma abundante.
Citologia esfoliativa normal
 As células intermediárias têm forma 
poligonal, citoplasma abundante e 
normalmente cianófilo. O núcleo apresenta 
forma arredondada e cromatina finamente 
granular. Possuem alto teor de glicogênio. 
Os lactobacilos que compõem a flora 
normal da vagina metabolizam o glicogênio 
presente nessas células a ácido láctico, que 
mantém o pH ácido vaginal.
Fonte: Consolaro; Engle (2016, p. 9).
Fonte; Consolaro; Engle 
(2016, p. 9).
 As células parabasais são maiores, 
apresentam-se arredondadas, com 
citoplasma mais abundante que as basais,
e bordas bem-delimitadas, sendo o 
citoplasma basófilo, denso e de coloração 
azul-esverdeada.
Citologia esfoliativa normal
 As células basais, que são basófilas, 
pequenas, têm forma redonda e 
apresentam núcleo volumoso e central. São 
células que sofrem mitose e mantêm a 
renovação do epitélio escamoso. 
Dificilmente sofrem descamação, entretanto 
podem aparecer no esfregaço citológico, 
principalmente após o parto.
Fonte: Consolaro; Engle (2016, p. 8).
 As células endocervicais, também 
denominadas células glandulares, são altas, 
possuem núcleo redondo ou oval, 
volumoso, excêntrico e com cromatina 
finamente granular. Normalmente 
descamam em agrupamentos de células, 
que podem ter disposição em “favo de mel”, 
quando vistas de cima, e em “paliçada”.
Citologia esfoliativa normal
 As células endometriais são pequenas, 
descamam em agrupamentos celulares 
densos, tridimensionais e de duplo 
contorno, mas também podem ser vistas 
isoladas. Possuem tamanho e volume 
nuclear menores do que as células 
endocervicais, além de terem pouca 
definição das bordas citoplasmáticas. 
Podem ser ciliadas ou não ciliadas e, com 
frequência, aparecerem degeneradas. O 
núcleo é arredondado ou oval, pequeno, 
excêntrico 
e hipercromático.
Fonte: Consolaro; Engle 
(2016, p. 11 e 12).
Diferenciação morfológica:
 Basal – células redondas a ovais, com citoplasma pequeno e núcleo redondo;
 Parabasais – células com núcleo e citoplasma redondo, em que o núcleo é menor;
 Intermediárias – células com núcleo poli-hídrico e são menores quando relacionadas às 
células parabasais;
 Superficiais – células com núcleo picnótico e citoplasma de coloração clara.
Citologia esfoliativa normal
 Coleta de Papanicolau: as condições para a coleta de uma amostra citológica que apresente 
requisitos ideais de avaliação são: o exame não deve ser efetuado durante a menstruação 
ou antes de 3 dias após o fim do último período menstrual; nas 48 horas anteriores ao 
exame, a paciente não deve ter feito duchas vaginais, ter tido relações sexuais ou ter 
utilizado absorventes internos, cremes, espermicidas ou medicamentos pela via vaginal, 
assim como não deve ter sido submetida a procedimentos ginecológicos (colposcopia, 
ecografia transvaginal, endoscopia ginecológica ou histeroscopia). 
Coleta de material genital
 Se a paciente estiver com amenorreia ou na menopausa, o exame pode ser executado a 
qualquer momento. Em caso de realização de biópsia ou outro tipo de manobra no colo 
uterino, é preciso esperar pelo menos 20 dias antes de efetuar a coleta. A técnica de coleta 
deve ser adequadamente executada na ectocérvice e na endocérvice. O exame deve ser 
feito anualmente, de preferência. Após dois exames consecutivos (com um intervalo de um 
ano) com resultado normal, o preventivo pode ocorrer a cada três anos. 
Coleta de material genital
Espátula de Ayres e a escovinha tipo Campos da Paz. Fonte: acervo pessoal
Coleta de material genital
Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Técnico em citopatologia: caderno de referência 1 –
citopatologia ginecológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. p. 17. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/tecnico_citopatologia_caderno_referencia_1.p
df. Acesso em: 31 maio 2020.
