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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS RELATÓRIO DO LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA FUNDAMENTAL Manaus 2018 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS CAROLINE DE NAZARÉ RELATÓRIO DO LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA FUNDAMENTAL Trabalho parcial solicitado para a Disciplina de Bioquímica Fundamental, ministrada pela Prof.ª Neves, do Curso de Ciências Naturais, da Universidade Federal do Amazonas. Manaus 2018 1. INTRODUÇÃO Os lipídios são componentes celulares insolúveis em água que podem ser extraídos de solventes não polares. Essa classe de compostos está amplamente distribuída em organismos vegetais e animais, cumprindo diversas funções como: armazenamento de energia, estrutura, função hormonal, auxilio enzimático, atuam como isolantes térmicos e agentes emulsificantes. Em nosso organismo eles atuam como fonte de calorias, transportando vitaminas lipossolúveis e suprindo algumas necessidades nutricionais específicas. Na produção de alimentos, essas moléculas são as responsáveis pela textura e pelo sabor (FCFAR UNESP, 2004). Os triacilgliceróis são compostos formados por meio da reação de um triálcool, chamado glicerol, com três cadeias de ácidos graxos, ou ácidos orgânicos de cadeia longa (LEHNINGER; NELSON; COX, 2011). Nos óleos vegetais existem vários tipos de triacilgliceróis, e isto é em decorrência da grande variedade de ácidos graxos participantes na formação do triacilglicerol (GÜNER; YAGCI; ERCIYES, 2006). Quanto maior o número de insaturações, menor é o ponto de fusão da substância, consequentemente, moléculas que possuírem muitas insaturações serão líquidas à temperatura ambiente, em contrapartida, moléculas que possuem poucas, ou nenhuma insaturação, serão sólidas à temperatura ambiente (FENNEMA, 2000). Para se obter a medida de insaturações dos óleos, pode ser utilizada a técnica de determinação de índice de iodo. Basicamente, esta determinação consiste da adição em excesso de iodo à amostra de peso conhecido, com o que se determina a quantidade de iodo livre em solução, fazendo a titulação com tiossulfato, em presença de amido, como indicador (ARAÚJO, 2006). A principal característica é a insolubilidade em água, devido a sua estrutura química, mas são solúveis em solventes orgânicos como éter, acetona, álcool, etc. (COSTA, YANNA, 2012). Emulsificação é a mistura entre dois líquidos imiscíveis em que um deles encontra-se na forma de finos glóbulos no seio do outro líquido. A reação de Saponificação é aquela em que um éster reage em meio aquoso com uma base forte, ou seja, é uma hidrólise alcalina. O sabão é produzido por meio do aquecimento de óleos ou gorduras vegetais em uma solução aquosa de uma base forte, como o Hidróxido de Potássio ou Hidróxido de Sódio, este comercialmente conhecido como soda cáustica. 2. OBJETIVOS 2.1 Pesquisar a presença de ácidos graxos insaturados nos diferentes tipos de óleos e gorduras; 2.2 Verificar as propriedades dos lipídios colocando em prática os conceitos de solubilidade, emulsificação e saponificação. 3. MATERIAIS E METODOLOGIA 3.1 Experimento 01: Determinação do grau de saturação dos ácidos graxos através do teste de iodo. 3.1.1. MATERIAIS E REAGENTES: Pipetas graduadas; Micropipetas; Tubos de ensaio; Ponteiras descartáveis; Pêra; Becker de 100 ml; Bastão de vidro; Banho-Maria; Etanol 95%; Solução de iodo 1% (lugol); Solução de amido 1%; Óleos vegetais; Solução alcoólica de KOH a 40%; Solução de Na2CO3 a 2%; Margarina. 