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Planejamento Rural Professor Paulo Ricardo Oliveira de Moura Agronegócio 3º Trimestre 9 anos A, B, C - 2022 Conceituando Planejamento: Planejar significa projetar uma determinada ação, atividade ou empreendimento, envolvendo necessariamente a determinação dos objetivos e metas a serem alcançados, bem como os recursos necessários para a obtenção do resultado esperado. Segundo Chiavenato (2003) sintetiza da seguinte forma: O planejamento consiste na tomada antecipada de decisões sobre o que fazer, antes de a ação ser necessária. Sob o aspecto formal, planejar consiste em simular o futuro desejado e estabelecer previamente os cursos de ação necessários e os meios adequados para atingir os objetivos. Porque é necessário planejar? A necessidade de planejar é fruto da competição entre as empresas nos dias de hoje, o que indica que para continuar tendo bons resultados, sobretudo lucros, é importante ter as funções administrativas bem implantadas. Entre outras razões da necessidade de planejar, podemos citar: • Mudanças constantes do ambiente (externo/interno): as mudanças são naturais e as empresas devem estar prontas para adaptar-se; Saber onde se está e aonde se quer chegar: planejando, a empresa necessariamente tem a necessidade de saber a sua realidade atual e em que situações futuras esperar estar e como alcançar essa situação (por exemplo a empresa espera dobrar o rebanho de vacas em lactação em 3 anos, usando plantel selecionado e técnicas de inseminação artificial); • Evitar imprevistos: planejando, a empresa tem menos possibilidades de passar por situações imprevistas; • Minimizar riscos: toda atividade pressupõe riscos. Ao planejar as suas atividades, uma empresa está prevendo seus resultados e dessa forma os riscos serão menores; Planejamento é base para as funções de organização/direção/controle, ou seja, as demais funções do processo administrativo; Operar com menores custos e maior eficiência: a utilização do planejamento faz com que as empresas utilizem de forma mais eficiente seus recursos. (exemplo: planejando determinado cultivo e conhecendo as propriedades do solo, haverá o uso racional dos adubos e fertilizantes). Níveis de Planejamento: Tipos de Planos: Ao elaborar o seu planejamento, a empresa terá como resultado imediato, os planos, que podem ser considerados como intermediários entre a criação do planejamento e a implantação do mesmo. Chiavenato (2003) Indica que o plano descreve um curso de ação para alcançar um objetivo e proporciona respostas às questões: o quê, quando, como, onde e por quem. São quatro os tipos de planos, cada um com um enfoque diferenciado dentro da empresa, de acordo com Chiavenato (2003): a) Procedimentos: são planos relacionados com a metodologia de trabalho ou instruções sobre a execução do trabalho; b) Orçamentos: são os planos que envolvem a determinação da necessidade de recursos financeiros ao longo da execução das atividades na empresa; c) Programações: o tempo é hoje um fator importantíssimo a ser administrado. Programações ou programas são planos com relacionados com o tempo; d) Normas ou regulamentos: são os planos relacionados com comportamentos. Especificam como as pessoas devem se comportar em determinadas situações. Plano de negócios: Um plano de negócio é um documento que descreve os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Estrutura de um Plano de Negócio Capa: Nome do empreendedor, nome dos dirigentes, endereço e telefone; Definição do propósito, ou sumário executivo; Índice. Parte I- O Negócio 1-Descrição do Negócio; 2-Produto/serviço; 3- Mercado; 4- Localização do negócio; 5-Concorrência; 6-Gerenciamento; 7-Pessoal; 8-Aplicação e resultados esperados do empréstimo; 9-Síntese. Parte II- Dados Financeiros 1-Fontes e aplicações de capital; 2-Lista dos bens de capital; 3- Balanço; 4- Análise do ponto de equilíbrio; 5-Projeção de receitas; 6-Projeção de fluxo de caixa; 7-Análise dos desvios; 8-Relatórios financeiros históricos para negócios em funcionamento. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO: O Procedimento Operacional Padrão (POP), seja técnico ou gerencial, é a base para garantia da padronização de suas tarefas e assim garantirem a seus usuários um serviço ou produto livre de variações indesejáveis na sua qualidade final. QUAL A FINALIDADE DO POP? POP é um procedimento que tem como objetivo a padronização de tarefas, minimizando a ocorrência de desvios na execução de atividades fundamentais para a qualidade do produto fabricado, independente do agente executor do processo. ROTEIRO PARA IMPLANTAÇÃO DO POP NA EMPRESA: 1- Definição, pelo gerente do projeto, do corpo técnico do POP; 2- Convocação do Corpo Técnico do POP; 3- Elaboração dos Processos que constituirão o POP; 4-Distribuição dos Processos aos Técnicos para desenvolvimento; 5-Desenvolvimento do processo pelo Técnico responsável; 6-Apresentação do processo pelo técnico responsável aos demais técnicos do POP ; 7- Revisão e Homologação do processo do POP apresentado; 8- Formatação em Mídia do Manual do POP; 9- Apresentação do Manual do POP a direção da empresa; 10-Realização do “Seminário para Aperfeiçoamento da Ferramenta POP”; 11- Revisão Ortográfica do Manual do POP; 12- Revisão de Formatação do Manual do POP; 13-Impressão do Manual do POP; 14-Cursos de Qualificação dos Colaboradores Para Aplicação Prática do Projeto. EXEMPLO DE POP : Nome do empreendimento; Título; Identificação, assinatura e data da elaboração, revisão e aprovação do POP; Número da versão atual; Número do documento; Paginação; Abrangência, distribuição; Números de cópias. PLANO DE AÇÃO OPERACIONAL O plano de ação é composto por uma série de providências, tarefas a serem efetuadas a partir de um planejamento. Apresentando o plano de ação 5W2H Recebeu esse nome devido a primeira letra das palavras em inglês: 1-What? (o que será feito); 2- Why?(por que será feito); 3- Where? (onde será feito); 4-Who? (quem fará); 5-When? (quando será feito); 1- How? (como será feito); 2- How Much? (quanto custará). EX:W5H2 (CENÁRIO DENTRO DA FAZENDA) 1- Implantação de 1hac de batata; 2- Atender a demanda de mercado da região, em função de ótimos preços; 3- A implantação será no lado oeste da propriedade, próximo ao riacho; 4- A atividade será realizada pelo dono da propriedade; 5- Cronograma de atividades; PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE EMPREENDIMENTOS RURAIS: No processo de tomada de decisão, o produtor é levado pelo instinto e pelas possibilidades que são facilmente perceptíveis para ele: como a linha de produção do vizinho, o produto que está tendo maior demanda no mercado, os insumos que eram comprados pelo proprietário anterior, o manejo que seu pai utilizava etc. Porém, para se entender todas as variáveis diretamente ligadas ao processo produtivo dentro de uma propriedade rural, temos a necessidade de conhecer uma infinidade de fatores e condições, e a interdependência entre eles. No caso de uma propriedade rural, estão envolvidos fatores como clima, solo, vegetação, aspecto socioeconômico da região, mercado, tendências, clientes, produtos, patrimônio, capital intelectual e outros. A realização de um empreendimento sem um planejamento prévio e constantemente atualizado está com sério risco de fracasso, uma vez que o caminho para se atingir os objetivos finais nem sempre são os mais eficazes, fazendo com que constantemente se tenha que mudar de estratégia e rever os métodos de execução. Dessa forma, o planejamento estratégico é a base do conhecimento e do gerenciamento eficiente de propriedades rurais. Ele permite a definição de metas de produção, a partir da base de conhecimento integral da propriedade, evidenciando os pontos positivos e negativos desta, bem como os meios de gerenciá-los. Mercado, comercialização rural e marketing rural: Comercialização:Comercialização compreende “o conjunto de atividades na transferência de bens e serviços desde o ponto de produção inicial até que atinjam o consumidor final...”