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Datação do Carbono 14 X Equações Diferenciais. As equações diferenciais tem uma variedade de aplicações nas ciências naturais, inúmeras aplicações práticas em medicina, engenharia, química e biologia entre outras diversas áreas do conhecimento pois, muitos fenômenos quando formulados em conceitos matemáticos envolvem funções e taxas de variações destas funções. Resolver uma equação diferencial é encontrar uma função que satisfaça a equação. Em certos casos, a idade de um dado material pode ser determinada com base na taxa de decaimento de um isótopo radioativo, o qual emite radiação β.O melhor exemplo da aplicação desse tipo de fenômeno é a datação de materiais através da medida do decaimento do Carbono 14. É utilizado um modelo matemático envolvendo uma equação diferencial para determinar a idade dos objetos através do método datação do Carbono 14. A técnica do é hoje largamente utilizada em arqueologia e antropologia. A maior parte do carbono presente na Terra é composta de uma mistura de dois isótopos estáveis: 98,9% de Carbono-12 e 1,1% de Carbono-13.Contudo, amostras naturais de carbono sempre contêm traços de um terceiro isótopo, o Carbono-14, criados por raios cósmicos combinam-se com oxigênio para formar dióxido de carbono, que as plantas absorvem naturalmente e incorporam por meio da fotossíntese. Os animais e humanos comem plantas, acabam ingerindo. A teoria da datação por carbono baseia-se no fato de que a razão de Carbono- 14 por carbono normal (Carbono-12) no ar e em todos os seres vivos mantém- se constante durante quase todo o tempo. Quando um organismo morre, ele para de absorver novos átomos de carbono, a relação de Carbono-14 por Carbono-12 no momento da morte é a mesma que nos outros organismos vivos, mas o Carbono-14 continua a decair e não é mais reposto, nesse instante, é acionado um relógio que consiste na percentagem decrescente de Carbono-14 no organismo que morreu. Ao olhar a relação entre Carbono-14 e o Carbono-12 na amostra e compará-la com a relação em um ser vivo, é possível determinar a idade de algo que viveu em tempos passados de forma bastante precisa. Para se obter a datação de objetos em geral. Para resolver a equação diferencial será empregado o método de separação de variáveis, para que seja possível estimar a época em que objeto foi confeccionado. A taxa que um elemento radioativo se desintegra (no caso o Carbono 14), em certo instante, é correspondente à quantidade do isótopo presente neste mesmo instante, resultando na equação: dQ = - kQ dt Sendo Q é a quantidade de material em função de t (Q(t)), k é a constante de proporcionalidade em função da quantidade de massa Q, ou seja, constante da desintegração do isótopo. Dessa forma, o problema é descrito como uma EDO (equação diferencial ordinária) linear de 1° ordem. Esta equação diferencial é separável, que pode ser transformada em: dQ - kdt dt Integrando, temos: dQ - kdt Q Da definição de logaritmos lnQ - kt C -kt Q = De Presumindo que já se conhece a concentração inicial Qi, ou seja, sabe-se a concentração quando o tempo é zero (t=0). Essa solução mostra que o carbono-14 decai exponencialmente. Agora se soubermos a concentração Q (t) em um determinado período de tempo t passado, podemos determinar a constante da desintegração k. Sabendo que a meia-vida do carbono-14, tem um valor aproximado de 5,730 anos, ou seja, após esse período de tempo o carbono-14 tem sua concentração reduzida pela metade. Matematicamente, isso quer dizer: Agora se substitui essa expressão na equação, teremos: Agora com o valor de k encontrado, reescreve-se a equação para a porção de carbono-14 pelo tempo assim Com a equação, fixando um valor para Qi=50, e atribuindo valores para a variável t, gerando a figura abaixo, que ilustra a forma com que o decaimento se comporta ao longo do tempo. Pode-se observar que para grandes espaços de tempo, a partir de 70000 anos, o método para datação via carbono-14 pode se tornar questionável, pois o decaimento não varia significativamente tornando-o de difícil exatidão. Através do método de separação de variáveis, pode-se determinar uma solução para a equação diferencial ordinária, e a partir deste, estimar a datação de objetos pelo decaimento do isótopo Carbono 14. REFERÊNCIAS ALVES, Wendel Botelho Alves. SOBRE A DATAÇÃO POR DECAIMENTO RADIOATIVO. Disponível em <https://www.periodicos.univag.com.br/index.php/CONNECTIONLINE/article/view/122 SANTOS, Vinícius Lemos; GONÇALVE, Bruna Frantz; BLASS, Leandro. O USO DE APLICAÇÕES NO ENSINO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EM DATAÇÃO DE OBJETOS: CARBONO 14. Disponível em < https://guri.unipampa.edu.br/uploads/evt/arq_trabalhos/13411/seer_13411> VIEIRA, Luis Henrique; SANTOS, Rafael; SANTOS, Wesley Zany. APLICAÇÃO DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS NA QUÍMICA: DATAÇÃO POR CARBONO-14. FARIAS, Robson Fernandes. A QUIMICA DO TEMPO CARBONO-14. Disponível em < https://pt.scribd.com/document/181601166/A-Quimica-do-Tempo-Carbono-14-pdf.
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