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Interação Clínico - Reparo e Inflamação

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Aula 4 – Reparo e 
Inflamação 
Reparo é o processo de cura de lesões teciduais e 
pode ocorrer por regeneração ou cicatrização. 
→ Regeneração: Acontece quando o tecido 
lesionado é substituído por células 
semelhantes. 
→ Cicatrização: É quando não pode acontecer a 
regeneração. Ela permite a continuidade do 
tecido. 
 
• Células lábeis são aquelas que se dividem 
constantemente. 
Essas células ficam em locais que frequentemente 
recebem estímulos lesivos, como a pele, e as mucosas 
(intestinos, cavidade vaginal, boca, faringe, olhos, 
narinas etc.). 
• Células quiescentes ou estáveis possuem baixo 
nível de replicação em seu estado normal, mas 
sob determinados estímulos podem se 
replicar. 
As células estáveis constituem o parênquima (células 
funcionais) da maioria dos tecidos sólidos, como 
fígado, rim e pâncreas, além das células endoteliais 
(vasos), células da musculatura lisa e tecido 
osteocartiaginoso (ossos e cartilagens) e fibroblastos. 
• Células permanentes ou perenes são 
consideradas terminalmente diferenciadas e 
não proliferativas na vida pós-natal. 
São formadas por células que não podem realizar 
mitose depois de seu desenvolvimento embrionário 
(não conseguem mais proliferar e a morte celular não 
resulta na substituição por outra de mesmo tipo). 
O músculo esquelético, por exemplo, é classificado 
como tecido permanente, porém células satélites 
fornecem alguma capacidade regenerativa a esse 
tecido. 
Reparo por Fibrose (cicatrização) 
A cicatrização ocorre quando o tecido original 
lesionado é substituído por um tecido conjuntivo, 
chamado fibrose. 
Embora a cicatriz fibrosa não possa realizar a mesma 
função das células perdidas do parênquima, ela 
fornece estabilidade estrutural para que o tecido 
lesado possa executar suas funções. 
Para que ocorra a cicatrização é necessário que haja a 
restauração da integridade do tecido lesionado, e em 
geral, isso ocorre em 3 fases: 
1. Fase inflamatória 
2. Fase proliferativa 
3. Contração e remodelação da ferida. 
Cada uma delas é mediada por citocinas e fatores de 
crescimento e podem ocorrer concomitantemente, 
ainda que de forma sequencial. 
Em um primeiro momento o espaço criado por uma 
ferida típica é preenchido por um coágulo, e um 
processo inflamatório se inicia. 
 
Fase Inflamatória 
Permite a migração de neutrófilos ao local da ferida, 
que iniciam a remoção de bactérias com a fagocitose. 
De 1 a 3 dias depois, macrófagos chegam para auxiliar 
os neutrófilos em sua função fagocítica e para a 
produção de fatores de crescimento. 
A inflamação (flogose) é uma resposta do organismo a 
uma lesão, invasão ou agressão sofrida. 
Edema = excesso de líquidos no interstício, que pode 
ser por exsudato ou transudato. 
A habilidade de um tecido para se reparar após 
um dano é influenciada principalmente pela 
capacidade de proliferação das células que o 
formam, pois, algumas células estão em 
constante divisão, enquanto outras raramente 
ou nunca se dividem. 
 
 
 