. A comercialização envolve uma série de atividades ou funções através das quais bens e serviços são transferidos dos produtores e prestadores de serviços aos consumidores. Mercado: Mercado deve ser entendido como o “local” em que operam as forças da oferta e demanda, através de vendedores e compradores, de tal forma que ocorra a transferência de propriedade da mercadoria através de operações de compra e venda. Padronização: É o processo sistemático para estabelecer e utilizar padrões. Criação ou estabelecimento ou adoção de um padrão para algo que se faz. A padronização serve para garantir qualidade. Classificação: A classificação é a seleção do produto em lotes homogêneos, por cor da casca e da polpa, tamanho e qualidade. Utilizar a classificação é unificar a linguagem do mercado e de toda a cadeia de produção. Produtores, atacadistas, industriais, varejistas, consumidores, todos devem usar os mesmos padrões de caracterização do produto. Somente assim se obtém transparência na comercialização, melhores preços para produtores e consumidores, menores perdas e melhor qualidade. Concorrência: É a disputa entre produtores e prestadores de serviços de um mesmo bem ou serviço com vistas a conquistar a maior parcela do mercado possível. As principais variáveis que orientam o jogo mercadológico da concorrência são o preço, a qualidade do produto, a disponibilidade nos pontos de venda e a imagem de que o produto goza junto aos consumidores. Atividades pós-porteira: Conhecer e escolher o melhor canal para comercializar os seus produtos requer obter informações referentes ao custo de produção, a preços pagos pelos produtos, quantidade e época demandada, condições de pagamento, frequência da entrega, tipo de embalagem e de transporte, etc. Enfim, precisa-se obter uma série de informações e através delas analisar se este é o canal mais adequado para a venda de seus produtos. Vantagem Competitiva: Vantagem competitiva ou diferencial competitivo é uma ou um conjunto de características que permite a um produtor ou uma organização ser diferente por entregar mais “ganhos” sob o ponto de vista dos clientes, diferenciando-se da concorrência e, por isso, obtendo vantagens no mercado. Tipos de Mercado: Concorrência perfeita: Existem muitos compradores e muitos vendedores. Ninguém influi sobre o preço das mercadorias. Atomicidade, fluidez e liberdade. Concorrência imperfeita: Não existe atomização e nem homogeneidade e a procura não influi no preço. Consumidores estão presos a marca do produto a sua publicidade. O Mercado fica compartimentado. Oligopólio: Pequeno número de produtores que controlam a oferta e no mercado existem poucos vendedores e muitos compradores. Vendedores exercem controle sobre preço do produto final. Oligopsônio: Muitos vendedores para poucos compradores. Os compradores dominam o mercado. Monopólio: Apenas um vendedor, que define o preço e a quantidade. Não havendo concorrência ou um produto substituto. Monopsônio: um comprador para vários vendedores de produtos e/ou serviço. Monopólio bilateral: modelo abstrato, onde existe um vendedor e um comprador apenas. Sendo o oposto a concorrência perfeita. Tipos de Canais de Comercialização: Nível zero (venda direta) - O produtor vende seu produto diretamente ao consumidor. Nível um - O produtor vende seu produto ao varejista que vende ao consumidor. Nível dois - O produtor vende seu produto ao atacadista, que posteriormente vende ao varejista que vende ao consumidor. Nível três - O produtor vende seu produto ao atacadista local, que pode vender a um atacadista ou ao varejista que vende ao consumidor. Fator de demanda efetiva para a pequena produção: Mercado Institucional – São as compras com recursos governamentais para atendimento a programas tais como merenda escolar, restaurantes populares, hospitais, exército, compra e doação de sementes, dentre outros. Mercado Solidário/Justo – É uma ferramenta econômica não-capitalista. É uma associação, sem fins lucrativos, que integra consumidores socialmente responsáveis com as comunidades sócio- economicamente