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DESENVOLVIMENTO 
DO PENSAMENTO 
FILOSÓFICO 
MÓDULO 3 
TÓPICO 1 
PROFESSOR ESPECIALISTA 
LUIS ALBERTO DA SILVA 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
Prezado acadêmico (a), 
 
Este módulo tem como objetivo compreender melhor o desenvolvimento do homem 
buscando a compreensão, nesse desenvolvimento, da importância da cultura e suas 
manifestações contemporâneas. 
A primeira parte explicita o conceito de cultura como um fazer humano diferente 
daquilo que foi “dado” pela natureza. A natureza é regular no sentido de funcionamento, é 
regida por leis invariáveis e deterministas. Um cachorro nasce para fazer o que todo cachorro 
faz, assim podemos aplicar esse raciocínio a todos os seres da natureza. A regra só não vale 
bem para o homem, que ao se distanciar da natureza produz cultura. Cultura é o modo como 
homem agindo sobre a natureza produz seu mundo, o mundo dos humanos. Uma questão de 
difícil compreensão e que nos insere no plano da reflexão sobre a cultura é: como o homem 
sendo natureza, portanto dotado das regularidades naturais, deixa de ser unicamente natureza 
e transforma-se em um ser cultural? 
A cultura interfere no modo como o homem enxerga o mundo, mas esse próprio 
enxergar está pleno de construção de si mesmo. No final temos que nos perguntar sempre 
para entendermos o que esse ser maravilhoso e enigmático produziu: o que é o homem? 
A antropologia é a ciência responsável por desvendar o homem e seus mistérios. 
Numa busca incansável procura clarificar questões, elementos materiais, elementos 
simbólicos solidificados em cada existência cultural para que encontre mais proximamente 
uma resposta a essa máxima questão. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
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 MÓDULO 3 – O HOMEM E A CULTURA. 
 
Tópico 1 : A CULTURA 
O que é o homem? É esta a primeira e principal pergunta da filosofia. (...) (Antonio Gramsci) 
Mire e veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre 
iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. (Guimarães Rosa) 
 
 
Fonte: http://noticiaagora.net.br/blog/?p=23335 
 O homem nasce em uma sociedade organizada por uma série de padrões e valores 
elaborados por seus antecessores, que estabeleceram modos de comportamentos e de 
crenças com o intuito de organizar a vida social (ou, quem sabe, estabelecer privilégios!). No 
entanto, com o passar do tempo e com a necessidade de aprimoramento da organização 
social, estes valores pré-estabelecidos necessitam ser mudados. Essa mudança geralmente 
causa conflito entre o velho (a tradição – aquilo que já estava fixado) e o novo (o pensamento 
inovador). 
 No nosso dia a dia não é difícil escutamos as pessoas dizerem algo que revela o 
pensamento de uma sociedade tradicional (em oposição à mudança de valores): 
 “homem não chora” 
 “homens devem ser os provedores da família” 
 “homens são racionais e objetivos” 
[Digite texto] 
 
 
 
 
 
Frases como essas revelam certos valores, comportamentos e ideias válidos para 
certas sociedades e são vistas como algo natural. Isso significa dizer que a sociedade precisa 
ser organizada por meio de valores, e que todos os seus membros devem acatar esses 
valores para se constituírem como comunidade. Esse tipo de pensamento considera que o 
que é determinado pelas convenções culturais são regras universais e devem ser respeitadas 
como tais, independente de qualquer ação humana. Ou seja, algo criado culturalmente é 
encarado como natural e imutável. Mas, se prestarmos atenção, facilmente notaremos que 
muitos desses tipos de frases (que comumente escutamos) estão repletos de contradições e 
de senso comum, limitando as possibilidades múltiplas da ação do homem no mundo. Desse 
modo, podemos (e devemos) questionar muitas delas. Vamos examinar uma dessas frases, 
bastante presente, ainda, em nossa sociedade contemporânea: “homem não chora”. Sem 
grande esforço podemos notar o caráter machista e, sobretudo, contraditório desta assertiva. 
Mas... o que pode caracterizar melhor o valor “homem”? O seu posicionamento ético 
frente à vida ou seu controle emocional, dureza e rigidez em não chorar? Questionamento 
semelhante podemos fazer em relação à mulher... A posição e o papel que ela ocupou, 
durante séculos, são mesmo frutos de fragilidades biológicas ou há nisso algum componente 
cultural? 
 