Exsudato = líquido inflamatório extra vascular que tem 
alta concentração de Proteínas e fragmentos celulares. 
Exsudação = extravasamento de líquido, proteínas e 
células sanguíneas do sistema vascular para o 
interstício ou cavidades corporais. 
Pus = exsudato purulento inflamatório rico em 
neutrófilos e fragmentos de células. 
OBS: Transudato não está relacionado ao processo 
inflamatório. É um líquido extracelular com baixa 
concentração de proteínas, resultante de um aumento 
na pressão hidrostática ou redução na pressão 
oncótica (pressão osmótica coloidal), pela falta de 
proteínas plasmáticas. 
Origem dos mediadores da resposta inflamatória 
(reação flogística): 
o Tecidos lesados e vasos rompidos fazem 
extravasar substâncias que ativam enzimas 
que promovem o reparo do tecido lesado, 
opsoninas, mediadores vasoativos, fatores 
quimiotáxicos e fatores algogênicos (que 
“produzem” dor). 
o Fagócitos liberam mediadores vasoativos que 
promovem vasodilatação e aumento da 
permeabilidade vascular, além de fatores 
quimiotáxicos, que promovem diapedese de 
células imunológicas em direção ao foco da 
inflamação. 
o Sistema complemento, que produz fragmentos 
peptídicos vasoativos, quimiotáxicos e 
opsonizantes, além dos fragmentos peptídicos 
que atuam sobre granulócitos, que por sua 
vez, liberam mais mediadores quimiotáxicos e 
vasoativos, amplificando a resposta 
inflamatória. 
o Formação de imunocomplexos entre antígenos 
e anticorpos presentes na superfície de 
mastócitos e basófilos (do isotipo IgE), que 
induz a desgranulação de mediadores 
inflamatórios e quimitáxicos. 
A inflamação produz quatro sinais principais: rubor, 
calor, tumor e dor 
➢ Rubor (vermelhidão) e calor produzidos pela 
dilatação de capilares e arteríolas aumenta o 
fluxo de sangue para o foco inflamatório 
(hiperemia). Além disso, o aumento no 
metabolismo celular local também contribui 
para o aumento da temperatura no local. 
➢ Tumor (edema) pelo aumento na 
permeabilidade das vênulas pós-capilares, que 
deixa extravasar exsudato com as proteínas do 
sistema complemento e os anticorpos para o 
foco da inflamação. 
➢ Dor causada pela pressão do edema sobre 
terminações nervosas e pelo distendimento 
dos tecidos no local e intensificada pela ação 
de mediadores químicos algogênicos, que 
diminuem o limiar da dor, tornando os 
neurônios locais muito mais sensíveis e 
excitáveis (hiperalgesia) do que normalmente. 
 
 
Os processos envolvidos são: 
1. Aumento no calibre dos vasos (vasodilatação 
arteriolar): 
Mediadores vasoativos relaxam a musculatura 
das arteríolas, que deste modo, dilatam, 
levando a um aumento no fluxo sanguíneo que 
irriga o local. 
2. Aumento na permeabilidade vascular (ou 
venular): 
É causado pela contração e afastamento das 
células endoteliais das vênulas, que formam 
“fendas” ou “poros” nas paredes, como 
resposta a substâncias vasoativas. 
 
Principais mediadores inflamatórios: 
Existem mediadores de ação rápida (aminas 
vasoativas) e mediadores de ação prolongada 
(substâncias plasmáticas e derivados do ácido 
araquidônico). 
 
 
Mediadores de ação rápida são liberados 
imediatamente após o estímulo agressor, têm ação 
principalmente sobre os vasos e envolvem o grupo das 
aminas vasoativas (principalmente a histamina e a 
serotonina). 
A histamina, por exemplo, atua sobre a parede 
vascular, promovendo vasodilatação e contração das 
células endoteliais, mas não exerce quimiotaxia sobre 
leucócitos. 
 
Mediadores de ação prolongada são liberados 
tardiamente diante da persistência do agente 
flogístico. Atuam tanto nos vasos quanto nos 
mecanismos de quimiotaxia celular. Compreendem 
dois grupos principais: substâncias plasmáticas e 
derivados do ácido araquidônico. 
 
- As substâncias plasmáticas são divididas em três 
grandes sistemas: 
 O sistema das cininas (plasmina e bradicina) 
 O sistema complemento 
 O sistema de coagulação (fibrinopéptideos). 
São mediadores mais tardios que as aminas vasoativas 
porque precisam chegar ao foco inflamatório junto 
com o exsudato. 
Bradicinina: Peptídio vasodilatador e aumentador da 
permeabilidade vascular. Atua em terminações 
nervosas provocando diminuição no limiar da dor. 
Plasmina: É uma protease que quebra proteínas 
teciduais como fibrina, protrombina, e globulinas. 
Sistema complemento: São proteínas cujos fragmentos 
ativados agem nas: permeabilidade vascular, 
vasodilatação, produção de derivados do ácido 
araquidônico, fatores de adesão leucocitária, 
quimiotaxia e opsonização de fagócitos. 
Fibrinopeptideos: São produtos da transformação do 
fibrinogênio em fibrina ou da ação da plasmina sobre 
essas duas substâncias. Têm ação quimiotática e 
podem aumentar a permeabilidade vascular. 
 
