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Profisio Epicondilopatia Lateral

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■ INTRODUÇÃO
As articulações do membro superior têm como função permitir a realização de diversas atividades, 
como alcance, arremesso e ajuste do comprimento funcional desse membro, além de atividades 
manipulativas que requerem variadas posturas de punho e dedos. Lesões no cotovelo prejudicam a 
função dos membros superiores, trazendo grandes limitações nas atividades da vida diária (AVDs).1
A epicondilopatia lateral (EL) é uma condição patológica inflamatória e/ou degenerativa, 
frequentemente abordada por fisioterapeutas, que envolve lesões da origem dos tendões dos 
músculos extensores de punho (periósteo, êntese e tendão) que se inserem no epicôndilo 
lateral (Figura 1).2,3 Para possibilitar avaliações e intervenções voltadas a tratar ou prevenir as 
lesões teciduais relacionadas à EL, é importante compreender as possíveis causas dessas lesões.
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THALES REZENDE DE SOUZA
CAMILA RODRIGUES GRIGÓRIO
ALINE DE CASTRO CRUZ
LUCIANA DE MICHELIS MENDONÇA
EPICONDILOPATIA LATERAL
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Músculos extensores
de punho
Epicôndilo 
lateral
Tendão
Figura 1 – Local de acometimento da EL e músculos que se inserem no epicôndilo lateral.
Fonte: Galland (2016).4
Durante as AVDs, o corpo humano está constantemente sujeito a fl uxos de energia mecânica e 
deve lidar com eles de modo que realize uma função adequadamente, o que inclui a manutenção 
da integridade de seus tecidos.5 A manutenção da função é determinada pela relação entre a 
demanda imposta ao corpo e a capacidade corporal.5
Capacidade pode ser defi nida como a habilidade do indivíduo, dada pelos seus recursos 
neuromusculoesqueléticos (RNMEs), de gerar, dissipar e transferir energia mecânica 
entre partes do corpo e entre o corpo e o ambiente durante uma atividade funcional. 
Demanda pode ser defi nida como o fl uxo de energia imposto ao sistema 
musculoesquelético (SME), pelos RNMEs e pelo ambiente, no contexto da mesma 
atividade.5 
Propriedades como força, resistência muscular, rigidez e comprimento muscular conferem ao 
indivíduo os recursos que, em conjunto, constituem sua capacidade para lidar com a demanda. 
Nesse fl uxo de energia estão envolvidas forças internas, advindas de vários segmentos corporais, 
e externas, como do solo e dos utensílios.
A relação da demanda imposta (e, assim, dos estresses aplicados sobre o corpo) com a 
capacidade vai determinar o surgimento ou não de um processo patológico. Quando a 
demanda é maior do que a capacidade, o SME sofre uma lesão.5
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 ■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
 ■ identificar os sinais, os sintomas e as possíveis consequências funcionais da EL;
 ■ estabelecer os mecanismos de lesão da EL;
 ■ definir a forma de avaliação da EL, identificando os possíveis fatores causais individuais;
 ■ listar as possíveis intervenções para a EL, tendo como base sua avaliação.
 ■ ESQUEMA CONCEITUAL
Conclusão
Causas de lesão tecidual
Defi nições de epicondilopatia 
lateral
Extensor radial curto do carpo
Mecanismos de lesão
Fatores corporais não locais
Fatores corporais locais
Fatores do ambiente
Sinais, sintomas e 
consequências funcionais
Fatores da organização da 
tarefa
Avaliação
Força do músculo mais 
frequentemente acometido
Força dos músculos extensores 
de punho e de cotovelo que não 
se inserem no epicôndilo lateral
Testes provocativos
Diagnóstico diferencial e 
considerações sobre outros 
tecidos possivelmente 
acometidos
Extensor radial longo do carpo
Extensor do indicador
Extensor longo do polegar
Tríceps braquial e ancôneo
Tratamento do tecido acometido
Casos clínicos
Caso clínico 1
Caso clínico 2
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 ■ CAUSAS DE LESÃO TECIDUAL
Parte do papel do fisioterapeuta na abordagem de um paciente é atuar sobre possíveis causas de 
uma lesão tecidual, para tratar ou prevenir quadros disfuncionais relacionados a essa lesão. Nesse 
sentido, para compreender o processo causal da lesão de um tecido específico (aqui chamado de 
tecido-alvo), o raciocínio da relação entre capacidade e demanda pode ser feito de forma focada 
no tecido. Dessa maneira, pode-se considerar as demandas que chegam no tecido específico e 
sua capacidade. 
No caso da EL, o fisioterapeuta deve considerar a demanda que chega sobre os músculos 
extensores de punho que se inserem no epicôndilo lateral, incluindo seus tendões e inserções 
proximais (êntese e periósteo no úmero), e a capacidade dessas estruturas.
Um raciocínio focado permite identificar diferentes fatores que podem aumentar a 
demanda para o tecido-alvo, além de considerar a capacidade desse tecido, em 
um contexto específico. Isso permite que o fisioterapeuta tenha uma abordagem 
terapêutica em que múltiplos fatores possivelmente relacionados com a demanda e 
a capacidade sejam avaliados no paciente.
LEMBRAR
Com um raciocínio focado, o fisioterapeuta pode implementar intervenções individualizadas sobre 
os fatores avaliados, com o intuito de reduzir a demanda sobre o tecido-alvo e aumentar sua 
capacidade, para o tratamento ou a prevenção da EL.
Para organizar o processo de identificação de fatores relacionados à capacidade de um tecido 
e às demandas que chegam nele, podem-se identificar fatores corporais locais, que estão 
anatomicamente próximos à lesão, e não locais, anatomicamente distantes da lesão (Quadro 1).
Quadro 1
FATORES CORPORAIS LOCAIS VERSUS FATORES CORPORAIS NÃO LOCAIS
Fatores corporais Características Devem ser submetidos à intervenção?
Locais Relacionam-se com a capacida-
de do tecido-alvo e com parte da 
demanda que chega nele.
Sim, quando levam a uma baixa capacidade 
do tecido diante dos estresses que chegam a 
ele (p. ex., fraqueza do músculo que recebe 
estresse) e/ou levam a uma alta demanda 
gerada (p. ex., uma fraqueza excêntrica de um 
músculo próximo ao tecido e que faz com que 
esse tecido receba mais estresses).
Não locais Afetam a demanda que chega 
sobre o tecido-alvo, consideran-
do a mecânica interdependente 
das partes do corpo.
Sim.
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constituem
Com o objetivo de auxiliar no levantamento de itens que possam ser alvo de intervenção 
fisioterápica, podem-se, ainda, identificar fatores além dos corporais locais e não locais que 
afetam o tecido. Esses fatores podem ser didaticamente divididos em fatores do ambiente e 
fatores relacionados à organização da tarefa (Quadro 2).
Quadro 2
FATORES DO AMBIENTE VERSUS FATORES DA ORGANIZAÇÃO DA TAREFA
Fatores do ambiente São exemplificados por objetos que aplicam forças sobre o SME e por utensílios 
que influenciam os movimentos e as posturas assumidos pelo indivíduo durante 
uma atividade.
Fatores da 
organização da tarefa
Constituem algumas características da organização da atividade que afetam a 
demanda imposta sobre o SME, que podem ser modificadas pela atuação do 
fisioterapeuta e que não foram consideradas dentre os fatores corporais e do 
ambiente. Algumas características da organização da tarefa são a frequência, 
a duração e a intensidade de uma atividade e os gestos requeridos na sua 
execução. 
SME: sistema musculoesquelético.
As influências de todos os fatores anteriormente mencionados (corporais, do ambiente e da 
organização da tarefa) sobre a ocorrência de uma lesão devem ser sempre contextualizadas nas 
atividades funcionais realizadas pelo paciente em seu dia a dia.
Para tratar e prevenir lesões, o fisioterapeuta deve, sempre que possível, avaliar 
atividades funcionais relevantes para o paciente. Os fatores que afetam a demanda e a 
capacidade tecidual duranteessas atividades devem ser idealmente considerados nos 
contextos de atividades relevantes para o paciente.
De acordo com o exposto, o raciocínio entre capacidade e demanda apresentado, junto com 
a identificação de fatores corporais, do ambiente e da organização da tarefa, pode ser 
aplicado para a abordagem fisioterápica das lesões teciduais relacionadas à EL e, assim, auxiliar 
na prevenção e no tratamento das disfunções associadas.
