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HIPERTERMIA E HIPOTERMIA Em julho de 1995, uma prolongada onda de calor atingiu a cidade de Chicago nos Estados Unidos, matando mais de seiscentas pessoas. Entre os dias doze e vinte de julho, a temperatura oscilou entre 33°C e 40°C, atingindo no dia treze um pico de 48°C 1 Entre os meses de agosto e setembro de 2003, cerca de quinze mil pessoas morreram na França em decorrência de uma forte onda de calor sobre uma região despreparada, pois o serviço médico estava bastante reduzido em função do período de férias. Ao longo de vinte e um dias a temperatura atingiu picos de 45°C Durante a terceira etapa de uma competição de Mountain Bike dentro do Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), uma competidora sentiu-se mal após percorrer parte do trajeto sob sol forte a uma temperatura de aproximadamente 42°C. A ciclista não resistiu e faleceu durante o trajeto ao hospital. A hipertermia é a terceira maior causa de morte entre atletas universitários nos Estados Unidos. Por conta disso, muitos centros de pesquisa têm investigado nos últimos anos, os fatores associados ao desequilíbrio do mecanismo termorregulador em situações de estresse térmico e de esforço físico. HIPERTERMIA Hipertermia em crianças 2 • Crianças e adultos têm algumas diferenças anatômicas e fisiológicas que facultam às crianças e aos adolescentes maior vulnerabilidade à insolação, como: • Produção de calor: crianças produzem mais calor por quilograma de peso em razão da sua maior taxa metabólica basal; • Superfície corpórea: crianças absorvem mais calor do ambiente em virtude da sua maior superfície corpórea em relação à massa corpórea; • Circulação corpórea: com volume sanguíneo absoluto menor, a circulação da criança tem capacidade limitada de levar o aquecimento à periferia, onde o calor pode ser dissipado; • Produção de suor: além de começarem a transpirar em temperaturas mais altas, crianças têm menor produção de suor por glândula quando comparadas com adultos; • Reposição fluídica: crianças e adolescentes tendem a fazer reposição inadequada de fluidos durante atividade física prolongada. Hipertermia em crianças ; • O tratamento pré-hospitalar consiste em, inicialmente, retirar a fonte de calor (no caso de adolescentes atletas, retirar excesso de roupas, como uniforme e equipamentos de proteção) e iniciar resfriamento ativo. Como não há consenso na literatura sobre qual é a melhor forma de resfriamento para crianças, são indicadas a aplicação de ice packs em axilas, região inguinal e pescoço. 3 Informações Importantes • A insolação acontece quando o sistema de controle da temperatura do corpo falha e a temperatura corporal sobe para um nível perigosamente alto. É uma condição que oferece risco de morte. • As vítimas com insolação podem ter pele quente, seca, avermelhada, batimentos cardíacos acelerados e ficarem desorientados, confusos ou inconscientes. • Trate casos de insolação como emergências médicas. Siga os procedimentos de assistência primária. • A exaustão térmica ocorre quando a ingestão de fluido não é suficiente para compensar a perda por meio da transpiração. • As vítimas com exaustão térmica podem apresentar pele fria e úmida, batimentos cardíacos fracos, náusea, tontura e fraqueza. HIPERTERMIA CLÁSSICA INSOLAÇÃO OU EXPOSIÇÃO A AMBIENTES QUENTES ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL POR EXPOSIÇÃO EXCESSIVA AO CALOR 4 SINAIS SINTOMAS 1. Temperatura corporal de 40,5 a 43,3 º C; 2. Respirações profundas, seguidas de respirações superficiais; 3. Pulso rápido e forte, seguido de pulso rápido e fraco; 4. Pele seca e quente. Às vezes, avermelhada; 5. Pupilas dilatadas; 6. Perda da consciência; 7. Convulsões e/ou 8. Tremor muscular podem estar presentes; 9. Coma. Pupila dilatada Insolação – Assistência à vítima • PARE – Avalie e observe a situação – A vítima foi exposta a algum ambiente quente? • PENSE – Considere a sua segurança e elabore um plano de ação – Há alguma área arejada com sombra nas proximidades? 