Vamos pensar um pouco! 
... uma das características da nossa civilização é ser androcêntrica, ou seja, 
centrada na figura masculina. Os direitos, deveres, aspirações e sentimentos das 
mulheres se acham há tempos (calculam-se seis milênios!) subordinados aos 
interesses do patriarcado, isto é, ao sistema de relações sociais que garante a 
dependência da mulher em relação ao homem. Geralmente as formas de 
dominação se impõem pela “naturalização”, que consiste em considerar naturais 
certas características que na verdade foram construídas, a partir das relações 
sociais. (ARANHA; MARTINS, 1992, p. 183). 
 
 Voltemos às frases com as quais abrimos essa unidade. O enunciado que aponta os 
“negros como pessoas preguiçosas” também é enganoso (uma falácia, podemos dizer em 
termos filosóficos!), pois sabemos que eles foram trazidos escravizados da África pelos 
colonizadores (é sempre bom lembrar isso!), justamente por serem considerados hábeis ao 
trabalho e pela grande força física que tinham, necessária ao trabalho nos engenhos de açúcar 
e nas lavouras de café. 
[Digite texto] 
 
 
 
 
 
Falácia: Para Aristóteles, qualquer enunciado ou raciocínio falso que, entretanto, simula a 
veracidade; na escolástica, o termo é utilizado para a caracterização do silogismo sofístico do 
aristotelismo, que consiste em um raciocínio verossímil, porém inverídico. 
Além disso, a historiografia brasileira já mostrou que, “por razões econômicas, a elite 
dominante do século XIX considerou mais lucrativo realizar a abolição da escravatura e 
substituir os escravos africanos pelos imigrantes europeus.” (CHAUI, 1997, p. 289). Com essa 
política de troca de mão de obra, os negros foram libertos sem nenhuma condição de trabalho, 
sem moradia ou educação. Muitos deles, sem ter o que fazer e onde morar, viviam 
perambulando pelas ruas. Essa situação perversa os transformou, segundo um olhar 
preconceituoso e não crítico, em preguiçosos. 
Em resumo, o enunciado, aceito comumente como verdadeiro por uma parte das pessoas, é, 
na verdade, fruto de uma condição histórica, construída pelo homem. 
Todos estes enunciados que expressam uma verdade absoluta podem ser, por meio da 
reflexão crítica, facilmente refutados e percebidos como não naturais. Isso nos mostra que o 
homem (e sua maneira de pensar e se organizar socialmente) é fruto das condições sociais, 
políticas, históricas, éticas em que vivem. Dessa forma, a concepção 
do homem como um ser natural não se sustenta, pois se torna 
evidente que sua ação em seu meio define seu modo de ser, agir e 
pensar. 
 Para o filósofo materialista Karl Marx, a cultura de um povo 
está diretamente ligada a sua história, acionada pelas lutas de classe. 
O pensador alemão entendia que a cultura de um povo é criada por 
condições determinadas pelo trabalho e pela organização econômica. 
A cultura revela os produtos dos embates dos seres humanos, 
distinguindo-os da natureza, justamente por diferenciá-los uns dos 
outros, como demonstram as classes antagônicas que compõem a 
sociedade. 
Materialismo histórico: Marx e Engels entendiam que não era a consciência do homem que 
determinava o seu ser, mas sim o ser social que determinava sua consciência. Para eles, as 
forças econômicas constituíam a estrutura material da sociedade (infraestrutura) que, em dado 
momento, determinava a superestrutura política, social e ideológica. O materialismo histórico éum materialismo dialético, visto que o mundo é entendido, aqui, como processo, sendo a 
realidade contraditória e dinâmica. 
Karl Marx 
Fonte: 
http://www.historyguide.org/images/m
arx-bio.jpg 
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A perspectiva antropológica inicialmente considera que os seres humanos se 
diferenciam da Natureza principalmente pelo desenvolvimento da linguagem e pelo desejo de 
libertação (inerente ao homem). Aprofundando esta perspectiva, os antropólogos concluíram 
que o homem se diferenciou da natureza no momento em que começou a estabelecer leis 
tabus. Tal postura os distinguiria dos animais, inaugurando, com isso, a Cultura, visto que 
foram geradas regras e normas universais para serem seguidas por todos. 
Tabu: interdição cultural e/ou religiosa quanto a determinado uso, comportamento, gesto ou 
linguagem; proibição imposta por costume social ou como medida protetora. 
 A lei é a forma encontrada pelos homens para organizar toda a sociedade. É ela que 
determina o modo como os indivíduos devem se comportar socialmente. Também é por meio 