Por exemplo, um jogador de tênis com EL pode apresentar fraqueza local dos músculos 
extensores de punho, como tradicionalmente considerado na clínica. Entretanto, o atleta também 
pode apresentar fraqueza de músculos extensores de cotovelo e fraqueza de músculos retratores 
da escápula. Além disso, ele utiliza uma raquete com massa alta (isto é, com momento de inércia 
alto). Nesse caso clínico sucinto, a alta demanda sobre as inserções tendíneas no epicôndilo é 
resultante dos seguintes fatores:
 ■ a alta frequência da realização do movimento de backhand (fator da organização da tarefa);
 ■ a fraqueza dos extensores de cotovelo (fator corporal local);
 ■ a fraqueza dos retratores da escápula (fator corporal não local); e
 ■ o uso da raquete com massa excessiva (fator do ambiente).
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Além disso, no exemplo apresentado, a capacidade do tecido acometido está reduzida, o que é 
denotado pela fraqueza dos extensores de punho (fator corporal local).
Outros pacientes que têm a EL podem apresentar combinações diferentes de fatores que levam ao 
desequilíbrio entre capacidade e demanda do/sobre o tecido-alvo. Cabe ao fisioterapeuta conhecer 
e saber identificar esses fatores, por meio da avaliação do paciente, a fim de desenvolver uma 
hipótese sobre o processo em curso e, assim, oferecer tratamento ou prevenção individualizados.
 ■ DEFINIÇÕES DE EPICONDILOPATIA LATERAL
Os extensores de punho são de extrema importância para a realização das atividades manipulativas 
e das que requerem movimentação de cotovelo e punho.2 Alguns mecanismos geram estresses 
sobre os tendões que se inserem na região do epicôndilo lateral do cotovelo, por exemplo:
 ■ movimentos; 
 ■ posturas mantidas; e 
 ■ impacto externo sobre a região.
Quando certa demanda, caracterizada por magnitude, duração e frequência da energia mecânica 
que chega aos tendões, ao periósteo e à êntese, ultrapassa a capacidade desses tecidos, ocorre 
lesão tecidual e o processo patológico chamado de EL. A inserção proximal do músculo 
extensor radial curto do carpo (ERCC) é acometida com mais frequência na EL,2 que é uma 
patologia amplamente vivenciada na prática clínica, com incidência de 1 a 3% na população geral.2
O sufixo “ite”, presente na nomenclatura “epicondilite”, muito utilizada para a definição 
da patologia descrita neste artigo, significa inflamação. Tradicionalmente, tendinite 
é todo processo doloroso nos tendões acompanhado de resposta inflamatória, que, 
em alguns casos, pode se apresentar até mesmo no periósteo.
Recentes estudos questionam a presença de um processo inflamatório na EL, visto que, 
em análise histológica, nota-se a ausência de células inflamatórias na região. Por isso, 
sugerem-se as nomenclaturas “epicondilalgia” ou “epicondilopatia” (os sufixos “algia” e 
“patia” significam dor e patologia, respectivamente).6,7 
Evidências de estudos histológicos, bioquímicos e moleculares consideram mais adequado chamar 
a EL de tendinose, devido à presença de degeneração do colágeno e à ausência de inflamação.7 
Outros autores associam a tendinose a uma vascularização precária com presença de infarto 
tecidual, reparação imatura e degeneração por uso excessivo (overuse).8 Contudo, nenhum estudo 
exclui a possibilidade de ter ocorrido uma resposta inflamatória aguda prévia no tendão.7 Os mesmos 
estudos sugerem as nomenclaturas epicondilalgia e epicondilopatia pelo fato de o diagnóstico ser 
feito, na maioria das vezes, de maneira tardia, em que um processo crônico já foi instalado.
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A EL também é denominada degeneração angiofibroblástica das estruturas associadas ao 
epicôndilo, com resposta fibroblástica e vascular, o que é possível de comprovar durante a análise 
em exames de imagem e achados durante a avaliação, tais como fibroses, edemas e, em alguns 
casos, aumento da temperatura local à palpação.2,9 Essa lesão também é vista com frequência na 
prática esportiva, principalmente no tênis, por isso é conhecida como “cotovelo de tenista”.2 
 ■ SINAIS, SINTOMAS E CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
O principal sintoma relatado por pacientes com suspeita de EL é dor na região lateral do cotovelo, 
durante a palpação da região e à contração (principalmente excêntrica) ou ao alongamento passivo 
dos extensores de punho (Figura 2).2 
Figura 2 – Alongamento dos extensores de punho.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Na EL, a dor também pode ser referida para a região do antebraço. Inicialmente, a dor é atividade-
dependente, podendo, depois, tornar-se constante, com piora noturna. Outros sinais e sintomas 
são a diminuição da força de preensão e a dificuldade de segurar peso com a mão (pouco 
uso de tenodese).
A literatura tem mostrado que a patologia e as dores relatadas pelos pacientes com EL trazem 
grandes consequências funcionais.10 Tais consequências podem ser nos seguintes níveis:3,10 
 ■ de estrutura e função do corpo (por exemplo, microlesões tendíneas e perda de amplitude de 
movimento [ADM] ativa ou passiva); 
 ■ de atividade (por exemplo, limitação em fazer algumas AVDs); e 
 ■ de participação (por exemplo, restrição em alguma participação profissional, social, de lazer, etc.). 
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ATIVIDADE
1. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) com relação às funções das articulações do 
membro superior.
( ) Permitir a realização do alcance. 
( ) Permitir a realização do arremesso. 
( ) Permitir a realização do ajuste do comprimento funcional desse membro. 
( ) Permitir a realização de atividades manipulativas que requerem variadas posturas 
de punho e dedos.
A sequência correta é:
A) V – F – F – V
B) F – F – V – V
C) F – V – F – F
D) V – V – V – V
Resposta no final do artigo
2. Analise as assertivas a seguir, referentes à relação entre capacidade e demanda.
I – Capacidade pode ser definida como a habilidade do indivíduo de gerar, dissipar e transferir 
energia mecânica somente entre partes do corpo durante uma atividade funcional.
II – Demanda pode ser definida como o fluxo de energia imposto ao SME pelos RNMEs 
e pelo ambiente, no contexto da mesma atividade.
III – Propriedades como força, resistência muscular, rigidez e comprimento muscular 
conferem ao indivíduo os recursos que, em conjunto, constituem sua demanda 
para lidar com a capacidade.
IV – No fluxo de energia (demanda) estão envolvidas forças internas, advindas de vários 
segmentos corporais, e externas, como do solo e dos utensílios. 
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
A) apenas a I.
B) apenas a I, a II e a III.
C) apenas a II, a III e a IV.
D) apenas a II e a IV.
Resposta no final do artigo
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3. Analise as assertivas a seguir, relacionadas às justificativas para o emprego do termo 
“epicondilopatia”.
I – Recentes estudos questionam a presença de um processo inflamatório na EL.
II – Análises histológicas revelam a ausência de células inflamatórias na região 
acometida pela EL.
III – O diagnóstico da EL geralmente é feito de maneira tardia, quando um processo 
crônico já está instalado. 
IV – Na EL, podem ocorrer fibroses, edemas e, em alguns casos, aumento da temperaturalocal à palpação.
Estão corretas as afirmativas:
A) apenas a I, a II e a III.
B) apenas a II e a III.
C) apenas a II, a III e a IV.
D) a I, a II, a III e a IV. 
Resposta no final do artigo
4. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações referentes aos sinais e sintomas 
da EL.
( ) Dor na região medial do cotovelo.
( ) Dor à palpação da região.
( ) Dor à contração (principalmente excêntrica). 
( ) Dor ao alongamento passivo dos extensores de punho. 
A sequência correta é:
A) V – V – V – V
B) F – V – V – V
C) F – F – V – V
D) V – F – F – F
Resposta no final do artigo
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5. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações referentes aos sinais de limitação 
funcional do paciente com EL.
( ) Pouco uso da tenodese.
( ) Redução do desempenho no tênis.
( ) Redução da carga de trabalho no computador (digitação).
( ) Incapacidade de carregar peso com a mão.