5 • AJA – Verifique a consciência da vítima e acione o resgate. Faça uma avaliação primária e monitore os sinais vitais. • Mova a vítima para uma área arejada com sombra. • Resfria imediatamente a vítima com uma esponja molhada ou borrife água fria. • Cubra a vítima com um pano molhado e continue monitorando. • Troque a roupa molhada pela seca quando a temperatura voltar ao normal. HIPERTERMIA INDUZIDA POR ESFORÇO EXAUSTÃO TÉRMICA Perda de fluídos e temperatura corporal de até 40°C COLAPSO CIRCULATÓRIO POR EXCESSO DE ATIVIDADE FÍSICA SOB O CALOR. SINAIS/SINTOMAS 1. Respiração rápida e superficial; 2. Pulso fraco; 3. Pele fria e às vezes, pálida; 4. Sudorese intensa; 5. Debilidade física generalizada (fraqueza muscular); 6. Tontura e às vezes inconsciência. 6 Exaustão Térmica – Assistência à vítima • Mova a vítima para um local arejado. • Deite a vítima e eleve suas pernas. • Dê água fria ou bebida isotônica (Gatorade) para a vítima beber com um intervalo de alguns minutos. • Resfria a vítima abanando-a ou borrifando água fria. • Continue a prestar assistência à vítima até que a temperatura volte ao normal. • Caso não tenha chamado o resgate, incentive a vítima a procurar um médico. • Se a condição da vítima piorar coloque-o lateralizado em posição de recuperação e acione o resgate. HIPERTERMIA 5 ESTÁGIOS • EDEMA • CÃIBRAS • EXAUSTÃO • SÍNCOPE • CHOQUE HIPERTÉRMICO 7 PROCEDIMENTOS ✓Remover a vítima para um ambiente seguro, fresco e arejado; ✓Remover as roupas da vítima, se necessário; ✓Aplicar compressas frias (temperatura ambiente) pescoço, axilas, região inguinal e joelhos; ✓Não utilizar compressas com álcool; ✓Dê água fria ou bebida isotônica aos poucos; ✓Ter cautela para não provocar hipotermia; ✓Caso a temperatura não volte ao normal, transportar a vítima o mais rápido possível. PREVENÇÃO • Evitar se exercitar e praticar esportes ao ar livre nos horários de maior calor do dia (entre as 11 da manhã e as 4 da tarde); • Manter-se sempre hidratado; • Preferir sempre locais bem ventilados. 8 HIPOTERMIA CONCEITO DIMINUIÇÃO ACENTUADA DA TEMPERATURA CORPORAL (ABAIXO 35º) Hipotermia acidental • Bebês e crianças pequenas são mais suscetíveis à hipotermia do que crianças maiores, adolescentes e adultos. Quanto mais jovem a criança, maior a superfície corpórea em relação à massa, favorecendo a perda de calor. Outros agravantes incluem o escasso estoque de glicogênio para dar o suporte para a produção de calor e a limitada capacidade de reconhecer a hipotermia, de modo a evitá-la. • O manejo inicial consiste no aquecimento passivo da criança hipotérmica, retirando as roupas molhadas, envolvendo-a em cobertores e mantendo-a em um ambiente aquecido. Em seguida, promover o aquecimento externo ativo, com aplicação de bolsas térmicas, por exemplo, priorizando o aquecimento do core. Nos casos mais graves, deve ser feito o aquecimento interno ativo, com infusão de soro fisiológico aquecido e oxigênio inalatório aquecido. A criança consciente deve ser alimentada normalmente. 