Etapas da colheita tríplice de amostras cervicovaginais
Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Técnico em citopatologia: caderno de referência 1 –
citopatologia ginecológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. p. 23. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/tecnico_citopatologia_caderno_referencia_1.
pdf. Acesso em: 31 maio 2020.
Modelo recomendado para a distribuição das amostras citológicas na lâmina de vidro: 
a) distribuição da amostra da endocérvice, b) distribuição do material obtido do raspado 
ectocervical, c) distribuição da amostra do fundo de saco posterior da vagina
Esfregaço vaginal: esquematização
Fonte: acervo pessoal
Método: 
 Esfregaços de secreção cervicovaginal corados pela técnica de Papanicolau para pesquisa 
da flora vaginal e de células pré-neoplásicas ou neoplásicas.
Valor de referência: 
 O resultado é emitido seguindo-se nomenclatura padronizada, baseada no consenso de 
Bethesda de 2001. 
Citologia em esfregaço convencional
Interpretação e comentários: 
 Objetivo principal: detecção de lesão intraepitelial e neoplasia invasiva. 
 É inerente ao método a não detecção dessas lesões (quando existentes) em pequeno 
número de casos. 
 Reduz-se a cerca de 1% quando repetida em três ciclos preventivos anuais consecutivos. 
 Um exame negativo não deve ser tomado como um indicador isolado absoluto de ausência 
de tais lesões-alvo. 
Citologia em esfregaço convencional
 Alta prevalência de infecção por HPV e lesões intraepiteliaisescamosas risco de exames 
falso-negativos por falha no rastreamento.
 Citologia em base líquida – considerada um aprimoramento do processamento técnico 
convencional maior homogeneidade no preparo das lâminas.
 Técnicas em base líquida: DNAcitoliq; ThinPrep; SurePath; GynoPrep; CytoRich; LiquiPrep; 
Shandon PapSpin.
Citologia em base líquida
 O método de Citologia em Meio Líquido (CML), aprovado para uso clínico desde 1996, veio 
aperfeiçoar a coleta de material de colo de útero para o exame citopatológico, o que pode 
trazer benefícios em termos de diminuição de amostras insatisfatórias. Uma das grandes 
vantagens dessa metodologia é que a amostra pode ser acondicionada por um período 
médio de 15 dias em temperatura ambiente, 6 meses refrigerado a 4 ⁰C ou até 2 anos 
congelado a -20 ⁰C.
Citologia em base líquida
Coleta das amostras em meio líquido SurePath: escova 
cytobrush – endocérvice, exocérvice e paredes vaginais
Fonte: autoria própria
 Papanicolau – custo mais alto, características mais evidentes.
 Cianofílicas: azul – roxo.
 Eosinofílicas: rosa – vermelho.
 Shorr – custo baixo e características menos evidentes.
 Cianofílicas: cinza – verde.
 Eosinofílicas: roxo – vermelho.
Colorações
 A hematoxilina é um corante básico de solução aquosa corando estruturas ácidas 
(basofílicas/cianófilas), interagindo com os ácidos nucleicos, resultando em uma coloração 
azul-escura do núcleo celular.
 O orange G é um corante ácido de base alcoólica, corando componentes básicos 
(acidófilos/eosinofílicos) do citoplasma das células escamosas maduras (diferenciadas) 
de amarelo ou alaranjado, incluindo proteínas pré-queratínicas das células 
superficiais eosinofílicas. 
 O EA é um corante de base alcoólica, com afinidade por 
estruturas basofílicas/ácidas (cianofílicas) e acidófilas/básicas
(eosinofílicas). A finalidade é a coloração de grânulos oxifílicos
do citoplasma de células escamosas menos maduras e de 
células glandulares.
Corantes
Os objetivos da coloração de Papanicolau são: 
 Permitir a definição de detalhes estruturais do núcleo. 