A sequência correta é:
A) F – V – V – F
B) V – V – F – F
C) V – V – V – V
D) F – V – F – F
Resposta no final do artigo
 ■ MECANISMOS DE LESÃO
Os mecanismos da EL envolvem os seguintes fatores:
 ■ corporais locais;
 ■ corporais não locais;
 ■ do ambiente; e
 ■ da organização da tarefa.
FATORES CORPORAIS LOCAIS
O mecanismo para o surgimento da EL envolve a tração do tendão dos extensores de punho em 
sua inserção próxima ao epicôndilo lateral devido a, por exemplo, atividades com alta demanda de 
contração desses músculos ou com estresses em varo do cotovelo.
A presença de uma baixa capacidade local pode ser um fator que, somado a certa demanda ao 
tecido, resulte em sobrecarga nociva para os tendões proximais do grupo dos músculos extensores 
de punho, o que pode gerar um processo inflamatório e degenerativo. A baixa capacidade local é 
representada pela fraqueza e pela baixa resistência dos extensores de punho que se inserem no 
epicôndilo lateral – consequência, por exemplo, de um processo doloroso já instalado ou no início da 
prática de alguma atividade física em que os músculos e tecidos conectivos ainda estejam fracos.2
Além de baixa capacidade local, demandas aumentadas sobre os extensores de punho que 
se inserem no epicôndilo lateral podem ser resultado da presença de alguns fatores locais. Em 
atividades que exigem torques de extensão de punho e de cotovelo, como atividades esportivas 
(por exemplo, tênis e squash) e laborais (por exemplo, digitação e culinária), alguns fatores locais 
podem levar ao aumento de demanda para os músculos que se inserem no epicôndilo. Um desses 
fatores é a fraqueza dos extensores de punho que não se inserem no epicôndilo lateral, os quais 
são (Figuras 3A-C):2 
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 ■ extensor de indicador; 
 ■ extensor radial longo do carpo; e 
 ■ extensor longo do polegar.
A B C
Figura 3 – A) Extensor do indicador. B) Extensor radial longo do carpo. C) Extensor 
longo do polegar.
Fonte: Adaptada de Rodrigues (2012).11
A fraqueza de músculos extensores de cotovelo que não se inserem no epicôndilo lateral também 
pode gerar sobrecarga sobre os extensores de punho que se inserem no epicôndilo. Esses 
extensores de cotovelo são (Figuras 4A e B): 
 ■ tríceps braquial; e 
 ■ ancôneo.
A B
Figura 4 – A) Tríceps. B) Ancôneo.
Fonte: Adaptada de Rodrigues (2012).11
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Os extensores de punho que podem ser sobrecarregados possuem inserção proximal posterior ao 
eixo sagital do cotovelo (ainda na região do epicôndilo) e, por isso, também possuem a função de 
auxiliar na geração de torque de extensão do cotovelo.12 Estes são (Figuras 5A-C): 
 ■ extensor comum dos dedos; 
 ■ extensor ulnar do carpo; e 
 ■ extensor do dedo mínimo.
A B C
Figura 5 – A) Extensor comum dos dedos. B) Extensor ulnar do carpo. 
C) Extensor do dedo mínimo.
Fonte: Adaptada de Rodrigues (2012).11
Além disso, ligações miofasciais entre grandes extensores de cotovelo e os extensores de punho 
mostram que eles cooperam entre si para gerar movimentos de extensão de punho e cotovelo; 
então, a fraqueza de um pode levar à sobrecarga de outro (Figura 6).13
Figura 6 – Ligações miofasciais entre extensores de punho, grandes extensores 
de cotovelo, retratores e adutores da escápula, extensores e rotadores externos da 
glenumeral, rotadores dorsais do tronco e glúteo máximo.
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Parte dos
Em atividades realizadas com descarga de peso, com a mão fixa no ambiente e com o cotovelo 
em posições mais estendidas, estresses em varo do cotovelo (o que também é chamado de 
instabilidade em adução ou instabilidade lateral do cotovelo) podem estar envolvidos na demanda 
aumentada sobre inserção dos tendões extensores de punho, no epicôndilo lateral. Como fator 
corporal local que pode contribuir para esse processo, é comum haver uma frouxidão do ligamento 
colateral lateral do cotovelo.8
Outros fatores locais que podem estar presentes na EL são as fraquezas dos músculos extensor 
radial longo do carpo, braquiorradial, supinador e ancôneo (Figuras 7A-D),14 que não se inserem 
no epicôndilo e auxiliam a resistir ao movimento de adução do cotovelo.
A B C D
Figura 7 – Inserção lateral ao epicôndilo lateral: do braquiorradial (A); do ancôneo (B); do 
supinador (C); e do extensor radial longo do carpo (D).
Fonte: Adaptada de Rodrigues (2012).11
Além das atividades com a mão apoiada, os mesmos fatores corporais locais que permitem 
a instabilidade lateral do cotovelo podem levar a aumento de demanda tecidual no epicôndilo 
durante atividades como o backhand do tênis e do squash (golpe técnico muito utilizado na prática 
desse esporte). 
FATORES CORPORAIS NÃO LOCAIS
Influências não locais para o surgimento dos sinais e sintomas da EL envolvem todos os fatores 
que, quando inadequados, levam a um aumento da demanda ao tecido local acometido. 
Fatores anatomicamente distantes do cotovelo e do punho podem levar ao aumento 
da demanda sobre os extensores de punho. Dependendo da postura e do movimento 
durante uma atividade, e até mesmo de adaptações teciduais em médio e longo prazos, 
alterações da mecânica de um tecido, segmento ou articulação distante do cotovelo e 
do punho podem levar à sobrecarga da inserção proximal dos extensores de punho e 
cotovelo que se inserem no epicôndilo lateral.
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Existem diversas situações em que fatores não locais podem levar ao aumento de demanda 
sobre os extensores de punho, e o fi sioterapeuta deve ser capaz de gerar hipóteses sobre fatores 
envolvidos, em diferentes situações. Um exemplo são situações em que o ombro se encontra 
imobilizado e, então, atividades manuais são realizadas sem a contribuição de movimentos do 
ombro − e, consequentemente, com movimentos excessivos de extensão de punho. Uma vez 
que não é possível abordar todas as situações, serão descritos alguns exemplos que ilustram o 
raciocínio mecânico e clínico para possíveis causas não locais da EL.
No backhand do tênis e do squash, por exemplo, a postura adotada e a forma como o movimento 
é executado pelo praticante são de fundamental relevância para o surgimento ou não do sintoma 
da EL na região do cotovelo.15 Durante esse gesto, são movimentados vários segmentos do corpo 
e são exigidas várias musculaturas, distantes anatomicamente do cotovelo, que participam da 
transferência de energia do corpo para a raquete e a bola.
Durante a execução do backhand do tênis e do squash, para que não haja uma demanda aumentada 
sobre osextensores de punho e do cotovelo que se inserem no epicôndilo lateral, são necessárias 
uma rotação de tronco efi ciente, uma adução e uma retração escapulares em adequada ADM, 
acompanhadas de uma extensão e uma rotação externa da articulação glenumeral.15 Isso exige 
menor quantidade de movimento e torque concêntrico de extensão de punho e de cotovelo, que 
seriam necessários para a realização das fases do movimento ilustradas na Figura 8.
3
2
1
4
Figura 8 – Movimentos de corpo inteiro exigidos durante o 
backhand com uma mão só, mostrando como segmentos, 
articulações e músculos distantes do epicôndilo lateral 
participam da transferência de energia mecânica para a 
bola. Rotação da pelve gerada pelos: rotadores externos de 
quadril do membro inferior posicionado posteriormente (1); 
rotadores de tronco (2); retratores e adutores da escápula (3); 
extensores e rotadores externos da glenumeral (4).
Fonte: Adaptada de Pereira (2014).16
A fraqueza e a baixa rigidez passiva de músculos rotadores de tronco e de retratores e abdutores 
escapulares, bem como de rotadores externos e extensores da glenumeral, estão entre as 
principais alterações cinéticas vistas em praticantes de tênis e squash com sintomas de EL.17 As 
Figuras 6A e B, vistas anteriormente, mostram ligações miofasciais entre esses tecidos distantes, 
o que facilita a transferência de energia mecânica entre os segmentos citados.