9 HIPOTERMIA SINAIS/SINTOMAS 1. Pele fria e seca; 2. Calafrios; 3. Sensação de adormecimento nas extremidades; 4. Distúrbios visuais; 5. Sonolência; 6. Letargia (movimentos musculares lentos); 7. Bradipnéia (frequência respiratória lenta); 10 8. Bradicardia (frequência cardíaca lenta); 9. Inconsciência; 10. Parada cardíaca e respiratória. Informações Importantes • Uma vítima com hipotermia grave pode ficar desorientada, confusa, perder a coordenação ou ficar inconsciente; • Uma vítima com hipotermia moderada pode continuar consciente e alerta, mas exibindo tremores e um pouco de falta de coordenação; • Trate a hipotermia que altere o estado de consciência da vítima ou altere sua coordenação como uma emergência médica. Siga os protocolos de assistência primária; • Uma vítima sofrendo de hipotermia grave pode ter ventilação ou batimentos cardíacos tão baixos que dificultam sua detecção. Portanto as tentativas de reanimação não devem parar até a vítima ser aquecida.ABAIXO DOS 32º C – RISCO DE MORTE NÍVEIS ✓LEVE (35º – 33º C) – FRIO, TREMOR, LETARGIA, PELE FRIA, ETC; ✓MODERADA (33º – 30º C) – DIMINUI O TREMOR, SONOLÊNCIA, ALTERAÇÕES NA MEMÓRIA, RIGIDEZ MUSCULAR, ETC; 11 ✓GRAVE (MENOS DE 30º C) – INCONSCIÊNCIA, PCR E MORTE; CAUSAS ✓AGUDA – (SEGUNDOS-MINUTOS) – OCEANO; ✓SUBAGUDA – (HORAS) – AMBIENTES FRIOS; ✓CRÔNICA – PATOLOGIA. PROCEDIMENTOS ❖RETIRAR A VÍTIMA DO LOCAL; ❖REMOVER A VESTES MOLHADAS; ❖SECAR O CORPO DA VÍTIMA; ❖AQUECER A VÍTIMA; HIPOTERMIA MODERADA ABAIXO DOS 33° a 30º C Assistência • Mova a vítima para uma área protegida, seca e quente e enrolada em cobertores ou roupas quentes. • Se a vítima estiver molhada, providencie roupas secas e quentes. • Administre líquidos quentes em pequenas quantidades, sem álcool ou cafeína. 12 • Continue a prestar assistência até que a vítima esteja totalmente aquecida. • Monitore os sinais vitais. HIPOTERMIA GRAVE ABAIXO DOS 30º C – RISCO DE MORTE Assistência à vítima • PARE – Avalie e observe a situação – A vítima foi exposta a um ambiente frio? • PENSE – Considere a sua segurança e estabeleça um plano de ação – Há alguma área seca e quente nas proximidades? • AJA – Verifique o estado de consciência da vítima e acione o resgate. Faça os protocolos de avaliação primária e secundária. • Não mova a vítima a não ser que seja necessário para evitar mais perda de calor. A movimentação pode causar arritmia. • Retire as roupas molhadas sem movimentar bruscamente a vítima. Cubra-a com cobertores ou roupas quentes. • Monitore os sinais vitais até a chegada do resgate. 13 CONGELAMENTO QUEIMADURA PELO FRIO, CONGELAMENTO SUPERFICIAL E PROFUNDO Informações importantes • O congelamento ocorre quando uma área do corpo congela e formam cristais de gelo dentro das células. • A queimadura pelo gelo é o primeiro estágio que afeta a pele superficial. A pele fica vermelha, dolorida e pode coçar. • O congelamento superficial afeta as camadas da pele, mas não os tecidos moles abaixo dela. A pele fica dura e branca. • O congelamento profundo afeta todas as camadas de tecidos, inclusive os músculos, tendões, vasos sanguíneos e nervos. A área pode ficar branca, roxa escura ou vermelha com bolhas e dura como madeira. • Trate casos de congelamento como emergências médicas. Siga os procedimentos de assistência primária e secundária. Assistência à vítima • PARE – Avalie e observe a situação – A vítima foi exposta a um ambiente frio? • PENSE – Considere a sua segurança e estabeleça um plano de ação – Há alguma área seca e quente nas proximidades? • AJA – Verifique o estado de consciência da vítima e acione o resgate. Faça os protocolos de avaliação primária e secundária. Monitore os sinais vitais. 14 • Mova a vítima para uma área protegida, seca e quente. Remova quaisquer itens causando constrição da área do corpo lesionada. • Comece a aquecer as áreas afetadas com o calor de seu corpo ou imergindo em água morna. Aqueça as partes afetadas lentamente. • Não esfregue nem massageie as áreas que sofreram congelamento. O processo de reaquecimento pode ser muito doloroso. • Monitore os sinais vitais até a chegada do resgate.
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