 Determinar transparência celular, obtida com a passagem dos esfregaços em várias cubas 
com álcool em diferentes concentrações e pelo álcool etílico presente nos corantes EA e 
orange-G. 
 Diferenciar os elementos celulares cianófilos e eosinófilos, permitindo a melhor identificação 
de determinados tipos celulares. 
 A coloração de Papanicolau é composta de uma sequência de 
três soluções corantes e fases de hidratação, desidratação e 
diafanização da amostra.
Coloração de Papanicolau 
 A coloração de Shorr modificado (Pundell) é composta de uma fase de coloração do núcleo, 
promovida pela hematoxilina, e uma única fase para coloração do citoplasma, feita pelo 
corante de Shorr, que originalmente era usado para avaliação hormonal por sua 
sensibilidade em corar e representar a maturidade celular. Possui também as fases de 
hidratação, desidratação e diafanização; mas sua bateria, em comparação com a de 
Papanicolau, é menor, entre 7 e 9 cubas. 
 Consequentemente, o custo e o tempo para realização do processo são menores e atendem 
as expectativas das características morfotintoriais.
Coloração de Shorr
 A citologia hormonal é definida como a avaliação das condições endócrinas das pacientes 
por meio do estudo morfológico das células vaginais, sendo uma das primeiras aplicações 
diagnósticas da citologia clínica. A citologia hormonal se fundamenta no fato de o epitélio 
estratificado escamoso não queratinizado ser provido de receptores hormonais que 
controlam a maturação e a diferenciação celulares. O estrógeno induz a maturação epitelial 
completa e leva à predominância de células escamosas superficiais maduras no esfregaço 
citológico. A progesterona produz efeitos contrários aos do estrógeno e inibe o processo de 
maturação.
Citologia hormonal
Fonte: adaptado de: OLIVEIRA, J. 
et al. Padrão hormonal feminino: 
menopausa e terapia de reposição 
hormonal. Revista Brasileira de 
Análises Clínicas, Rio de Janeiro, 
v. 48, n. 3, p. 198-210, 2016. 
Disponível em: 
http://www.rbac.org.br/artigos/padr
ao-hormonal-feminino-menopausa-
e-terapia-de-reposicao-48n-3/. 
Acesso em: 31 maio 2020.
FSH
LH
Estrógeno
Progesterona
Ciclo menstrual
Folículos em crescimento
Ovulação
Corpo lúteo
O
v
á
ri
o
s
Ú
te
ro
H
ip
ó
fi
s
e
 Associado à produção cíclica mensal de estrógeno e progesterona pelos ovários, tem-se o 
ciclo endometrial no revestimento uterino, com três fases: 
 Menstrual (1⁰ ao 5⁰ dia): durante a menstruação, uma enorme quantidade de leucócitos, 
relacionada com um evento protetor, é liberada em conjunto com material necrótico e 
sangue. Os esfregaços vaginais contêm células epiteliais escamosas, principalmente do tipo 
intermediário, hemácias, detritos celulares, leucócitos, raras células glandulares 
endocervicais, células glandulares endometriais e células estromais isoladas ou em 
agrupamentos com tamanhos variáveis.
Citologia hormonal e padrões citológicos nas diferentes fases da vida da 
mulher
 Estrogênica ou proliferativa (6⁰ ao 12⁰ dia): estrógeno secretado pelos ovários promove 
proliferação das células endometriais; é possível observar as células glandulares formando 
agrupamentos em “favo de mel”.
 Há predomínio de células intermediárias, em decorrência do efeito da progesterona do ciclo 
anterior. Conforme os níveis de estrógeno se elevam, há aumento progressivo de células 
epiteliais escamosas do tipo superficial. É possível observar raras hemácias e diminuição do 
número de leucócitos. Células endometriais ainda podem ser visualizadas (até, no máximo, o 
12⁰ dia).