dela que serão transmitidos para as gerações posteriores os seus costumes. Além disso, as 
leis darão origem às instituições que regerão toda sociedade (religião, família, trabalho, escola, 
etc.). Nesse sentido, a lei não é criada simplesmente para punir ou proibir certas atitudes das 
pessoas; ela existe para organizar as relações sociais, é, portanto, caracteristicamente 
humana, diferenciando-se do aspecto natural e biológico e constituindo-se como uma ordem 
simbólica. 
O que queremos dizer quando afirmamos que a cultura é uma invenção de uma ordem 
simbólica? 
Segundo Marilena Chaui, isso quer dizer 
que, por meio do símbolo (alguma coisa que se 
apresenta no lugar de outra e presentifica algo 
que está ausente), os homens conferem à 
realidade significado por meio das quais são 
capazes de se relacionar com o ausente: pela 
palavra, pelo trabalho, pela memória, pela 
diferenciação do tempo (passado, presente, 
futuro), pela diferenciação do espaço (próximo, 
distante, grande, pequeno, alto, baixo,), pela 
diferenciação entre o visível e o invisível (os 
deuses, o passado, o distante no espaço) e pela atribuição de valores às coisas e aos homens 
(bom, mau, justo, injusto, verdadeiro, falso, belo, feio, possível, impossível, necessário, 
contingente). (CHAUI, 1997, p. 294). 
Marilena Chaui 
Fonte: http://www.estudopratico.com.br/marilena-chaui-
biografia-atuacao-politica-e-obras/ 
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Em Convite à filosofia, Marilena Chaui define Cultura – na perspectiva da Antropologia 
– por meio de seus três sentidos principais. Vamos a eles: 
1- criação da ordem simbólica da lei, isto é, de sistemas de interdições e obrigações, 
estabelecidos a partir da atribuição de valores a coisas (boas, más, perigosas, sagradas, 
diabólicas), a humanos e suas relações (diferença sexual e proibição de incesto, virgindade, 
fertilidade, puro-impuro, virilidade; diferença etária e forma de tratamento dos mais velhos e 
mais jovens; diferença de autoridade e formas de relação com o poder, etc.) e aos 
acontecimentos (significado da guerra, da peste, da fome, do nascimento e da morte, 
obrigações de enterrar os mortos, proibição de ver o parto, etc.); 
2- criação de uma ordem simbólica da linguagem, do trabalho, do espaço, do tempo, do 
sagrado, do visível e do invisível. Os símbolos surgem tanto para representar quanto para 
interpretar a realidade, dando-lhe sentido pela presença do humano no mundo; 
3- conjunto de práticas, comportamentos, ações e instituições pelas quais os humanos se 
relacionam entre si e com a natureza e dela se distinguem, agindo sobre ela ou através dela, 
modificando-a. Este conjunto funda a organização social, sua transformação e sua 
transmissão de geração a geração. (CHAUI, 1997, p. 294-295, grifo da autora). 
Antropologia: ciência que estuda os diferentes tipos de Cultura em seus vários aspectos 
(organização familiar, estruturas de poder, linguagem, costumes, etc.). 
Para a Antropologia, não há apenas uma Cultura, mas uma multiplicidade de 
expressões culturais ao redor do mundo. Dessa maneira, há modos de vida, valores e crenças 
distintos espalhados sobre o Globo Terrestre. Muitos destes valores, considerados legítimos 
pela expressão cultural da qual pertencemos, em outros lugares podem ser vistos como 
estranhos ou impertinentes. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://deboraoliveirapsicologa.blogspot.com.br/ 
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Além da variação cultural entre comunidades, uma sociedade pode passar por 
mudanças radicais em seu processo de construção histórica, transformando seus valores e 
costumes. Aos conceitos de Cultura enumerados por Marilena Chaui, soma-se o mais usual, 
que a define como expressão de um amplo conhecimento adquirido pela pessoa (por meio da 
escola ou de leituras) ou, ainda, aquele relacionado à confecção de obras artísticas (obras 
pictóricas, literárias, musicais, etc.). 
A cultura é (...) o processo pelo qual o homem acumula as experiências que vai sendo 
capaz de realizar, discerne entre elas, fixa as de efeito favorável e, como resultado da ação 
exercida, converte em ideias as imagens e lembranças, a princípio coladas às realidades 
sensíveis, e depois generalizadas, desse contato inventivo com o mundo natural. (VIEIRA 
PINTO, 1969, p. 123). 
De forma geral, em seu sentido amplo, a Cultura pode ser definida como a maneira 
pela qual os homens se “humanizam” e se organizam em sociedade por meio da política, da 
economia e da religião, do intelecto e da expressão artística. 
 