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adutore
Expandindo as possibilidades de fatores não locais envolvidos com o aumento de demanda 
para os tecidos acometidos na EL, pode-se citar qualquer fator capaz de prejudicar a função 
dos músculos do ombro e do tronco citados anteriormente. Por exemplo, fatores que levem a 
alterações posturais no ombro também podem participar do surgimento da EL.15,17
A protrusão de ombro pode estar relacionada com adaptações teciduais dos retratores 
e adutores escapulares, que se tornam alongados e, assim, possuem baixa rigidez 
passiva e geram força insuficiente em comprimentos mais encurtados.18 Essas funções 
musculares prejudicadas podem, então, constituir fatores que geram uma demanda 
aumentada nos tecidos acometidos na EL em um praticante de tênis. 
Essas alterações podem ser consequentes, por exemplo, de uma hipercifose torácica, 
que, por sua vez, pode estar relacionada a uma hiperlordose lombar resultante de 
anteversão excessiva ou antepulsão da pelve (Figuras 9A e B).17,19
A B
Figura 9 – Pelve em anteversão excessiva (A) e suas possíveis adaptações posturais 
decorrentes (B).
Fatores ainda mais distantes podem também influenciar o processo de EL. Por exemplo, a presença 
de pronação excessiva do pé pode levar à anteversão pélvica e aos mecanismos anteriormente 
citados.5,20 O exemplo anterior leva à conclusão de que se devem considerar e avaliar fatores não 
locais que tenham o potencial de aumentar a demanda sobre os músculos extensores de punho e 
do cotovelo que se inserem no epicôndilo lateral.
Durante atividades realizadas com a mão apoiada e o cotovelo estendido, um aumento de 
demanda sobre extensores de punho que se inserem no epicôndilo lateral pode ocorrer quando 
músculos não locais, do ombro e do punho, encontram-se fracos, de modo que não colaborem 
para o controle da adução do cotovelo (estresse em varo). Músculos diferentes do ombro e do 
punho interferem nesse processo, dependendo das posições de rotação interna-externa do ombro 
e de pronação-supinação do antebraço.
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Em atividades realizadas com o ombro em rotação externa, com a mão apoiada, os músculos do 
ombro que evitam a adução do cotovelo são todos os adutores do ombro. Esses músculos puxam 
o ombro e o braço em adução e, então, levam à abdução do cotovelo com a mão fixa (isto é, 
resistem à adução ou ao varo do cotovelo; Figura 10).
1
2 3
Figura 10 – Atividade realizada com o ombro em rotação externa, evidenciando 
a ação dos músculos que evitam o estresse em varo do cotovelo: adutores 
do ombro, como o peitoral maior, e seu vetor de força sobre o úmero (1); 
epicôndilo lateral do cotovelo (2). Deslocamento medial da porção distal do 
braço, causado pelos adutores do ombro, que leva o cotovelo em abdução, 
evitando o estresse em varo (3).
Fonte: Adaptada de Ig (2012).21
Em atividades realizadas com o ombro em posições de maior rotação interna, os músculos do 
ombro que colaboram para evitar o estresse em varo do cotovelo são outros. Quanto maior a 
rotação interna do ombro, mais os extensores de ombro participam para evitar o varo do cotovelo 
(Figura 11).
1
2
3
Figura 11 – Atividades em que o ombro se encontra em rotação interna, com a porção 
lateral do cotovelo voltada anteriormente: extensores de ombro e seu vetor de força sobre 
o úmero (1); epicôndilo lateral do cotovelo (2); deslocamento posterior da porção distal do 
braço, causado pelos extensores de ombro, evitando o estresse em varo do cotovelo (3).
Fonte: Adaptada de Goldberg (2012).22
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Em atividades com a mão apoiada, realizadas com o antebraço em posições pronadas, os 
músculos fl exores de punho evitam o estresse em varo do cotovelo (Figura 12).
1
32
Figura 12 – Atividades com a mão apoiada em que o antebraço se encontra em posições 
pronadas, mostrando como os fl exores de punho evitam o estresse em varo: fl exores de 
punho e seu vetor de força sobre o antebraço (1); epicôndilo lateral (2); deslocamento 
da porção proximal do antebraço, causado pelos fl exores de punho, evitando o estresse 
em varo do cotovelo (3).
Fonte: Adaptada de Bufolin (2013).23
Com o antebraço em posições supinadas, os músculos que fazem desvio ulnar do punho é que 
evitam o estresse em varo do cotovelo (Figura 13).14 Caso esses músculos de ombro e punho se 
apresentem fracos, pode haver sobrecarga nos extensores de punho que se inserem no epicôndilo 
lateral durante a realização das atividades com a mão apoiada.14
1
2
Figura 13 – Atividades com a mão apoiada e o antebraço supinado, mostrando a ação dos 
fl exores ulnares do carpo e todos os outros músculos que fazem desvio ulnar do punho 
evitando o varo de cotovelo: músculos que fazem desvio ulnar do punho e seu vetor de 
força sobre o antebraço (1); deslocamento da porção proximal do antebraço, causado 
pelos músculos citados, que evita o estresse em varo do cotovelo (2).
Fonte: Adaptada de Jacobsohn (2008).24
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Como exemplo final de possíveis causas não locais para a EL, podem-se citar mecanismos 
relacionados com atividades em que estão inseridos movimentos de push-up realizados com a 
mão voltada para frente, nos quais a mão está apoiada e fixa, e ocorrem extensão de punho e do 
cotovelo e flexão do ombro. Nessa situação, os flexores do ombro produzem uma força que puxa 
a região distal do braço à frente, que, então, leva a região proximal do antebraço à frente, o que 
estende o punho e o cotovelo (Figuras 14A e B). Assim, uma possível fraqueza dos flexores do 
ombro pode aumentar a demanda para os extensores locais do punho e do cotovelo.
A
B
2
4
3
1
Figura 14 – A) Movimento de push-up e, no detalhe, o modo como músculos do ombro auxiliam a estender o punho e 
o cotovelo em cadeia cinemática fechada (CCF): ação dos flexores do ombro, representada por seu vetor de força para 
a frente, imposto sobre o úmero (1); ação dos extensores de punho, representada por seu vetor de força para a frente, 
imposto sobre o antebraço (2); movimento anterior da porção distal do braço, causado pelos flexores de ombro (3); e 
movimento anterior da porção proximaldo antebraço, causado pelos extensores de punho (4). B) Outro exemplo de 
movimento de push-up em que os flexores de ombro ajudam a estender o punho e o cotovelo.
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FATORES DO AMBIENTE
Fatores do ambiente são todos os aspectos do meio externo que podem colaborar para 
o aumento da demanda para os extensores de punho (por exemplo, uso de utensílios). 
O uso de utensílios de grande massa e que, por isso, exige contrações vigorosas dos extensores 
de punho, é um fator do ambiente que pode aumentar a demanda sobre os tecidos do epicôndilo 
lateral (Figura 15).
Figura 15 – Ato de servir suco, em que é necessária uma contração vigorosa dos extensores 
de punho para segurar a jarra e realizar o movimento.
Fonte: Adaptada de Zun (2011).25
Seguindo o exemplo do backhand, a massa e a posição do centro de massa da raquete de tênis 
(e, assim, seu momento de inércia) podem infl uenciar a demanda sobre os extensores de punho e 
de cotovelo. Estudos evidenciam que o uso de raquetes mais pesadas poderia ser um dos fatores 
causadores de dor na região do epicôndilo, por favorecer estresse em varo na região.19
A evolução nas raquetes de tênis (materiais mais leves e com formato do cabo mais anatômico) 
tem diminuído a possibilidade de lesões. As raquetes que menos trazem riscos de lesão são as 
que concentram a maior parte da distribuição de massa no cabo (com menor momento de inércia), 
que possuem aro mais fi no, cabeça menor e maior número de cordas. 26
As propriedades das raquetes interferem na transmissão da vibração para os membros 
superiores, mas, apesar de ainda não existirem estudos que suportem a teoria de que a vibração 
tem correlação com o surgimento e/ou o agravamento da lesão, o uso de antivibradores tem se 
tornado frequente na prática esportiva. Da mesma forma, fabricantes de raquetes têm investido 
bastante em tecnologia para diminuir tal vibração. Para isso, recomenda-se também o uso de 
corda sintética, fi na e com tensão máxima de 50lb.26
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Um segundo exemplo de fatores do ambiente pode ser dado, considerando atividades que 
envolvem digitação. Por exemplo, a mesa de digitação muito baixa em relação ao assento da 
cadeira exige grande extensão de punho (Figuras 16A e B). Assim, há um aumento da demanda 
de contração dos músculos extensores de punho. Além disso, esses músculos ficam com o 
comprimento menor, o que, de acordo com a curva comprimento-tensão ativa, faz com que a força 
muscular produzida seja menor, tornando necessária uma maior ativação muscular para manter 
o punho estendido.18
A B
Figura 16 – A e B) Digitação com ergonomia inadequada.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
FATORES DA ORGANIZAÇÃO DA TAREFA
A realização de algumas atividades leva ao aumento da demanda sobre os tecidos que se inserem 
no epicôndilo lateral. Características dessas atividades, como a cinemática necessária (isto é, 
gestos requeridos) (Figuras 17A e B), suas frequência, intensidade e duração, influenciam 
as demandas teciduais e podem ser modificadas pelo fisioterapeuta. Neste artigo, essas 
características são denominadas fatores da organização da tarefa.
