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Saúde Mental - Transtorno Afetivo Bipolar


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Saúde Mental - Transtorno Bipolar 
→ Um estudo acompanhou pacientes portadores de 
transtorno afetivo bipolar por 15 anos, sendo observado 
que aqueles portadores tipo I passam 31% do tempo em 
depressão e 10% em mania, já os do tipo II ficam 50% do 
tempo em depressão e 1,4% em mania. 
→ Dentre os objetivos do tratamento é o controle da 
mania aguda, da depressão aguda, prevenção de 
recorrências de mania e depressão. 
→ Indicado, além das intervenções farmacológicas, as 
psicoterápicas para o paciente e sua família. 
→ A intervenção farmacológica, geralmente, deve ser 
associada com mais de uma classe medicamentosa. 
Quadro Clínico 
→ Transtorno afetivo bipolar tipo I: episódios alternados 
de mania, devendo haver pelo menos um quadro de 
episódio maníaco, depressão e normalidade. 
→ Transtorno afetivo bipolar tipo II: episódios alternados 
de hipomania e depressão. 
→ Em casos mais graves pode apresentar delírios, 
podendo ser confundido com esquizofrenia. 
Diagnóstico 
→ É necessário que os critérios abaixo sejam 
preenchidos para um episódio maníaco, tendo existido 
episódios hipomaníacos ou depressivos maiores. 
Episódio Maníaco 
→ Período de humor anormal persistentemente elevado, 
expansível ou irritável, aumento anormal e persistente da 
energia dirigida a objetivos, com duração mínima de uma 
semana, presente na maior parte do dia, quase todos os 
dias. Se houver hospitalização devido a esse sintoma, 
qualquer duração já se enquadra. 
→ Durante o período descrito acima, pelo menos três 
dos sintomas devem estar presentes, se o humor for 
irritável, deve haver pelo menos quatro dos sintomas. 
 ↪ Autoestima inflada; 
 ↪ Redução da necessidade de sono; 
 ↪ Mais loquaz do que o habitual; 
 ↪ Fuga de ideias e pensamentos acelerados; 
 ↪ Distrabilidade; 
 ↪ Aumento da atividade dirigida a objetivos ou 
agitação psicomotora; 
 ↪ Envolvimento excessivo em atividades com 
elevado potencial para consequências dolorosas. 
→ Perturbação do humor é grave o suficiente para gerar 
um prejuízo acentuado no funcionamento social ou 
profissional ou havendo necessidade de hospitalização. 
→ O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de 
uma substancia ou outra condição médica. 
Episódio Hipomaníaco 
→ Segue o mesmo padrão do DSM-5 já citado acima, 
entretanto, em menor intensidade. 
Diagnóstico 
Diferencial 
→ Psicoses esquizoafetivas, esquizofrenia, psicoses 
coloides, quadros orgânicos cerebrais, quadros associados 
a condições clinicas gerais, uso de substancias ilícitas e 
desencadeadas por medicamentos (corticoides e 
antidepressivos). 
Tratamento 
→ Uso de estabilizadores de humor como carbonato de 
lítio associados com antipsicóticos atípicos como a 
Olanzapina, risperidona, Aripiprazol, quetiapina, Paliperidona, 
Asenapina e lurasidona. 
→ Pacientes com mania mista, disfórica e cicladores 
rápidos não respondem bem ao lítio, sendo indicado o uso 
de ácido valpróico, Carbamazepina e antipsicóticos atípicos. 
→ Pacientes em uso de lítio devem ser monitorizados 
com exames laboratoriais devido a sua toxicidade. 
 ↪ A dosagem deve ser feita sempre após 12 
horas da última ingestão; 
 ↪ No inicio dosa-se após 5 a 7 dias do início do 
uso; 
 ↪ Depois a cada 7 ou 14 dias; 
 ↪ Posterior controle a cada 2 a 3 meses nos 
primeiros 6 meses; 
 ↪ Após os 6 meses, controle a cada 4 meses. 
→ Os níveis séricos devem ficar entre 0,5 a 1,2 mEq/l, 
sendo que o mais alto é indicado para quadros mais 
agudos. A dose de manutenção deve ser de 0,6 a 0,8 
mEq/l. 
→ Inicio com 300 mg pela noite, aumentado a dose 
gradativamente até atingir os níveis desejados. 
→ A dosagem dos hormônios tiroidianos deve ser feita 
semestral ou anualmente. 
→ Antes do inicio do tratamento devemos realizar 
exames laboratoriais: 
 ↪ Hemograma, eletrólitos, função renal, função 
tiroidiana, glicose. 
 ↪ Em pacientes com mais de 40 anos solicitar, 
além dos já citados, ECG. 
→ Dentre os efeitos adversos teremos: sele, poliuria, 
problema de memória, tremores, ganho de peso, 
sonolência, diarreia, náuseas, azia, peso nas pernas, sendo 
esses quatro últimos apenas no início do tratamento. 
 ↪ Diarreia e tremores grosseiros tardios podem 
indicar intoxicação por lítio. 
→ Os efeitos tardios do lítio, teremos hipotireoidismo, 
sendo necessário a suspensão do uso do fármaco e 
substituição por novo estabilizador de humor. Pode haver 
aumento dos níveis de cálcio, edema, acne, agravamento 
da psoríase, tremores, ganho de peso, pode gerar ataxia, 
fala pastosa e síndrome extrapiramidal. 
→ A intoxicação por lítio possui como sintomas: disartria, 
ataxia e tremor grosseiro, sonolência, fasciculações 
musculares, diarreia profusa, hiper reflexia, visão turva, fala 
pastosa, arritmia cardíaca, convulsões. 