Compreenda melhor o significado de cultura assistindo aos vídeos abaixo. 
Vídeo 1: Afinal, o que é CULTURA? 
https://www.youtube.com/watch?v=-qW_7lwW_30 
Vídeo 2: O QUE É CULTURA? /// Publicidade 2014/01 /// CULTURA 
BRASILEIRA 
https://www.youtube.com/watch?v=lJLENYca89g 
Vídeo 3: Olavo de Carvalho - Mas afinal, o que é CULTURA? 
https://www.youtube.com/watch?v=EdTXjPi7tlQ 
 
O homem 
Mais uma vez estamos diante de uma pergunta aparentemente fácil, mas que demanda 
certo esforço filosófico; isso porque uma resposta dicionarizada não nos satisfaz aqui. De 
início, podemos ensaiar uma resposta contrapondo o homem ao animal. Os animais, 
diferentemente dos homens, vivem em harmonia com a natureza, e, de acordo com sua 
espécie, desenvolvem hábitos característicos. Um macaco não vive como um leopardo, que 
não vive como um urso, e assim por diante. Os animais agem por leis biológicas e, por isso, 
sabemos como cada espécie regularmente se comporta. 
 É sabido que determinados animais, mesmo agindo por instinto, são capazes de 
desenvolver comportamentos complexos e não previsíveis. Diante de situações problemáticas 
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ocorridas em seu cotidiano, realizam ações “inteligentes” ligadas à experiência, à vivência em 
determinada circunstância. É exemplar a capacidade criativa de um macaco que, quando está 
com fome, desenvolve objetos para alcançar seu alimento. O cachorro também desenvolve 
habilidades por meio de treinamento (adestramento). No entanto, estas habilidades, como 
dissemos, estão ligadas a atitudes concretas, pois estão voltadas para suas necessidades 
básicas, sem nenhum desenvolvimento e aprimoramento posterior. Quando um macaco utiliza 
um galho de árvore para alcançar seu alimento, ele não “pensa”, posteriormente, em 
desenvolver um artefato mais sofisticado e prático para colher frutas. Quando um cão aprende 
a fingir-se de morto, não o faz para evitar o perigo, mas tão somente porque é requisitado por 
seu dono ou treinador. Tal atitude faz com que o animal se diferencie radicalmente do 
pensamento racional humano, isso porque “só o homem é transformador da natureza, e o 
resultado dessa transformação se chama cultura.” (ARANHA; MARTINS, 1992, p.29, grifos das 
autoras). Esta é a diferença fundamental entre homens e animais: a cultura.O homem é um produtor de cultura; para isso, ele se utiliza da linguagem simbólica. É 
por meio desse tipo de linguagem abstrata que o homem elabora conceitos universais, aceitos 
por toda comunidade, capazes de representar o mundo. O signo “automóvel”, por exemplo, é 
capaz de representar qualquer automóvel e não apenas um tipo carro. Além de representar 
coisas concretas, o signo também é capaz de representar coisas que não existem neste plano, 
como o tempo (arbitrado pelas horas, dias, semanas, meses, anos, etc.); assim como seres 
inexistentes ou não visíveis no plano real (deuses, entidades folclóricas, míticas e fabulares, 
etc.). Portanto, é por meio da linguagem simbólica que o homem interage com seu meio e cria 
seu mundo. 
Fonte: http://mais.espm.br/content/em-busca-da-diversidade-plena 
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 Para o homem interagir em seu meio ele precisa se educar; sem o conhecimento dos 
conceitos simbólicos, largamente utilizados socialmente, ele não é capaz de viver em 
comunidade. 
 
