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SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO • Nas questões a seguir, marque, para cada uma, a única opção correta, de acordo com o respectivo comando. Para as devidas marcações, use a Folha de Respostas, único documento válido para a correção da sua prova. • Em seu caderno de prova, caso haja opção(ões) constituída(s) pela estrutura Situação hipotética:... seguida de Assertiva:..., os dados apresentados como situação hipotética deverão ser considerados premissa(s) para o julgamento da assertiva proposta. • Eventuais espaços livres – identificados ou não pela expressão “Espaço livre” – que constarem deste caderno de prova pode- rão ser utilizados para rascunhos. � Baseado no formato de prova � aplicado pela banca Cebraspe CONHECIMENTOS BÁSICOS LÍNGUA PORTUGUESA (João Marcos) TEXTO I 1 Quando Karl Marx empreendeu a análise do modo de pro- dução capitalista, este estava em seus primórdios. Marx dispôs suas investigações de modo a conferir-lhes valor prognóstico. Ele retornou às relações fundamentais da produção capitalista 5 e apresentou-as de tal maneira que delas resultasse aquilo que futuramente ainda seria possível esperar do capitalismo. � O resultado foi que não somente se podia atribuir- lhe uma exploração progressivamente intensificada do proletariado como também a produção de condições que 10 chegariam a possibilitar ao capitalismo a sua própria abolição. (Benjamin,Walter; in A obra de arte na época de sua reproduti- bilidade técnica. Ed. L e PM. 2017). A partir das ideias básicas do texto, julgue os itens que seguem. 1 A análise empreendida por Marx ao modo de produção ca- pitalista precede o amadurecimento sócio-histórico des- se sistema. 2 O período iniciado à linha 4 explicita e esclarece a expressão valor prognóstico (l. 3). 3 O vocábulo dispôs (l. 2) significa, contextualmente, pôs à disposição. 4 Pode-se inferir que as “previsões” de Marx tanto se associam à classe proletária quanto ao próprio futuro do capitalismo. 5 Infere-se do segundo parágrafo que o sistema capitalista traga em si o gérmen de sua própria destruição. Levando em conta os constituintes linguístico-gramaticais do texto, julgue os itens. 6 A palavra Quando (l. 1) classifica-se como conjunção subor- dinativa adverbial condicional. 7 O pronome pessoal oblíquo átono lhes (l. 3) retoma o ter- mo suas investigações e tem função de complemento ver- bal indireto. 8 O pronome substantivo demonstrativo este (l. 2) tem função de sujeito na oração de que participa e retoma, anaforicamen- te, seu antecedente Karl Marx. 9 Na linha 4, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regên- cia da forma verbal retornou, bem como pela presença de artigo definido feminino e plural diante do termo relações fundamentais. 10 A primeira ocorrência do que na linha 5 é classificada como conjunção subordinativa adverbial consecutiva. 11 Na segunda ocorrência da linha 5, a palavra que é pronome relativo com função sintática de sujeito. 12 A última oração do primeiro parágrafo é sujeito oracional do predicado verbal futuramente ainda seria possível. TEXTO II A MULHER DO PIOLHO 1 Uma mulher, por qualquer motivo insignificante, travou- -se de razões com o marido; entre outras palavras injuriosas, chamou-lhe de piolhento. � – Mentes! – retruca o marido – não tenho piolhos. 5 – Tens, sim, tens piolhos. � Esgotada a paciência, o marido batia-lhe, e ela sempre a dizer: tens piolhos! Piolhos! Piolhos! � O marido, enfim, amarrou-a com cordas e desceu-a num poço. Com água pela barba, ela respondia sempre com a 10 mesma injúria. O marido fê-la mergulhar; e ela, já sem poder articular palavra, pondo as mãos fora d’água, fazia cascar as unhas, com o gesto de quem esborracha o asqueroso inseto. (Câmara Cascudo, Luís da; in Contos tradicionais do Brasil. Ediouro Publicações. 2003). Com base no texto, avalie os itens que se seguem. 13 Trata-se de pequena narrativa em que o narrador é um dos personagens. 14 Pelo contexto, a expressão Com água pela barba (l. 9) deve ser tomada em sentido literal, referencial, denotativo. 15 O fato de os personagens não serem nomeados retira-lhes qualquer humanidade, pois transformam-se em títeres, ma- rionetes submissos ao ponto de vista do narrador. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 16 A oração intercalada retruca o marido (l. 4) traduz uma re- flexão do narrador, em discurso direto, com relação à atitude drástica do esposo injuriado. 17 O adjunto adverbial causal representado pelo termo por qualquer motivo insignificante (l. 1) é reprodução direta e fiel da fala do personagem esposo. 18 Contextualmente, o sentido de esborracha equivale ao de esmaga. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (Bruno Eduardo) No que se refere à Administração Pública, do modelo racional- legal ao paradigma pós-burocrático, julgue o item seguinte. 19 O modelo de Administração Pública burocrática respondeu à expansão das funções econômicas e sociais da sociedade com uma proposta de diminuição do tamanho do Estado. 20 Servindo aos níveis governamentais federal, estadual e muni- cipal, o patrimonialismo visava enfatizar a profissionalização e o uso de práticas de gestão do setor privado. 21 O paradigma gerencial fundamenta-se nos princípios da con- fiança limitada e da descentralização da decisão. Acerca de governança, de governabilidade e de accountability, julgue os itens a seguir. 22 O termo accountability, entendido como prestação de contas e possibilidade de responsabilização de servidores públicos por seus atos, permitindo órgãos internos e externos na per- cepção de controle, além do controle social. 23 Governabilidade consiste na capacidade política de governar dependente de apoio popular ou político. 24 Os arranjos institucionais dizem respeito a estruturas, a pro- cessos, a mecanismos, a princípios, a regras e a normas que influenciam a governança em política pública. 25 A representação parlamentar amplia a possibilidade de parti- cipação da sociedade na gestão da coisa pública. A respeito de Administração, julgue o próximo item. 26 A supremacia do interesse público deve ser prioridade em or- ganizações da Administração Pública e privada. 27 A visão do cidadão como cliente para os serviços públicos ofertados pelo Estado é típica da Administração Pública patrimonial. ANÁLISE DE DADOS E INFORMAÇÕES (Aurisan Santana) Acerca de análise de dados e de informações, julgue os itens seguintes, marcando C (Certo) ou E (Errado): 28 Necessidade de examinar o dado em diferentes níveis de deta- lhe e a realização de consultas complexas não antecipadas são algumas das características dos sistemas analíticos (OLAP). 29 Os dados dos sistemas OLTP (Online Transaction Processing) são apenas consultados. Por outro lado, os dados dos sistemas OLAP podem ser lidos, alterados e excluídos. 30 São características da informação que dá suporte ao processo de tomada de decisão a precisão, a confiabilidade e a relevân- cia, mas não a flexibilidade. 31 Informação é um elemento puro, quantificável, sobre deter- minado evento, o qual, observado isoladamente, não leva à compreensão de qualquer fato ou situação. 32 Conhecimento é a habilidade de criar um modelo mental que descreva o evento e indique as decisões a tomar. Conheci- mento permite a compreensão, a análise e a síntese, necessá- rias para a tomada de decisões inteligentes. 33 A característica de não volatilidade do DW refere-se ao tipo de permissão de acesso aos dados. Enquanto no ambiente OLTP o dado é regularmente consultado e atualizado em operações CRUD (Create, Read, Update e Delete), no DW os dados são inicialmente carregados e disponibilizados para consulta. 34 A granularidade é um aspecto crucial em um projeto de DW. A granularidade refere-se ao nível de detalhamento dos dados armazenados no DW. 35 A implementação de um DW pode seguir as abordagens Top- Down e Bottom-up. No primeiro caso, o DWé formado a partir de Data Marts previamente desenvolvidos. Na segunda, um DW completo deve ser desenvolvido antes que partes dele, sumarizadas, possam ser derivadas na forma de Data Marts. 36 Na modelagem dimensional, um cubo é, de fato, apenas uma metáfora visual. Um cubo é uma representação intuitiva do fato, porque todas as dimensões coexistem para todo cubo e são independentes entre si. 37 São características esperadas para ferramentas OLAP, de acordo com as “doze regras de Codd”: visão multidimensio- nal dos dados, dimensionalidade genérica e suporte a mul- tiusuários. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 38 Ferramentas ROLAP são aquelas que utilizam uma estrutura multidimensional para armazenar os dados. AUDITORIA GOVERNAMENTAL (Claudio Zorzo) Nos termos da Constituição Federal, controle externo é o controle exercido pelo Poder Legislativo, com o auxílio técnico das EF’s, sobre as atividades dos Poderes Executivo, Judiciário, do próprio Poder Legislativo e do Ministério Público, e de suas entidades da Administração direta e indireta, incluídas as fundações e socieda- des instituídas e mantidas pelo Poder Público, quanto à legalidade, à legitimidade, à economicidade, à eficiência, à eficácia, à efeti- vidade e à equidade dos atos praticados pelos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos. 39 Considerando as normas de auditoria, a EFICÁCIA refere- se ao resultado real obtido pela população beneficiada pelas ações dos programas de governo. É o impacto proporcionado pela ação governamental. Todas as atividades de auditoria governamental da EF devem ser desempenhadas no exercício de sua competência legal. Sobre o assunto, julgue a assertiva. 40 Cabe à auditoria governamental servir de base para o TCE-RJ apreciar as contas prestadas anualmente pelo chefe do Poder Executivo, emitindo parecer prévio a ser elaborado no prazo de 60 dias, a partir da data do seu recebimento. Considerando as atividades de fiscalização executadas pelo TCE- RJ, analise a assertiva seguinte. 41 Monitoramento é o procedimento de fiscalização utilizado ao longo de um período pré-determinado para o controle seletivo e concomitante nas atividades executadas pelo órgão/entida- de jurisdicionado(a). Quanto aos tipos de auditoria governamental, julgue as próxi- mas questões. 42 A auditoria de CONFORMIDADE tem como objetivos prin- cipais certificar-se de que as entidades responsáveis cumpri- ram sua obrigação de prestar contas, o que inclui o exame e a avaliação dos registros orçamentários, financeiros, contábeis e patrimoniais e a emissão de relatório sobre as demonstra- ções contábeis e emitir parecer sobre as contas do governo. 43 O objetivo predominante da auditoria operacional de progra- mas é examinar a ação governamental quanto aos aspectos da economicidade, da eficiência e da eficácia, bem como, eventualmente, aos aspectos de equidade, de transparência, de participação social e/ou de sustentabilidade. A Entidade de Fiscalização deve ser independente dos entes públi- cos auditados, exercendo suas atividades de auditoria governamen- tal livre de interferências política, financeira ou administrativa, e com autonomia na escolha da metodologia de trabalho, na deter- minação da programação e do escopo dos exames, na execução dos trabalhos e na comunicação de resultados. Sobre o assunto, julgue a seguinte questão. 44 O pressuposto de independência não deve dizer respeito ape- nas à postura de direito ou sob regulamentação legal, mas à prática factual. O profissional de auditoria governamental tem a responsabilidade de observar as normas de conduta estabelecidas no seu Código de Ética Profissional. Sobre a responsabilidade do auditor, julgue a seguinte assertiva. 45 O profissional de auditoria governamental não tem quaisquer responsabilidades sobre o conteúdo das informações e/ou documentos fornecidos pelos órgãos e entidades auditados e que sejam comprobatórios das conclusões da auditoria. A preparação de tais elementos é de responsabilidade exclusiva dos entes auditados. Todavia, o profissional é responsável por verificar a adequação dessas peças. O planejamento dos trabalhos de auditoria governamental deve sempre levar em conta a dinâmica organizacional dos órgãos e entidades da Administração Pública, a legislação pertinente, o ambiente no qual serão desenvolvidos e as possibilidades de alte- rações potenciais nas condições de obtenção dos resultados plane- jados, e está sujeito à supervisão e à aprovação dos gerentes ou dos supervisores de auditoria. Sobre o planejamento, julgue os itens. 46 O planejamento da auditoria governamental obrigatoriamen- te deve incluir a designação de equipe técnica, contudo, não deve prever a coordenação e a supervisão, que serão estabe- lecidas internamente pela equipe, conforme o escopo traçado for sendo executado. O planejamento da auditoria governamental deve considerar os riscos da auditoria, quer pelo volume de transações, quer pela com- plexidade das atividades, quer pela estratégia da política pública. Sobre risco de auditoria, analise a assertiva subsequente. 47 Risco inerente é a possibilidade de o erro ou fraude acontecer em face de não existir controle interno. A execução é a fase do processo de auditoria governamental na qual as evidências são coletadas e examinadas, de modo a funda- mentar os comentários e as opiniões. Sobre a execução da audito- ria, julgue as assertivas. 48 A execução de auditoria governamental deve ser trabalho pontual, não contínuo, de obtenção, de reunião, de análise, de interpretação, de avaliação e de registro de informações, determinando as causas e identificando os efeitos das defi- SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO ciências, das falhas e das irregularidades detectadas, com o objetivo de fundamentar os resultados da auditoria governa- mental para emissão de opinião, desenvolvendo recomenda- ções, quando cabíveis. 49 A técnica da observação é um processo de visitação e de acompanhamento técnico, no qual o próprio profissional de auditoria governamental observa in loco, atenta e minuciosa- mente, sistemas ou processos operacionais da Administração Pública, ou ainda atividades dos gestores, dos administrado- res, dos servidores, dos empregados ou dos representantes de um ente público, no ambiente interno ou externo a ele, objeti- vando, precipuamente, verificar o seu funcionamento. 50 A aplicação dos procedimentos de auditoria governamental deve ser realizada em razão da complexidade e do volume das operações, sempre por meio de amostragens, estatísticas ou não, cabendo ao profissional de auditoria governamental, com base na análise de riscos e em outros elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo. Para fundamentar as opiniões e as conclusões do profissional de auditoria governamental relativas ao ente auditado, devem ser obtidas evidências relevantes, confiáveis e suficientes. Sobre o tema, julgue a assertiva. 51 O achado de auditoria, que é a discrepância entre a situa- ção encontrada e o critério técnico, é a prova da evidência, e pode ser uma impropriedade, irregularidade ou exemplo de boa gestão. Os trabalhos de auditoria governamental, quando concluídos, devem ser comunicados e divulgados formalmente aos usuários por meio de um relatório de auditoria governamental ou, simples- mente, por um relatório de auditoria. Sobre o relatório, analise a assertiva seguinte. 52 O relatório de auditoria tem duas funções básicas: uma é comunicar as constatações do auditor governamental, e a outra, subsidiar as tomadas de decisões pelo tribunal e pe- los gestores. O objetivo da matriz de responsabilização é evidenciar a respon- sabilização daquele que deu causa à irregularidade identificada na auditoria e seus efeitos. Sobre a matriz, julgue a seguinte questão. 53 Na matriz deresponsabilização, elaborada pela equipe de auditoria, não poderá ser incluída a proposta de encaminha- mento com sanções, pois ela ficará a cargo do conselheiro/ ministro na sua opinião final. CONTROLE EXTERNO (Sandro Henrique / Rodrigo Cardoso) Acerca das aposentadorias e das pensões que se sujeitam a registro diante dos Tribunais de Contas e com base nos entendimentos do STF, julgue o item a seguir. 54 Os atos sujeitos a registro constituem uma série de atos sim- ples, produzidos por órgãos independentes, no caso, o ato de lotação inicial do servidor e o Tribunal de Contas a que este se vincule. 55 A apreciação dos atos sujeitos a registro se sujeitam à deca- dência, ainda que haja divergências doutrinárias quanto ao marco temporal inicial para o cômputo desta. 56 Ainda que não se submetam a registro diante do Tribunal de Contas, as nomeações para cargos comissionados podem ser aferidas pelos Tribunais de Contas no que diz respeito, por exemplo, à legalidade das despesas. Acerca das diversas espécies processuais existentes no Tribunal de Contas do estado do Rio de Janeiro, analise as assertivas a seguir, com base no Regimento Interno da Corte carioca. 57 As auditorias operacionais têm por objetivo o exame da lega- lidade, da legitimidade e da economicidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário, patrimonial e operacional; quando o objetivo for avaliar o desempenho dos órgãos, de- vem ser realizadas auditorias de conformidade. 58 Inspeções devem ser realizadas sempre que houver necessi- dade de verificar, dentre outras questões específicas, a execu- ção de contratos firmados por instituições sujeitas à jurisdi- ção do TCE-Rio. 59 As auditorias extraordinárias, não previstas, portanto, no pla- no de auditoria do TCE-Rio, devem ser determinadas pelos relatores (Conselheiros), dada a responsabilidade destes pela condução de processos que envolvam dispêndios de recursos oriundos do orçamento do Estado do Rio. 60 O acompanhamento deve ser utilizado para verificar o cum- primento das determinações do TCE-Rio e os resultados de- las advindos. É um meio, destarte, útil à verificação da efe- tividade das decisões da Corte de Contas do Estado do Rio. Sobre as licitações e os contratos realizados por instituições do estado do Rio de Janeiro, julgue os itens a seguir. 61 Apenas empresas participantes de processos licitatórios po- derão representar ao TCE-Rio acerca de eventuais irregulari- dades na condução de tais procedimentos. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 62 O TCE-Rio não dispõe de competência expressa para fiscali- zar licitações realizadas com recursos federais. Nesses casos, caso o TCE-Rio detecte eventuais irregularidades, deverá en- caminhar o assunto ao TCU para que este adote as medidas cabíveis. O controle interno é essencial para o bom funcionamento do con- trole externo a ser exercido pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Acerca desse assunto, julgue os itens a seguir. 63 Dentre os papéis do controle interno se encontra o de apoiar o controle externo, o que não significa que haja hierarquia entre as instituições, mas sim a necessidade de harmonizar a atuação entre as atividades. 64 Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conheci- mento de qualquer irregularidade, dela darão ciência de ime- diato ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária. Acerca do controle externo no estado do Rio de Janeiro, julgue os itens a seguir. 65 As consultas são processos peculiares nos Tribunais de Con- tas. Constituem julgamento de casos concretos e que acabam constituindo pré-julgamento de teses, com efeitos normati- vos, portanto. 66 As denúncias promovidas diante do TCE-Rio não podem ser apuradas em caráter sigiloso, considerando que a Adminis- tração estadual tem de tornar públicas quaisquer decisões as quais envolvam dispêndios de recursos públicos. 67 O cumprimento das diligências expedidas pelo TCE-Rio deve ser feito em 30 dias, improrrogáveis. 68 Compete ao Presidente do TCE-Rio relatar os processos em que constem argumentos de suspeição opostos em desfavor de Conselheiro da Corte de Contas carioca. Com fundamento na Lei Estadual n. 4.787/2006, julgue os pró- ximos itens. 69 O Quadro de Pessoal do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro é composto pelas carreiras de Analista de Controle Externo, Técnico de Controle Externo, Auxiliar de Controle Externo, Procurador do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e do cargo isolado de Procurador do Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. 70 Servidor ocupante do cargo de Analista de Controle Ex- terno poderá participar de sociedade empresária desde que não venha a manter relação comercial com o estado do Rio de Janeiro. 71 Os cargos em comissão integrantes da estrutura da Secretaria- -Geral de Controle Externo são privativos de servidores ocu- pantes do cargo de Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. 72 Progressão funcional do servidor ocorre automaticamente a cada três anos de efetivo exercício no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. 73 Aos servidores ocupantes dos cargos das carreiras do TCE- RJ poderá ser atribuído Adicional de Qualificação Funcional – AQF, em razão dos conhecimentos adicionais adquiridos através de ações de capacitação, em áreas de interesse do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, 74 Os cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração, destinam-se a atender unicamente à atribuição de assesso- ramento. As funções de confiança destinam-se a atender às atribuições de direção e de chefia. DIREITO ADMINISTRATIVO (Nilton Carlos) 75 Segundo preconiza a doutrina, são formas de extinção dos atos administrativos, entre outras: anulação, revogação, cas- sação, caducidade, contraposição e extinção subjetiva. 76 Segundo estabelece a Lei n. 13.019, de 31 de julho de 2014, considera-se termo de colaboração o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela Admi- nistração Pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envol- vam a transferência de recursos financeiros. Com base na Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, julgue o item a seguir. 