Citologia hormonal e padrões citológicos nas diferentes fases da vida da 
mulher
 Fase estrogênica avançada ou pré-ovulatória (12⁰ e 13⁰ dias): visualizam-se quantidades 
crescentes de células epiteliais escamosas superficiais isoladas, eosinofílicas, de formato 
achatado e núcleo picnótico. É possível observar halos perinucleares em volta desses 
núcleos densos e picnóticos, os quais representariam a intensidade e a rapidez 
da cariopicnose.
 Fase ovulatória (14⁰ e 15⁰ dias): ocorre um pico na liberação 
do LH e do estrógeno, consequentemente, um pico de células 
superficiais achatadas, eosinofílicas e núcleos picnóticos, 
caracterizando o máximo de maturidade celular de uma 
paciente. Leucócitos são raros. As células glandulares 
endocervicais são grandes, com citoplasma claro 
e preenchido por muco. 
Citologia hormonal e padrões citológicos nas diferentes fases da vida da 
mulher
 Progestacional ou secretora (15⁰ ao 28⁰ dia): maiores quantidades de progesterona e 
menores de estrógenos são secretados pelo corpo lúteo. O estrógeno, nessa fase, promove 
leve proliferação celular adicional no endométrio, enquanto a progesterona causa inchaço e 
desenvolvimento secretório acentuados. Ocorre redução progressiva na proporção de 
células epiteliais escamosas do tipo superficial, sendo estas substituídas por células 
intermediárias, em razão da ação da progesterona. Normalmente são observados infiltrado 
leucocitário e muco. Visualizar núcleos nus e detritos citoplasmáticos acompanhados de um 
número cada vez maior de leucócitos, conferindo ao esfregaço um aspecto “sujo”.
Citologia hormonal e padrões citológicos nas diferentes fases da vida da 
mulher
 O esfregaço dito gestacional é verificado a partir do segundo ou do terceiro trimestre da 
gravidez e é composto de células escamosas intermediárias, incluindo células ricas em 
glicogênio, com núcleo periférico e bordas bem-definidas (conhecidas como células 
naviculares).
 Na menopausa: três padrões citológicos básicos podem ser 
observados na menopausa. No início, predominam as células 
epiteliais escamosas intermediárias, porém algumas células 
superficiais podem estar presentes, caracterizando baixa 
atividadeestrogênica. Com a queda progressiva da atividade 
estrogênica, passando a haver predomínio de células 
intermediárias associadas à presença de células parabasais, 
representando o epitélio hipotrófico. Por fim, é possível 
observar a presença do epitélio com ausência de maturação ou 
atrófico, com predomínio de células parabasais, indicando 
baixa produção estrogênica. 
Citologia hormonal e padrões citológicos nas diferentes fases da vida da 
mulher
Caso você fosse responsável pela qualidade do material colhido, é de seu conhecimento que 
na preparação do esfregaço cervicovaginal seria ideal que estejam representadas 3 regiões, na 
qual chamamos de tríplice coleta. Quais são essas regiões?
Interatividade
Técnica da tríplice coleta: única lâmina com materiais da ectocérvice, endocérvice 
e fundo vaginal.
Resposta
 Tendência ao isolamento das células;
 Fundo de lâmina limpo;
 Baixa quantidade de bacilos;
 Predominância de células superficiais;
 Menor quantidade de leucócitos.
Citologia hormonal: fase estrogênica 
 Agrupamento de células intermediárias;
 Dobramento de borda citoplasmática;
 Aumento do número de bacilos;
 Citólise bacteriana;
 Fundo de lâmina sujo;
 Células intermediárias naviculares;
 Aumento no número de leucócitos.
Citologia hormonal: fase progesterônica
O epitélio escamoso pode diferir quanto ao trofismo e assumir quatro padrões 
citológicos diferentes:
 Hipertrófico: quando, no esfregaço, há apenas células escamosas do tipo superficial e 
intermediário e há predomínio de células escamosas superficiais (mais de 50%) em relação 
às intermediárias. O estrógeno está predominando, induzindo a maturação celular e, por 
isso, também é denominado padrão estrogênico.
