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02 - procedimento comum ordinario parte 1 - resumo da aula do dia 10-08-2022

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DIREITO PROCESSUAL PENAL II
Resumo da Aula do dia 10/08/2022
PROCEDIMENTO COMUM NOS CRIMES DA COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR
CLASSIFICAÇÃO INICIAL
Terminologia:
Processo: sequência de atos vinculados que visam a aplicação do Direito ao caso concreto (uma 
entre tantas conceituações).
Procedimento: modo ou meio pelo qual o processo se desenvolve. Trata-se do componente formal 
do instrumento.
Características do processo (“PAPAIE”):
Público – dada a publicidade do Direito Penal.
Autônomo – a relação jurídica processual não se confunde com o direito postulado.
Progressivo – busca sempre avançar, “caminhar” em direção ao seu final, de forma sequencial.
Abstrato e Independente – independe da procedência ou não do pedido.
Específico – o processo está sempre atrelado a uma ação e consequentemente a um processo.
Fases do procedimento
a) postulatória: abrange a investigação, a acusação, os atos de reação da defesa.
b) instrutória: fase da produção de provas, tanto as requeridas pelas partes quanto as determinadas 
pelo juízo.
c) decisória: fase em que as partes podem se pronunciar quanto as provas e, na sequência, é 
proferida pelo juiz a sentença.
d) recursal: aplicação dos instrumentos de impugnação de decisões judiciais contrárias aos 
interesses das partes (atende ao princípio do duplo grau de jurisdição).
CLASSES DE PROCEDIMENTOS: ESPECIAIS e COMUM
Procedimentos especiais: pode ser previsto em leis específicas (ex. Lei de Drogas - 11343/2006 e
crimes de competência originária dos Tribunais Superiores – Lei 8038/1990) e no próprio CPP.
Possui regras próprias de tramitação. No caso do CPP, há o procedimento dos crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos (arts. 513 a 518 do CPP – sugestão de leitura HC 85719
do STF), o procedimento dos crimes de calúnia e injúria (arts. 519 a 523 do CPP), o procedimento
relativo aos processos dos crimes de competência do tribunal do júri (arts. 406 a 497 do CPP). 
O procedimento comum, rito padrão no Código de Processo Penal, é aplicável a todas infrações
penais que não possuem procedimento especial previsto em lei. É dividido (conforme art. 394, § 1º
do CPP) em: CRITÉRIO, VIA DE REGRA, É O QUANTUM DA PENA MÁXIMA
a) comum ordinário – arts. 395 a 405 do CPP – pena privativa de liberdade máxima igual ou
superior a 4 anos.
b) comum sumário – arts. 531 a 538 do CPP – crimes cuja pena privativa de liberdade máxima
seja inferior a 4 anos. Quando for até 2 anos, via de regra se enquadrará no procedimento
sumaríssimo.
c) comum sumaríssimo – lei 9099/95 – infrações penais de menor potencial ofensivo:
contravenções penais crimes com pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa,
com exceção das hipóteses de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Exceções: 
- crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher – inaplicável o
procedimento sumaríssimo da Lei 9099/95, pois expressamente inaplicável (art. 41 da Lei
11340/06). Aplicar-se-á o procedimento de acordo com a pena cominada.
- crimes tipificados no Estatuto do Idoso que tiverem pena máxima que não ultrapasse 4 anos. Art.
94 da Lei 10741/03 – aplica-se o procedimento sumaríssimo (vide ADI 3096 interpretação
conforme – aplicação em favor do idoso) – incabíveis medidas despenalizadoras. Se a pena máxima
for superior aos 4 anos, o procedimento aplicado será o comum ordinário.
- crimes falimentares - Lei 11.101/05 (art. 185) – prevê que recebida a denúncia ou queixa, 
observar-se-á o rito previsto nos arts. 531 a 540 do CPP 
- crimes previstos na Lei de Organizações Criminosas e infrações conexas (art. 22 da Lei 12850/13)
prevê aplicação do procedimento ordinário, independente da pena cominada.
OBS.:
Súmula 243 STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações
penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena
mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um
(01) ano. 
Súmula 723 STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a 
soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um
ano. 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
Apertada síntese dos atos praticados no juízo de 1o grau:
I) Peça Acusatória
II) Análise quanto ao recebimento ou não da peça acusatória
a rejeição ocorrerá por inépcia, falta de condições da ação, pressupostos processuais ou justa
causa
III) Citação (para responder em 10 dias. DPE tem prazo em dobro).