A B
Figura 17 – Atividades como martelar (A) e pintar (B), devido à sua alta frequência, aumentam a 
demanda sobre os tecidos que se inserem no epicôndilo lateral.
O fisioterapeuta pode precisar interferir nos fatores da organização da tarefa para reduzir a 
demanda tecidual. A redução de demanda por essa estratégia pode ser temporária, para possibilitar 
que um tecido se recupere da lesão antes do retorno à atividade anterior, ou permanente, para que 
o paciente sempre realize a atividade de maneira clinicamente adequada e, assim, trate um tecido 
já lesionado e/ou previna uma recidiva ou uma primeira lesão.
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Nas atividades exemplificadas na Figura 17, que podem aumentar a demanda sobre os músculos 
extensores de punho e de cotovelo que se inserem no epicôndilo lateral, algumas mudanças em 
fatores de tarefas podem ser desejadas durante a abordagem fisioterápica da lesão da EL.
Para características relacionadas à cinemática da atividade (gesto esportivo), o backhand é, mais 
uma vez, um exemplo. Um praticante de tênis ou squash que realize o backhand com pouca 
rotação de tronco, pouca adução escapular e pouca abdução horizontal da articulação glenumeral 
necessita de maior movimento de extensão de punho e cotovelo, o que aumenta as demandas 
para os tecidos do epicôndilo lateral. Caso esse padrão seja identificado, o fisioterapeuta pode 
requerer que o paciente realize o backhand com maior movimentação de tronco e ombro.27 Essa 
intervenção faz parte da orientação da técnica correta.27
A frequência e a duração da atividade constituem outros fatores da organização da tarefa 
frequentemente considerados durante a abordagem fisioterapêutica da EL. Todas as atividades 
citadas, realizadas com alta frequência e/ou duração, levam ao aumento das demandas sobre os 
tecidos do epicôndilo. 
Em pacientes que trabalham com digitação ou dirigem motocicletas, é comum que a 
duração e a frequência de esforços de extensão de punho sejam extremamente altas.2 
A redução da frequência/duração pode ser conseguida com intervalos planejados, para 
que o tecido tenha tempo de se recuperar e não haja um acúmulo de microlesões.2
A alta frequência/duração de atividades que envolvem estresses em varo do cotovelo, em atletas 
de ginástica olímpica que fazem exercícios no “cavalo”, pode gerar alta demanda para os tecidos 
do epicôndilo. A redução da frequência/duração das atividades pode ser necessária em um 
processo de tratamento do tecido para o retorno ao esporte pós-reabilitação.
ATIVIDADE
6. Analise as assertivas a seguir, referentes às definições de fatores corporais locais e 
não locais.
I – Fatores corporais locais estão anatomicamente próximos à lesão; fatores não locais 
estão anatomicamente distantes da lesão.
II – Fatores corporais locais relacionam-se com a capacidade do tecido-alvo e com 
parte da demanda que chega nesse tecido.
III – Fatores locais não são alvo de intervenção quando levam a uma baixa capacidade 
do tecido diante dos estresses que chegam nele. 
IV – Fatores corporais não locais afetam a capacidade que chega sobre o tecido-alvo.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
A) apenas a I e a II.
B) apenas a II e a IV.
C) apenas a III.
D) apenas a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
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7. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) com relação a fatores ambientais ou relacionados 
à tarefa que podem ocasionar a EL.
( ) Fator relacionado à tarefa: técnica esportiva (por exemplo, flexão de punho 
excessiva no backhand, no tênis).
( ) Fator ambiental: bola de voleibol.
( ) Fator relacionado à tarefa: número de saques no tênis.
( ) Fator ambiental: solo da quadra de tênis (por exemplo, saibro).
A sequência correta é:
A) V – V – F – V
B) V – F – F – F
C) F – F – V – F
D) V – V – V – V
Resposta no final do artigo
8. A fraqueza dos músculos que não se inserem no epicôndilo lateral pode levar ao 
aumento de demanda para os músculos que se inserem no epicôndilo. Analise as 
alternativas a seguir para identificar quais não se inserem no epicôndilo.
I – Extensor do indicador. 
II – Extensor radial longo do carpo. 
III – Extensor longo do polegar.
IV – Ancôneo. 
Estão corretas as afirmativas:
A) apenas a I e a II.
B) apenas a I, a II e a III.
C) apenas a II e a IV.
D) a I, a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
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9. Os músculos que possuem inserção proximal posterior ao eixo sagital do cotovelo 
têm a função de auxiliar na geração de torque de extensão do cotovelo. Analise as 
alternativas a seguir para identificar quais são esses músculos.
I – Extensor comum dos dedos.
II – Extensor radial do carpo.
III – Extensor do dedo mínimo.
IV – Extensor curto do polegar. 
Estão corretas as afirmativas:
A) apenas a I e a II.
B) apenas a I e a III.
C) apenas a II e a III.
D) apenas a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
10. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) quanto às relações estabelecidas no mecanismo 
de lesão da EL.
( ) Extensores de cotovelo e extensores de punho cooperam entre si para gerar 
movimentos de extensão de punho e cotovelo.
( ) A fraqueza dos extensores de cotovelo pode levar à sobrecarga dos extensores 
de punho.
( ) Estresses em valgo do cotovelo podem estar envolvidos na demanda aumentada 
sobre a inserção dos tendões extensores de punho.
( ) Fraquezas dos músculos extensor radial longo do carpo, braquiorradial, supinador 
e ancôneo podem participar do processo de sobrecarga dos extensores de punho.
A sequência correta é:
A) V – V – V – V
B) V – V – F – V
C) V – F – V – F
D) F – V – F – V
Resposta no final do artigo
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11. Analise as seguintes alternativas para identificar quais são fatores não locais 
relacionados à EL.
I – Protrusão de ombro.
II – Hipercifose torácica.
III – Anteversão pélvica.
IV – Pronação excessiva.
Estão corretas as afirmativas:
A) apenas a I e a III.
B) apenas a I, a II e a III.
C) apenas a II, a III e a IV.
D) a I, a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
12. Assinale a alternativa correta quanto a uma das relações que envolvem fatores da 
organização da tarefa e a ocorrência de EL.
A) Atividades realizadas com baixa frequência e/ou duração levam ao aumento das 
demandas sobre os tecidos do epicôndilo.
B) Atividades realizadas com alta frequência e/ou duração levam à diminuição das 
demandas sobre os tecidos do epicôndilo.
C) Atividades realizadas com alta frequência e/ou duração levam ao aumento das 
demandas sobre os tecidos do epicôndilo.
D) Atividades realizadas com alta frequência e/ou duração levam a um equilíbrio na 
relação entre capacidade e demanda.
Resposta no final do artigo
 ■ AVALIAÇÃO
Para o tratamento e a prevenção da EL, é necessário investigar o máximo de fatores presentes 
no paciente que possam estar relacionados com a ocorrência e a manutenção da patologia. 
A obtenção do histórico do paciente também fornece informações relevantes para investigar 
fatores cinesiológicos relacionados com a EL, como as atividades realizadas no dia a dia e 
suas impressões – por exemplo, padrões de dor, fraqueza muscular e outras disfunções nos 
domínios (estrutura e função do corpo, atividade e participação) da Classificação Internacional de 
Funcionalidade (CIF).