 Normotrófico: quando, no esfregaço, há apenas células 
escamosas do tipo superficial e intermediário, e elas podem 
estar equivalentes em quantidade ou pode haver predomínio de 
células intermediárias. Ocorre quando a mulher apresenta 
maior taxa de secreção de progesterona ou equilíbrio entre os 
hormônios ováricos.
Índice de maturação
 Hipotrófico: quando, no esfregaço, há predomínio de células escamosas do tipo 
intermediário, porém com presença de células parabasais.
 Leve – 20 a 40% basais e parabasais;
 Moderado – 40 a 60% basais e parabasais;
 Acentuado – 60 a 80% basais e parabasais.
 Atrófico: quando, no esfregaço, há predomínio de células escamosas do tipo parabasal em 
relação às intermediárias. Agora, pode-se dizer que há ausência de estrógeno e hormônios 
relacionados, levando a acentuada redução no nível de maturação do epitélio.
Índice de maturação
 O conteúdo cervicovaginal normal é constituído de células epiteliais escamosas, células 
colunares, endocervicais em pequeno número, células endometriais no período menstrual, 
detritos celulares, muco cervical, microbiota bacteriana variada, leucócitos em pequeno 
número, água e ácido láctico. Quando sintomáticas, os principais sintomas apresentados são 
leucorreia, irritação vulvovaginal, coceira, dor, ulceração e sangramento.
 O Sistema Bethesda identifica cinco categorias de organismos 
em citologia cervical: (1) Trichomonas vaginalis; (2) organismos 
fúngicos, morfologicamente compatíveis com Candida spp.; (3) 
mudança na flora sugestiva de vaginose bacteriana; (4) 
bactérias morfologicamente consistentes com o Actinomyces
spp. e (5) alterações celulares compatíveis com o 
herpes-vírus simples.
Análise da citopatologia cervicovaginal em condições inflamatórias e 
infecciosas (bacterianas, fúngicas e infecções por protozoários)
 Os lactobacilos continuam a ser considerados os principais componentes da microbiota 
vaginal. Diversas espécies de Lactobacillus, também conhecidos como bacilos de Döderlein,
são identificadas na vagina humana. São bacilos gram-positivos aeróbios ou anaeróbios 
facultativos que causam citólise das células escamosas intermediárias, ricas em glicogênio 
citoplasmático. Esses microrganismos convertem o glicogênio em glicose e, posteriormente, 
em ácido láctico, responsável pela acidificação do pH vaginal (3,8 a 4,5), que é adequado por 
proteger contra a invasão de um grande rol de microrganismos patogênicos.
Análise da citopatologia cervicovaginal em condições inflamatórias e 
infecciosas (bacterianas, fúngicas e infecções por protozoários)
Fonte: Consolaro; Engle (2016, p. 76).
 Desequilíbrio do ecossistema vaginal, 
caracterizado por substituição da microbiota 
lactobacilar normal por concentrações 
relativamente grandes de outras bactérias, 
principalmente anaeróbias. Alguns gêneros 
bacterianos estão mais comumente 
relacionados com a Vaginose Bacteriana
(VB), como Gardnerella vaginalis.
Análise da citopatologia cervicovaginal em condições inflamatórias e 
infecciosas (bacterianas, fúngicas e infecções por protozoários)
 Clue cells são células escamosas maduras, 
principalmente do tipo superficiais, com 
cocobacilos sugestivos de Gardnerella
vaginalis aderidos à sua superfície, 
recobrindo as bordas celulares, dando 
aspecto de células em alvo.
Fonte: https://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=0&lang=4&Id=cyt14710&cat=E2d
 T. vaginalis é um protozoário 
exclusivamente humano, flagelado. Possui 
apenas a forma trofozoítica, que é ovalada 
ou piriforme. T. vaginalis é o agente causal 
da tricomoníase, infecção do sistema 
geniturinário de homens e mulheres.