desfavorecidas. A ferramenta dessa integração é uma rede virtual de comércio ético e justo. Marketing: A ideia imediata que se faz a respeito do marketing é a partir da analogia com a propaganda, compreendendo que esta ferramenta de comunicação é o próprio conceito de marketing. Entretanto, merece a nossa atenção, pois marketing não é só propaganda. Você já se perguntou o que leva uma pessoa a escolher consumir carne bovina ou de frango? Será tão somente o preço ou o gosto? A resposta a esses questionamentos é a preocupação principal do marketing, a compreensão das necessidades e dos desejos do consumidor. Marketing é uma palavra de origem inglesa que não pode ser traduzida literalmente para o português, por perder o seu real significado. Ao analisar o nosso cotidiano, percebemos que o marketing está ao nosso redor, em todo momento, especialmente porque o conceito de marketing está associado à satisfação de nossas necessidades e de nossos desejos. O marketing está presente em todos os momentos da nossa vida, no trabalho, em casa, com os amigos, em um restaurante, na rua, dentro do ônibus ou de um avião. Marketing é a área de conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de trocas, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. Outro detalhe que está presente no conceito é a importância das relações de troca. Neste quesito, Kotler ensina-nos: Para que haja trocas, é necessário que cinco condições sejam satisfeitas: Há, pelo menos, duas partes envolvidas; Cada parte tem algo que pode ser de valor para a outra; Cada parte tem capacidade de comunicação e entrega; Cada parte é livre para aceitar ou rejeitar a oferta; Cada parte acredita estar em condições de lidar com a outra. A troca é, portanto, a base para a comercialização e, consequentemente, para o marketing. Voltando ao conceito de marketing, um dos teóricos mais renomados da área, o norte-americano Philip Kotler, diz que: “Marketing é a ciência e arte de explorar, criar e proporcionar valor para satisfazer necessidades de um público-alvo com rendibilidade.” Os 4 Ps do Marketing: O conceito de 4Ps do marketing foi criado pelo professor Jerome McCarthy e muito difundido por Philip Kotler. É conhecido também como o mix de marketing, e representa os 4 pilares básicos de qualquer estratégia de marketing. Os 4 Ps do marketing são: ● Produto ● Preço ● Praça ● Promoção Propaganda: Propaganda é um conjunto de ações específicas e sistemáticas realizadas para dar conhecimento a algo ou alguém. Todas as funções da propaganda podem ser resumidas em três, que possuem funções capitais e se inter-relacionam: Informar, persuadir (convencer), lembrar. Referências bibliográficas: BARBOSA, F. de F. Agronegócio – Economia Rural. E-tec Brasil/CEMF/Unimontes - Escola Técnica Aberta do Brasil CASTRO, Eduardo Rodrigues de et al. Teoria dos Custos. In: SANTOS, Maurinho Luiz dos et al. Microeconomia Aplicada. Visconde do Rio Branco: Suprema, 2009. CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. Abordagens prescritivas e normativas da administração. 5. ed. São Paulo: Makron Books, 1997. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Custos de produção agrícola: a metodologia da Conab. Brasília : Conab, 2010. DIAS, C. A.; VELOSO, H. S. Administração do Agronegócio. E-tec Brasil/CEMF/Unimontes - Escola Técnica Aberta do Brasil EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL - EMATER-PR. Processo de gestão agropecuária.Curitiba – PR, 2004. RODRIGUES. Roberto. Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Jornal da PUC. n1/03, Campinas, 14 mar.2005. VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval de; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. BATALHA, Mário Otávio. 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Waquil, Paulo Dabdab Mercados e comercialização de produtos agrícolas / Paulo Dabdab Waquil, Marcelo Miele [e] Glauco Schultz ; coordenado pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010.
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