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Para identificar padrões que possam indicar alterações mecânicas (cinéticas), deve-se avaliar 
a cinemática (postura e movimentos), principalmente no que se refere às atividades frequentes 
do paciente. Essas alterações cinéticas, muitas vezes indicadas pela cinemática, devem atender 
aos seguintes critérios:
 ■ ser possivelmente envolvidas com a lesão;
 ■ ser passíveis de avaliação para confirmar ou refutar sua presença; e
 ■ ser passíveis de intervenção fisioterapêutica.
Em situações em que a avaliação cinemática não seja possível ou seja inconclusiva (por 
exemplo, em movimentos muito rápidos ou na falta de espaço e equipamentos necessários 
para a avaliação), o fisioterapeuta ainda deve estar preparado para indicar possíveis 
alterações cinéticas relacionadas com a lesão e avaliar sua presença no paciente. 
Como são múltiplos os fatores mecânicos que podem estar envolvidos com a EL, nesta seção 
do artigo será abordada apenas a avaliação de fatores corporais locais. A avaliação de fatores 
corporais não locais possivelmente envolvidos na presença de EL (como fraquezas de músculos 
do ombro e do tronco) não será abordada.28,29
A fraqueza dos músculos que se inserem no epicôndilo lateral é o principal fator 
que resulta na redução da capacidade do tecido local. Ela frequentemente está 
relacionada com a presença de sinais e sintomas na região, seja como consequência 
ou como causa da presença de dor.
LEMBRAR
FORÇA DO MÚSCULO MAIS FREQUENTEMENTE ACOMETIDO
A fraqueza muscular representa baixa capacidade tecidual e deve sempre ser avaliada.
Extensor radial curto do carpo
Para a avaliação da força do ERCC, o paciente realiza extensão e desvio radial do punho com 
o cotovelo fletido (encurta o extensor radial longo do carpo para priorizar a atividade do ERCC) 
contra a resistência feita manualmente pelo avaliador. Para quantificar a força, o avaliador pode 
usar as classificações tradicionais dos testes de força musculares manuais (TFMMs).29 
A avaliação da força do ERCC é também um teste provocativo de dor em indivíduos com 
EL, e a dor pode influenciar o resultado do teste.
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FORÇA DOS MÚSCULOS EXTENSORES DE PUNHO E DE COTOVELO QUE NÃO SE INSEREM 
NO EPICÔNDILO LATERAL 
Além da capacidade das musculaturas que se inserem no epicôndilo lateral, é importante avaliar 
também as musculaturas que não se inserem no epicôndilo e também são responsáveis por 
estender o punho (extensor radial longo do carpo, extensor do indicador e extensor longo do 
polegar) e o cotovelo (tríceps braquial), apresentadas a seguir.
A fraqueza desses músculos representa alta demanda de origem local para os tecidos do 
epicôndilo e, associada à baixa resistência, podem levar a um aumento de demanda sobre os 
músculos inseridos no epicôndilo.
Extensor radial longo do carpo
Não é possível realizar o teste de força do músculo extensor radial longo do carpo de maneira 
isolada, mas é possível isolá-lo de maneira parcial. 
No teste de força do extensor radial longo do carpo, o paciente realiza o mesmo movimento 
utilizado para testar o ERCC, como explicado anteriormente. Nessa posição, o extensor 
longo do carpo está encurtado, apresentando, assim, menor força ativa. Logo após realizar 
o teste nessa posição, ele é novamente executado, porém com o cotovelo estendido.
Ao realizar o teste do extensor radial longo do carpo na segunda posição descrita, é esperado que 
o músculo testado apresente maior força. Em casos em que não houver maior força nessa posição, 
pode-se inferir que o extensor radial longo do carpo não está apresentando força suficiente, o 
que poderia ser um mecanismo de sobrecarga para as outras musculaturas que se inserem no 
epicôndilo lateral e que realizam extensão de punho. Portanto, esse é um teste comparativo.28,29
Extensor do indicador
Para o teste do extensor do indicador, o paciente realiza a extensão do dedo indicador (o avaliador 
deve estabilizar o punho do paciente) contra a resistência feita manualmente pelo avaliador na 
falange distal do indicador.
Devido à subjetividade dos testes de força, recomenda-se que o fisioterapeuta realize 
a resistência com o próprio dedo. Isso visa evitar a aplicação de uma resistência muito 
alta, que poderia impedi-lo de encontrar alterações de força mais sutis (em processos 
patológicos, o paciente apresenta grande dificuldade em realizar o movimento e vencer 
a resistência aplicada pelo terapeuta). 
Para quantificar a força na avaliação do extensor do indicador, o avaliador pode usar as 
classificações tradicionais dos TFMMs.28,29
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Extensor longodo polegar
No teste do extensor longo do polegar, o paciente realiza a extensão do polegar contra a 
resistência feita manualmente pelo avaliador na falange distal desse segmento (se a resistência 
for feita na falange proximal, o músculo testado será o extensor curto do polegar). Recomenda-se, 
novamente, que o fisioterapeuta realize a resistência com o próprio dedo. Para quantificar a força, 
o avaliador pode usar as classificações tradicionais dos TFMMs.28,29
Tríceps braquial e ancôneo
Para testar o tríceps braquial e o ancôneo, a partir de uma flexão de cotovelo estabilizado pelo 
examinador com o antebraço supinado, orienta-se o paciente a realizar a extensão do cotovelo 
contra a resistência feita manualmente pelo avaliador na região distal do antebraço, porém nunca 
no punho, para não exigir força de outros músculos que se inserem no epicôndilo lateral. Para 
quantificar a força, o avaliador pode usar as classificações tradicionais dos TFMMs.28
Não existe um teste específico para avaliar a força do ancôneo. Uma tentativa é o 
paciente realizar o máximo de extensão do ombro, para colocar o tríceps braquial em 
insuficiência ativa, e, logo após, realizar a extensão do cotovelo contra a resistência 
feita manualmente pelo avaliador. Contudo, em posição de máxima extensão do ombro, 
é possível encurtar apenas uma cabeça do tríceps braquial, sendo possível isolar esse 
músculo de maneira parcial.29
TESTES PROVOCATIVOS
Existem testes provocativos que auxiliam no diagnóstico do processo patológico e na identificação 
do tecido acometido, como os de Cozen e Mill (Figuras 18A e B).2,29 Esses testes são de grande 
importância na clínica por ajudarem a definir, por exemplo, recursos terapêuticos voltados para a 
redução de inflamação ou de processos degenerativos.
A B
Figura 18 – A) Teste de Cozen. B) Teste de Mill.
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Uma vez que o intuito do presente artigo é abordar fatores mecânicos relacionados com a EL, 
os testes provocativos não serão o foco.2,29 Exames de imagens também podem auxiliar nesse 
sentido, pois seus achados evidenciam mudanças nas propriedades do tecido, com sinais de 
degeneração e inflamação. Esses achados podem ser confirmados durante a palpação, em que 
geralmente a região apresenta-se espessada, fibrótica, em estágios mais avançados; em casos 
agudos, a musculatura pode apresentar espasmos, e a região, sinais flogísticos.30 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E CONSIDERAÇÕES SOBRE OUTROS TECIDOS 
POSSIVELMENTE ACOMETIDOS
O diagnóstico diferencial relativo a acometimentos de outros tecidos que levem a sintomas e 
sinais semelhantes aos da EL, principalmente em relação à região da dor, pode também ser 
realizado. Por exemplo, possíveis lesões traumáticas dos ligamentos colateral lateral e anular 
do cotovelo, que geram sintomas próximos ao epicôndilo lateral, podem ser consideradas e 
avaliadas. Entretanto, acometimentos de outros tecidos, como o nervo radial, são mais comuns e 
frequentemente confundidos ou relacionados com a presença da EL. 
Neuropatia radial é o acometimento do nervo interósseo posterior − que é um 
ramo do nervo radial − e pode gerar sintomas próximos ao epicôndilo lateral. Como 
se trata de um nervo motor, sintomas de parestesia e choque e alterações de 
sensibilidade não são esperados, mas o tecido conectivo do nervo pode entrar em 
processo inflamatório e apresentar dor e aderências no local.