77 Considera-se concessão de serviço público precedida da execução de obra pública a construção, total ou parcial, a conservação, a reforma, a ampliação ou o melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegadas pelo poder concedente mediante licitação, na modalidade de concorrên- cia, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demons- trem capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remune- rado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado. Com base na Lei n. 8.666/1993, julgue o item a seguir. 78 Para os fins da referida lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados, entre outras hipóteses, os traba- lhos relativos a estudos técnicos, a planejamentos e a pro- SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO jetos básicos ou executivos, bem como pareceres, perícias, assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias etc. Com base no entendimento do STF, julgue o item a seguir. 79 Os serviços sociais autônomos integrantes do denominado Sistema “S”, vinculados a entidades patronais de grau supe- rior e patrocinados basicamente por recursos recolhidos do próprio setor produtivo beneficiado, ostentam natureza de pessoa jurídica de direito privado e não integram a Adminis- tração Pública, embora colaborem com ela na execução de atividades de relevante significado social. Com base no disposto na Constituição Federal, julgue o item aseguir. 80 Os atos de improbidade administrativa importarão a cassação dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponi- bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gra- dação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Com base na teoria da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir. 81 As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei- ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa, sendo certo que esta regra não é extensível às pessoas de direito privado prestadoras de servi- ços públicos. Com base na teoria acerca dos atos administrativos, julgue o item a seguir. 82 A imperatividade é o atributo do ato administrativo pelo qual o poder público pode obrigar o administrado a cumprir suas decisões, independentemente de ordem judicial. Com base na Lei n. 9.784/1999, julgue o item a seguir. 83 A Administração pode anular seus próprios atos, quando ei- vados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Com base na Lei n. 9.784/1999, julgue o item a seguir. 84 O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, desde que seja comprovada a má-fé. Com base na Lei Estadual n. 5.427/2009, julgue o item a seguir. 85 O processo administrativo obedecerá, dentre outros, aos prin- cípios da transparência, da legalidade, da finalidade, da mo- tivação, da razoabilidade, da proporcionalidade, da moralida- de, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica, da impessoalidade, da eficiência, da celeridade, da oficialida- de, da publicidade, da participação, da proteção da confiança legítima e do interesse público. Com base na Lei n. 8.987/1995, julgue o item a seguir. 86 O princípio da atualidade está expressamente previsto na Lei n. 8.987/1995 e estabelece que a atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instala- ções e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. Com base na Lei de Improbidade Administrativa, julgue o item a seguir. 87 O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. DIREITO CONSTITUCIONAL (Denise Vargas) Acerca do Direito Constitucional, julgue os itens a seguir. 88 Consideram-se elementos orgânicos da Constituição aque- les que limitam a ação dos poderes estatais, estabelecem as balizas do estado de direito e que consubstanciam o rol dos direitos fundamentais. 89 A atual Constituição Brasileira pode ser classificada como escrita, formal, democrática, dogmática, prolixa, rígida, rigi- díssima ou super rígida, eclética, dirigente e expansiva. 90 Considerando a Teoria do Escalonamento da Normas, pode-se afirmar que no Brasil é possível lei constitucional inconstitucional, pois as cláusulas pétreas são o parâmetro para a interpretação das demais normas constitucionais que com ela estejam incompatíveis. 91 A Teoria da Vedação ao Retrocesso pode, segundo parte da doutrina, se configurar como um limite ao poder constituinte originário. 92 A inelegibilidade reflexa é um consectário do princípio republicano. 93 Não obstante a maior parte dos países ocidentais democrá- ticos terem adotado a Teoria da Tripartição dos Poderes, é SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO correto afirmar que o poder é uno, indivisível e, em regra, indelegável. 94 É constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que verse sobre a organização e o funcionamento do Tribunal de Contas Estadual. 95 O TCU tem legitimidade para impor a indisponibilidade de bens, o que contempla a prerrogativa de decretar a indisponi- bilidade de créditos devidos por patrocinadores, como decor- rência de contrato de confissão de dívida. 96 A CF, ao repartir competências entre os entes federativos, op- tou, em regra, por atribuir aos estados a competência residual, salvo em matéria tributária, cuja competência residual está a cargo da União. 97 Não cabe liminar em mandado de injunção e ação direta de inconstitucionalidade por omissão. 98 No que se refere ao controle de constitucionalidade, é possível falar em inconstitucionalidade por reverberação normativa, por exemplo, quando um decreto que tinha por fundamento lei declarada inconstitucional em decisão proferida em Ação Direta de Inconstitucionalidade, é, mesmo que não atacado, ser declarado inconstitucional na mesma decisão judicial. 99 É incabível ação direta de inconstitucionalidade sobre lei or- çamentária, por ser essa lei de efeito concreto. 100 A medida provisória revogada restaura os seus efeitos, pelo prazo restante, quando a abrrogante for rejeitada pelo Con- gresso Nacional. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DIREITO ADMINISTRATIVO (Leandro Pereira) Acerca da principiologia do Direito Administrativo, julgue o item. 101 A atividade da Administração Pública é orientada por princí- pios que direcionam o propósito do Estado, o interesse públi- co. A supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse público são princípios que diferenciam o direito público do direito privado, sendo esse superiores aos demais princípios da Administração. No tocante aos poderes administrativos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. 102 As empresas estatais exploradoras de atividades econômicas não se sujeitam à responsabilidade civil objetiva. 103 A destituição de servidor público ocupante de cargo comis- sionado representa o exercício do poder hierárquico. No tocante a atos administrativos, julgue o item a seguir. 104 A imperatividade, como um dos atributos dos atos administra- tivos, é o poder que o Estado possui de constituir, unilateral- mente, obrigações para terceiros, extravasando seus próprios limites, tendo como principal característica a possibilidade de impor seus atos independentemente da concordância, e está presente nos atos meramente declaratórios, por exemplo. 105 Com base no seu poder de autotutela, a Administração tem legitimidade de revogar seus próprios atos, sejam eles vincu- lados ou discricionários. A respeito de atos de improbidade administrativa, julgue os itens que se seguem de acordo com o disposto na Lei de Improbidade Administrativa, Lei n. 8.429/1992. 106 A referida lei também se aplica aos particulares sem vínculo com a Administração, independentemente de auferir benefí- cio com a conduta ímproba ou de ter ou não a participação de um agente. 107 Constitui ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito a conduta do agente o qual permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máqui- nas, equipamentos ou material de qualquer natureza. 108 São sanções aplicáveis aos agentes que no exercício de sua função praticarem condutas ímprobas a suspensão dos direi- tos políticos, a perda da função pública, o ressarcimento do dano ao erário, se houver, e indisponibilidade dos bens, na forma e gradação da lei. 109 O Ministério Público, por ser classificado como órgão públi- co, desprovido de personalidade jurídica própria, não pode assumir a condição de parte em ação de improbidade contra agente público. Acerca do procedimento administrativo previsto na Lei n. 9.784/1999, julgue os itens a seguir. 110 O Poder Judiciário possui legitimidade para iniciar processo administrativo de ofício ou mediante provocação de interes- sado com o intuito de questionar ato administrativo emitido pelo próprio poder. 111 Das decisões administrativas cabe recurso somente em face de razões de mérito. A discussão sobre legalidade deve ser feita em esfera judicial. 112 Essa Lei fixa um prazo prescricional de cinco anos, contados da data em que foram praticados, para a Administraçãoanular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Em relação às licitações públicas e aos contratos administrativos (Lei n. 8.666/1993), julgue os itens que se seguem. 113 A licitação destina-se à observância do princípio constitu- cional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa, considerando o enfoque econômico. 114 Concluído o procedimento, a adjudicação compulsória atri- bui o objeto da licitação ao vencedor. Nessa fase, a Admi- nistração Pública fica impedida de revogar o procedimento. 115 A Administração Pública está legitimada a exigir prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras, não podendo essa garantia exceder a cinco por cento do valor do contrato, sem exceção. 116 Sempre que houver inviabilidade de competição, a Adminis- tração Pública está autorizada a efetuar contratações diretas por meio de dispensa de licitação. A Lei n. 10.520/2002 institui normas sobre pregão na forma pre- sencial. Sobre a referida lei, julgue os itens. 117 Nos termos da Lei n. 10.520/2002, pregão não será conside- rado uma modalidade de licitação, já que a norma geral sobre licitações e contratos (Lei n. 8.666/1993) dispõe que é vedada a criação de outra modalidade de licitação, bem como a com- binação das já existentes na norma. 118 O prazo fixado para a apresentação das propostas, no pregão presencial, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 5 (cinco) dias úteis. 119 O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital. A Lei n. 13.303/2016 dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- pios. Julgue os próximos itens de acordo com referida lei. 120 Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurí- dica de direito público, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente deti- do pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. 121 A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos admi- nistradores. DIREITO CONSTITUCIONAL (Wellington Antunes / Ismael Noronha) Acerca das disposições constitucionais, da classificação das normas constitucionais, do controle de constitucionalidade e do poder constituinte, julgue os itens a seguir. 122 As normas de eficácia contida, embora dependam de legis- lação suplementar para ter eficácia plena, não admitem mar- gem para a atuação restritiva por meio de legislação infra- constitucional. 123 A desconstitucionalização decorre da manutenção em vigor, perante a nova ordem jurídica, da Constituição anterior, que, porém, perde sua hierarquia constitucional para operar como legislação, mas, ocupando posição hierárquica superior à le- gislação comum. 124 Os municípios são legitimados para a propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, quando houver interesse local em discussão. 125 A mera instauração de inquérito, quando evidente a atipici- dade da conduta, constitui meio hábil a impor violação aos direitos fundamentais, em especial ao princípio da digni- dade humana. 126 Segundo o STF, os atos que instituam sistema de reserva de vagas com base em critério étnico-racial (cotas) no processo de seleção para ingresso em instituição pública de ensino su- perior contrariam o princípio da igualdade material. 127 A Constituição do Rio de Janeiro prevê a possibilidade de proposta de emenda à Constituição por meio de iniciativa po- pular, subscrita por, no mínimo, um por cento do eleitorado estadual, distribuído, pelo menos, em um décimo dos municí- pios existentes no estado, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. 128 Salvo disposição constitucional em contrário, as delibera- ções da Assembleia Legislativa e de suas Comissões serão tomadas por maioria absoluta de votos, presente a maioria de seus membros. 129 Compete ao TCE-RJ assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade. Caberá, também, ao TCE- TJ sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Assembleia Legislativa. 130 Compete privativamente ao Governador do estado dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento da Administração estadual, desde que não implique em aumento de despesa nem na criação ou extinção de órgãos públicos. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 10.520-2002?OpenDocument SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 131 O auditor, quando em substituição a Conselheiro do TCE-RJ, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de Juiz de Direito de primeira entrância. DIREITO CIVIL (Weslei Machado) No que se refere às normas de Direito Civil, julgue os itens a seguir. 132 Para regular a capacidade dos herdeiros para suceder, deve ser aplicada a lei do país em que domiciliado o falecido ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situa- ção dos bens. 133 Marília da Silva, ao se casar com Ayrton Senna, acrescen- tou ao seu nome o sobrenome de seu marido, passando a se chamar Maria da Silva Senna. Entretanto, decidiram se di- vorciar, mas, apesar da oposição, Marília pretende manter o sobrenome do seu ex-cônjuge. Nessa situação, a contrarie- dade de Ayrton Senna, independentemente de qualquer outra circunstância, impede a manutenção do sobrenome Senna por Marília. 134 De acordo com a teoria da capacidade prevista no Código Civil, não somente a idade mínima impacta na aquisição da capacidade civil, mas também a idade máxima, desde que aliada à afetação da capacidade de discernimento, como por exemplo, para as pessoas idosas com Alzheimer. 135 Em razão de não terem finalidade econômica, não se admite que as associações desenvolvam atividades econômicas, tais como, por exemplo, a produção de bens e de serviços, ainda que não se distribuam lucros entre os associados. 136 O abuso da personalidade jurídica, como fator autorizativo da decretação da desconsideração, para a sua caracterização depende da existência de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, sendo que se pode afirmar que há desvio de fina- lidade quando houver o cumprimento repetitivo pela socieda- de de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa. 137 Independentemente de qualquer circunstância, não se admite a prescrição aquisitiva (usucapião) de bens públicos, ainda que se trate de bens públicos dominicais. 138 Harley Cândido, vulgo “Bolinho”, policial militar e conheci- do por seu temperamento violento, deseja alugar a casa da vi- zinha Raicélia para hospedar sua irmã Juliana, que chegará na cidade na próxima semana. Com isso, marcou um encontro, mas recebeu a informação de que a casa não estava disponível para locação. Irritado e com agressividade, Harley Cândido, ameaçou, de forma velada, o filho de Raicélia, o adolescente Kaison, dizendo que sabe onde este trabalha, o horário que sai e retorna para casa, motivo pelo qual Raicélia decidiu alu- gar o imóvel. Nesse caso, o negócio jurídico firmado entre Raicélia e Harley Cândido é considerado anulável em razão do vício decorrente da coação. 139 Em razão da adoção do princípio da actio nata, norma de definição do início da contagem do prazo prescricional, a pre- tensão nasce a partir da violação do direito e se extingue pela prescrição, nos prazos definidos na legislação civil. 140 Kaison obrigou-se a entregar cem quilogramas de pirarucu (nome científico: Arapaima gigas) para o Restaurante Em- pório do Sushi, no dia 19 de fevereiro de 2020. Entretanto, no dia combinado, Kaison compareceu no estabelecimentoempresarial e entregou a quantia em dinheiro correspondente ao valor aproximado dos cem quilogramas do peixe. Nessa situação, o credor não poderá ser constrangido a receber coisa diversa da originalmente pactuada, nem a quantia entregue terá força liberatória de pagamento. 141 Apesar de a liberdade contratual ser regida pela função social do contrato, nas relações contratuais privadas, deve prevale- cer o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. DIREITO PROCESSUAL (Weslei Machado) De acordo com as normas processuais civis, em especial aquelas contidas no Código de Processo Civil, julgue os itens a seguir. 142 Não há que se falar em violação ao princípio do juiz natu- ral na hipótese de formação de litisconsórcio facultativo ati- vo ulterior. 143 Sob pena de ser considerada extra petita, a sentença não pode condenar o réu ao pagamento de juros moratórios sem que haja pedido expresso do autor na petição inicial. 144 A reiterada oportunização às partes para que promovam o saneamento de vícios e a correção de erros, com a demons- tração do interesse na solução do mérito, pode configurar vio- lação ao princípio da imparcialidade. 145 Em razão de não ter personalidade jurídica, a herança jacente e o condomínio não possuem capacidade para estar em juízo, devendo a demanda ser proposta diretamente contra as pesso- as físicas titulares dos direitos em discussão em juízo. 146 Harley Cândido ingressou como assistente simples de Kaison em um processo proposto contra o Município do Rio de Janeiro. Após a emissão de sentença de improcedência de seu pedido inicial, Kaison renunciou ao seu direito de recorrer. Nesse caso, não há óbice à interposição de recurso por Harley Cândido. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 147 Quando intervir na condição de fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público terá vista dos autos depois das partes e deve ser intimado de todos os atos do processo. 148 Nas situações em que o litígio envolver a discussão da valida- de de parte de um negócio jurídico e não da sua integralidade, o valor da causa corresponderá apenas ao valor da parte con- trovertida e não valor de todo o ato jurídico. 149 O manifesto propósito protelatório da parte nos autos de um processo, independentemente da demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, autoriza a con- cessão da tutela de evidência. 150 Nas causas em que não haja necessidade de instrução proba- tória, admite-se a improcedência liminar do pedido que con- trariar decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito de processos de controle concentrado de constitucio- nalidade ou Súmulas Vinculantes. 151 Onilvânia propôs por três vezes uma ação indenizatória com pedido de condenação de Gilva ao pagamento de R$ 50.000,00 em razão de um empréstimo não pago, mas, nas três vezes, o processo foi extinto sem resolução do mérito em razão do abandono de causa de Onilvânia. Nesse caso, apesar da perempção, Onilvânia poderá, caso seja demandada por Gilva, alegar seu crédito de R$ 50.000,00 em sua contesta- ção, com pedido de compensação. DIREITO FINANCEIRO (Egbert Buarque / Flávio Assis) 152 As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central; as dos estados, do Distrito Federal, dos mu- nicípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras ofi- ciais, ressalvados os casos previstos em lei. 153 Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. 154 É vedada a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pen- sionista, dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 155 A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da Administração centralizada e des- centralizada, ou que, por intermédio deles, se devam realizar. 156 Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. 157 Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. 158 Na Lei de Orçamento, a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por modalidade de aplicação. 159 Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Diretrizes Orçamentárias vigente. 160 Até 30 dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a Lei de Diretrizes Orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executi- vo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. 161 Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da recei- ta poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas e Prio- ridades, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. 162 Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na ges- tão fiscal a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os impostos da competência constitucional do ente da Federação. 163 É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, de autarquia, de fundação ou de empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da Administração indireta, ressalvados os casos de novação, de refinanciamento ou de postergação de dívida contraída anteriormente. 164 Superávit financeiro é a diferença positiva entre o ativo finan- ceiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas. 165 É proibida a operação de crédito entre uma instituição finan- ceira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualida- de de beneficiário do empréstimo. 166 O orçamento Base Zero foi empregado no Brasil durante a década de 1990, como forma de mitigar os efeitos da grave crise fiscal daquele período. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO No que tange aos dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal relativos à dívida pública e às operações de crédito, julgue os itens seguintes. 167 A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação sempre deverá exigir comprovação de que a operação atende às condições e aos limites estabeleci- dos, pois, caso a operação seja anulada, o ente da Federação deverá devolver apenas o principal sem pagamento de juros e encargos financeiros. 