 ↪ O manejo da intoxicação varia de acordo com 
a gravidade: em casos leves, deve-se suspender o 
medicamento e induzir diurese com manitol. Já em casos 
mais graves, pode ser necessária dialise. 
→ Interações medicamentosas podem ocorrer: 
 ↪ Aumentar níveis séricos de lítio: 
Carbamazepina, diuréticos tiazídicos ou antagonistas de 
aldosterona, inibidores da enzima conversora de 
angiotensina (IECA) e AINEs como ibuprofeno, diclofenaco, 
indometacina, naproxeno, fenilbutazona e sulindaco. 
 ↪ Neuro epiléticos podem potencializar 
aparecimento de síndrome extrapiramidal. 
 ↪ Antiarrítmicos como os quinidínicos podem 
potencializar os efeitos sobre a condução cardíaca. 
→ O uso de tricíclicos e os duais (ISRN) pode gerar 
alteração para fase maníaca, além de poder desencadear 
o aparecimento de ciclagem rápida e episódios mistos. 
 ↪ O tratamento da depressão nesses pacientes 
deve ocorrer através do uso de estabilizadores de humor 
e, quando necessário, pode ser empregado a bupropiona 
ou ISRS. 
Anticonvulsivantes 
Valproato de Sódio 
→ Estudos indicam sua eficácia no tratamento da mania 
aguda, além de mais eficaz do que o lítio na mania mista e 
nos cicladores rápidos. 
→ Algumas pesquisas abertas indicam uma boa resposta 
no uso desse medicamento para a profilaxia da doença 
bipolar. 
→ Dentre os efeitos colaterais teremos: sedação, 
perturbações gastrointestinais, náuseas, vômitos, diarreia, 
elevação benigna das transaminases e tremores, 
leucopenia assintomática, trombocitopenia, queda de 
cabelo, aumento de peso e apetite, síndrome do ovário 
policístico e hiperandrogenismo. 
 ↪ A leucopenia pode ser significante, sendo 
necessário a suspensão do uso do medicamento. 
 ↪ São relatados casos de morte devido a sua 
hepatotoxicidade, pancreatite e agranulocitose, embora 
raros. 
→ Sua intoxicação deve ser manejada através da 
hemodiálise. 
→ Deve ser iniciado com doses baixas de 250 mg/dia, 
aumentando gradualmente em 250 mg com intervalo de 
alguns dias até atingir a concentração sérica de 50 a 100 
mg/dl, não devendo exceder a quantidade de 60 
mg/kg/dia. 
 ↪ Deve-se acompanhar níveis séricos, 
hemograma e enzimas hepáticas. 
→ Pode haver queda dos níveis séricos quando utilizado 
em associação com a carbamazapina e aumento quando 
associado a fluoxetina e ácido acetilsalicílico. 
Carbamazepina 
→ Alguns estudos citam como droga de segunda escolha 
para o transtorno afetivo bipolar, com taxa de sucesso de 
61% na fase aguda, além de alguns estudos sugerirem 
eficácia na profilaxia. 
→ Os níveis séricos alvo são de 4 a 12 mg/ml. 
→ Existe a interação medicamentosa como 
anticoncepcionais e redução de hormônios tiroidianos. 
→ Dentre os efeitos adversos teremos a diplopia, visão 
borrada, fadiga, náusea e ataxia, sendo efeitos transitórios. 
 ↪ Rash cutâneo, leucopenia leve, trombocitopenia 
leve, hipo osmolaridade e ligeira elevação de enzimas 
hepáticas são menos frequentes, mas ocorrem. 
 ↪ Agranulocitose, anemia aplásica, dermatite 
esfoliativa e pancreatite são raras, mas mortais. 
→ A dose deve ser iniciada de 100 a 200 mg/dia,sendo 
aumentada gradualmente até atingir as concentrações 
séricas terapêuticas. Elas devem ser divididas em 3 a 4 
doses/dia, não devendo ultrapassar 1200 mg/dia. 
→ A monitorização deve ser feita através de hemograma 
e função hepática a cada 2 semanas nos primeiro 2 
meses e posteriormente a cada 3 meses. 
Lamotrigina 
→ Possui bons estudos para tratamento da depressão 
bipolar e profilaxia das fases depressivas da doença bipolar. 
→ Possui como efeitos colaterais a tontura, ataxia, 
sonolência, cefaleia, diplopia, náuseas, vômitos e rash 
cutâneo, podendo ocorrer síndrome de Stevens-Johnson. 
→ Pode haver redução do ácido fólico quando em uso 
de lamotrigina, não devendo ser utilizada durante a 
gestação. 
→ Inicio do uso em doses baixas com 25 mg/dia durante 
uma semana, seguida por 50 mg/dia por mais duas 
semanas. Usa-se doses de 50 a 250 mg/dia. 
 ↪ Em pacientes em uso de ácido valpróico, é 
necessário redução pela metade das doses, essa 
associação aumenta chances de rash cutâneo. 
Antipsicóticos Atípicos 
→ Usados na fase de mania aguda, mas evitados por seus 
efeitos colaterais como parkinsonismo, acatisia, risco de 
desenvolvimento de discinesia tardia. 
→ Dentre os medicamentos teremos: Olanzapina, 
risperidona, quetiapina, zisprasidona, ariprazol, Asenapina e 
Paliperidona. 
 ↪ A Olanzapina associada a fluoxetina mostra 
sucesso na fase de manutenção e também no tratamento 
da depressão bipolar.