Vamos pensar um pouco! 
Um exemplo disso é uma história real ocorrida na Alemanha, no século XIX, 
onde foi encontrado um jovem (nomeado por Kaspar Hauser) que crescera 
isolado de tudo. Como ele não havia estabelecido qualquer contato com 
pessoas, Kaspar desconhecia a língua, os costumes, os valores sociais do 
mundo que o cercava. Posteriormente, por meio da educação, descobriu-se que 
ele era um indivíduo extremamente inteligente. O caso de Kaspar Hauser ilustra 
bem como funciona o processo de inserção do homem na sociedade. Sem o 
mecanismo de passagem da tradição cultural, sempre transmitido por outros 
homens, o indivíduo não é capaz de atuar e compreender o mundo social em 
que está inserido. 
 
Uma característica fundamental que distingue o homem do animal é a consciência de 
si. É por meio dessa consciência que o homem é capaz de refletir sobre si mesmo, sobre as 
atitudes consideradas corretas (por ele) a serem tomadas em sua vida e sobre o controle de 
seus instintos básicos (a sexualidade, a agressividade, etc.), que serão submetidos aos 
valores culturais da sociedade da qual faz parte. É a partir das ações humanas que os 
indivíduos serão avaliados com bons ou maus, pecadores ou virtuosos, corretos ou incorretos, 
etc. 
 Outra característica inerente ao humano é seu caráter ambíguo. Cada homem é um ser 
único e complexo. Mesmo que ele esteja inserido em um sistema sociocultural compartilhado 
por outros, ele não deixará de pensar e avaliar as coisas que o cercam, desejando, muitas 
vezes, sua mudança, seja para aprimorar-se, seja por não concordar com o modo de vida 
estabelecido. É esse caráter humano que faz com que determinados costumes estabelecidos 
sofram mudanças e sejam transformados com a passagem do tempo; a cultura nunca é 
totalmente estática. Ao transgredir as normas vigentes, é necessário criar outros valores. É 
nesse sentido que o homem se mostra ambíguo, pois está sempre em busca de si mesmo. 
Responder à pergunta de abertura dessa aula (“O que é o homem?”) é, portanto, 
bastante problemática, visto que o objeto do qual se trata é mutável e ambíguo; nas palavras 
do escritor mineiro Guimarães Rosa: “as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram 
terminadas”. Ao longo de sua caminhada histórica, o conceito de “ser homem” variou muito, 
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tanto cultura como economicamente: na Grécia Antiga, homem era o cidadão; na Idade Média, 
apenas o nobre. No mundo contemporâneo, em meio às transformações tecnológicas e 
científicas, o homem é um indivíduo anônimo em busca de uma nova representação de si 
mesmo. 
Para encerrarmos essa unidade, vale a pena nos determos nas palavras do pensador 
italiano Antonio Gramsci, nas quais ele observa a definição do homem como um problema 
primeiro e essencial da Filosofia. 
 O que é o homem? É esta a primeira e principal pergunta da filosofia. (...) Se pensamos 
nisso, a própria pergunta não é uma pergunta abstrata ou “objetiva”. Nasceu daquilo que 
refletimos sobre nós mesmos e sobre os outros e queremos saber, em relação ao que 
refletimos e vimos, o que somos e em que coisa nos podemos tornar, se realmente e dentro de 
que limites somos “artífices de nós próprios”, da nossa vida, do nosso destino. E isto queremos 
sabê-lo “hoje”, nas condições dadas hoje, pela vida “hodierna” e não por uma vida qualquer e 
de qualquer homem. (Antonio Gramsci) 
 