168 Na contratação de operações de crédito, os entes da Federa- ção deverão formalizar seu pleito fundamentando-o em pare- cer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando o inte- resse econômico e social da operação, além da evidenciação da relação custo-benefício e observância dos limites fixados pelo Congresso Nacional. 169 As operações de crédito por antecipação de receita destinam-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e não serão computadas para fins de atendimento da conhecida regra de ouro desde que liquidadas até o dia 10 de dezembro do exercício financeiro em que foram contratadas. Por determinação contida na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Responsabilidade Fiscal, as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central; as dos estados, do Dis- tritoFederal, dos municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições finan- ceiras oficiais. Com base no texto, julgue o item seguinte. 170 As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente, sen- do vedada a aplicação em títulos da dívida pública, apesar de permitida a concessão de empréstimos aos segurados. Em atendimento ao que dispõe a Lei de Responsabilidade Fiscal, julgue os itens seguintes. 171 Caso um ente federado promova a alienação de um bem in- tegrante do patrimônio público para financiar despesas cor- rentes destinadas por lei aos regimes de previdência social, geral e própria dos servidores públicos, não estará infringindo norma legal. 172 A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e finan- ceira, entretanto, continuará integrando o orçamento de in- vestimento das empresas em que a União, direta ou indireta- mente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. 173 Na escrituração das contas públicas, a disponibilidade de caixa constará de registro próprio e observará o regime de competência para as despesas, vedada a escrituração de for- ma individualizada, em observância ao princípio da isono- mia contábil. 174 O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), publicado imediatamente após o encerramento de cada bi- mestre, abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público e será composto por um balanço orçamentário que especificará por categoria econômica as receitas por fontes e as despesas por grupo de natureza. DIREITO TRIBUTÁRIO (Felipe Pelegrini) Com referência às normas constitucionais relativas aos tributos em espécie, julgue o item a seguir. 175 Pertence à União e ao município o produto da arrecadação do Imposto Territorial Rural (ITR) realizado pelo município, que assim optar, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. 176 Analise a situação hipotética a seguir e julgue a assertiva: Situação hipotética: Joana é proprietária de uma casa em Porto Alegre (RS) e de um veículo emplacado em Goiânia (GO) e, recentemente, veio a falecer em São Paulo (SP). Por ter muitos parentes no Rio de Janeiro (RJ), seu inventário foi feito no mencionado estado. Assertiva: O imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) referente ao apartamento e ao veículo, respectivamente, serão devidos aos estados do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Acerca dos princípios tributários, julgue a afirmativa a seguir. 177 A majoração de alíquotas do Imposto sobre Operações Fi- nanceiras (IOF) independe de lei, sendo vedada sua imple- mentação no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada lei que aumentou tal tributo. Acerca de crédito tributário, analise o item a seguir. 178 Remissão realizada por ente público titular de obrigação tri- butária com pessoa física ou jurídica gera a suspensão do cré- dito tributário por certo período de tempo. No que se refere a domicílio tributário, julgue o item a seguir. 179 Caso determinada pessoa natural não eleja o seu domicílio fiscal, o fisco deverá considerar o centro habitual de sua ati- vidade ou sua residência habitual como seu domicílio fiscal. Com relação ao tema de obrigação tributária, julgue o item subsequente. 180 Dispensada a obrigação principal ao contribuinte, a obrigação acessória restará prejudicada. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Acerca das espécies tributárias, julgue o item que se segue. 181 Impostos não adotam contraprestação estatal específica, em qualquer hipótese, tendo em vista o princípio da não afetação/ não vinculação dos impostos. À luz da jurisprudência sobre responsabilidade tributária, julgue o item a seguir. 182 A falência, considerada como sociedade dissolvida irregular- mente, autoriza o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. DIREITO PENAL (Wallace França) Considerando os crimes contra a Administração da Justiça, julgue os itens a seguir. 183 Situação hipotética: Florisvaldo, a pedido de seu filho, es- condeu um carro furtado por este. Assertiva: Nessa situação, o pai será isento de pena pela prática do crime contra a admi- nistração da justiça. 184 Pratica o crime de denunciação caluniosa o agente que pro- voca a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado. Considerando os crimes praticados por particular contra a Admi- nistração em geral, julgue os itens a seguir. 185 Conforme entendimento do STJ, o desacato deixou de ser cri- me por ser incompatível com a liberdade de expressão previs- ta na Convenção Americana de Direitos Humanos. 186 Pratica o crime de resistência o particular que desobedece a ordem legal de funcionário público. Considerando os crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral, julgue os itens a seguir. 187 Equipara-se a funcionário público para fins penais quem exerce cargo, emprego ou função pública em entidade contra- tada ou conveniada para a execução de atividades típicas ou atípicas da Administração Pública. 188 O crime de concussão se consuma com a mera exigência da vantagem indevida, independentemente do recebimento desta. Considerando os crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral, julgue os itens a seguir. 189 O crime de concussão é incompatível com o delito de cor- rupção ativa. 190 Pratica o crime de excesso de exação o funcionário público o qual exige tributo que sabe ou deveria saber indevido. Considerando os crimes contra as finanças públicas, julgue o item a seguir. 191 Pratica o crime de contratação de operação de crédito quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo, com inobservância de limite, de condição ou de montante estabelecido em lei ou em resolução da Câmara dos Deputados. Considerando os crimes e as infrações administrativas contra as finanças públicas, julgue o item a seguir. 192 Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas propor Lei de Diretrizes Orçamentárias Anual que não contenha as metas fiscais na forma da lei. DIREITO PREVIDENCIÁRIO (Carlos Mendonça) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistên- cia social. Julgue os itens a seguir de acordo com o texto acima e com o que dispõe a Constituição sobre os princípios da seguridade social. 193 Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a se- guridade social, com base na universalidade da cobertura e do atendimento. 194 A uniformidade e a equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais não permite qualquer diferencia- ção entre essas camadas sociais. Julgue os itens a seguir de acordo com a Lei n. 10.887/2004. 195 As remunerações consideradas no cálculo do valor inicial dos proventos terão os seus valores atualizados mês a mês de acordo com a variação integral do índice fixado para a atua- lização dos salários de contribuição considerados no cálculo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Julgue os itens a seguir de acordo com a Constituição Federal e o Regime Próprio de Previdência dos Servidores. 196 O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou mu- nicipal será contado para fins de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de disponibi- lidade, mas a lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictícia. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 197 Não incidirá contribuição sobre os proventos de aposentado-rias e pensões concedidas pelo regime próprio de previdência social que superem o limite máximo estabelecido para os be- nefícios do Regime Geral de Previdência Social. 198 Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previ- dência Social. Julgue os itens a seguir, de acordo com as regras constitucionais sobre a previdência social. 199 O tempo de serviço militar e o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem recíproca para fins de ina- tivação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais regimes. 200 Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua re- sidência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO PROVAS DISCURSIVAS (Hugo Alencar / Aragonê Fernandes / Gustavo Scatolino / Sandro Bernardes) QUESTÃO 1 O conceito de accountability é amplamente utilizado nas áreas de auditoria e de controle da Administração Pública brasileira. A opção por não traduzir a expressão da língua inglesa se deu pela amplitude dos conceitos abarcados pela palavra, sem correspondente exato em português. Entre suas várias acepções, o accountability guarda estreita relação com a transparência governamental. Considerando que o texto apresentado tem caráter unicamente motivador, faça, necessariamente, o que se pede a seguir. – Conceitue accountability, descrevendo seus tipos clássicos; – Discorra sobre a importância da possibilidade de responsabilização dos gestores públicos; – Explique a importância da transparência governamental para a manutenção do estado democrático. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO QUESTÃO 2 No tocante às Comissões Parlamentares de Inquérito, há poderes atribuídos pela CF e delimitados pela interpretação jurisprudencial dada pelo STF. Acerca do tema, discorra sobre os itens a seguir. a) possibilidade de quebra de sigilos por CPI’s instaladas perante o Congresso Nacional ou Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. b) (im)possibilidade de CPI apurar fatos além daqueles que motivaram a sua criação, bem como de prorrogação do prazo de sua duração. c) viabilidade de compartilhamento de informações com o Poder Judiciário. d) foro competente para julgamento de habeas corpus impetrado contra CPI instalada no âmbito da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO QUESTÃO 3 O art. 3º da Lei n. 8.666/1993 estabelece que o objetivo da licitação é escolher a proposta mais vantajosa para o futuro contrato e fazer prevalecer o princípio da isonomia, visando à promoção do desenvolvimento nacional sustentável. Redija um texto dissertativo acerca do tema Licitações, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos: a. A obrigatoriedade de licitação antes da celebração de contratos, inclusive quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista; b. A modalidade de licitação utilizada para a venda de imóveis; c. A diferença entre dispensa e inexigibilidade de licitação. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO QUESTÃO 4 Semana 4 – Denúncia O TCE do Rio de Janeiro recebeu expediente oriundo de cidadão informando as seguintes potenciais irregularidades supostamente cometidas pela Prefeitura do município de Duque de Caxias: a) em um pregão, haveria ocorrido desvio na condução do certame, materializado na indicação de marca de uma máquina a ser adquirida. Assim, de acordo com o expediente encaminhado, deveria haver a responsabilização do Presidente da Equipe de Apoio, que seria o incumbido do certame. Não haveria que se cogitar da responsabilização de outros envolvidos, tais como a autoridade homologadora e/ou pregoeiro; b) foi utilizada a inexigibilidade de licitação para a contratação de serviços advocatícios de defesa do município em causas ju- diciais, em geral. O fundamento constante do processo de contratação, a que teve acesso o denunciante, com base na Lei n. 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) foi a estrita confiança depositada no profissional. Não houve especificação da área em que este atuaria; c) foram assumidas despesas pela municipalidade no último quadrimestre do mandato do Prefeito na ordem de um milhão de reais. A disponibilidade financeira de caixa em 31/12 foi ordem de um milhão e cem mil reais; d) na terceirização de serviços, com dedicação exclusiva de mão de obra, a Administração Municipal não manteve estrutura de fiscalização e acompanhamento da execução contratual. Há dívidas trabalhistas da ordem de 100 mil reais, imputáveis à empresa que fora contratada, a qual, entretanto, faliu. Assim, há um passivo reconhecido nessa esfera; e) os recursos repassados mediante convênio, pela União, foram todos depositados em uma só conta corrente; f) utilizou-se o inc. V do art. 24 da Lei n. 8.666/1993 para contratar uma empresa por 150 mil reais. O valor da estimativa fora de 120 mil reais; g) não fora dada ciência à Câmara de Vereadores de incidente de inconstitucionalidade levantado no processo de prestação de con- tas ordinária da Prefeitura, no ano anterior; h) despesas pagas em materias de consumo, com base em comprovantes firmados de próprio punho pela empresa fornecedora na ordem de 500 mil reais, ao passo que as notas fiscais comprovavam apenas 50 mil. O processo foi distribuído para que você elabore proposta a ser de deliberada pelo TCE-RJ. Trate de todos os aspectos materiais e pro- cessuais inerentes a cada um dos pontos indicados na denúncia, indicando os dispositivos eventualmente transgredidos e os encaminha- mentos a ser dados pela Corte carioca. * Qualquer proposta/redação que supere as cinquenta linhas será desconsiderada. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 SIMULADO PREPARATÓRIO PARA CONCURSO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO GABARITO Item 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Gabarito C C E C C E C E C C E E E E E E E C E E Item 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 Gabarito C C C C C E E C E E E C C C E C C E E C Item 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 Gabarito E C E C C E C E C E E C E E C C E C E E Item 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 Gabarito E C C C E E E C C E E C C E C E C C C E Item 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 Gabarito E E C E C C C E C E C C C E C C E C E C Item 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 Gabarito E C E E E E E E E C E E E E E E E E C E Item 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 Gabarito C E E E C E C E C C E E E E E E C C C C Item 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 Gabarito C E E E E E C C C C C C C C E C C E E C Item 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 Gabarito E E E C C E E E C E C C E E E C E E E E Item 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 Gabarito E E E E E E E C C C E C C E C C E C C C SIMULADOTCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO CONHECIMENTOS BÁSICOS LÍNGUA PORTUGUESA (João Marcos) TEXTO I 1 Quando Karl Marx empreendeu a análise do modo de pro- dução capitalista, este estava em seus primórdios. Marx dispôs suas investigações de modo a conferir-lhes valor prognóstico. Ele retornou às relações fundamentais da produção capitalista 5 e apresentou-as de tal maneira que delas resultasse aquilo que futuramente ainda seria possível esperar do capitalismo. � O resultado foi que não somente se podia atribuir- lhe uma exploração progressivamente intensificada do proletariado como também a produção de condições que 10 chegariam a possibilitar ao capitalismo a sua própria abolição. (Benjamin,Walter; in A obra de arte na época de sua reproduti- bilidade técnica. Ed. L e PM. 2017). A partir das ideias básicas do texto, julgue os itens que seguem. 1 A análise empreendida por Marx ao modo de produção ca- pitalista precede o amadurecimento sócio-histórico des- se sistema. Certo. O texto traz informações suficientes para tal afirmação às li- nhas 1 a 3. 2 O período iniciado à linha 4 explicita e esclarece a expressão valor prognóstico (l. 3). Certo. Marx “prevê” aquilo que, futuramente, ainda seria possível es- perar do capitalismo. 3 O vocábulo dispôs (l. 2) significa, contextualmente, pôs à disposição. Errado. DISPOR, no contexto, tem sentido organizativo, e não o de pôr à disponibilidade de... 4 Pode-se inferir que as “previsões” de Marx tanto se associam à classe proletária quanto ao próprio futuro do capitalismo. Certo. Segundo o texto, em seu segundo parágrafo, os prognósticos marxistas dirigem-se tanto ao sistema capitalista quanto ao que ocorrerá com a classe operária. 5 Infere-se do segundo parágrafo que o sistema capitalista traga em si o gérmen de sua própria destruição. Certo. Há índices claros, como a palavra “abolição”, de que o capita- lismo a si mesmo se suprima. Levando em conta os constituintes linguístico-gramaticais do texto, julgue os itens. 6 A palavra Quando (l. 1) classifica-se como conjunção subor- dinativa adverbial condicional. Errado. A conjunção Quando tem, no contexto, valor sintático-semân- tico temporal. 7 O pronome pessoal oblíquo átono lhes (l. 3) retoma o ter- mo suas investigações e tem função de complemento ver- bal indireto. Certo. O pronome oblíquo átono lhes tem função de complemento verbal indireto. 8 O pronome substantivo demonstrativo este (l. 2) tem função de sujeito na oração de que participa e retoma, anaforica- mente, seu antecedente Karl Marx. Errado. O referente desse pronome é o termo modo de produção. 9 Na linha 4, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regên- cia da forma verbal retornou, bem como pela presença de artigo definido feminino e plural diante do termo relações fundamentais. Certo. SIM: (...) retornou a + as (=às) relações fundamentais (...) 10 A primeira ocorrência do que na linha 5 é classificada como conjunção subordinativa adverbial consecutiva. Certo. A consequência de apresentar-se de tal maneira é o resultado daquilo “que futuramente ainda seria possível esperar do ca- pitalismo”. (Obs.: essa conjunção QUE denomina-se, tecnica- mente, como subordinativa adverbial consecutiva). 11 Na segunda ocorrência da linha 5, a palavra que é pronome relativo com função sintática de sujeito. Errado. O pronome relativo que tem função de complemento ver- bal direto. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 12 A última oração do primeiro parágrafo é sujeito oracional do predicado verbal futuramente ainda seria possível. Errado. O predicado ainda seria possível não é verbal; é nominal. TEXTO II A MULHER DO PIOLHO 1 Uma mulher, por qualquer motivo insignificante, tra- vou-se de razões com o marido; entre outras palavras injurio- sas, chamou-lhe de piolhento. � – Mentes! – retruca o marido – não tenho piolhos. 5 – Tens, sim, tens piolhos. � Esgotada a paciência, o marido batia-lhe, e ela sempre a dizer: tens piolhos! Piolhos! Piolhos! � O marido, enfim, amarrou-a com cordas e desceu-a num poço. Com água pela barba, ela respondia sempre com a 10 mesma injúria. O marido fê-la mergulhar; e ela, já sem poder articular palavra, pondo as mãos fora d’água, fazia cascar as unhas, com o gesto de quem esborracha o asqueroso inseto. (Câmara Cascudo, Luís da; in Contos tradicionais do Brasil. Ediouro Publicações. 2003). Com base no texto, avalie os itens que se seguem. 13 Trata-se de pequena narrativa em que o narrador é um dos personagens. Errado. O narrador não é personagem. 14 Pelo contexto, a expressão Com água pela barba (l. 9) deve ser tomada em sentido literal, referencial, denotativo. Errado. No contexto, é expressão metafórica e, portanto, conotativa. 15 O fato de os personagens não serem nomeados retira-lhes qualquer humanidade, pois transformam-se em títeres, ma- rionetes submissos ao ponto de vista do narrador. Errado. Nenhum dos personagens é manipulado pelo narrador, até por- que este lhes dá vida própria através do discurso direto, pois “falam” no texto. 16 A oração intercalada retruca o marido (l. 4) traduz uma re- flexão do narrador, em discurso direto, com relação à atitude drástica do esposo injuriado. Errado. A oração – retruca o marido – (l. 4) não se manifesta em dis- curso direto e, muito menos é, garantidamente, uma reflexão do narrador, pois apenas constitui um discurso livre, sem autor necessário ou autoria determinada. 17 O adjunto adverbial causal representado pelo termo por qualquer motivo insignificante (l. 1) é reprodução direta e fiel da fala do personagem esposo. Errado. O termo destacado não é índice mínimo de que se trate de alguma reprodução fiel, em discurso direto, da fala do marido- esposo-narrador. 18 Contextualmente, o sentido de esborracha equivale ao de esmaga. Certo. No contexto, são vocábulos semanticamente equivalentes. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (Bruno Eduardo) No que se refere à Administração Pública, do modelo racional- legal ao paradigma pós-burocrático, julgue o item seguinte. 19 O modelo de Administração Pública burocrática respondeu à expansão das funções econômicas e sociais da sociedade com uma proposta de diminuição do tamanho do Estado. Errado. O modelo adequado é o gerencial. A burocracia não foi orienta- da para a cama social, assim como às funções econômicas, ape- sar de a implantação dela ter sido pressionada pelas burguesias industriais, comerciais e urbanas. 20 Servindo aos níveis governamentais federal, estadual e muni- cipal, o patrimonialismo visava enfatizar a profissionalização e o uso de práticas de gestão do setor privado. Errado. O modelo adequado é o gerencial. No patrimonialismo não ha- via organização administrativa, assim não há que se falar de práticas do setor privado à Administração Pública. 21 O paradigma gerencial fundamenta-se nos princípios da con- fiança limitada e da descentralização da decisão. Certo. No gerencialismo há uma confiança no sentido de permitir ao gestor planejar e executar; a limitação consiste no dever de prestar contas. Acerca de governança, de governabilidade e de accountability, julgue os itens a seguir. 22 O termo accountability, entendido como prestação de contas e possibilidade de responsabilização de servidores públicos por seus atos, permitindo órgãos internos e externos na per- cepção de controle, além do controle social. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Certo. A accountability consiste justamente no dever de prestar con- tas à sociedade por meio dos sistemas de controles interno e externo. 23 Governabilidade consiste na capacidade política de governar dependente de apoio popular ou político. Certo. Justamente. Sem governabilidade, não há apoio político ou so- cial para governar. 24 Os arranjos institucionais dizem respeito a estruturas, a pro- cessos, a mecanismos, a princípios, a regras e a normas que influenciam a governança em política pública. Certo. Justo.Os arranjos são as estruturas organizacionais em que se executam as políticas públicas advindas da governança pública. 25 A representação parlamentar amplia a possibilidade de parti- cipação da sociedade na gestão da coisa pública. Certo. O parlamentar é o representante da sociedade, assim amplia sua participação. A respeito de Administração, julgue o próximo item. 26 A supremacia do interesse público deve ser prioridade em or- ganizações da Administração Pública e privada. Errado. Esse princípio é exclusivo da Administração Pública. 27 A visão do cidadão como cliente para os serviços públicos ofertados pelo Estado é típica da Administração Pública patrimonial. Errado. Visão típica da Administração Gerencial. ANÁLISE DE DADOS E INFORMAÇÕES (Aurisan Santana) Acerca de análise de dados e de informações, julgue os itens seguintes, marcando C (Certo) ou E (Errado): 28 Necessidade de examinar o dado em diferentes níveis de detalhe e a realização de consultas complexas não anteci- padas são algumas das características dos sistemas analíti- cos (OLAP). Certo. Os sistemas OLAP permitem realizar operações do tipo Drill- Down e Roll-up. Tais operações permitem analisar os dados em diferentes níveis de detalhes, dentro da estrutura das dimensões. Além disso, as consultas nesse tipo de sistema, ao contrário do que ocorre em sistemas transacionais – baseados em relatórios fixos – são complexas e não previstas inicialmente, uma vez que objetivam responder questões estratégicas. 29 Os dados dos sistemas OLTP (Online Transaction Proces- sing) são apenas consultados. Por outro lado, os dados dos sistemas OLAP podem ser lidos, alterados e excluídos. Errado. Os dados em sistemas OLTP podem ser incluídos, alterados, consultados ou excluídos. Por exemplo, imagine o preço de um produto num sistema de uma rede de varejo. Nesse tipo de sis- tema, não há um compromisso com os dados históricos, e o sistema mantém a posição atual dos registros. 30 São características da informação que dá suporte ao processo de tomada de decisão a precisão, a confiabilidade e a relevân- cia, mas não a flexibilidade. Errado. A flexibilidade é uma das características essenciais da infor- mação a qual dá suporte ao processo decisório, pois esta deve servir a uma variedade de propósitos. 31 Informação é um elemento puro, quantificável, sobre deter- minado evento, o qual, observado isoladamente, não leva à compreensão de qualquer fato ou situação. Errado. Essa é a definição de dado. Informação é um dado com sig- nificado e exige uma referência, uma parâmetro que permite comparação. 32 Conhecimento é a habilidade de criar um modelo mental que descreva o evento e indique as decisões a tomar. Conheci- mento permite a compreensão, a análise e a síntese, necessá- rias para a tomada de decisões inteligentes. Certo. Conhecimento é uma informação especializada que permite compreender, analisar e inferir acerca de determinados contex- tos, propiciando a tomada de decisões inteligentes. 33 A característica de não volatilidade do DW refere-se ao tipo de permissão de acesso aos dados. Enquanto no ambiente OLTP o dado é regularmente consultado e atualizado em operações CRUD (Create, Read, Update e Delete), no DW os dados são inicialmente carregados e disponibilizados para consulta. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Certo. De acordo com essa característica, os dados armazenados no DW persistem, vale dizer, não são excluídos do banco de dados. Dessa forma, podemos afirmar que os dados do DW possuem persistência. 34 A granularidade é um aspecto crucial em um projeto de DW. A granularidade refere-se ao nível de detalhamento dos dados armazenados no DW. Certo. A granularidade do DW está associada ao nível de detalhe do dado armazenado no DW. Importante ressaltar que nível de granularidade e nível de detalhe são grandezas inversamente proporcionais, ou seja, quanto maior o nível de granularidade, menor será o nível de detalhe, e quanto menor o nível de granu- laridade, maior será o nível de detalhe do DW. 35 A implementação de um DW pode seguir as abordagens Top-Down e Bottom-up. No primeiro caso, o DW é formado a partir de Data Marts previamente desenvolvidos. Na segunda, um DW completo deve ser desenvolvido antes que partes dele, sumarizadas, possam ser derivadas na forma de Data Marts. Errado. Os conceitos estão invertidos. Na abordagem Bottom-Up, o DW é derivado a partir dos DM’s construídos. Já na abordagem Top-Down, primeiro constrói-se o DW, completo, centralizado para, a partir dele, os DM’s serem formados. 36 Na modelagem dimensional, um cubo é, de fato, apenas uma metáfora visual. Um cubo é uma representação intuitiva do fato, porque todas as dimensões coexistem para todo cubo e são independentes entre si. Certo. O cubo é uma representação visual dos dados modelados no DW. Os eixos representam as dimensões e as células do cubo representam os fatos. 37 São características esperadas para ferramentas OLAP, de acordo com as “doze regras de Codd”: visão multidimensio- nal dos dados, dimensionalidade genérica e suporte a mul- tiusuários. Certo. A visão multidimensional permite que os dados sejam mode- lados em diversas dimensões, podendo haver cruzamento de todos os tipos de informações. A dimensionalidade genérica é uma característica segundo a qual a ferramenta OLAP deve ser capaz de tratar informações em qualquer quantidade de dimen- sões. Suporte a multiusuários permite que diversos usuários acessem simultaneamente a ferramenta. 38 Ferramentas ROLAP são aquelas que utilizam uma estrutura multidimensional para armazenar os dados. Errado. Nas ferramentas ROLAP (Relaciona OLAP), os dados são es- truturados em bancos de dados relacionais. São amplamente utilizadas, em decorrência do uso consagrado de BD’s relacio- nais, que utilizam a tecnologia de padrão aberto SQL. AUDITORIA GOVERNAMENTAL (Claudio Zorzo) Nos termos da Constituição Federal, controle externo é o controle exercido pelo Poder Legislativo, com o auxílio técnico das EF’s, sobre as atividades dos Poderes Executivo, Judiciário, do próprio Poder Legislativo e do Ministério Público, e de suas entidades da Administração direta e indireta, incluídas as fundações e socieda- des instituídas e mantidas pelo Poder Público, quanto à legalidade, à legitimidade, à economicidade, à eficiência, à eficácia, à efeti- vidade e à equidade dos atos praticados pelos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos. 39 Considerando as normas de auditoria, a EFICÁCIA refere- se ao resultado real obtido pela população beneficiada pelas ações dos programas de governo. É o impacto proporcionado pela ação governamental. Errado. O impacto proporcionado pela ação governamental é a EFETIVIDADE. Todas as atividades de auditoria governamental da EF devem ser desempenhadas no exercício de sua competência legal. Sobre o assunto, julgue a assertiva. 40 Cabe à auditoria governamental servir de base para o TCE-RJ apreciar as contas prestadas anualmente pelo chefe do Poder Executivo, emitindo parecer prévio a ser elaborado no prazo de 60 dias, a partir da data do seu recebimento. Certo. O TCE aprecia as contas do Governador; elas serão julgadas pela Assembleia Legislativa. Considerando as atividades de fiscalização executadas pelo TCE- RJ, analise a assertiva seguinte. 41 Monitoramento é o procedimento de fiscalização utilizado ao longo de um período pré-determinado para o controle se- letivo e concomitante nas atividades executadas pelo órgão/ entidade jurisdicionado(a). Errado. O monitoramento é utilizado para verificar o cumprimento de suas determinações e os resultados delas advindos, e o acompa- SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO nhamento é utilizado, ao longo de um período pré-determinado, para o controle seletivo e concomitante nas atividades executa- das pelo órgão/entidade jurisdicionado(a). Quanto aos tipos de auditoriagovernamental, julgue as próxi- mas questões. 42 A auditoria de CONFORMIDADE tem como objetivos prin- cipais certificar-se de que as entidades responsáveis cumpri- ram sua obrigação de prestar contas, o que inclui o exame e a avaliação dos registros orçamentários, financeiros, contábeis e patrimoniais e a emissão de relatório sobre as demonstra- ções contábeis e emitir parecer sobre as contas do governo. Certo. A auditoria de conformidade é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para examinar a legalidade e a legiti- midade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos à sua ju- risdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial. 43 O objetivo predominante da auditoria operacional de progra- mas é examinar a ação governamental quanto aos aspectos da economicidade, da eficiência e da eficácia, bem como, eventualmente, aos aspectos de equidade, de transparência, de participação social e/ou de sustentabilidade. Errado. O objetivo predominante da avaliação de programa é examinar a EFETIVIDADE dos programas e dos projetos governamentais. A Entidade de Fiscalização deve ser independente dos entes públi- cos auditados, exercendo suas atividades de auditoria governa- mental livre de interferências política, financeira ou administra- tiva, e com autonomia na escolha da metodologia de trabalho, na determinação da programação e do escopo dos exames, na exe- cução dos trabalhos e na comunicação de resultados. Sobre o assunto, julgue a seguinte questão. 44 O pressuposto de independência não deve dizer respeito ape- nas à postura de direito ou sob regulamentação legal, mas à prática factual. Certo. A Independência é a postura imparcial, isenta, livre de inter- ferências que a EF deve exercer no desenvolvimento de seus trabalhos de auditoria governamental e na comunicação de suas opiniões e conclusões. O pressuposto de independência não deve dizer respeito apenas à postura de direito ou sob regula- mentação legal, mas à prática factual. O profissional de auditoria governamental tem a responsabilidade de observar as normas de conduta estabelecidas no seu Código de Ética Profissional. Sobre a responsabilidade do auditor, julgue a seguinte assertiva. 45 O profissional de auditoria governamental não tem quaisquer responsabilidades sobre o conteúdo das informações e/ou documentos fornecidos pelos órgãos e entidades auditados e que sejam comprobatórios das conclusões da auditoria. A preparação de tais elementos é de responsabilidade exclusiva dos entes auditados. Todavia, o profissional é responsável por verificar a adequação dessas peças. Certo. O auditor responde pelo seu trabalho, e não pelas informações apresentadas nos documentos. O planejamento dos trabalhos de auditoria governamental deve sempre levar em conta a dinâmica organizacional dos órgãos e entidades da Administração Pública, a legislação pertinente, o ambiente no qual serão desenvolvidos e as possibilidades de alte- rações potenciais nas condições de obtenção dos resultados plane- jados, e está sujeito à supervisão e à aprovação dos gerentes ou dos supervisores de auditoria. Sobre o planejamento, julgue os itens. 46 O planejamento da auditoria governamental obrigatoriamen- te deve incluir a designação de equipe técnica, contudo, não deve prever a coordenação e a supervisão, que serão estabe- lecidas internamente pela equipe, conforme o escopo traçado for sendo executado. Errado. O planejamento da auditoria governamental obrigatoriamente deve incluir a designação de equipe técnica, devendo prever a coordenação, a orientação e a supervisão do profissional de auditoria governamental, que assumirá total responsabilidade pelos trabalhos executados. O planejamento da auditoria governamental deve considerar os riscos da auditoria, quer pelo volume de transações, quer pela complexidade das atividades, quer pela estratégia da política pública. Sobre risco de auditoria, analise a assertiva subsequente. 47 Risco inerente é a possibilidade de o erro ou fraude acontecer em face de não existir controle interno. Certo. Risco inerente é o risco de que existam erros ou fraudes inde- pendentemente das ações implementadas pela Administração. Ele é próprio das atividades governamentais. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO A execução é a fase do processo de auditoria governamental na qual as evidências são coletadas e examinadas, de modo a funda- mentar os comentários e as opiniões. Sobre a execução da audito- ria, julgue as assertivas. 48 A execução de auditoria governamental deve ser trabalho pontual, não contínuo, de obtenção, de reunião, de análise, de interpretação, de avaliação e de registro de informações, determinando as causas e identificando os efeitos das defi- ciências, das falhas e das irregularidades detectadas, com o objetivo de fundamentar os resultados da auditoria governa- mental para emissão de opinião, desenvolvendo recomenda- ções, quando cabíveis. Errado. A execução da auditoria é um processo contínuo de obtenção de informações. 49 A técnica da observação é um processo de visitação e de acompanhamento técnico, no qual o próprio profissional de auditoria governamental observa in loco, atenta e minuciosa- mente, sistemas ou processos operacionais da Administração Pública, ou ainda atividades dos gestores, dos administrado- res, dos servidores, dos empregados ou dos representantes de um ente público, no ambiente interno ou externo a ele, objeti- vando, precipuamente, verificar o seu funcionamento. Certo. A observação é a técnica em que o auditor observa no local a execução de um processo ou procedimento e pode ser feita na auditada ou fora dela. 50 A aplicação dos procedimentos de auditoria governamental deve ser realizada em razão da complexidade e do volume das operações, sempre por meio de amostragens, estatísticas ou não, cabendo ao profissional de auditoria governamental, com base na análise de riscos e em outros elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo. Errado. A aplicação dos procedimentos de auditoria governamental pode ser realizada por meio de provas seletivas, de testes e de amostragens. Para fundamentar as opiniões e as conclusões do profissional de auditoria governamental relativas ao ente auditado, devem ser obtidas evidências relevantes, confiáveis e suficientes. Sobre o tema, julgue a assertiva. 51 O achado de auditoria, que é a discrepância entre a situação encontrada e o critério técnico, é a prova da evidência, e pode ser uma impropriedade, irregularidade ou exemplo de boa gestão. Errado. É a evidência de auditoria a prova do achado. Os trabalhos de auditoria governamental, quando concluídos, devem ser comunicados e divulgados formalmente aos usuários por meio de um relatório de auditoria governamental ou, simples- mente, por um relatório de auditoria. Sobre o relatório, analise a assertiva seguinte. 52 O relatório de auditoria tem duas funções básicas: uma é comunicar as constatações do auditor governamental, e a outra, subsidiar as tomadas de decisões pelo tribunal e pe- los gestores. Certo. É a partir do relatório emitido que o tribunal formará sua opi- nião e os gestores implementarão suas ações corretivas. O objetivo da matriz de responsabilização é evidenciar a respon- sabilização daquele que deu causa à irregularidade identificada na auditoria e seus efeitos. Sobre a matriz, julgue a seguinte questão. 53 Na matriz de responsabilização, elaborada pela equipe de auditoria, não poderá ser incluída a proposta de encaminha- mento com sanções, pois ela ficará a cargo do conselheiro/ ministro na sua opinião final. Errado. O objetivo da matriz de responsabilização é evidenciar a res- ponsabilização daquele que deu causa à irregularidade e apre- sentar as propostas de encaminhamento para fundamentar a sanção ou sua não aplicação. CONTROLE EXTERNO (Sandro Henrique /Rodrigo Cardoso) Acerca das aposentadorias e das pensões que se sujeitam a registro diante dos Tribunais de Contas e com base nos entendimentos do STF, julgue o item a seguir. 54 Os atos sujeitos a registro constituem uma série de atos sim- ples, produzidos por órgãos independentes, no caso, o ato de lotação inicial do servidor e o Tribunal de Contas a que este se vincule. Errado. Para a doutrina majoritária e, sobretudo, para o STF, os atos sujeitos a registro são atos complexos, portanto, resultantes da conjugação de vontades independentes. 55 A apreciação dos atos sujeitos a registro se sujeitam à deca- dência, ainda que haja divergências doutrinárias quanto ao marco temporal inicial para o cômputo desta. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Certo. Com efeito, o STF reconhece que o ato sujeito a registro, tais como aposentadorias e pensões, sujeitam-se à decadência ad- ministrativa. A divergência é quanto ao marco inicial para a contagem desta. Atualmente, a posição do Supremo é que deve ser considerado da entrada do ato no próprio Tribunal de Con- tas incumbido da apreciação. 56 Ainda que não se submetam a registro diante do Tribunal de Contas, as nomeações para cargos comissionados podem ser aferidas pelos Tribunais de Contas no que diz respeito, por exemplo, à legalidade das despesas. Certo. De fato, o RITCE-Rio de Janeiro aparta de registro as nome- ações para cargos comissionados (inc. I do art. 47 da aludida norma). Contudo, nada impede que o TCE carioca examine, por exemplo, a legalidade das nomeações, dado o que estabelece o caput do art. 70 da Constituição Federal Acerca das diversas espécies processuais existentes no Tribunal de Contas do estado do Rio de Janeiro, analise as assertivas a seguir, com base no Regimento Interno da Corte carioca. 57 As auditorias operacionais têm por objetivo o exame da lega- lidade, da legitimidade e da economicidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário, patrimonial e operacional; quando o objetivo for avaliar o desempenho dos órgãos, de- vem ser realizadas auditorias de conformidade. Errado. Os conceitos estão invertidos. Observe o RITCE-RIO: Art. 47, I – Auditoria de conformidade, quando o objetivo for examinar a legalidade, legitimidade e economicidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário, patrimonial e opera- cional; II – Auditoria operacional, quando o objetivo for avaliar o de- sempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência, eficácia e efe- tividade dos atos praticados; 58 Inspeções devem ser realizadas sempre que houver necessi- dade de verificar, dentre outras questões específicas, a execu- ção de contratos firmados por instituições sujeitas à jurisdi- ção do TCE-Rio. Certo. A inspeção é um instrumento utilizado para que o TCE-Rio su- pra lacunas, tire dúvidas. Nesse sentido, temos a definição do Regimento Interno da Corte: Art. 49, III – Inspeção, realizada sempre que houver necessida- de de verificar, in loco, dentre outras questões específicas: a) a execução de contratos; b) os pontos duvidosos ou omissões em processo em trânsito no Tribunal, ou c) o objeto de denúncias ou representações. 59 As auditorias extraordinárias, não previstas, portanto, no pla- no de auditoria do TCE-Rio, devem ser determinadas pelos relatores (Conselheiros), dada a responsabilidade destes pela condução de processos que envolvam dispêndios de recursos oriundos do orçamento do Estado do Rio. Errado. Veja o que diz o Regimento Interno do Estado do Rio de Janeiro (com destaque nosso): Art. 49, § 1º A auditoria governamental poderá ser: c) Extraordinária, quando determinada, em cada caso, pelo Ple- nário do Tribunal. As auditorias extraordinárias devem ser determinadas pelo Ple- nário do TCE-Rio, portanto. 60 O acompanhamento deve ser utilizado para verificar o cum- primento das determinações do TCE-Rio e os resultados de- las advindos. É um meio, destarte, útil à verificação da efe- tividade das decisões da Corte de Contas do Estado do Rio. Errado. A espécie processual em questão seria o MONITORAMENTO. Veja as definições pertinentes, a partir do Regimento Interno do TCE-Rio: Art 49, V – Monitoramento, utilizado para verificar o cumpri- mento de suas determinações e os resultados delas advindos, e VI – Acompanhamento, utilizado, ao longo de um período prede- terminado, para o controle seletivo e concomitante nas atividades executadas pelo órgão/entidade jurisdicionado(a). Sobre as licitações e os contratos realizados por instituições do estado do Rio de Janeiro, julgue os itens a seguir. 61 Apenas empresas participantes de processos licitatórios po- derão representar ao TCE-Rio acerca de eventuais irregulari- dades na condução de tais procedimentos. Errado. Veja o que diz o RITCE-Rio (destaque nosso): Art. 58. Qualquer licitante ou contratado, pessoa física ou ju- rídica, poderá representar ao Tribunal contra irregularidades na aplicação da legislação pertinente. Parágrafo único – A representação, para ser admitida, deverá in- dicar, de forma circunstanciada, as irregularidades verificadas, as disposições legais infringidas, a identificação e a qualificação do interessado, com a indicação de endereço para ser cientificado da decisão do Tribunal. Dessa forma, não só licitantes, mas qualquer contratado, pessoa física ou jurídica podem representar ao TCE-Rio por conta de irregularidades em licitações realizadas com recursos oriundos do orçamento estadual. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 62 O TCE-Rio não dispõe de competência expressa para fiscali- zar licitações realizadas com recursos federais. Nesses casos, caso o TCE-Rio detecte eventuais irregularidades, deverá en- caminhar o assunto ao TCU para que este adote as medidas cabíveis. Certo. A competência dos TCE’s é determinada a partir da origem dos recursos envolvidos. Assim, caso os recursos públicos sejam federais, a competência será do TCU. Caso o TCE-Rio even- tualmente se depare com irregularidades derivadas da má apli- cação de recursos federais, deverá encaminhar o assunto, de fato, ao TCU. O controle interno é essencial para o bom funcionamento do con- trole externo a ser exercido pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Acerca desse assunto, julgue os itens a seguir. 63 Dentre os papéis do controle interno se encontra o de apoiar o controle externo, o que não significa que haja hierarquia entre as instituições, mas sim a necessidade de harmonizar a atuação entre as atividades. Certo. De fato, não há que se cogitar hierarquia entre os controles interno e externo. O que há é a necessidade de atuação har- mônica entre ambos, de forma que seus trabalhos possam ser otimizados. 64 Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conheci- mento de qualquer irregularidade, dela darão ciência de ime- diato ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária. Certo. É a exata disposição do RITCE-Rio. Veja: Art. 65. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem co- nhecimento de qualquer irregularidade, dela darão ciência de imediato ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária. Portanto, caso o responsável pelo controle interno não comu- nique eventuais irregularidades ao órgão de controle externo, acabará respondendo por isso de forma solidária com o come- tedor de tal ação. Acerca do controle externo no estado do Rio de Janeiro, julgue os itens a seguir. 65 As consultas são processos peculiares nos Tribunais de Con- tas. Constituem julgamento de casos concretos e que acabam constituindo pré-julgamento de teses, com efeitos normati- vos, portanto. Errado. Veja o que diz o RITCE-Rio: Art. 68, § 3º A resposta à consulta formulada tem caráter nor-mativo e constitui pré-julgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto. Assim, consultas não podem versar sobre casos concretos. São processos em abstrato, tratando de teses. 66 As denúncias promovidas diante do TCE-Rio não podem ser apuradas em caráter sigiloso, considerando que a Adminis- tração estadual tem de tornar públicas quaisquer decisões as quais envolvam dispêndios de recursos públicos. Errado. As denúncias são instrumento importante para o controle social do uso de recursos públicos. Contudo, de forma a preservar o denunciante, o RITCE-Rio atribui caráter sigiloso com relação à apuração destas, até que o TCE-Rio decida seu mérito. Veja o que diz o Regimento da Casa: Art. 71. No resguardo dos direitos e garantias individuais, o Tri- bunal de Contas dará tratamento sigiloso às denúncias formula- das, até decisão definitiva sobre a matéria. § 1º Ao decidir, caberá ao Tribunal manter, ou não, o sigilo quan- to ao objeto e à autoria da denúncia. 67 O cumprimento das diligências expedidas pelo TCE-Rio deve ser feito em 30 dias, improrrogáveis. Errado. O prazo para o cumprimento das diligências está correto: 30 dias. Contudo, é possível a prorrogação, ante o que estabelece o seguinte dispositivo: Art. 168. As diligências do Tribunal, salvo no caso de prazos específicos, deverão ser cumpridas dentro do prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável, uma só vez, mediante pedido tempestivo, de- vidamente justificado. 68 Compete ao Presidente do TCE-Rio relatar os processos em que constem argumentos de suspeição opostos em desfavor de Conselheiro da Corte de Contas carioca. Certo. O ITEM ESTÁ CORRETO! Em exata conformidade com o RITCE-Rio. Veja: Art. 143. Compete, ainda, ao Presidente: I – relatar: a) as arguições de impedimento ou de suspeição opostas a Con- selheiro; Com fundamento na Lei Estadual n. 4.787/2006, julgue os pró- ximos itens. 69 O Quadro de Pessoal do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro é composto pelas carreiras de Analista de Controle Externo, Técnico de Controle Externo, Auxiliar de Controle Externo, Procurador do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e do cargo isolado de Procurador do Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Certo. Consta no art. 4º: Art. 4º Compõem o Quadro de Pessoal do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro o cargo isolado de Procurador do Mi- nistério Público Especial junto ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e as carreiras de: I – Analista de Controle Externo; II – Técnico de Controle Externo; III – Auxiliar de Controle Externo; IV – Procurador do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Ja- neiro. 70 Servidor ocupante do cargo de Analista de Controle Ex- terno poderá participar de sociedade empresária desde que não venha a manter relação comercial com o estado do Rio de Janeiro. Errado. Art. 9º É vedado aos ocupantes dos cargos das carreiras de que trata este Capítulo valer-se do cargo para lograr proveito pes- soal em detrimento da dignidade da função pública, bem como participar de sociedade empresária, na forma da lei. 71 Os cargos em comissão integrantes da estrutura da Secreta- ria-Geral de Controle Externo são privativos de servidores ocupantes do cargo de Analista de Controle Externo do Tri- bunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Errado. Art. 8º, § 1º Os cargos em comissão integrantes da estrutura da Secretaria-Geral de Controle Externo são privativos de servido- res efetivos do Quadro de Pessoal do Tribunal de Contas do Es- tado do Rio de Janeiro. 72 Progressão funcional do servidor ocorre automaticamente a cada três anos de efetivo exercício no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Certo. Progressão funcional é a passagem do servidor para o índice de vencimento imediatamente superior dentro de uma mesma categoria e dar-se-á, automaticamente, a cada 3 (três) anos de efetivo exercício no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Ja- neiro, observadas as hipóteses de interrupção e de impedimento definidos em regulamento. 73 Aos servidores ocupantes dos cargos das carreiras do TCE- RJ poderá ser atribuído Adicional de Qualificação Funcional – AQF, em razão dos conhecimentos adicionais adquiridos através de ações de capacitação, em áreas de interesse do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Certo. Consta no art. 29: Art. 29. Aos servidores ocupantes dos cargos das carreiras de Analista de Controle Externo, de Técnico de Controle Externo, e de Auxiliar de Controle Externo, poderá ser atribuído Adicional de Qualificação Funcional – AQF, em razão dos conhecimentos adicionais adquiridos através de ações de capacitação, em áreas de interesse do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, na forma estabelecida em regulamento, além de outras vantagens previstas em lei. 74 Os cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração, destinam-se a atender unicamente à atribuição de assesso- ramento. As funções de confiança destinam-se a atender às atribuições de direção e de chefia. Errado. Art. 8º Os cargos em comissão, de livre nomeação e exonera- ção, destinam-se a atender às atribuições de direção, chefia e assessoramento. DIREITO ADMINISTRATIVO (Nilton Carlos) 75 Segundo preconiza a doutrina, são formas de extinção dos atos administrativos, entre outras: anulação, revogação, cas- sação, caducidade, contraposição e extinção subjetiva. Certo. São formas de extinção dos atos administrativos: anulação, re- vogação, cassação, caducidade, contraposição, extinção natu- ral, extinção objetiva e extinção subjetiva. 76 Segundo estabelece a Lei n. 13.019, de 31 de julho de 2014, considera-se termo de colaboração o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela Admi- nistração Pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envol- vam a transferência de recursos financeiros. Errado. O conceito se refere a termo de fomento. Com base na Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, julgue o item a seguir. 77 Considera-se concessão de serviço público precedida da execução de obra pública a construção, total ou parcial, a conservação, a reforma, a ampliação ou o melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegadas pelo poder concedente mediante licitação, na modalidade de concorrên- cia, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demons- trem capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remune- rado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado. Certo. Vide art. 2º, III, da Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Com base na Lei n. 8.666/1993, julgue o item a seguir. 78 Para os fins da referida lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados, entre outras hipóteses, os traba- lhos relativos a estudos técnicos, a planejamentos e a pro- jetos básicos ou executivos, bem como pareceres, perícias, assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias etc. Certo. Vide art. 13 da Lei n. 8.666/1993. Com base no entendimento do STF, julgue o item a seguir. 79 Os serviços sociais autônomos integrantes do denominado Sistema “S”, vinculados a entidades patronais de grau supe- rior e patrocinados basicamente por recursos recolhidos do próprio setor produtivo beneficiado, ostentam natureza de pessoa jurídica de direito privado e não integram a Adminis- tração Pública, embora colaborem com ela na execução de atividades de relevante significado social. Certo. Veja SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RE 789.874. Min. Rel. Teori Zavaski, julgado em 17/09/2014. Com base no disposto na Constituição Federal, julgue o item a seguir. 80 Os atos de improbidade administrativaimportarão a cassação dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponi- bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gra- dação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Errado. Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos (e não sua cassação). Com base na teoria da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir. 81 As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei- ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa, sendo certo que esta regra não é extensível às pessoas de direito privado prestadoras de servi- ços públicos. Errado. Vide art. 37, § 6º, da CRFB. Com base na teoria acerca dos atos administrativos, julgue o item a seguir. 82 A imperatividade é o atributo do ato administrativo pelo qual o poder público pode obrigar o administrado a cumprir suas decisões, independentemente de ordem judicial. Errado. O conceito se refere à autoexecutoriedade. Com base na Lei n. 9.784/1999, julgue o item a seguir. 83 A Administração pode anular seus próprios atos, quando ei- vados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Certo. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eiva- dos de vício de legalidade – art. 53. Com base na Lei n. 9.784/1999, julgue o item a seguir. 84 O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários de- cai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, desde que seja comprovada a má-fé. Errado. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Com base na Lei Estadual n. 5.427/2009, julgue o item a seguir. 85 O processo administrativo obedecerá, dentre outros, aos prin- cípios da transparência, da legalidade, da finalidade, da mo- tivação, da razoabilidade, da proporcionalidade, da moralida- de, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica, da impessoalidade, da eficiência, da celeridade, da oficialida- de, da publicidade, da participação, da proteção da confiança legítima e do interesse público. Certo. Vide art. 2º da referida lei. Com base na Lei n. 8.987/1995, julgue o item a seguir. 86 O princípio da atualidade está expressamente previsto na Lei n. 8.987/1995 e estabelece que a atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instala- ções e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Certo. Vide § 2º do art. 6º da Lei n. 8.987/1995. Com base na Lei de Improbidade Administrativa, julgue o item a seguir. 87 O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. Certo. Vide art. 8º da Lei n. 8.429/1992. DIREITO CONSTITUCIONAL (Denise Vargas) Acerca do Direito Constitucional, julgue os itens a seguir. 88 Consideram-se elementos orgânicos da Constituição aque- les que limitam a ação dos poderes estatais, estabelecem as balizas do estado de direito e que consubstanciam o rol dos direitos fundamentais. Errado. Os elementos orgânicos são normas constitucionais que regu- lam a estrutura do Estado e do Poder, como as consagradas no Capítulo II (Das forças armadas) e no Capítulo III (Da seguran- ça pública), do Título V; e nos Títulos III (Da organização do Estado), IV (Da organização dos Poderes) e VI (Da tributação e do orçamento) da Constituição. Logo, o item está errado. 89 A atual Constituição Brasileira pode ser classificada como escrita, formal, democrática, dogmática, prolixa, rígida, rigi- díssima ou super rígida, eclética, dirigente e expansiva. Certo. Quanto à forma, é escrita. Quanto ao conteúdo, é formal. Quan- to à origem, é democrática ou popular. Quanto ao modo de ela- boração, é dogmática. Quanto à extensão, é prolixa ou analítica. Quanto à estabilidade, é rígida. No entanto, há autores os quais entendem que também é super rígida ou rigidíssima por conter cláusulas pétreas. Quanto à ideologia, é eclética. Quanto à fina- lidade, é dirigente. Ademais, ela se expandiu, formal e material- mente, em relação à Constituição passada. 90 Considerando a Teoria do Escalonamento da Normas, pode-se afirmar que no Brasil é possível lei constitucional inconstitucional, pois as cláusulas pétreas são o parâmetro para a interpretação das demais normas constitucionais que com ela estejam incompatíveis. Errado. A questão está incorreta por alguns motivos, dentre eles, a de que o Brasil aceita a Teoria de Lei Constitucional Inconstitucio- nal de Otto Bachöff. 91 A Teoria da Vedação ao Retrocesso pode, segundo parte da doutrina, se configurar como um limite ao poder constituinte originário. Certo. Em regra, a doutrina sustenta que o poder constituinte originá- rio é ilimitado. No entanto, há quem sustente que, em matéria de direitos humanos fundamentais, mesmo o poder constituinte originário encontra limite na ideia de não poder retroceder em conquistas históricas. Logo, item certo. 92 A inelegibilidade reflexa é um consectário do princípio republicano. Certo. A Forma República de Governo exige alternância no poder executivo. A CF, no art. 14, § 7º, veda a eleição, na mesma circunscrição do chefe do Executivo, seu cônjuge, companhei- ro ou parente consanguíneo ou afim até o 2º grau. Trata-se da inelegibilidade reflexa, a qual visa evitar que uma mesma fa- mília se perpetue no Executivo, o que afrontaria o princípio republicano. 93 Não obstante a maior parte dos países ocidentais democrá- ticos terem adotado a Teoria da Tripartição dos Poderes, é correto afirmar que o poder é uno, indivisível e, em regra, indelegável. Certo. A unidade, a indivisibilidade e a indelegabilidade são caracte- rísticas do poder político. 94 É constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que verse sobre a organização e o funcionamento do Tribunal de Contas Estadual. Errado. Os Tribunais de Contas, conforme reconhecido pela Constitui- ção de 1988 e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), gozam das prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o que inclui, es- sencialmente, a iniciativa privativa para instaurar processo le- gislativo que pretenda alterar sua organização e funcionamento. 95 O TCU tem legitimidade para impor a indisponibilidade de bens, o que contempla a prerrogativa de decretar a indisponi- bilidade de créditos devidos por patrocinadores, como decor- rência de contrato de confissão de dívida. Certo. STF: MS 35038 AgR/DF, rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 12/11/2019. 96 A CF, ao repartir competências entre os entes federativos, optou, em regra, por atribuir aos estados a competência resi- dual, salvo em matéria tributária, cuja competência residual está a cargo da União. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Certo. O constituinte pátrio se inspirou na doutrina dos poderes re- manescentes, deixando a competência residual com os estados. No entato, em matéria tributária, a CF atribuiu a competência residual para a União (art. 154, I, CF). 97 Não cabe liminar em mandado de injunção e ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Errado. Em ADO, cabe liminar nos termos da Lei n. 9.868/1999. Logo, item errado. 98 No que se refere ao controle de constitucionalidade, é possível falar em inconstitucionalidade por reverberação normativa, por exemplo, quando um decreto que tinha por fundamento lei declarada inconstitucional em decisão proferida em Ação Direta de Inconstitucionalidade, é, mesmo que não atacado, ser declarado inconstitucional na mesma decisão judicial. Certo. Trata-se da inconstitucionalidade por arrasto, arrastamento, por ricochete oureverberação normativa. 99 É incabível ação direta de inconstitucionalidade sobre lei or- çamentária, por ser essa lei de efeito concreto. Errado. Em relação às leis orçamentárias, o STF não admitia seu con- trole concentrado e abstrato de constitucionalidade por meio de ADI, por serem leis de efeitos concretos, mais próximos de ato administrativo. No entanto, a partir do julgamento da ADI 2.925-DF (em 19/12/2003), iniciou-se um processo de revisão jurisprudencial, momento em que o STF passou a admitir ADI em face de leis orçamentárias, superando o seu posicionamento tradicional. 100 A medida provisória revogada restaura os seus efeitos, pelo prazo restante, quando a abrrogante for rejeitada pelo Con- gresso Nacional. Certo. Se o Presidente adotar uma medida provisória e, antes da análi- se do Congresso, editar outra revogando a primeira, e a segunda for rejeitada pelo Legislativo, a primeira restaura seus efeitos pelo prazo restante de sua vigência. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DIREITO ADMINISTRATIVO (Leandro Pereira) Acerca da principiologia do Direito Administrativo, julgue o item. 101 A atividade da Administração Pública é orientada por princí- pios que direcionam o propósito do Estado, o interesse públi- co. A supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse público são princípios que diferenciam o direito público do direito privado, sendo esse superiores aos demais princípios da Administração. Errado. De fato, os princípios citados diferenciam as normas de direito público das normas de direito privado, porém, não há hierar- quia entre os princípios da Administração Pública. No tocante aos poderes administrativos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. 102 As empresas estatais exploradoras de atividades econômicas não se sujeitam à responsabilidade civil objetiva. Certo. Por explorarem atividade econômica, as empresas públicas e as sociedades de economia mista se sujeitam à responsabilidade civil subjetiva. 103 A destituição de servidor público ocupante de cargo comis- sionado representa o exercício do poder hierárquico. Errado. Por ser a destituição uma sanção aplicável aos servidores co- missionados, essa representa o exercício do poder disciplinar. No tocante a atos administrativos, julgue o item a seguir. 104 A imperatividade, como um dos atributos dos atos administra- tivos, é o poder que o Estado possui de constituir, unilateral- mente, obrigações para terceiros, extravasando seus próprios limites, tendo como principal característica a possibilidade de impor seus atos independentemente da concordância, e está presente nos atos meramente declaratórios, por exemplo. Errado. A Imperatividade é a possibilidade que a Administração tem de impor restrições unilateralmente aos que com ela se rela- cionam. Ocorre apenas quando o Poder público usa de sua su- premacia na relação com os administrados, impondo que eles façam ou deixem de fazer alguma coisa. Esse atributo NÃO está presente em todos os atos administra- tivos, mas somente naqueles que implicam obrigações. Logo, não há imperatividade nos atos meramente declaratórios. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 105 Com base no seu poder de autotutela, a Administração tem legitimidade de revogar seus próprios atos, sejam eles vincu- lados ou discricionários. Errado. Não é todo ato que pode ser revogado pela Administração Pú- blica. Alguns, em face de suas características peculiares, não podem ser modificados. Isso pode decorrer do tipo de ato prati- cado ou dos efeitos gerados. Assim, não podem ser revogados, entre outros, os atos vincula- dos, os já consumados, os que geraram direitos adquiridos etc. A respeito de atos de improbidade administrativa, julgue os itens que se seguem de acordo com o disposto na Lei de Improbidade Administrativa, Lei n. 8.429/1992. 106 A referida lei também se aplica aos particulares sem vínculo com a Administração, independentemente de auferir benefí- cio com a conduta ímproba ou de ter ou não a participação de um agente. Errado. Lei n. 8.429/1992, art. 3º As disposições desta lei são aplicá- veis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente pú- blico, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 107 Constitui ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito a conduta do agente o qual permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máqui- nas, equipamentos ou material de qualquer natureza. Errado. Lei n. 8.429/1992, art. 10. Constitui ato de improbidade admi- nistrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apro- priação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer na- tureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das enti- dades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. 