Um possível acometimento do nervo radial ocorre sob o músculo supinador, localizado pouco 
distalmente ao epicôndilo lateral. Por isso, esse acometimento é também conhecido como 
síndrome do túnel radial. O mesmo nervo pode ser excessivamente estressado sob o tendão 
proximal do músculo ERCC. A sobrecarga tensional sobre o músculo supinador e o ERCC pode 
comprimir e friccionar esse nervo em demasia.
Testes provocativos para o supinador, como a contração excêntrica e isométrica vigorosa 
e a palpação profunda (em torno de 2cm de distância, distal ao epicôndilo), podem ser 
realizados para identificar a neuropatia radial sob o supinador. Testes de tensão neural 
para o nervo radial também podem ser feitos.
É importante notar que, devido à possibilidade da compressão sob o tendão proximal do ERCC, 
muitos dos mecanismos que sobrecarregam esse músculo, explicados nos itens anteriores do 
texto, podem também acometer o nervo radial. Assim, a presença de dor nos testes provocativos 
para a EL pode ser, também, decorrente do acometimento do nervo radial. Além disso, muitos dos 
mecanismos para o surgimento da EL exigem, também, do músculo supinador, como o estresse 
em varo do cotovelo e o backhand do tênis. Dessa forma, é possível que a EL seja concomitante 
com a neuropatia radial. 
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Quando existem sinais da presença da neuropatia radial, devem-se investigar possíveis 
locais de compressão do nervo, principalmente em segmentos proximais, como em 
processos de espondilose e hérnia cervicais ou nas diferentes formas da síndrome do 
desfiladeiro torácico. Uma compressão proximal do nervo o deixa mais frágil e suscetível 
à lesão sob os músculos supinador e ERCC.
Na presença de sinais de neuropatia radial, são necessárias a investigação e a correção dos 
fatores corporais, do ambiente e da tarefa que levam a compressões proximais do nervo, como 
no seguinte exemplo: compressão do plexo braquial sob os músculos escaleno e peitoral menor, 
resultante de um encurtamento desses músculos, associada à protrusão de ombros e cabeça e à 
hipercifose torácica, relacionadas à fraqueza e à baixa rigidez passiva dos músculos romboides 
e trapézio médio. 
No exemplo anterior, a protrusão excessiva e a hipercifose torácica possivelmente seriam 
causadas em longo prazo por tarefas laborais e arranjo do espaço de trabalho que exigem maior 
inclinação anterior do tronco para alcance manual anterior, com protração escapular.
Na presença concomitante de neuropatia radial e EL, a mobilização do nervo radial para 
possíveis aderências e uma alteração de atividades (como atividades com supinações 
repetidas e/ou mantidas, e vigorosas) podem ser feitas. Em casos mais graves, fraqueza 
dos músculos inervados pelo radial pode ser observada e deve ser tratada. 
Vale destacar, também, que sintomas próximos ao epicôndilo lateral podem constituir dores 
referidas (isto é, dores cujo local de origem não é o mesmo local da dor). Pontos dolorosos no 
complexo do ombro e na coluna cervical podem levar a dores referidas na região posterior proximal 
do antebraço, como se pode observar em mapas de dor referida miofascial. Reconhecendo-se 
essa possibilidade, é necessário que lesões teciduais e pontos dolorosos em ombro e cervical 
sejam investigados em casos de sintomas relacionados à EL, mesmo em situações em que pareça 
não haver acometimento do nervo radial.
Recomenda-se uma exploração abrangente, por meio de palpação dos tecidos 
miofasciais do ombro e das colunas torácica e cervical, para investigar a presença de 
possíveis pontos-gatilho que reproduzam sintomas na região do epicôndilo lateral. Caso 
esses pontos sejam identificados, o fisioterapeuta deve avaliar possíveis causas para a 
sobrecarga dos músculos dolorosos e utilizar técnicas para desfazer os pontos de dor.
É importante reconhecer e avaliar o possível envolvimento de alterações biomecânicas em 
ombro e colunas cervical e torácica no surgimento da EL e/ou em sintomas próximos ao 
epicôndilo. Em suma, esse envolvimento pode ocorrer das seguintes formas:
 ■ na sobrecarga dos tecidos que se inserem no epicôndilo lateral (como visto em itens anteriores 
do artigo, sobre fatores corporais não locais);
 ■ no acometimento do nervo radial; e
 ■ na presença de dores referidas originadas em tecidos do ombro e da coluna cervical.
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ATIVIDADE
13. Assinale a alternativa correta com relação à avaliação da cinemática de pacientes 
com suspeita de EL.
A) Na avaliação da cinemática de pacientes com suspeita de EL, devem ser avaliadas 
posturas e movimentos que não façam parte de suas atividades frequentes.
B) As alterações cinéticas encontradas no paciente devem ser possivelmente envolvidas 
com a EL, embora não necessitem de maiores avaliações para confirmação ou 
refutação de sua presença.
C) Nas situações em que não seja possível a realização da avaliação cinemática, o 
fisioterapeuta deve indicar possíveis alterações cinéticas envolvidas com a EL e 
avaliar sua presença no paciente.
D) As alterações cinéticas encontradas pela cinemática devem ser levadas em 
consideração mesmo que não sejam passíveis de intervenção fisioterapêutica.
Resposta no final do artigo
14. Assinale a alternativa correta com relação à avaliação da força do músculo mais 
frequentemente acometido na EL.
A) O teste para a avaliação da força do músculo mais frequentemente acometido em 
casos de EL não costuma ocasionar dor e, quando esta ocorre, ela não tem nenhuma 
influência no resultado do teste.
B) A fraqueza do músculo mais frequentemente acometido na EL é um indicador de 
baixa capacidade tecidual.
C) Para a avaliação do ERCC, deve-se orientar o paciente a realizar a extensão e o 
desvio radial do punho com o cotovelo esticado.
D) Os testes de avaliação de força devem avaliar apenas as musculaturas que se inserem 
no epicôndilo lateral, visto que outros grupos musculares não exercem influência em 
casos de EL.
Resposta no final do artigo
15. Assinale a alternativa correta com relação à avaliação dos músculos extensores de 
punho e de cotovelo que não se inserem no epicôndio lateral.
A) O teste de força do músculo extensor radial longo do carpo deve ser realizado de 
maneira isolada.
B) No teste do extensor longo do polegar, o paciente realiza a extensão do polegar 
contra a resistência feita manualmente na falange proximal desse segmento.
C) No teste do extensor do indicador, o paciente realiza a extensão do dedo indicador 
contra a resistência feita manualmente pelo avaliador na falange distal desse segmento.
D) Recomenda-se que, nos testes de força dos músculos extensores de punho e de 
cotovelo que não se inserem no epicôndio lateral, a resistência seja realizada com o 
auxílio de uma ferramenta, para que esta atinja o patamar esperado.
Resposta no final do artigo
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16. Para testar o tríceps braquial e o ancôneo, orienta-se o paciente a realizar 
A) uma extensão do cotovelo contra a resistência feita manualmente pelo avaliador na 
região do punho.
B) uma flexão de cotovelo contra a resistência feita manualmente pelo fisioterapeuta na 
região do antebraço.
C) uma flexão de cotovelo contra a resistência feita manualmente pelo avaliador na 
região do punho.
D) uma extensão do cotovelo contra a resistência feita manualmente pelo avaliador na 
região distal do antebraço, evitando a região do punho.
Resposta no final do artigo
17. Analise as assertivas a seguir, relacionadas ao diagnóstico diferencial da EL.
I – Dentre os possíveis diagnósticos diferenciais para a EL, o principal envolve as 
lesões traumáticas dos ligamentos colateral lateral e anular do cotovelo.
II – Devido à possibilidade de compressão sob o tendão proximal do ERCC, muitos dos 
mecanismos que sobrecarregam esse músculo podem também acometer o nervo 
radial, e, dessa maneira, a presença de dor nos testes provocativos para a EL pode 
ser, também, decorrente do acometimento do nervo radial.
III – Pontos dolorosos no complexo do ombro e na coluna cervical podem levar a 
dores referidas na região posterior proximal do antebraço; reconhecendo-se essa 
possibilidade, é necessário que lesões teciduais e pontos dolorosos em ombro e 
cervical sejam investigados em casos de sintomas relacionados à EL, mesmo em 
situações em que pareça não haver acometimento do nervo radial. 