3.1.2. METODOLOGIA EXPERIMENTAL: Foram separados 4 tubos de ensaio, em seguida, foram identificados e em cada um deles foram adicionados 2 ml de cada lipídio (tabela 01). Posteriormente, foram adicionados 200 μl de lugol diluído em cada tubo e aquecido em Banho-Maria até o desaparecimento da coloração alaranjada do lugol. Após resfriar em água em temperatura ambiente, foram adicionados 400 μl de solução de amido 1% a cada uma das soluções e por fim, foram misturados e observados. Reativos Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 Óleo de soja 2 ml - - - Óleo de coco - 2ml - - Azeite de oliva - - 2 ml - Margarina - - - 2 ml Sol. Iodo 1%(lugol) 200 μl 200 μl 200 μl 200 μl (Tabela 01) Por fim, foi feito um tubo controle contendo 400 μl de amido 1% e 200 μl de iodo para controle de reação positiva para presença de iodo livre e para comparar os resultados posteriormente. 3.2. Experimento 02: Propriedades gerais dos lipídios: solubilidade, emulsificação e saponificação. 3.2.1. Procedimento 1:Teste de solubilidade. 3.2.1.1 MATERIAIS E REAGENTES: Óleo vegetal; Acetona; 4 pipetas de vidro de 1 ml; 3 tubos de ensaio; Estante para tubos de ensaio; Pêra de borracha; Água destilada. 3.2.1.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: Foram separados e identificados dois tubos de ensaio. No tubo 1 foram adicionados 1 ml de água e 1 ml de óleo vegetal. No tubo 2, foram adicionados 1 ml de acetona e 1 ml de óleo vegetal (Tabela 02). Em seguida, foram agitados vigorosamente os tubos e por fim, foram deixados em repouso por 1 minuto e observados ao final. Reativos Tubo 1 Tubo 2 Água 1 ml Acetona 1ml Óleo vegetal (soja) 1 ml 1 ml (Tabela 02) 3.2.2. Procedimento 2:Teste de formação de emulsão. 3.2.2.1 MATERIAIS E REAGENTES: Óleo vegetal; Solução de Na2CO3 a 2%; 4 pipetas de vidro de 1 ml; 2 tubos de ensaio; Estante para tubos de ensaio; Pêra de borracha; Água destilada. 3.2.2.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: No tubo 1 foram adicionados 10 gotas de óleo vegetal (soja) e 2 ml de água e no tubo 2 foram colocados 10 gotas de óleo vegetal e 2ml de Na2CO3 de 2 ml. Por fim, foram agitados e observados. Reativos Tubo 1 Tubo 2 Óleo vegetal (soja) 10 gotas 10 gotas Água 2 ml - Na2CO3 - 2 ml (Tabela 03) 3.2.3. Procedimento 3: Teste de saponificação 3.2.3.1 MATERIAIS E REAGENTES: Óleo vegetal; Solução alcoólica de KOH a 40%; 1 pipeta de vidro de 5ml; 1 pipeta de vidro de 25 ml; 1 Becker de 100 ml; 1 bastão de vidro; Pêra de borracha; Banho-Maria ou chapa quente. 3.2.3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: Em um Becker foi adicionado 5 ml de óleo de soja e 25 ml da solução alcoólica de KOH a 40%. Em seguida, foi homogeneizado com o bastão de vidro e aquecido cautelosamente na chapa quente por 10 minutos e mantido em ebulição até evaporar o líquido e aparentar uma solução meio sólida. Ao final, foi adicionado uma pequena quantidade desse produto em um tubo de ensaio com 10 ml de água, agitado vigorosamente e observado. 4. RESULTADOS E DISCURSSÕES 4.1 Experimento 01 Determinação do grau de instauração dos ácidos graxos através do teste do iodo Reativos Tubo 01 Tubo 02 Tubo 03 Tubo 04 Resultado Óleo de soja 2ml - - - Insaturado Óleo de coco - 2ml - - Insaturado Azeite de oliva - - 2ml - Insaturado Margarina - - - 2ml Saturada Sol. Iodo 1%(lugol) 200uL 200uL 200uL 200uL Ao adicionarmos 200uL de iodo e agitarmos os tubos, observamos que o Tubo 02 foi o que melhor reagiu, mudando para cor preta meio azulado, em segundo o Tubo 03 que mostrou um pouco de azul em sua coloração. O Tubo 01 mudou para a cor branca formando pequenas precipitações. Do tubo 4 a 1 temos nesta ordem, vamos de saturadas a insaturadas, logo, a manteiga é a mais saturada, e isso se dever pelo fato de que ela não possui duplas ligações de carbono. 