108 São sanções aplicáveis aos agentes que no exercício de sua função praticarem condutas ímprobas a suspensão dos direi- tos políticos, a perda da função pública, o ressarcimento do dano ao erário, se houver, e indisponibilidade dos bens, na forma e gradação da lei. Errado. CF/1988, art. 37. A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali- dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a sus- pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a in- disponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. A indisponibilidade dos bens não consta como sanção por condutas ímprobas; trata-se, portanto, de uma medida caute- lar, ou seja, uma medida protetiva para resguardar o resultado do processo. 109 O Ministério Público, por ser classificado como órgão públi- co, desprovido de personalidade jurídica própria, não pode assumir a condição de parte em ação de improbidade contra agente público. Errado. Lei n. 8.429/1992, art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da me- dida cautelar. Acerca do procedimento administrativo previsto na Lei n. 9.784/1999, julgue os itens a seguir. 110 O Poder Judiciário possui legitimidade para iniciar processo administrativo de ofício ou mediante provocação de interes- sado com o intuito de questionar ato administrativo emitido pelo próprio poder. Certo. Lei n. 9.784/1999, art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. § 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempe- nho de função administrativa. 111 Das decisões administrativas cabe recurso somente em face de razões de mérito. A discussão sobre legalidade deve ser feita em esfera judicial. Errado. Lei n. 9.784/1999, art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. 112 Essa Lei fixa um prazo prescricional de cinco anos, contados da data em que foram praticados, para a Administração anu- lar os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários. Errado. Lei n. 9.784/1999, art. 54. O direito da Administração de anu- lar os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Em relação às licitações públicas e aos contratos administrativos (Lei n. 8.666/1993), julgue os itens que se seguem. 113 A licitação destina-se à observância do princípio constitu- cional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa, considerando o enfoque econômico. Errado. A proposta mais vantajosa nem sempre está associada ao en- foque econômico. Deve-se levar em consideração os tipos de licitação, sendo eles: menor preço, melhor técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta. 114 Concluído o procedimento, a adjudicação compulsória atri- bui o objeto da licitação ao vencedor. Nessa fase, a Admi- nistração Pública fica impedida de revogar o procedimento. Errado. Lei n. 8.666/1993, art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato supervenien- te devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justi- ficar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devida- mente fundamentado. 115 A Administração Pública está legitimada a exigir prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras, não podendo essa garantia exceder a cinco por cento do valor do contrato, sem exceção. Errado. Lei n. 8.666/1993, art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocató- rio, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. § 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atuali- zado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. § 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en- volvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consi- deráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente apro- vado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. 116 Sempre que houver inviabilidade de competição, a Adminis- tração Pública está autorizada a efetuar contratações diretas por meio de dispensa de licitação. Errado. Lei n. 8.666/1993, art. 25. É inexigível a licitação quando hou- ver inviabilidade de competição, em especial: A Lei n. 10.520/2002 institui normas sobre pregão na forma pre- sencial. Sobre a referida lei, julgue os itens. 117 Nos termos da Lei n. 10.520/2002, pregão não será consi- derado uma modalidade de licitação, já que a norma geral sobre licitações e contratos (Lei n. 8.666/1993) dispõe que é vedada a criação de outra modalidade de licitação, bem como a combinação das já existentes na norma. Errado. Lei n. 10.520/2002, art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pre- gão, que será regida por esta Lei. 118 O prazo fixado para a apresentação das propostas, no pregão presencial, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 5 (cinco) dias úteis. Errado. Lei n. 10.520/2002, art. 4º A fase externa do pregão será ini- ciada com a convocação dos interessados e observará as seguin- tes regras: V – o prazo fixado para a apresentação das propostas, conta- do a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis; 119 O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital. Certo. Lei n. 10.520/2002, art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital. A Lei n. 13.303/2016 dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- pios. Julgue os próximos itens de acordo com referida lei. 120 Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurí- dica de direito público, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente deti- do pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Errado. Lei n. 13.303/2016, art. 3º Empresa pública é a entidade do- tada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. 121 A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos admi- nistradores. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 10.520-2002?OpenDocument SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Certo. A Lei n. 13.303/2016, art. 12. A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão: I – divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos admi- nistradores; DIREITO CONSTITUCIONAL (Wellington Antunes / Ismael Noronha) Acerca das disposições constitucionais, da classificação das normas constitucionais, do controle de constitucionalidade e do poder constituinte, julgue os itens a seguir. 122 As normas de eficácia contida, embora dependam de legis- lação suplementar para ter eficácia plena, não admitem mar- gem para a atuação restritiva por meio de legislação infra- constitucional. Errado. As normas de eficácia contida possuem efeitos diretos e ime- diatos desde a promulgação da Constituição. Essas normas não dependem de lei posterior para produzir efeitos. No entanto, deve-se ressaltar que as normas contidas admitem atuação res- tritiva por parte do legislador – vale dizer, os efeitos dessas nor- mas podem ser restringidos por legislação infraconstitucional, por exemplo. 123 A desconstitucionalização decorre da manutenção em vigor, perante a nova ordem jurídica, da Constituição anterior, que, porém, perde sua hierarquia constitucional para operar como legislação, mas, ocupando posição hierárquica superior à le- gislação comum. Errado. A desconstitucionalização, que somente pode ocorrer de forma expressa no novo texto constitucional, é uma forma de recepção pela nova ordem constitucional de disposições da constituição anterior, COMO LEIS ORDINÁRIAS. 124 Os municípios são legitimados para a propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, quando houver interesse local em discussão. Errado. Os municípios não figuram no rol de entidades legitimadas para a propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade, nos ter- mos do art. 103. Vale destacar que a lei não pode ampliar o rol exaustivo inscrito na CF. 125 A mera instauração de inquérito, quando evidente a atipici- dade da conduta, constitui meio hábil a impor violação aos direitos fundamentais, em especial ao princípio da digni- dade humana. Certo. Esse é o entendimento do STF, a exemplo do HC 82.969. 126 Segundo o STF, os atos que instituam sistema de reserva de vagas com base em critério étnico-racial (cotas) no processo de seleção para ingresso em instituição pública de ensino su- perior contrariam o princípio da igualdade material. Errado. Segundo o STF, o Estado pode lançar mão seja de políticas de cunho universalista, que abrangem um número indeterminado de indivíduos mediante ações de natureza estrutural, seja de ações afirmativas, que atingem grupos sociais determinados, de maneira pontual, atribuindo a estes certas vantagens, por tempo limitado, de modo a permitir-lhes a superação de desigualdades decorrentes de situações históricas particulares. Dessa forma, o sistema de reserva de vagas com base em critério étnico-racial (cotas) no processo de seleção para ingresso em instituição pú- blica de ensino superior não contraria – ao contrário, prestigia – o princípio da igualdade material. 127 A Constituição do Rio de Janeiro prevê a possibilidade de proposta de emenda àConstituição por meio de iniciativa po- pular, subscrita por, no mínimo, um por cento do eleitorado estadual, distribuído, pelo menos, em um décimo dos muni- cípios existentes no estado, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Certo. É o que prevê o art. 111 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. 128 Salvo disposição constitucional em contrário, as delibera- ções da Assembleia Legislativa e de suas Comissões serão tomadas por maioria absoluta de votos, presente a maioria de seus membros. Errado. A Constituição do estado prevê que, salvo disposição constitu- cional em contrário, as deliberações da Assembleia Legislativa e de suas Comissões serão tomadas por maioria de votos, pre- sente a maioria absoluta de seus membros. 129 Compete ao TCE-RJ assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade. Caberá, também, ao TCE- TJ sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Assembleia Legislativa. Certo. Previsão do art. 123 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. 130 Compete privativamente ao Governador do estado dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento da Administração estadual, desde que não implique em aumento de despesa nem na criação ou extinção de órgãos públicos. Certo. Art. 145, VI, "a". SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 131 O auditor, quando em substituição a Conselheiro do TCE-RJ, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de Juiz de Direito de primeira entrância. Errado. O auditor, quando em substituição a Conselheiro, terá as mes- mas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de Juiz de Direito da mais alta entrância. DIREITO CIVIL (Weslei Machado) No que se refere às normas de Direito Civil, julgue os itens a seguir. 132 Para regular a capacidade dos herdeiros para suceder, deve ser aplicada a lei do país em que domiciliado o falecido ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situa- ção dos bens. Errado. Nos termos do art. 10, § 2º, da Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro, a lei do domicílio do herdeiro ou do legatário regula a capacidade para suceder. 133 Marília da Silva, ao se casar com Ayrton Senna, acrescen- tou ao seu nome o sobrenome de seu marido, passando a se chamar Maria da Silva Senna. Entretanto, decidiram se di- vorciar, mas, apesar da oposição, Marília pretende manter o sobrenome do seu ex-cônjuge. Nessa situação, a contrarie- dade de Ayrton Senna, independentemente de qualquer outra circunstância, impede a manutenção do sobrenome Senna por Marília. Errado. De acordo com Cristiano Chaves Farias et al, “o Código Civil admite que qualquer dos noivos acrescente ao seu o sobrenome do outro (art. 1565, § 1º). A ex-mulher pode manter o nome do ex-marido, mesmo contra a sua vontade desde que possa haver prejuízo ao direito à identidade com a supressão, mas não só isso. O nome, como direito da personalidade, deve ser levado em conta também nesse caso” (FARIAS, Cristiano Chaves et al. Manual de Direito Civil, 3ª ed., rev., atual. e ampl. Salvador: JusPodivm, 2018, p. 223). 134 De acordo com a teoria da capacidade prevista no Código Civil, não somente a idade mínima impacta na aquisição da capacidade civil, mas também a idade máxima, desde que aliada à afetação da capacidade de discernimento, como por exemplo, para as pessoas idosas com Alzheimer. Errado. De acordo com Cristiano Chaves Farias et al, “só conhecemos, na ordem jurídica brasileira, idades mínimas como pisos para a aquisição da capacidade civil. Não temos idades máximas como causa de incapacidade. A velhice, portanto, não enseja incapacidade, qualquer que seja a idade atingida. Poderá haver incapacidade, mas será sempre por outras causas (Alzheimer, por exemplo), mas nunca será por idade” (FARIAS, Cristiano Chaves et al. Manual de Direito Civil, 3ª ed., rev., atual. e ampl. Salvador: JusPodivm, 2018, p. 335). 135 Em razão de não terem finalidade econômica, não se admite que as associações desenvolvam atividades econômicas, tais como, por exemplo, a produção de bens e de serviços, ainda que não se distribuam lucros entre os associados. Errado. De acordo com Cristiano Chaves Farias et al, “as associações, segundo o Código Civil (art. 53) são a união de pessoas que se organizam para fins não econômicos. Nesse contexto, talvez o ponto que caiba assinalar seja a não lucratividade que está ligada às associações. [...] Isso não impede que estas tenham atividade econômica, como a produção de bens ou serviços. O que se proíbe é o objetivo comum de distribuição de lucros en- tre os associados”. 136 O abuso da personalidade jurídica, como fator autorizativo da decretação da desconsideração, para a sua caracterização depende da existência de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, sendo que se pode afirmar que há desvio de fina- lidade quando houver o cumprimento repetitivo pela socieda- de de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa. Errado. Nos termos do art. 50 do Código Civil, com a redação dada pela Lei n. 13.874/2019, o abuso da personalidade jurídica que au- toriza a desconsideração da personalidade jurídica depende da demonstração do desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Nessa situação, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. Por sua vez, entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I – cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do só- cio ou do administrador ou vice-versa; II – transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contra- prestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III – outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. 137 Independentemente de qualquer circunstância, não se admite a prescrição aquisitiva (usucapião) de bens públicos, ainda que se trate de bens públicos dominicais. Certo. De acordo com o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, os bens públicos dominicais não podem ser adquiridos por meio de usucapião. Aliás, segundo o art. 183, § 3º, da Constituição Federal, os imó- veis públicos não serão adquiridos por usucapião. Repetindo disposição constitucional, o art. 102 do Código Civil prescreve que os bens públicos não estão sujeitos a esse tipo de aquisição. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO 138 Harley Cândido, vulgo “Bolinho”, policial militar e conhe- cido por seu temperamento violento, deseja alugar a casa da vizinha Raicélia para hospedar sua irmã Juliana, que chegará na cidade na próxima semana. Com isso, marcou um encon- tro, mas recebeu a informação de que a casa não estava dis- ponível para locação. Irritado e com agressividade, Harley Cândido, ameaçou, de forma velada, o filho de Raicélia, o adolescente Kaison, dizendo que sabe onde este trabalha, o horário que sai e retorna para casa, motivo pelo qual Raicélia decidiu alugar o imóvel. Nesse caso, o negócio jurídico fir- mado entre Raicélia e Harley Cândido é considerado anulável em razão do vício decorrente da coação. Certo. De acordo com Cristiano Chaves Farias et al, “O normal é que alguém, abusivamente, valha-se da própria força, temperamen- to ou circunstâncias para exercer pressão moral indevida so- bre outrem. Digamos que Adolfo, delegado, conhecido por seu temperamento violento, deseja alugar a casa vizinha à sua, para nela hospedar sua irmã, que chegará à cidade na próxima se- mana. O delegado , então marca um encontro com seu vizinho, dizendo que pretende alugar a casa deste. Diante da negativa (a casa não está disponível para aluguel), o delegado, abusi- vamente, começa a fazer ameaças veladas ao filho do vizinho,dizendo que sabe onde estuda, a que horas sai de casa, a que horas volta etc. Se o vizinho, receoso, alugar a casa, estará con- figurada a coação. O negócio jurídico é anulável”. (FARIAS, Cristiano Chaves et al. Manual de Direito Civil, 3ª ed., rev., atual. e ampl. Salvador: JusPodivm, 2018, p. 563). 139 Em razão da adoção do princípio da actio nata, norma de de- finição do início da contagem do prazo prescricional, a pre- tensão nasce a partir da violação do direito e se extingue pela prescrição, nos prazos definidos na legislação civil. Certo. De acordo com Cristiano Chaves Farias et al, “e linhas gerais, a teoria da actio nata busca discutir o termo inicial do prazo pres- cricional. Tradicionalmente, apontou-se que a teoria da actio nata postula que o termo inicial do prazo prescricional é a vio- lação do direito. É, aliás, o que dispõe o Código Civil: violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206 (Código Civil, art. 189)” (FARIAS, Cristiano Chaves et al. Manual de Direito Civil, 3ª ed., rev., atual. e ampl. Salvador: JusPodivm, 2018, p. 631). 140 Kaison obrigou-se a entregar cem quilogramas de pirarucu (nome científico: Arapaima gigas) para o Restaurante Em- pório do Sushi, no dia 19 de fevereiro de 2020. Entretanto, no dia combinado, Kaison compareceu no estabelecimento empresarial e entregou a quantia em dinheiro correspondente ao valor aproximado dos cem quilogramas do peixe. Nessa situação, o credor não poderá ser constrangido a receber coi- sa diversa da originalmente pactuada, nem a quantia entregue terá força liberatória de pagamento. Certo. De acordo com o art. 313 do Código Civil, o credor não é obri- gado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Desse modo, Kaison não será considerado liberado do dever de prestar a coisa certa e individualizada e a entrega da quantia em dinheiro não terá força liberatória de pagamento, motivo pelo qual a assertiva está certa. 141 Apesar de a liberdade contratual ser regida pela função social do contrato, nas relações contratuais privadas, deve prevale- cer o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. Certo. Nos termos do art. 421 do Código Civil, com a redação dada pela Lei n. 13.874/2019: Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. (Redação dada pela Lei n. 13.874, de 2019) Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revi- são contratual. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019) Por essa disposição legal, conclui-se que essa assertiva está certa. DIREITO PROCESSUAL (Weslei Machado) De acordo com as normas processuais civis, em especial aquelas contidas no Código de Processo Civil, julgue os itens a seguir. 142 Não há que se falar em violação ao princípio do juiz natu- ral na hipótese de formação de litisconsórcio facultativo ati- vo ulterior. Errado. Segundo o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, “a inclusão de litisconsorte ativo facultativo, após a distribuição da ação judicial, configura desrespeito à garantia constitucional do Juiz Natural (artigo 5º, incisos XXXVII e LIII, da Constituição da República de 1988)” (RESP n. 776848, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 3.8.2010). 143 Sob pena de ser considerada extra petita, a sentença não pode condenar o réu ao pagamento de juros moratórios sem que haja pedido expresso do autor na petição inicial. Errado. De acordo com Daniel Amorim Assumpção Neves, “o Superior Tribunal de Justiça já teve oportunidade de decidir pela nature- za de ordem pública dos juros moratórios, inclusive para modi- ficar seu termo inicial de ofício em recurso de apelação, ainda que em prejuízo do recorrente. Note-se que somente os juros SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO moratórios podem ser concedidos independentemente do pedi- do” (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 10ª ed. Salvador: Juspodivm, 2018, p. 145). 144 A reiterada oportunização às partes para que promovam o sa- neamento de vícios e a correção de erros, com a demonstra- ção do interesse na solução do mérito, pode configurar viola- ção ao princípio da imparcialidade. Errado. De acordo com Daniel Amorim Assumpção Neves, “o juiz deve primeiro ter interesse na solução do mérito, que é o fim normal do processo, e por isso não afeta a sua imparcialidade a cons- tante tarefa de oportunizar às partes o saneamento de vícios e correção de erros. E, uma vez tendo condições de julgar o mé- rito, é natural que o juiz tenha interesse que vença a parte que tinha o direito material a seu favor, o que justifica, por exemplo, a produção de provas de ofício” (NEVES, Daniel Amorim As- sumpção. Manual de Direito Processual Civil. 10ª ed. Salvador: Juspodivm, 2018, p. 164). 145 Em razão de não ter personalidade jurídica, a herança jacente e o condomínio não possuem capacidade para estar em juízo, devendo a demanda ser proposta diretamente contra as pesso- as físicas titulares dos direitos em discussão em juízo. Errado. A herança jacente e o condomínio não possuem personalidade jurídica, mas são considerados pessoas formais, tendo persona- lidade judiciária e, portanto, capacidade para estar em juízo e são representados nele, respectivamente, pelo curador indicado pelo juiz e pelo síndico. 146 Harley Cândido ingressou como assistente simples de Kaison em um processo proposto contra o Município do Rio de Janeiro. Após a emissão de sentença de improcedência de seu pedido inicial, Kaison renunciou ao seu direito de recorrer. Nesse caso, não há óbice à interposição de recurso por Harley Cândido. Errado. Admite-se que o assistente simples interponha recursos, ainda que o recorrido não manifeste sua irresignação contra a decisão que lhe é desfavorável. Entretanto, se houver expressa renúncia ao direito de recorrer, o recurso do assistente simples não será admissível. Desse modo, essa assertiva está errada. 