Análise da citopatologia cervicovaginal em condições inflamatórias e 
infecciosas (bacterianas, fúngicas e infecções por protozoários)
Fonte: https://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=0&lang=4&Id=cyto8165&cat=E2b
 Candidíase vulvovaginal (cvv): é uma 
patologia ocasionada pelo crescimento 
anormal de fungos do tipo levedura no trato 
genital feminino. Trata-se de uma infecção 
da vulva e da vagina, causada por 
leveduras comensais que habitam a 
mucosa vaginal, bem como as mucosas 
digestiva e respiratória, principalmente 
Candida albicans.
Análise da citopatologia cervicovaginal em condições inflamatórias e 
infecciosas (bacterianas, fúngicas e infecções por protozoários)
 O corrimento é, em geral, branco e 
espesso, inodoro e, quando depositado nas 
vestes a seco, tem aspecto farináceo. Em 
casos típicos, aparecem, nas paredes 
vaginais e no colo uterino, pequenos pontos 
branco-amarelados.
Fonte: https://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=0&lang=4&Id=cyt14861&cat=E2a
 Vírus do papiloma humano.
 Transmissão sexual.
 Infecta epitélio escamoso de vulva, vagina, colo uterino, região perineal, região perianal, 
além de epitélio escamoso em glande e prepúcio peniano.
 Infecta epitélio glandular endocervical.
 Os herpes-vírus simples podem ser de dois tipos: HSV-1 e 
HSV-2. O HSV-1 acomete, principalmente, lábios e face. Já o 
HSV-2 acomete predominantemente a região genital, e a 
infecção ocorre, principalmente, no início da atividade sexual, 
entre 18 e 25 anos.
Análise da citopatologia cervicovaginal em condições de infecções virais 
(herpes e Papilomavírus Humano – HPV)
Duas situações podem ocorrer:
1. O vírus usa a célula para sua replicação e formação de novas partículas virais; tal processo 
produz aumento no núcleo pela incorporação do genoma viral ao DNA celular com 
hipercromasia e aumento do citoplasma, portanto, com citomegalia. Há, ainda, formação de 
halo claro perinuclear bem definido, resultando no coilócito.
2. O vírus se incorpora ao DNA celular em uma região na qual 
ele não consegue formar suas partículas virais, mas 
permanece no núcleo, fazendo com que este aumente de 
tamanho e se torne hipercromático. Não há alterações 
citoplasmáticas, pois elas só ocorrem devido à formação das 
partículas “filhas”.
Infecção com evolução para lesão
 Os efeitos citopáticos mais observados são, inicialmente, citomegalia e cariomegalia, com 
deslocamento da cromatina para a periferia, dando um aspecto espesso à membrananuclear. A seguir, as células sofrem os efeitos da replicação viral, com a detecção de células 
gigantes multinucleadas, provavelmente decorrentes da fusão das membranas 
citoplasmáticas das células infectadas, com núcleos de vários tamanhos e formas, 
amoldando-se uns aos outros. Perde-se o padrão cromatínico, passando a apresentar 
aspecto nebuloso, opaco, de “vidro fosco”, que representa uma fase inicial da lesão.
Efeitos citopáticos mais observados: HPV
 Infecção herpética: células mononucleares 
com inclusão viral intranuclear (setas).
 Infecção herpética: células multinucleadas 
com núcleos borrados e aspecto de 
vidro fosco. 
Fontes: https://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=0&lang=4&Id=cyto4981&cat=E2c
https://screening.iarc.fr/atlascyto.php?lang=4
Conclusão:
 A totalidade das lesões intraepiteliais escamosas tem como causa básica o vírus do HPV.
 Na lesão de baixo grau, a manifestação do efeito citopático viral é mais frequente: 
coilócito.
 Nas lesões de alto grau, o achado do coilócito é menos frequente, porém a biologia 
molecular mostra infecção viral.
Lesões intraepiteliais escamosas e HPV
ATÉ A PRÓXIMA!