- Lipídios derivados do ácido araquidônico ou 
eicosanoides (prostaglandinas, prostaciclina,leucotrienos e tromboxanos). 
O ácido araquidônico é um ácido graxo 
eicosatetraenóico, do tipo ômega 6, essencial, 
presente nos fosfolipídios das membranas das células. 
Praticamente todas as células produzem eicosanoides, 
com exceção das hemácias e apesar de serem 
chamados de mediadores de ação prolongada, os 
eicosanoides têm meia-vida bem curta, de minutos, 
sendo constantemente produzidos durante a 
manutenção do estado de inflamação ou de seus 
outros efeitos biológicos. 
Os principais eicosanoides produzidos pela LOX são os 
leucotrienos: 
Os leucotrienos são potentes broncoconstrictores e 
estimulam a secreção de muco no sistema 
respiratório. Na inflamação promovem vasodilatação, 
aumento da permeabilidade vascular. 
 
 
Tipos de inflamação: 
As inflamações podem ser classificadas de acordo com 
a duração. 
O período usado para classificar os tipos de inflamação 
mudam de autor para autor, mas de forma 
simplificada e didática, para nossa disciplina podemos 
usar o “critério dos três”. 
 Superagudas: inflamações com duração de 
horas a três dias. 
Geralmente predominam fenômenos vasculares 
exsudativos com infiltrados de leucócitos 
polimorfonucleares, sobretudo os neutrófilos. 
 Agudas: inflamações com duração de 3 dias a 3 
semanas. 
Frequentemente predominam fenômenos 
proliferativos (com proliferação de fibroblastos e 
angioblastos) e infiltrado de células mononucleares 
(macrófagos e linfócitos B e T). 
 Subagudas = tem duração de 3 semanas a 3 
meses. 
 
 
Inflamações de maior duração são caracterizadas por 
hiperemia, edema, proliferação de fibroblastos e 
angioblastos. 
 Crônica: inflamações com duração superior a 3 
meses. 
É um processo prolongado pela persistência do agente 
lesivo, caracterizado por infiltrado de macrófagos e 
linfócitos B e T, destruição tecidual pela persistência 
do agente lesivo ou pela ação das próprias células 
imunológicas. 
Em certos casos a inflamação crônica pode ser do tipo 
granulomatosa, quando células imunológicas isolam o 
agente agressor formando um tecido que o encapsula, 
formado granulomas (consistem em nódulos formados 
especialmente por macrófagos, mas que também 
podem conter outros leucócitos, e servem para isolar 
bactérias, fungos ou outras substâncias estranhas ao 
organismo). Os granulomas ocorrem frequentemente 
na tuberculose, na hanseníase e na sífilis. 
 
 
Tipo de exsudato – Podemos dividir as inflamações 
em: 
 Inflamação Serosa: 
Causada por acúmulo de líquido aquoso, pobre em 
proteínas, geralmente transparente e incolor ou muito 
pálido no tecido afetado, indica modesto aumento da 
permeabilidade venular no local, por exemplo, uma 
bolha formada após uma queimadura ou atrito 
contínuo dos pés no calçado. 
 
Chamamos de bolhas as lesões maiores que 5mm e 
vesículas as lesões menores. 
 Inflamação mucosa ou catarral: 
Quando produz um exsudato viscoso, com alto teor de 
mucina. Ocorre apenas em tecidos que produzem 
muco, como o trato respiratório, digestório ou gênito-
urinário. 
 