147 Quando intervir na condição de fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público terá vista dos autos depois das partes e deve ser intimado de todos os atos do processo. Certo. Nos termos do art. 179 do Código de Processo Civil: Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídi- ca, o Ministério Público: I – terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; II – poderá produzir provas, requerer as medidas processuais per- tinentes e recorrer. Desse modo, essa assertiva está certa. 148 Nas situações em que o litígio envolver a discussão da valida- de de parte de um negócio jurídico e não da sua integralidade, o valor da causa corresponderá apenas ao valor da parte con- trovertida e não valor de todo o ato jurídico. Certo. Sobre esse tema, o art. 292, II do Código de Processo Ci- vil dispõe: Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da re- convenção e será: II – na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cum- primento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; Assim, esse item está certo. 149 O manifesto propósito protelatório da parte nos autos de um processo, independentemente da demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, autoriza a con- cessão da tutela de evidência. Certo. Nos termos do art. 311 do Código de Processo Civil: Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independente- mente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resulta- do útil do processo, quando: I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas do- cumentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III – se tratar de pedidoreipersecutório fundado em prova do- cumental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob comi- nação de multa; IV – a petição inicial for instruída com prova documental sufi- ciente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Desse modo, essa assertiva está certa. 150 Nas causas em que não haja necessidade de instrução proba- tória, admite-se a improcedência liminar do pedido que con- trariar decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito de processos de controle concentrado de constitucio- nalidade ou Súmulas Vinculantes. Certo. De acordo com o enunciado n. 22, aprovado na I Jornada de Direito Processual Civil, em causas que dispensem a fase ins- trutória, é possível o julgamento de improcedência liminar do SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO pedido que contrariar decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade ou enunciado de Súmula Vinculante. Desse modo, esse item está certo. 151 Onilvânia propôs por três vezes uma ação indenizatória com pedido de condenação de Gilva ao pagamento de R$ 50.000,00 em razão de um empréstimo não pago, mas, nas três vezes, o processo foi extinto sem resolução do mérito em razão do abandono de causa de Onilvânia. Nesse caso, apesar da perempção, Onilvânia poderá, caso seja demandada por Gilva, alegar seu crédito de R$ 50.000,00 em sua contesta- ção, com pedido de compensação. Certo. Nos termos do art. 486, § 3º, do Código de Processo Civil, se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a pos- sibilidade de alegar em defesa o seu direito. Desse modo, essa assertiva está certa. DIREITO FINANCEIRO (Egbert Buarque / Flávio Assis) 152 As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central; as dos estados, do Distrito Federal, dos mu- nicípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras ofi- ciais, ressalvados os casos previstos em lei. Certo. O item está de acordo com o que estabelece o § 3º do artigo 164 da CF/1988. 153 Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. Certo. O item está de acordo com o caput do artigo 166 da CF/1988. 154 É vedada a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pen- sionista, dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Certo. O item está de acordo com o que estabelece o inciso X do artigo 167 da CF/1988. 155 A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas pró- prias dos órgãos do Governo e da Administração centrali- zada e descentralizada, ou que, por intermédio deles, se de- vam realizar. Errado. O item não está de acordo com o que estabelece o artigo 4º da Lei n. 4.320/1964: Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Govêrno e da Administração centraliza- da, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°. 156 Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Certo. O item está de acordo com o que estabelece o artigo 6º da Lei n. 4.320/1964: Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orça- mento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. 157 Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. Certo. O item está de acordo com o que estabelece o § 1º do artigo 167 da CF/1988. 158 Na Lei de Orçamento, a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por modalidade de aplicação. Errado. O item não está de acordo com o que estabelece o artigo 15 da Lei n. 4.320/1964. 159 Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Diretrizes Orçamentárias vigente. Errado. O item não está de acordo com o artigo 32 da Lei n. 4.320/1964: Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Po- der Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente. 160 Até 30 dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a Lei de Diretrizes Orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executi- vo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Certo. O item está de acordo com o que estabelece o artigo 8º da LC n. 101/2000: Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a Lei de Diretrizes Orçamentárias e ob- servado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. (Vide Decreto n. 4.959, de 2004) (Vide Decreto n. 5.356, de 2005) 161 Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas e Prioridades, os Poderes e o Ministério Público pro- moverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação fi- nanceira, segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. Errado. O anexo a que o artigo 9º da LC n. 101/2000 (Lei de Respon- sabilidade Fiscal) se refere é o Anexo de Metas Fiscais, e não o Anexo de Metas e Prioridades. 162 Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na ges- tão fiscal a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os impostos da competência constitucional do ente da Federação. Errado. O item não está de acordo com o que estabelece o artigo 11 da LC n. 101/2000 (LRF): Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. 163 É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, de autarquia, de fundação ou de empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da Administração indireta, ressalvados os casos de novação, de refinanciamento ou de postergação de dívida contraída anteriormente. Errado. O item não está de acordo com o que estabelece o artigo 35 da LC n. 101/2000, pois a proibição persiste mesmo se a operação de crédito for sob a forma de novação, de refinanciamento ou de postergação de dívida contraída anteriormente. 164 Superávit financeiro é a diferença positiva entre o ativo fi- nanceiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas. Certo. O item está de acordo com o que estabelece a Lei n. 4.320/1964: Art. 43, § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença po- sitiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando- -se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as ope- rações de crédito a eles vinculadas. 165 É proibida a operação de crédito entre uma instituição finan- ceira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualida- de de beneficiário do empréstimo. Certo. O item está de acordo com o que estabelece a LRF: Art. 36. É proibida a operação decrédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na quali- dade de beneficiário do empréstimo. 166 O orçamento Base Zero foi empregado no Brasil durante a década de 1990, como forma de mitigar os efeitos da grave crise fiscal daquele período. Errado. O orçamento Base Zero nunca foi empregado no Brasil. No que tange aos dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal relativos à dívida pública e às operações de crédito, julgue os itens seguintes. 167 A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação sempre deverá exigir comprovação de que a operação atende às condições e aos limites estabele- cidos, pois, caso a operação seja anulada, o ente da Federação deverá devolver apenas o principal sem pagamento de juros e encargos financeiros. Errado. Existe uma exceção prevista no artigo 33. O restante do texto está correto. Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédi- to com ente da Federação, exceto quando relativa à dívida mobi- liária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos. 168 Na contratação de operações de crédito, os entes da Federa- ção deverão formalizar seu pleito fundamentando-o em pare- cer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando o inte- resse econômico e social da operação, além da evidenciação da relação custo-benefício e observância dos limites fixados pelo Congresso Nacional. Errado. Contraria o art. 32 no que tange ao inciso III do § 1º. Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles con- troladas, direta ou indiretamente. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D4959.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D4959.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5356.htm SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO § 1º O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da opera- ção e o atendimento das seguintes condições: III – observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal; IV – autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo. 169 As operações de crédito por antecipação de receita destinam-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e não serão computadas para fins de atendimento da conhecida regra de ouro desde que liquidadas até o dia 10 de dezembro do exercício financeiro em que foram contratadas. Certo. Atende ao que dispõe o art. 38 da LRF. Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita desti- na-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício finan- ceiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes: I – realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exer- cício; II – deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano. Por determinação contida na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Responsabilidade Fiscal, as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central; as dos estados, do Dis- trito Federal, dos municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições finan- ceiras oficiais. Com base no texto, julgue o item seguinte. 170 As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente, sen- do vedada a aplicação em títulos da dívida pública, apesar de permitida a concessão de empréstimos aos segurados. Errado. Contraria o artigo 43 da LRF: Art. 43, § 1º As disponibilidades de caixa dos regimes de pre- vidência social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. dos servidores públicos ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com observância dos limites e condições de prote- ção e prudência financeira. § 2º É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o § 1º em: I – títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis relativos às empresas controladas pelo res- pectivo ente da Federação; II – empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Público, inclusive a suas empresas controladas. Em atendimento ao que dispõe a Lei de Responsabilidade Fiscal, julgue os itens seguintes. 171 Caso um ente federado promova a alienação de um bem in- tegrante do patrimônio público para financiar despesas cor- rentes destinadas por lei aos regimes de previdência social, geral e própria dos servidores públicos, não estará infringin- do norma legal. Certo. Atendimento ao que dispõe o artigo 44 da LRF: Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servi- dores públicos. 172 A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e finan- ceira, entretanto, continuará integrando o orçamento de in- vestimento das empresas em que a União, direta ou indireta- mente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. Certo. A afirmação está conforme disposição do artigo 47 da LRF: Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financei- ra, sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5º do art. 165 da Constituição. 173 Na escrituração das contas públicas, a disponibilidade de caixa constará de registro próprio e observará o regime de competência para as despesas, vedada a escrituração de for- ma individualizada, em observância ao princípio da isono- mia contábil. Errado. Isso contraria o artigo 50 da LRF: Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pú- blica, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obri- gatória fiquem identificados e escriturados de forma individua- lizada; II – a despesa e a assunção de compromisso serão registradas se- gundo o regime de competência, apurando-se, em caráter comple- mentar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa; 174 O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), publicado imediatamente após o encerramento de cada bi- mestre, abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público e será composto por um balanço orçamentário que especificará por categoria econômica as receitas por fontes e as despesas por grupo de natureza. Errado. O RREO é publicado no prazo de 30 dias após o encerramento do bimestre, portanto, o enunciado contraria o art. 52. Art. 52. O relatório a que se refere o § 3º do art. 165 da Cons- tituição (RREO) abrangerá todos os Poderes e o Ministério Pú- blico, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e composto de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165§5ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165§5ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165§3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165§3 SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO I – balanço orçamentário, que especificará, por categoria eco- nômica, as: a) receitaspor fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada; b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo; DIREITO TRIBUTÁRIO (Felipe Pelegrini) Com referência às normas constitucionais relativas aos tributos em espécie, julgue o item a seguir. 175 Pertence à União e ao município o produto da arrecadação do Imposto Territorial Rural (ITR) realizado pelo município, que assim optar, na forma da lei, desde que não implique re- dução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. Errado. O item está incorreto, uma vez que o município que optar, na forma da lei, ficará com todo o produto da arrecadação do tribu- to. Vide art. 153, § 4º, III, c/c 158, II, ambos da CF/1988. 176 Analise a situação hipotética a seguir e julgue a assertiva: Situação hipotética: Joana é proprietária de uma casa em Porto Alegre (RS) e de um veículo emplacado em Goiânia (GO) e, recentemente, veio a falecer em São Paulo (SP). Por ter muitos parentes no Rio de Janeiro (RJ), seu inventário foi feito no men- cionado estado. Assertiva: O imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) referente ao apartamento e ao veículo, respectivamente, serão devidos aos estados do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Certo. Não há que se falar em resposta distinta (errada), uma vez o disposto no art. 155, § 1º, da CF. Para bens imóveis, aplica-se o ITCMD para o estado da situação do bem; para bens móveis, o estado onde se processar o inventário ou o arrolamento. Acerca dos princípios tributários, julgue a afirmativa a seguir. 177 A majoração de alíquotas do Imposto sobre Operações Fi- nanceiras (IOF) independe de lei, sendo vedada sua imple- mentação no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada lei que aumentou tal tributo. Errado. Em hipótese alguma se pode afirmar que o IOF necessita ob- servar o princípio da anterioridade, vez que constitui exceção prevista no art. 150, § 1º, da CF. A exigência dar-se-á de forma imediata. Também não necessita de lei (art. 153, § 1º). Acerca de crédito tributário, analise o item a seguir. 178 Remissão realizada por ente público titular de obrigação tri- butária com pessoa física ou jurídica gera a suspensão do cré- dito tributário por certo período de tempo. Errado. Não há como justificar como correta a resposta, pois, nos ter- mos do art. 156 do CTN, a remissão configura hipótese de ex- tinção do crédito tributário. No que se refere a domicílio tributário, julgue o item a seguir. 179 Caso determinada pessoa natural não eleja o seu domicílio fiscal, o fisco deverá considerar o centro habitual de sua ati- vidade ou sua residência habitual como seu domicílio fiscal. Errado. A assertiva não pode ser considerada como correta, já que o art. 127, I, do CTN prevê que, na hipótese de não indicação do domicílio tributário pelo contribuinte, o fisco deverá considerar como domicílio a residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade. Logo, a or- dem está invertida na questão. Com relação ao tema de obrigação tributária, julgue o item subsequente. 180 Dispensada a obrigação principal ao contribuinte, a obriga- ção acessória restará prejudicada. Errado. O item não pode ser considerado correto, uma vez que as obri- gações principal e acessória, em matéria tributária, são autôno- mas. Ademais, qualquer forma de dispensa dessa última deverá ser interpretada de forma literal (art. 111, III, CTN). Acerca das espécies tributárias, julgue o item que se segue. 181 Impostos não adotam contraprestação estatal específica, em qualquer hipótese, tendo em vista o princípio da não afeta- ção/não vinculação dos impostos. Errado. A regra é a não afetação dos impostos. Entretanto, o art. 167, IV, da CF prevê situações em que a destinação de parcela dos impostos será específica: repartição de receitas, educação, saú- de e administração tributária. Portanto, não há como respladar a alternativa correta. À luz da jurisprudência sobre responsabilidade tributária, julgue o item a seguir. 182 A falência, considerada como sociedade dissolvida irregular- mente, autoriza o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. Errado. Embora a dissolução irregular de sociedade legitime o redire- cionamento da execução fiscal na pessoa do sócio-gerente, a falência não é considerada como tal. Desse modo, impossível justificar a resposta como correta. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO DIREITO PENAL (Wallace França) Considerando os crimes contra a Administração da Justiça, julgue os itens a seguir. 183 Situação hipotética: Florisvaldo, a pedido de seu filho, es- condeu um carro furtado por este. Assertiva: Nessa situação, o pai será isento de pena pela prática do crime contra a admi- nistração da justiça. Errado. O crime praticado pelo pai foi o de favorecimento real e os ca- sos de isenção de pena para cônjuge, ascendente, descendente e irmão somente estão previstos para o crime de favorecimen- to pessoal. 184 Pratica o crime de denunciação caluniosa o agente que pro- voca a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado. Errado. Aquele que provoca a ação da autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou contravenção penal que sabe não se ter verificado pratica o crime de comunicação falsa de crime ou contravenção. Considerando os crimes praticados por particular contra a Admi- nistração em geral, julgue os itens a seguir. 185 Conforme entendimento do STJ, o desacato deixou de ser cri- me por ser incompatível com a liberdade de expressão previs- ta na Convenção Americana de Direitos Humanos. Errado. Apesar de o STJ ter oscilado, pacificou-se que o desacato con- tinua a ser crime e não fere o direito à liberdade de expressão previsto na Convenção Americana de Direitos Humanos. 186 Pratica o crime de resistência o particular que desobedece a ordem legal de funcionário público. Errado. O particular que desobedece a ordem legal de funcionário pú- blico pratica o crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal. Considerando os crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral, julgue os itens a seguir. 187 Equipara-se a funcionário público para fins penais quem exerce cargo, emprego ou função pública em entidade con- tratada ou conveniada para a execução de atividades típicas ou atípicas da Administração Pública. Errado. Conforme artigo 327, § 1º, do Código Penal, “equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de ativi- dade típica da Administração Pública”. 188 O crime de concussão se consuma com a mera exigên- cia da vantagem indevida, independentemente do recebi- mento desta. Certo. O crime de concussão é crime formal, ou seja, a consumação se dá com a prática da conduta de exigir a vantagem indevida, sendo desnecessário o recebimento desta para a consumação do delito. Considerando os crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral, julgue os itens a seguir. 189 O crime de concussão é incompatível com o delito de cor- rupção ativa. Certo. Se o funcionário exige a vantagem indevida (concussão), não há como o particular oferecer ou prometer tal vantagem. Por isso, os delitos são incompatíveis. 190 Pratica o crime de excesso de exação o funcionário público o qual exige tributo que sabe ou deveria saber indevido. Certo. Conforme o art. 316, § 1º, do Código Penal, pratica-se o crime de excesso de exação se o funcionário exige tributo ou contri- buição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. Considerando os crimes contra as finanças públicas, julgue o item a seguir. 