Assista aos vídeos abaixo e perceba o ponto de vista de filósofos sobre a o significado de 
ser humano. 
Vídeo1: Tempode Transcendência (Leonardo Boff) 
 
ttps://www.youtube.com/watch?v=2ktoHzeWQps 
 
Vídeo2: Sociologia - Concepções de Homem 
https://www.youtube.com/watch?v=CX10SELOWoU 
 
 
Exercícios Resolvidos 
 
 
Exercício 1 : O conceito antropológico de cultura 
define o termo como: 
 
a) um elemento que aproxima os homens dos 
animais, já que a cultura é um traço comum a todos 
os seres vivos. 
b) uma função orgânica do homem, que acaba 
sofrendo influência externa. 
c) um elemento que garante a homogeneidade 
entre os povos, já que a cultura é a mesma para 
todos. 
d) um conjunto de hábitos, crenças, costumes, leis, 
conhecimento e moral adquiridos pelo homem em 
sociedade. 
e) as capacidades e os hábitos esquecidos pelo 
homem e que ele tenta resgatar por meio da 
tradição. 
 
COMENTÁRIO: 
A opção correta é letra D. A cultura envolve toda 
produção humana, material e imaterial. 
 
 
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Exercício 2 : Do ponto de vista sociológico a 
expressão “diversidade cultural” sustenta: 
a) o processo por meio do qual as classes 
dominantes combatem as formas de expressão dos 
grupos populares. 
b) a pluralidade de manifestações e expressões 
como: rituais, práticas, comemorações, 
lamentações, produtos, hábitos dos grupos que 
constituem uma sociedade. 
c) a ideologia subjacente ao exercício da cidadania 
das classes sociais hegemônicas. 
d) apenas defesa dos direitos de negros, mulheres e 
indígenas. 
e) apenas os direitos de membros das classes 
subalternos da sociedade. 
 
COMENTÁRIO: 
A opção correta é letra B. A cultura estabelece a 
identidade de povo, portanto as particularidades 
como rituais, práticas, comemorações são, muitas 
vezes, especificidades do grupo, o que o diferencia 
dos demais. 
 
Exercício 3 : Muito tem sido dito acerca da 
pluralidade das manifestações culturais encontradas 
na sociedade brasileira. Seríamos uma sociedade 
cada vez mais diversificada na qual se verificaria a 
interação de grupos com identidades culturais, 
plurais variadas e dinâmicas. Em documento 
elaborado pelo Ministério da Cultura do governo 
Lula lemos que: 
“Não por acaso o conceito de antropofagia, 
originário do modernismo brasileiro, apontaria para 
uma peculiar capacidade de reelaboração de 
símbolos e códigos culturais de contextos variados. 
Diferentes de outros povos do mundo, temos a 
nosso favor uma notável capacidade de acolhimento 
e transformação enriquecedora daquilo que nos é 
inicialmente alheio.” (Caderno “Diretrizes Gerais 
para o Plano Nacional de Cultura”, Brasília, 2007) 
O mesmo documento fornece as seguintes 
informações: 
Considere as seguintes afirmativas: 
 
I. A diversidade cultural é um dos problemas que o 
Brasil precisa superar. 
II. Como em outros domínios, no campo da 
produção e divulgação cultural ocorre no Brasil má 
distribuição dos meios. 
III. A pluralidade de manifestações culturais convive, 
no Brasil, com a restrição do acesso de largas 
parcelas da população a determinados bens 
culturais. 
IV. Ao contrário do que ocorre com a internet, há 
maior equilíbrio entre as regiões no que se refere à 
distribuição das emissoras de rádio e TV no 
território brasileiro. 
 
Com base em seus conhecimentos e nas 
informações dispostas acima assinale a alternativa 
que contém as afirmativas corretas. 
a) I e II . b) I e III . c) I e IV . 
d) II e III . e)III e IV . 
 
