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Síndromes inflamatórias

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São doenças crônicas imunomediadas que podem acometer diferentes segmentos do trato gastrointestinal 
com quadro clínico variável – as mais comuns são doença de crohn e retocolite ulcerativa 
Epidemiologia: acomete jovens (15-30 anos) com segundo pico entre 50-80 anos, ocorre mais no sexo 
feminino no início da idade adulta, tem relação com fatores ambientais 
Fatores de risco: 
o Ambientais – tabagismo aumenta o risco de Doença de Crohn, RCU é fator protetor, atividade física 
reduz o risco de Crohn, fatores dietéticos diminui o risco de Crohn 
o Genéticos – NOD2/CARD 15 (doença de Crohn), ATG16L1, IL-23 (aumenta risco de doença de Crohn e 
retocolite), entre outros 
o Imunológicos – pode implicar na patogênese da IBD 
o Microbiota intestinal – barreira de muco, sistema imunológico inato e sistema imunológico adaptativa 
→ protegem o intestino de doenças inflamatórias 
o Medicações – antibióticos, AINE, ACO 
 
 
 
• Pode ter início abrupto ou insidioso, é uma 
doença crônica com exacerbações e remissão 
• Quadro clínico: diarreia sanguinolenta, dor 
abdominal, urgência, tenesmo, incontinência e 
sintomas sistêmicos (mais raro) 
• Exame físico: estado geral bom ou regular, 
mucosa descorada, dor abdominal à palpação e 
manifestações extraintestinais 
• RCU grave: desnutrição, palidez, toxemia, 
taquicardia, hipotensão e distensão 
abdominal 
• O acometimento é exclusivo da mucosa 
de reto e cólon, a inflamação é contínua 
• Classificação de Montreal: classifica 
conforme o acometimento da retocolite 
• Índice de gravidade inflamatória – 
medida pela gravidade do surto agudo 
Truelove e Witts 
 
 
 
 
 
Síndromes 
inflamatórias 
RETOCOLITE ULCERATIVA 
 
 
 
• Sintomas variáveis: dor abdominal, diarreia (aquosa, 
disabsortiva e inflamatória), emagrecimento, sintomas 
sistêmicos (emagrecimento, febre e anemia), 
complicações (estenose, fístula e abscesso) 
• Nem sempre há correlação entre os sintomas e a 
atividade de doença 
• Ocorre períodos de remissão e exacerbação 
• Exame físico: desnutrição, mucosa descorada, 
cavidade oral (quelite, glossite e lesões aftoides), 
abdome (distensão abdominal, RHA aumentados e 
massa abdominal), avaliação perianal e manifestações 
extraintestinais 
• Classificação de Montreal: também utilizada para 
classificar o acometimento da doença de Crohn 
• Características da doença: pode acometer qualquer 
parte do trato gastrointestinal. As lesões são 
descontínuas, assimétrias e heterogêneas. A 
inflamação é transmural 
• Índice de atividade inflamatória: é utilizada pela 
escala de Ctivity Index ou pelo Harvey e Bradshaw 
 
 
 
Manifestações extraintestinais: olhos (uveites), rins 
(pedras, fístulas, infecção urinária e hidronefrose), pele 
(eritema, pioderme gangreno), vesícula biliar (cálculos 
biliares, colangite esclerosante), articulações (artrite 
periférica, espondite, sacrolites), fígado (esteatose) e 
boca (estomatite, aftas) → pode ocorrer tanto na 
doença de Crohn, quanto na retocolite ulcerativa 
 
 
 
 
 
 
 
Laboratoriais: 
• Anemia (HB<12 mulheres e homens <13) 
• Trombocitose 
• Macrocitose ou normocitose 
• PCR e VHS elevados (marcadores inflamatórios inespecíficos) → RCU distal pode não alterar PCR e VHS 
• Hipoalbuminemia (marcador de maior gravidade) 
• Calprotectina fecal → muito utilizado na doença inflamatória 
• Testes genéticos → não são mais utilizados, restrito apenas para pesquisa 
• Marcadores sorológicos → também pouco utilizado 
Exames endoscópicos: 
• Colonoscopia com biópsia seriada (padrão-ouro) 
• Endoscopia digestiva alta (doença de Crohn com sintoma alto) 
• Cápsula endoscópica (não é muito utilizado porque o paciente pode ter uma estenose) 
DOENÇA DE CROHN 
EXAMES 
• Enteroscopia (usado em casos de doença alta) 
Anatomopatológico: 
• Distorção arquitetural acentuada 
• Aumento acentuado da densidade de cripta 
• Superfície irregular 
• Intensa inflamação difusa na ausência de granulomas genuínos 
 
 
 
 
 
 
 
Exames radiológicos: 
• Enterorresonância de abdome (visualiza intestino delgado) 
• Enterotomografia de abdome 
• USG intestinal 
• RM de períneo e canal anal (doença de Crohn com lesões perianais) 
Tem pouca aplicabilidade para RCU, bom para investigação de delgado, permite detecção de 
fístulas/estenoses/abscessos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos: manter a qualidade de vida, manutenção do estado nutricional, prevenção de recorrências pós-
operatórias e prevenção de complicações 
• Imunobiológicos: infliximabe, adalimumabe, certolizumabe, golimumabe, vedolizumabe e 
ustequinunabe (indicado apenas em casos específicos – RCU com risco de colectomia → colite extensa, 
úlceras profundas, idade <40 anos, PCR e calprotectina elevados; ou na doença de Crohn grave → idade 
<30 anos, envolvimento anatômico extenso, doença perianal ou retal grave, úlceras profundas, ressecção 
cirúrgica prévia, PCR elevada, >10 evacuações por dia) 
• Imunossupressores: azatrioprina, 6-MP e MTX (usado no caso de Crohn ileal, associada ou não a 
biológicos; usado apenas para manutenção da remissão) 
• Aminossalicilatos: mesalazina e sulfassalazina (apenas para retocolite) 
• Corticoide: budesonida (usado apenas para tirar o paciente da crise) 
• Cirúrgico: para pacientes sem resposta ao tratamento clínico, pacientes com fístulas/estenoses 
 
RETOCOLITE ULCERATIVA DOENÇA DE CROHN 
Distorção arquitetural de criptal Lesões descontínuas 
Atrofia de mucosa Irregularidade focal de criptas 
Infiltrado inflamatório difuso com 
plasmocitose basal 
Granulomas não caseosos (não 
relacionada a lesão de cripta) 
Criptite Inflamação transmural 
Abscesso de criptas Úlceras profundas 
 Fissuras 
Doença de Crohn 
RCU 
TRATAMENTO 
 
Diagnóstico RCU DC 
Apresentação clínica 
Diarreia com urgência 
Diarreia predominantemente 
sanguinolenta 
Diarreia acompanhada de dor e 
desnutrição 
Lesões perianais 
Massa abdominal 
Exames endoscópicos e 
radiológicos 
Inflamação colônica difusa e 
superficial 
Envolvimento do reto 
Erosões rasas e úlceras 
Sangramento espontâneo 
Lesões assimétricas 
Envolvimento principalmente do 
íleo e cólon direito 
Úlceras longitudinais e fissuras 
profundas 
Estenoses e fístulas 
Exame anatomopatológico 
Inflamação difusa/contínua na 
mucosa e submucosa 
Distorção na arquitetura da cripta 
Inflamação descontínua 
transmural 
Fissuras ou úlceras aftosas e 
granuloma

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