191 Praticao crime de contratação de operação de crédito quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo, com inobservância de limite, de condição ou de montante estabelecido em lei ou em resolução da Câmara dos Deputados. Errado. Conforme artigo 359-A, parágrafo único, I, do Código Penal: Parágrafo único. Incide na mesma pena (crime de contratação de operação de crédito – acréscimo do professor) quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo: (In- cluído pela Lei n. 10.028, de 2000) I – com inobservância de limite, condição ou montante estabele- cido em lei ou em resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000) SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Considerando os crimes e as infrações administrativas contra as finanças públicas, julgue o item a seguir. 192 Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas propor Lei de Diretrizes Orçamentárias Anual que não contenha as metas fiscais na forma da lei. Certo. A assertiva está de acordo com o art. 5º, II, da Lei n. 10.028/2000. DIREITO PREVIDENCIÁRIO (Carlos Mendonça) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistên- cia social. Julgue os itens a seguir de acordo com o texto acima e com o que dispõe a Constituição sobre os princípios da seguridade social. 193 Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a se- guridade social, com base na universalidade da cobertura e do atendimento. Certo. A assertiva está de acordo com o art. 194, parágrafo único, I: Art. 194, Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos ter- mos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I – universalidade da cobertura e do atendimento; 194 A uniformidade e a equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais não permite qualquer diferencia- ção entre essas camadas sociais. Errado. A Constituição permite que haja tratamento diferenciado entre trabalhadores urbanos e rurais, desde que a diferenciação seja razoável e proporcional. Julgue os itens a seguir de acordo com a Lei n. 10.887/2004. 195 As remunerações consideradas no cálculo do valor inicial dos proventos terão os seus valores atualizados mês a mês de acordo com a variação integral do índice fixado para a atua- lização dos salários de contribuição considerados no cálculo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Certo. De acordo com a Lei n. 10.887/2004: Art. 1º, § 1º As remunerações consideradas no cálculo do valor inicial dos proventos terão os seus valores atualizados mês a mês de acordo com a variação integral do índice fixado para a atuali- zação dos salários de contribuição considerados no cálculo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Julgue os itens a seguir de acordo com a Constituição Federal e o Regime Próprio de Previdência dos Servidores. 196 O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou mu- nicipal será contado para fins de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de disponibi- lidade, mas a lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictícia. Certo. CF/1988, art. 40, § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019) § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. 197 Não incidirá contribuição sobre os proventos de aposentado- rias e pensões concedidas pelo regime próprio de previdência social que superem o limite máximo estabelecido para os be- nefícios do Regime Geral de Previdência Social. Errado. CF/1988, art. 40, § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. 198 Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previ- dência Social. Certo. CF/1988, art. 40, § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Pre- vidência Social. Julgue os itens a seguir, de acordo com as regras constitucionais sobre a previdência social. 199 O tempo de serviço militar e o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem recíproca para fins de ina- tivação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais regimes. Certo. CF/1988, art. 201, § 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem recíproca para fins SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação finan- ceira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais regimes. (In- cluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019) 200 Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua re- sidência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. Certo. CF/1988, art. 201, § 12. Lei instituirá sistema especial de inclu- são previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019) SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO PROVAS DISCURSIVAS (Hugo Alencar / Aragonê Fernandes / Gustavo Scatolino / Sandro Bernardes) QUESTÃO 1 O conceito de accountability é amplamente utilizado nas áreas de auditoria e de controle da Administração Pública brasileira. A opção por não traduzir a expressão da língua inglesa se deu pela amplitude dos conceitos abarcados pela palavra, sem correspondente exato em português. Entre suas várias acepções, o accountability guarda estreita relação com a transparência governamental. Considerando que o texto apresentado tem caráter unicamente motivador, faça, necessariamente, o que se pede a seguir. – Conceitue accountability, descrevendo seus tipos clássicos; – Discorra sobre a importância da possibilidade de responsabilização dos gestores públicos; – Explique a importância da transparência governamental para a manutenção do estado democrático. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO SIMULADO PREPARATÓRIO – TCE/RJ CARGO 3: ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA: CONTROLE EXTERNO – ESPECIALIDADE: DIREITO PROVA DISCURSIVA – QUESTÃO 1 PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO (Hugo Alencar) O candidato deve apontar que o conceito de accountabilityestá ligado à obrigatoriedade de prestação de contas, à transparência ativa e à possibilidade permanente de responsabilização dos agentes públicos por sua atuação. Os tipos descritos pela doutrina são: • O accountability vertical, exercido em uma relação assimétrica de poder entre governantes e governados e que se materializa nos instrumentos democráticos de controle popular como eleições, plebiscitos e referendos; • O accountability horizontal, que ocorre quando o controle é feito por entes estatais sobre outros entes estatais, como no caso dos controles judicial, administrativo e legislativo e na atuação dos Tribunais de Contas, do Ministério Público, das Agências Reguladoras e das forças policiais; • O accountability social ou societal, o qual ocorre quando o controle é feito por entidades privadas de interesse social, como associações, sindicatos, organizações não governamentais e a mídia, que investigam e denunciam abusos cometidos, e cobram responsabilização. Depois, o candidato deve dizer que a possibilidade de responsabilização dos gestores públicos é um pressuposto básico da gestão eficiente dos recursos públicos, pois permite que, por meio do acompanhamento e do controle dos atos administrativos, a atuação desses agentes públicos seja avaliada e que eventuais desvios sejam corrigidos e devidamente punidos. No mesmo sentido, a transparência governamental permite que o controle social ocorra de maneira efetiva ao disponibilizar os dados e as informações da gestão para que sejam avaliados pela sociedade. Esse controle é essencial à manutenção do estado democrático, pois permite que o povo opine sobre a aderência das ações governamentais ao interesse público, objetivo mediato de toda atuação estatal. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO QUESTÃO 2 No tocante às Comissões Parlamentares de Inquérito, há poderes atribuídos pela CF e delimitados pela interpretação jurisprudencial dada pelo STF. Acerca do tema, discorra sobre os itens a seguir. a) possibilidade de quebra de sigilos por CPI’s instaladas perante o Congresso Nacional ou Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. b) (im)possibilidade de CPI apurar fatos além daqueles que motivaram a sua criação, bem como de prorrogação do prazo de sua duração. c) viabilidade de compartilhamento de informações com o Poder Judiciário. d) foro competente para julgamento de habeas corpus impetrado contra CPI instalada no âmbito da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO SIMULADO PREPARATÓRIO – TCE/RJ CARGO 3: ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA: CONTROLE EXTERNO – ESPECIALIDADE: DIREITO PROVA DISCURSIVA – QUESTÃO 2 PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO (Aragonê Fernandes) O artigo 58, § 3º, da CF atribui às CPI’s os poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. Contudo, é-lhes restrita a atuação quando incidir a cláusula de reserva de jurisdição, de modo que, nesses casos, somente o Judiciário poderia determinar algumas medi- das, como o afastamento da inviolabilidade domiciliar e a quebra de sigilo das comunicações telefônicas. Tirando esse sigilo, permite-se às CPI’s a quebra de sigilos de dados bancários, fiscais e telefônicos. Essa prerrogativa é assegurada às CPI’s federais, estaduais e distritais, ficando de fora as instaladas perante a Câmara Municipal. Isso porque inexiste Judiciário munici- pal, de forma que não haveria de onde retirar os poderes antes aludidos. Quanto a outros aspectos determinantes das CPI’s, elas funcionam por prazo certo, ainda que se permitam prorrogações, e têm por finalidade a apuração de fato determinado, o que não impede a apuração de fatos conexos àqueles que deram ensejo à abertura da CPI. Avançando, é viável o compartilhamento de informações entre CPI’s e o Poder Judiciário, podendo essa prova emprestada ser usada em uma ou outra esfera, assim como também pode haver o compartilhamento na via administrativa, como num PAD. A teor do que prevê o artigo 102, I, d, o habeas corpus ou mandado de segurança impetrados contra CPI’s instaladas perante o Congresso Nacional ou qualquer uma de suas casas devem ser julgados originariamente pelo STF. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO QUESTÃO 3 O art. 3º da Lei n. 8.666/1993 estabelece que o objetivo da licitação é escolher a proposta mais vantajosa para o futuro contrato e fazer prevalecer o princípio da isonomia, visando à promoção do desenvolvimento nacional sustentável. Redija um texto dissertativo acerca do tema Licitações, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos: a. A obrigatoriedade de licitação antes da celebração de contratos, inclusive quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista; b. A modalidade de licitação utilizada para a venda de imóveis; c. A diferença entre dispensa e inexigibilidade de licitação. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO SIMULADO PREPARATÓRIO – TCE/RJ CARGO 3: ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA: CONTROLE EXTERNO – ESPECIALIDADE: DIREITO PROVA DISCURSIVA – QUESTÃO 3 PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO (Gustavo Scatolino) Letra a. A obrigatoriedade de licitação antes da celebração de contratos, inclusive quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista. O candidato deve abordar o art. 22, XXVII, da CF, e o art. 1º da Lei n. 8.666/1993, os quais exigem a obrigatoriedade de licitação antes da celebração de contratos. Art. 22 (da CF). Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, estados, Distrito Federal e municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) Lei n. 8.666/1993, art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da Administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações pú- blicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, estados, Distrito Federal e municípios. Importante também o candidato ressaltar que o entendimento atual do TCU é no sentido de que os Serviços Sociais Autônomos (o Sistema “S”, por exemplo, o Sesc, o Senai, o Senat, o Senac etc), não precisam fazer licitação nos moldes da Lei n. 8.666/1993, devendo, contudo, antes das contratações, realizar procedimento que observe os princípios da licitação 1. Com relação às empresas públicas e sociedade de economia mista, o candidato deve ressaltar que a CF, no art. 22, XXVII, dispõe que a União deve estabelecer normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as Administrações Públicas Diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, obedecido ao disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1o. Para regulamentar o art. 173 da CF, foi editada a Lei n. 13.303/2016, a qual dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Em seu artigo 28, ficou estabelecido que os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços às empresas públicas e às sociedades de economia mista, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo patrimônio ouà execução de obras a serem integradas a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus real sobre tais bens, serão precedidos de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 29 e 30, que tratam respectivamente da licitação dispensável e da contratação direta. Letra b. A Modalidade de licitação utilizada para a venda de imóveis. O candidato deve destacar que a concorrência é a modalidade utilizada para adquirir ou alienar imóveis – art. 23, § 3º Importante observar que é possível realizar a venda de imóveis mediante leilão, desde que a aquisição tenha sido feita em uma das hipóteses do art. 19. Contudo, mesmo nesse caso, admite-se realizar a concorrência. Letra c. A diferença entre dispensa e inexigibilidade de licitação. Os casos de contratação direta são situações em que não será realizado o procedimento licitatório. Trata-se de situação excepcional, uma vez que a regra será a licitação para a escolha da proposta mais vantajosa, antes da celebração do contrato administrativo. As hipóteses de contratação direta são: dispensa e inexigibilidade. Os casos de dispensa constituem a licitação dispensada, art. 17, e licitação dispensável, art. 24. Os casos de inexigibilidade encontram-se dispostas no art. 25. 1 Acórdão n. 3493/2010-1ª Câmara, TC-019.680/2009-2, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues, 15.06.2010. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO As hipóteses de dispensa de licitação são casos TAXATIVOS/EXAUSTIVOS, previstos em lei. Portanto, somente pode haver con- tratação direta por dispensa de licitação (dispensada/dispensável) nas situações previstas no art. 17 ou 24 da Lei. Não é possível ao agente público ampliar as hipóteses de dispensa fora dos casos legais previstos, uma vez que são estabelecidos previamente e não há possibilidade de dilatar as situações positivadas, a não ser que LEI estabeleça outras situações. A inexigibilidade compõe-se de casos EXEMPLIFICATIVOS. O art. 25 estabeleceu três situações exemplificativas, mas tornou possível ao agente público, quando se encontrar em outra situação de inviabilidade de competição, realizar a contratação direta pela inexigibilidade. Outro ponto distintivo entre dispensa e inexigibilidade se refere ao fato de que a licitação dispensada é uma atuação vinculada, em que o agente público não faz licitação porque a lei assim previamente estabeleceu, não havendo liberdade do administrador de querer licitar. A licitação dispensável é atuação discricionária, pois, diante das situações do art. 24, o agente público pode decidir em fazer ou não a licitação, conforme seus critérios de conveniência e de oportunidade. Por outro lado, nos casos de inexigibilidade, não há o procedimento licitatório, por ser inviável a competição. Mesmo que o agente público pretendesse fazer licitação, não teria como executá-la. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO PROVA DISCURSIVA (Sandro Bernardes) QUESTÃO 4 Semana 4 – Denúncia O TCE do Rio de Janeiro recebeu expediente oriundo de cidadão informando as seguintes potenciais irregularidades supostamente cometidas pela Prefeitura do município de Duque de Caxias: a) em um pregão, haveria ocorrido desvio na condução do certame, materializado na indicação de marca de uma máquina a ser adquirida. Assim, de acordo com o expediente encaminhado, deveria haver a responsabilização do Presidente da Equipe de Apoio, que seria o incumbido do certame. Não haveria que se cogitar da responsabilização de outros envolvidos, tais como a autoridade homologadora e/ou pregoeiro; b) foi utilizada a inexigibilidade de licitação para a contratação de serviços advocatícios de defesa do município em causas ju- diciais, em geral. O fundamento constante do processo de contratação, a que teve acesso o denunciante, com base na Lei n. 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) foi a estrita confiança depositada no profissional. Não houve especificação da área em que este atuaria; c) foram assumidas despesas pela municipalidade no último quadrimestre do mandato do Prefeito na ordem de um milhão de reais. A disponibilidade financeira de caixa em 31/12 foi ordem de um milhão e cem mil reais; d) na terceirização de serviços, com dedicação exclusiva de mão de obra, a Administração Municipal não manteve estrutura de fiscalização e acompanhamento da execução contratual. Há dívidas trabalhistas da ordem de 100 mil reais, imputáveis à empresa que fora contratada, a qual, entretanto, faliu. Assim, há um passivo reconhecido nessa esfera; e) os recursos repassados mediante convênio, pela União, foram todos depositados em uma só conta corrente; f) utilizou-se o inc. V do art. 24 da Lei n. 8.666/1993 para contratar uma empresa por 150 mil reais. O valor da estimativa fora de 120 mil reais; g) não fora dada ciência à Câmara de Vereadores de incidente de inconstitucionalidade levantado no processo de prestação de con- tas ordinária da Prefeitura, no ano anterior; h) despesas pagas em materias de consumo, com base em comprovantes firmados de próprio punho pela empresa fornecedora na ordem de 500 mil reais, ao passo que as notas fiscais comprovavam apenas 50 mil. O processo foi distribuído para que você elabore proposta a ser de deliberada pelo TCE-RJ. Trate de todos os aspectos materiais e pro- cessuais inerentes a cada um dos pontos indicados na denúncia, indicando os dispositivos eventualmente transgredidos e os encaminha- mentos a ser dados pela Corte carioca. * Qualquer proposta/redação que supere as cinquenta linhas será desconsiderada. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO SIMULADO PREPARATÓRIO – TCE/RJ CARGO 3: ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA: CONTROLE EXTERNO – ESPECIALIDADE: DIREITO PROVA DISCURSIVA – QUESTÃO 4 PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO (Sandro Bernardes) Espelho de resposta: a) No que se refere à indicação de marca, a medida só seria possível se houvessse as devidas justificativas técnicas. Já no que se refere aos membros da comissão de licitação, a equipe de apoio não possui poder decisório, sendo sua atuação restrita ao auxílio do pregoeiro. Não deveria, portanto, ser proposta sua responsabilidade. b) Os serviços avençados se referem a serviços rotineiros, desenvolvidos ordinariamente por advogados do próprio órgão público, englobando a atuação nas instâncias judiciária e administrativa, não tendo sido demonstrada a singularidade dos serviços contratados e a inadequação do serviço prestado pelo quadro próprio do Poder Público. A alegada confiança no advogado não se confunde com a notória especialização, um dos requisitos indispensáveis para a contratação direta, com base no art. 25, II, da Lei n. 8.666/1993. Sendo assim, irregular a contratação. c) Sem irregularidades. Saldo de caixa suficiente. d) É imprescindível o acompanhamento e fiscalização, por parte dos entes públicos, da execução dos contratos firmados, incluindo aqueles que envolvam a prestação de serviços jurídicos, a fim de zelar pela regularidade da prestação de serviços e do gasto público, devendo a autoridade competente, por conseguinte, primar pela implantação do sistema de controle interno e por sua atuação de modo eficiente, a fim de permitir não só o controle da execução da despesa, mas também a otimização da utilização dos recursos, com resulta- dos para toda a Administração Pública. Ainda que o STF tenha julgado, recentemente, ajustou sua jurisprudência, é possível concluir que a Administração poderá ser alcançada por conta da culpa no acompanhamento do recolhimento nas obrigações trabalhistas pelo empresa responsável pela contratação dos empregados. e) Os convênios devem possuir conta específica de administração. A junção de todos eles em uma só conta dificulta (ou impossibilita) a formação do liame da saída dos recursos com as despesas efetuadas. f) O inc. V do art. 24 exige que as condicões iniciais sejam observadas. Sendo assim, o pagamento de valor acima do inicialmente esti- mado subverte as condições de contratação direta (há ilegalidade).g) Não há qualquer necessidade de que haja comunicação expressa a esse respeito. Não houve irregularidade, portanto. h) Somente a afirmação do responsável de que houve, por exemplo, erro de digitação nos comprovantes, não é suficiente para afastar o dano, tendo em vista a ausência de documento fiscal/recibo para demonstrar a alegação. Em suma: recibos não são aceitos como com- provação de despesas (Processo Administrativo n. 22846, rel. Conselheiro Cláudio Couto Terrão) Últimas análises: Cabem algumas últimas considerações: 1º Desenhe a estratégia de prova COM ATENÇÃO, sobretudo escolhendo a ordem com que vai atacar as questões (qual você vai responder primeiro?). Por exemplo: eu iria de Direito Administrativo (para me sentir seguro). Depois, as demais. Mas essas escolhas são pessoais. Faça as suas HOJE (pense a prova agora), ok? 2º Leia o comando com atenção aos detalhes. Não faça uma leitura diagonal (leia com cuidado!). Analise as indagações e verifi- que se o examinador pede “disserte, aborde” ou “responda”. A última, claro, deve ser bem mais objetiva. 3º Seja objetivo! Não deixe de tratar de NENHUM dos aspectos levantados em razão de uma pretensa objetividade. SIMULADO TCE/RJ – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – DIREITO Nas peças: 4º Faça exame de admissibilidade em denúncias, representações, consultas e recursos (meu “chute”: vai cair uma tomada de contas. Nesta, não há exame de admissibilidade). 5º Atente para as formalidades: ementa, relatório, fundamentação, mérito e encaminhamento. 6º Seja propositiva. Dificilmente a peça terá por desfecho uma audiência ou outra espécie de oitiva.