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Aula 3 - Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho

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Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho
O contrato de trabalho poderá ser suspenso ou interrompido diante de acontecimentos supervenientes ao longo da prestação laboral, conforme artigos 471 a 476-A. Logo, a interrupção e a suspensão são dois institutos que inviabilizam a extinção do contrato de trabalho e trazem algumas proteções à relação de emprego.
 
Suspensão do Contrato de Trabalho
 
É o “desaparecimento” total de direitos e deveres por parte de empregado e empregador, ou seja, não há prestação de serviços e nem pagamento de salários.
 
Forma de memorizar:
Suspensão – SEMSEM;
Sem trabalho e sem remuneração;
 
O empregado não trabalha, mas também não recebe.
 
Casos de suspensão:
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Suspensão disciplinar (art. 474, da CLT);
	
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Faltas injustificadas ao serviço;
	
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Aposentadoria por invalidez;
	
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Prisão preventiva ou temporária do empregado;
	
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Condenação com trânsito em julgado (artigo 482, d, da CLT);
	
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Qualificação profissional para participação do empregado promovido pelo empregador (art. 476-A, da CLT).
	
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Empregado diretor – “Súmula 269, TST. O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço deste período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego.”;
	
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Greve (artigo 7º da lei 7.783/89);
	
 
 
Interrupção do Contrato de Trabalho
 
É o “desaparecimento” parcial de direitos e deveres por parte de empregado e empregador, ou seja, não há prestação de serviços, mas há pagamento de salários.
 
Forma de memorizar:
 
Interrupção - SEMCOM;
Sem trabalho e com remuneração;
 
O empregado não trabalha, mas recebe remuneração.
 
“Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: 
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, viva sob sua dependência econômica; 
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; 
III - por 1 (um) dia, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana; (Inciso 
IV - por 1 (um) dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; 
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva; 
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra c do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar). 
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. 
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. 
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. 
X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira; (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.”
 
Também ocorrerá interrupção nos seguintes casos:
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Afastamento em virtude de aborto não-criminoso (artigo 395, da CLT)
	
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Professor que tem direito a 9 (nove) dias, por falecimento de pai, mãe ou filho (artigo 320, § 3º da CLT).
	
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Faltas consideradas como justificadas ao longo do contrato de trabalho:
	
 
Casos especiais
 
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Afastamento por doença: até os 15 (quinze) primeiros dias de afastamento serão computados como período de interrupção, sendo pagos os salários e a contagem do tempo de serviço para todos os efeitos legais (art. 60, § 3º, da Lei n. 8.213/91). Posterior ao décimo quinto dia, a doutrina coube por classificar como hipótese de suspensão do contrato de trabalho, como consequência ao não pagamento de salários, apenas de recebimento do benefício previdenciário.
	
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Acidente de trabalho: Aos primeiro 15 (quinze) dias é hipótese de interrupção do contrato de trabalho, porém, superior a tal período, ainda podemos dizer que modificação nenhuma haverá devido o artigo 4º, parágrafo único da CLT, persistindo a contagem do tempo de serviço e o empregador continua obrigado a depositar FGTS durante o afastamento do empregado (art. 15, §5º da Lei n. 8.036/90).
	
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Prestação do serviço militar: Enquanto perdurar a prestação do serviço militar serão computados como tempo de serviço e a obrigação dos depósitos do FGTS pelo empregador, bem como pagamento salarial referente aos primeiros 90 (noventa dias) conforme dispõe o artigo 472, § 5º, da CLT).
	
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Licença maternidade: A gestante terá o direito à licença de 120 (cento e vinte) dias, conforme a Carta Maior de 1988 em seu artigo 7º, XVIII, sem prejuízo do emprego e do salário, bem como o pagamento feito pelo empregador, compensado junto a Previdência Social.
	
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Férias Anuais Remuneradas: Ao período de férias, o empregado recebe remuneração acrescida de um-terço, como prevê a Constituição Federal no artigo 7º, XVII, tendo o período computado para todos os efeitos legais, o período aquisitivo do próximo período de férias.
	
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Repouso semanal remunerado: Trata-se de hipótese típica de interrupção do contrato de trabalho, como dispõe a Constituição Federal, no artigo 7º, XV e da Lei n. 605/49, em que o empregado não trabalha, mas seu empregador deverá obrigatoriamente pagar o salário correspondente, não tendo como continuar a contar como tempo de serviço.

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