 
 Inflamação Fibrinosa (ou 
pseudomembranosa): 
Causada por uma maior permeabilidade vascular, 
permitindo o extravasamento de exsudato rico em 
proteínas grandes, sobretudo fibrinogênio, que é 
convertido em fibrina. Acontece geralmente na 
superfície de membranas como pleura, peritônio e 
pericárdio ou locais onde existe mucosa, como 
intestino, faringe, laringe, trato gênito urinário, etc. 
 
 
 Inflamação Supurativa ou Purulenta: 
É caracterizada pela produção de exsudato amarelo ou 
esverdeado, formado principalmente por neutrófilos e 
células necróticas. Geralmente associada a infecções, 
sobretudo bacterianas. 
 
 
 
 
 
 
 Inflamação hemorrágica: 
Caracterizada pela presença de hemácias no exsudato, 
junto às células imunológicas, demonstrando elevada 
permeabilidade venular ou rompimento de vasos e 
está frequentemente associada a maior severidade do 
agente agressor. 
 
Frequentemente as inflamações se apresentam de 
forma mista, ou seja, ocorrem dois ou mais tipos de 
exsudatos simultaneamente. 
 
Fase Proliferativa 
Nesta fase ocorre a criação de células e substâncias 
que preencherão o espaço criado pela ferida, em um 
tecido de granulação róseo. 
As células mais importantes são os fibroblastos. 
O tecido de granulação é um tecido edemaciado, 
preenchidos com exsudato proveniente dos vasos 
imaturos e frágeis. 
A etapa final dessa fase é a proliferação de células 
epiteliais que formam uma nova camada de pele. 
Aproximadamente 10 dias após o início de todo o 
processo, o tecido de granulação vai recebendo mais 
colágeno e começa a adquirir aparência mais 
característica da cicatriz fibrótica. 
 
 
 
Fase de contração e remodelação 
Aproximadamente 3 semanas após a ocorrência da 
lesão, e pelos próximos 6 meses ou mais, ocorre uma 
redução maior no número de vasos e a remodelação 
do tecido cicatricial. 
Nessa fase, a cicatriz encolhe. 
O processo de remodelamento da cicatriz envolve a 
reorientação das fibras de colágeno, que inicialmente 
é feita de maneira aleatória, mas que com repetidas 
etapas de lise, síntese, redirecionamento e religação 
das cadeias laterais formando fibras maiores. 
Por fim, anexos da pele, como folículos pilosos, 
melanócitos e glândulas podem sofrer alguma 
regeneração, mas limitada, por isso, a coloração da 
cicatriz frequentemente permanecerá mais pálida. 
O termo fibrose é mais frequentemente usado para 
descrever a extensa deposição de colágeno que ocorre 
nos pulmões, fígado, rins e outros órgãos, resultante 
da inflamação crônica, ou no miocárdio após extensa 
necrose isquêmica (infarto). 
 
Tipos de Cicatrização 
→ Cicatrização por Primeira Intenção 
Quando as bordas de uma ferida estão próximas e 
limpas, isentas de sujidades e sobretudo de 
microrganismos, ocorre a cicatrização de primeira 
intenção. 
 
 
→ Cicatrização por Segunda Intenção (margens 
separadas) 
Feridas maiores, que apresentam maior perda de 
tecido e de contaminação, cicatrizam por segunda 
intenção. A cicatrização é mais lenta e resulta na 
formação de maior quantidade de tecido cicatricial. 
 
 
 
 
→ Cicatrização por Terceira Intenção (margens 
separadas e preenchidas com enxerto) 
 
 
Possíveis Complicações no Processo de Cicatrização: 
Formação deficiente de tecido de granulação, levando 
à deiscência (abertura de suturas) e ulceração da 
ferida. 
 
 
 
Cicatrização Hipertrófica: Acontece por excesso de 
deposição de tecido, mas dentro dos contornos 
originais da ferida, formando uma cicatriz mais alta. 
 
 
Queloides: São massas tumorais causadas por excesso 
de produção de tecido cicatricial. 
O tecido cresce além das bordas originais da ferida, 
invadindo o tecido íntegro ao redor da lesão. 
 
 
 
Contratura: Exagero no processo de contração da 
ferida, podendo causar mão em garra ou movimentos 
das articulações limitado.