4.2 Experimento 02 4.2.1 Procedimento 01- Teste de solubilidade Reativos Tubo 01 Tubo 02 Agua 1ml Acetona 1ml Óleo de soja 1ml 1ml Devido sua formulaquímica, o óleo é considerado apolar e a água é polar, logo, eles não se misturam. Como observamos na imagem formou-se duas camadas. Embaixo a camada de agua e para cima uma camada mais densa que é a de óleo. Isso ocorreu no tubo 02. Já no tubo 01 a acetona com seus radicais livres fez a interação com o óleo, de modo a unir as duas camadas. Permanecendo incolor, como era a acetona anteriormente. 4.2.2 Procedimento02- Teste de formação de emulsão Reativos Tubo 01 Tubo 02 Óleo vegetal 10gotas 10gotas Agua 2ml - Na2Co3 - 2ml Sabendo que uma emulsão é um sistema coloidal consistindo de dois líquidos imiscíveis, um dos quais está dispersão não outro n/D forma de pequenas gotículas, com respeito ao sistema óleo-água podem existir dois tipos: uma emulsão agua em óleo, onde a agua é uma fase de dispersão e óleo é uma fase continua. No tubo 02 formou emulsão e vagarosamente foi se dispersando. O tubo 01 formou duas camadas, uma somente de óleo e outra de agua. 4.2.3 Procedimento 03-Teste de saponificação A formação de saponificação ocorre pela hidrólise alcalina usando um éstere, uma base inorgânica e agua, essa reação ocorre entre um ácido graxo existente em óleos ou gorduras com uma base forte com aquecimento, como utilizamos uma base composta por Sódio(Na), o sabão formado foi chamado de sabão duro. Ao colocarmos em um tubo, observamos a formação de algumas micelas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SOUZA, Karina Ap. de Freitas Dias de; NEVES, Augusto Valdir. EXPERIMENTOS DE BIOQUÍMICA – Lipídios. Disponível em: <http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/introducao_lipidios/introducao_ lipidios.htm>. Acesso em 17 out. 2018. Germano Matos, Antonio Zilverlan SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE POLIÉSTER OBTIDO A PARTIR DO ÓLEO DE MAMONA MODIFICADO, GLICEROL E NORBIXINA / Antonio Zilverlan Germano Matos - 2017. 78 f. : il. color. Bioquímica. Metabolismo dos Lipídios. Disponível em <http://mundobioquimico.blogspot.com/2013/06/metabolismo-dos- lipideos.html>. Acesso em 17 out. 2018. COSTA, Yanna Dias. LIPÍDIOS. Disponível em <https://www.infoescola.com/bioquimica/lipidios/>. Acesso em 17 out. 2018. SOUZA, Karina Ap. de Freitas Dias de; NEVES, Augusto Valdir. EXPERIMENTOS DE BIOQUÍMICA – Saponificação. Disponível em: < http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_lipidios/saponificacao.h tm>. Acesso em 17 out. 2018. MANUAL DA QUÍMICA. Reação de Saponificação. Disponível em: < https://manualdaquimica.uol.com.br/quimica-organica/reacao- saponificacao.htm>. Acesso em 17 out. 2018. ALIMENTAÇÃO LEGAL. O que é emulsificante?. Disponível em: < https://www.alimentacaolegal.com.br/o-que-e-emulsificante.html>. Acesso em 17 out. 2018. ARAÚJO Santana, Márcia Cristina, Huback Ferraz RODRIGUES, Juliana, CAVALI, Jucilene, Fialho de Aragão BULCÃO, Lucas. Lipídeos: classificação e principais funções fisiológicas. REDVET. Revista Electrónica de Veterinaria [en linea] 2017, 18 (Agosto-Sin mes). Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=63652581012>. Acesso em 17 out. 2018. INSTITUTO TECNOLÓGICO DO ESTADO DE GOIÁS. Bioquímica dos Alimentos. Disponível em <http://ead.go.gov.br/cadernos/index.php/CDP/article/download/197/149.>. Acesso em 17 out. 2018.