IV) Resposta à acusação (todas as matérias de defesa).
V) Análise quanto a possibilidade de absolvição sumária (quando? Excludentes de ilicitude, 
excludentes de culpabilidade, atipicidade ou extinção da punibilidade).
VI) Audiência de instrução e julgamento (possibilidade de realização em atos separados).
Ordem das oitivas: ofendido, testemunhas arroladas pela acusação, testemunhas arroladas 
pela defesa, peritos, acareações e reconhecimentos, interrogatório. Diligências (se necessárias), 
alegações finais (debates orais. Primeiro acusação, depois defesa – passíveis de substituição por 
memorais escritos, sentença).
I) DA PEÇA ACUSATÓRIA
Art. 41 do CPP: “Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a 
classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.”
ELEMENTOS/ REQUISITOS NECESSÁRIOS SEGUNDO O CPP: 
- QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO (OU ESCLARECIMENTOS PELOS QUAIS SE POSSA IDENTIFICÁ-LO)
- FATO CRIMINOSO, COM TODAS SUAS CIRCUNSTÂNCIAS
- CLASSIFICAÇÃO DO CRIME
- ROL DE TESTEMUNHAS (SE HOUVER)
DEMAIS ELEMENTOS NECESSÁRIOS (INTERPRETAÇÃO DA LEI E DOUTRINA)
- ENDEREÇAMENTO
- REDAÇÃO EM VERNÁCULO (ou seja, em língua portuguesa)
- menção às razões de convicção ou presunção da autoria do crime
- subscrição pelo presentante do Ministério Público ou pelo advogado do querelante (caso em que 
obrigatória procuração com poderes especiais e recolhimento de custas).
Vide material de apoio, Manual de Elaboração de Peças Jurídicas do MP de Minas Gerais – páginas 93 a 
101.
II) DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
Art. 395 do CPP:
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 
2008).
I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela 
Lei nº 11.719, de 2008).
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Neste momento, vige o princípio do in dubio pro societate. 
REJEIÇÃO E NÃO RECEBIMENTO
A) inépcia: ausência dos requisitos previstos no art. 41 do CPP e daqueles exigidos pela doutrina.
Eventuais vícios da denúncia somente podem ser reconhecidos até o momento da prolação 
de sentença (entendimento da jurisprudência). Mas e nulidades absolutas?
*** Denúncia geral (quando imputada a todos os acusados a prática do mesmo fato delituoso, ainda 
que com condutas distintas – é admitida). Denúncia Genérica (não são individualizadas condutas – 
não admitida).
O que ocorre quando não se sabe, por exemplo, a data ou local corretos? 
Determinar o máximo possível, sob pena de violação ao exercício do contraditório. Ex.:
- “em data incerta, mas no período compreendido entre os dias XXX”
B) faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal:
- Pressupostos processuais:
- denúncia ou queixa,
- presença de partes que possam estar em juízo (pessoas naturais e, no processo penal,
alguns entes são considerados pessoas formais) – **Não confundir capacidade de ser parte com
capacidade processual (que é a capacidade de estar em juízo). Ex.: ofendido menor de 18 anos não
tem capacidade processual para oferecer queixa-crime. 
- órgão investido de jurisdição
Condições da ação:- possibilidade jurídica do pedido (como saber? É viável a procedência do pedido formulado
na ação penal?); 
- legitimidade ad causam (pertinência subjetiva) – legitimidade para discutir aqueles fatos 
narrados na peça incoativa. Para ter legitimidade ad causam, é imprescindível que, antes, tenha a 
legitimidade ad processum (capacidade processual, ou seja, capacidade de postular em juízo).
- interesse de agir – necessidade de recorrer ao Poder Judiciário (ex. de sua ausência: 
prescrição, extinção da punibilidade).
C) Ausência de justa causa para o exercício da ação penal
Justa causa é o lastro probatório mínimo que dê sustentabilidade à inicial. “indícios suficientes” e, 
sempre que possível, prova da materialidade (lembrar que há casos em que a materialidade apenas 
se confirmará no decorrer da instrução).
Ex.: ausência de provas, evidente atipicidade, prescrição (uma vez que decide mérito).
OBS.: RECURSO CABÍVEL CONTRA REJEIÇÃO E NÃO RECEBIMENTO
Doutrina Majoritária: não recebimento e rejeição são sinônimos, cabendo sempre o Recurso em 
Sentido Estrito.