COMENTÁRIO: 
A opção correta é letra D. O acesso aos bens 
culturais no Brasil não acontece de forma isônoma, 
promovendo também uma desigualdade de 
oportunidades e condição. 
 
Exercício 4 : Para analisarmos os hábitos culturais, 
devemos nos remeter aos sistemas culturais a que 
estes pertencem, visto que é a forma da 
Antropologia entender sua coerência. Desse modo, 
a afirmação de um nativo (de uma sociedade 
indígena, por exemplo) de que o Sol gira em torno 
da Terra seria: 
a) Ilógica, pois a ciência já comprovou que a Terra (e 
os planetas) gira(m) em torno do Sol. 
b) Lógica, pois estaria remetida à lógica interna de 
seu próprio sistema cultural. 
c) Lógica, pois o pensamento mágico antecede o 
pensamento científico e, por isso, é inferior. 
d) Ilógica, pois os homens sem meios 
materiais/instrumentais obtêm suas conclusões a 
partir de suas observações diretas. 
e) Ilógica, pois de duas premissas particulares nada 
se pode concluir. 
 
COMENTÁRIO: 
A opção correta é letra B. Toda cultura tem uma 
lógica interna própria e seu sistema de significados. 
A expressão é culturalmente compreendida dentro 
do grupo e pelo grupo. 
 
 
 
 
[Digite texto] 
 
 
 
 
 
Exercício 1: A evolução humana é prova de 
que usamos com racionalidade perfeita 
nossas culturas e a recriamos a cada dia. 
Usamos as mãos para evoluir nossos 
instrumentos tecnológicos; a nossa 
inteligência para conhecer cada vez mais o 
universo. Somos capazes de transformar o 
universo e fazer dele uma morada fantástica. 
Ás vezes, usamos essa capacidade para 
transformar nosso cotidiano num inferno. A 
evolução cultural é a característica mais 
evidente do ser humano. Mas, a pergunta por 
que o ser humano evoluiu e evolui? Pode ser 
respondida de várias maneiras. Assinale o 
item que responde corretamente a questão 
acima: 
a) Porque ele vive em sociedade como as 
abelhas ou as formigas. 
b) Porque ele se percebeu capaz de criar, 
inventar, transformar e descobrir. 
c) Porque ele é inteligente e tem cérebro. 
d) Porque ele é capaz de manipular objetos 
pois tem um polegar opositor. 
 
Exercício 2 : Ao acúmulo de conhecimento e 
experiência das gerações, que propiciaram o 
avanço tecnológico em várias áreas da 
atividade humana, denominamos de: 
a) História 
b) Cultura 
c) Ciências 
d) Razão 
 
Exercício 3 : Escolha a ÚNICA alternativa que 
completa a seguinte frase “quando as 
pessoas, por causa do progresso tecnológico, 
intervêm nos costumes, nas tradições, na 
forma de comunicar, mudando o rosto do 
mundo...”: 
a) Confirmam que cultura e tecnologia jamais 
andam juntas. 
b) Estão criando novas culturas e recriando as 
existentes. 
c) Estão destruindo o cosmos porque as coisas 
não podem ser mudadas. 
d) Demonstram que o progresso tecnológico 
não altera a cultura. 
 
 GABARITO 
1 - B 3 - B 
2 - B 
 
 
Proposta de Investigação 
 
Aproveite seu momento de descanso e assista ao vídeo “ O Último 
Samurai” ele permite você compreender o conceito de cultura; 
construção da identidade social e da auto-identidade; relações 
interétnicas; socialização; etnocentrismo; difusão 
cultural; aspectos materiais e não-materiais da cultura; e aspectos 
da cultura nipônica. 
 
Filme: O último Samurai 
Especificações Técnicas: Mídia: 
DVD, Ano de produção: 2003, Duração: 144 min., Estúdio: Warner 
Bros. / Cruise-Wagner Productions / Radar Pictures Inc. / The Bedford 
Falls Company. 
Cultural” e “O processo de socialização e as instituições 
sociais”, O Último Samurai permite discutir:

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