Doutrina Minoritária: diferencia os termos “rejeição” (fundamento de mérito, faz coisa julgada 
material, caberia Apelação) e “não recebimento” (fundamento processual, faz coisa julgada formal, 
caber recurso em sentido estrito).
RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA
Se presentes os requisitos legais, juiz receberá a denúncia.
Ato que interrompe o prazo prescricional. Início propriamente dito da ação penal. Torna o acusado 
réu e por isso é determinada sua citação.
Há tese minoritária que afirma que o início do processo ocorre com o oferecimento da peça
acusatória.
A decisão deve ser fundamentada, sob pena de nulidade.
*** art. 399 do CPP – entendimento majoritário refere que o termo “recebida a denúncia” foi
equívoco do legislador.
III) CITAÇÃO DO RÉU
Art. 396 do CPP 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a
rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação,
por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. (Redação dada pela Lei nº
11.719, de 2008).
Mandado de citação – arts. 352 do CPP.
Carta Precatória – arts. 353 a 356 do CPP.
@@@@@Meios eletrônicos@@@@ - Ex. Citação via whatsapp e outros apps.
Entende-se que possível, desde que sejam adotadas medidas suficientes a atestar a 
autenticidade do número telefônico e a identidade do indivíduo destinatário .
Em caso de vício, o comparecimento do réu ao processo pode suprir a nulidade da citação.
Se não encontrado e estiver em local incerto e não sabido: citação por edital art. 361 do CPP 
(prazo do edital – 15 dias).
Citado o réu por edital, se não apresentada resposta à acusação, ou não comparecendo o réu, 
serão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional (art. 366 do CPP).
Possível a produção de provas urgentes e a decretação de prisão preventiva
nos termos do art. 312 do CPP, se presentes os requisitos.
Réu que se oculta para não ser citado: citação por hora certa. Art. 362 do CPP. Artigos 252 a 254 do
Código de Processo Civil.
DOS EFEITOS DA CITAÇÃO PENAL:
Réu passa a integrar a relação processual (diferente do cível, em que também torna
prevento juízo, faz litigiosa a coisa, induz litispendência).
CONTAGEM DOS PRAZOS
Inicia-se na data da citação. Diferente do cível, que o prazo começa a correr da
juntada do mandado ou carta precatória aos autos.
A citação pessoal/real é a regra no processo penal. Pode ocorrer a chamada citação “ficta” ou
“presumida” nos casos de citação por edital, citação por “hora certa”, citação de inimputável por
doença mental (já que esta ocorrer na pessoa de seu curador) e de pessoas jurídicas em crimes
ambientais (ocorre na pessoa de seu representante legal – art. 225, § 3º da CF).
ATIVIDADE:
Elaborar uma Denúncia de um fato hipotético, contendo todos os elementos necessários (apenas 1
réu e 1 fato, crime que seja processado e julgado pelo procedimento comum ordinário).
Assinar com o seu nome próprio, para identificar quem foi o(a) aluno(a) que elaborou a peça
processual.
Entregar cópia física até o início da aula do dia 17/08/2022.
REFERÊNCIAS 
AVENA, Norberto. Processo Penal. 14. ed. ver. atual. E ampl. – Rio de Janeiro: Método, 2022. 
(Disponível na Biblioteca Digital da Setrem).
MINAS GERAIS. Ministério Público. Procuradoria-Geral de Justiça de Minas Gerais. 
Corregedoria-Geral do Ministério Público. Manual de elaboração de peças jurídicas. Belo 
Horizonte: DIPE, 2021. Disponível em 
<https://www.mpmg.mp.br/data/files/D8/41/5A/6E/AD75D710795E25D7760849A8/Manual_Elabo
racao_Pecas_Juridicas_25.11.2021.pdf> acessso em 17 jul. 2022.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal. 3.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2022. 
(Disponível na Biblioteca Digital da Setrem).
NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito processual penal. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2022. (Disponível na Biblioteca Digital da Setrem).
https://www.mpmg.mp.br/data/files/D8/41/5A/6E/AD75D710795E25D7760849A8/Manual_Elaboracao_Pecas_Juridicas_25.11.2021.pdf
https://www.mpmg.mp.br/data/files/D8/41/5A/6E/AD75D710795E25D7760849A8/Manual_Elaboracao_Pecas_Juridicas_25.11.2021.pdf

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