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
A) apenas a I.
B) apenas a II.
C) apenas a II e a III.
D) apenas a III.
Resposta no final do artigo
 ■ TRATAMENTO DO TECIDO ACOMETIDO
O tratamento e a prevenção da EL devem constituir-se de intervenções sobre os fatores corporais 
alterados, locais e não locais, e os fatores do ambiente e da organização da tarefa analisados 
durante a avaliação, considerando as necessidades contextuais (por exemplo, disponibilidade 
de recursos terapêuticos, habilidades do terapeuta) e as preferências do paciente. Isso faz com 
que o tratamento adequado seja individualizado e, assim, não exista um protocolo único de 
tratamento para as disfunções relacionadas à EL.
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A correção dos fatores identificados em cada paciente é necessária para um tratamento de 
sucesso da EL, em que se atua sobre os fatores que:
 ■ causaram a lesão;
 ■ sustentam a presença da lesão; e
 ■ aumentam a chance de recidiva.
O presente artigo não tem o objetivo de apresentar um protocolo/programa de reabilitação para 
a EL e as disfunções relacionadas com ela. Entretanto, é fundamental destacar que o tratamento 
deve incluir intervenções para a redução da dor e a recuperação do tecido acometido, o que 
ajuda na recuperação funcional e recobre a capacidade desse tecido de suportar estresses. A 
seguir, serão descritas orientações sobre intervenções para a dor e a recuperação tecidual na EL.
Devido ao grande número de estudos evidenciando que a EL trata-se de uma 
tendinose, é preciso rever o tratamento usualmente indicado e voltado apenas para 
uma possível presença de processo inflamatório, para que haja maior possibilidade de 
total recuperação tecidual.2,7,9 Processos inflamatórios podem estar presentes ou ter tido 
um papel inicial no surgimento da EL, porém, o provável processo degenerativo deve 
ser considerado.
Para o tratamento de uma tendinose, faz-se necessário uso de técnicas para as seguintes questões:2
 ■ redução do quadro álgico;
 ■ ganho de força muscular;
 ■ realinhamento das fibras;
 ■ favorecimento da melhor deposição do colágeno;
 ■ diminução de possíveis fibroses; e
 ■ retorno à função/atividade.
Recomenda-se orientar o paciente com EL quanto à realização de repouso e à 
redução dos esforços repetitivos que possam ser feitos com a região acometida. Na 
presença de sinais flogísticos, além do repouso e da redução do nível de atividade, é 
indicada crioterapia de 2 a 3 vezes ao dia durante um período de 20 a 30 minutos na 
região acometida, bem como alongamentos da musculatura afetada.9 Como recursos 
analgésicos, além do gelo, podem-se citar: estimulação elétrica transcutânea (TENS, 
do inglês transcutaneous electrical stimulation), tapings e brace.31-33
Em casos de degenerações em que não haja sinais flogísticos, recomenda-se o fortalecimento 
de forma excêntrica com cargas mais altas, a fim de favorecer o realinhamento das fibras 
desordenadas.34 Mesmo que esse modo de fortalecimento cause leve dor no tendão durante sua 
execução, a forma excêntrica de fortalecimento apresenta melhor resultado quando comparada à 
forma concêntrica.9,34 
Contudo, em casos em que haja dor ao repouso e/ou dor intensa ao movimento e à palpação, 
indicando possível quadro inflamatório em fase inicial, recomenda-se dar enfoque à redução do 
quadro álgico/inflamatório e também ao alongamento e fortalecimento isométrico leves.34 Nesses 
casos, o fortalecimento excêntrico intenso seria incluído após a verificação de que não havia 
características inflamatórias mais agudas.
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O ultrassom(US) é um recurso terapêutico que gera ondas sonoras capazes de se propagar 
sobre o tecido biológico, gerando efeitos térmicos e não térmicos. Essas alterações teciduais 
revelam a efetividade do ultrassom, consolidando esse agente nas propostas terapêuticas.
Estudos mostram que o US tem sido mais frequentemente utilizado na prática clínica nos últimos 
40 anos para tratamento da EL e de outras inflamações, porém não existem evidências suficientes 
para constatar seus benefícios na clínica. Apesar de tal constatação, por meio do uso da escala 
visual analógica (EVA) foi possível notar uma melhora subjetiva quanto ao nível de dor em 
pacientes com EL que utilizaram o US durante tratamento.35
Ajimsha e colaboradores demonstraram que o uso de técnicas de liberação miofascial reduziram 
a dor e a incapacidade de profissionais de informática com diagnóstico de EL.36 As Figuras 19A-C 
demonstram as três técnicas utilizadas pelo estudo.
A B
C
Figura 19 – Técnicas de liberação miofascial: liberação através do periósteo da ulna (A); liberação iniciando no tendão extensor 
comum em direção ao retináculo extensor de punho (B); liberação com direção lateral e distal, separando ulna e rádio (C).
Fonte: Ajimsha e colaboradores (2012).36
Como citado, o brace (imobilizador funcional) no cotovelo tem sido amplamente utilizado como 
recurso analgésico. Em teoria, por limitar a expansão da musculatura afetada no terço proximal do 
antebraço, o uso de tal material poderia ajudar a diminuir a força aplicada na região lesionada.33
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Durante o processo de reabilitação da EL, uma vez que tenha sido obtido maior controle da dor 
local, deve ser instituído o início de um fortalecimento mais sistemático da musculatura afetada 
− em um primeiro momento, de forma isométrica, para evitar a expansão da musculatura e a 
ressensibilização da região afetada.2 A forma como será o início do fortalecimento (isotônico, 
isométrico ou priorizando a fase excêntrica) vai depender da apresentação e da evolução do 
quadro clínico, bem como da tolerância do paciente ao exercício.2
Na fase final do tratamento da EL, deve-se dar enfoque ao retorno às AVDs (por 
exemplo, esportivas e laborais) que possam ter sido prejudicadas pela presença do 
quadro disfuncional. Esse retorno é essencial para o tratamento do tecido, uma vez que 
aplica os estresses presentes nas atividades funcionais. Isso faz com que as mudanças 
teciduais, como o realinhamento de fibras, sejam específicas para essas atividades.2
ATIVIDADE
18. Assinale a alternativa correta com relação às recomendações para o tratamento do 
tecido acometido na EL.
A) Em casos de degenerações em que não haja sinais flogísticos, recomenda-se o 
fortalecimento muscular de forma excêntrica com cargas mais altas, a fim de favorecer 
o realinhamento das fibras desordenadas.
B) Como a EL trata-se de uma tendinose, o tratamento mais indicado deve ser voltado 
unicamente para uma possível presença de processo inflamatório.
C) No tratamento de uma tendinose, primeiramente são necessários a redução do quadro 
álgico e o realinhamento das fibras, sendo o ganho de força muscular um objetivo 
secundário, que pode ser realizado ao fim do tratamento.
D) Caso existam sinais flogísticos, recomenda-se ao paciente o repouso e a redução dos 
esforços repetitivos realizados com a região acometida, devendo-se evitar a crioterapia.
Resposta no final do artigo
19. Assinale a alternativa correta com relação à fase do processo de reabilitação da EL, 
na qual é realizado o fortalecimento da musculatura afetada.
A) O processo de fortalecimento da musculatura afetada deve ser iniciado antes que se 
consiga obter maior controle da dor local.
B) Inicialmente, o fortalecimento da musculatura afetada deve se dar de maneira 
isotônica, priorizando sua expansão.
C) O fortalecimento da musculatura afetada deve sempre priorizar a fase excêntrica.
D) A forma como será o início do fortalecimento da musculatura afetada dependerá da 
apresentação e da evolução do quadro clínico, bem como da tolerância do paciente 
ao exercício.
Resposta no final do artigo
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 ■ CASOS CLÍNICOS
CASO CLÍNICO 1
R.G.T., 26 anos de idade, sexo masculino, jogador de tênis amador, apresenta dor na 
região lateral do cotovelo direito há três meses, com início progressivo. A dor tem as 
seguintes características: 3/10 no início do treino e 6/10 no pós-treino. Ele usa uma 
raquete com massa alta e tem fraqueza de músculos extensores de punho, de músculos 
extensores de cotovelo e de músculos retratores da escápula. 
ATIVIDADE
20. Conforme o caso clínico 1, pode-se afirmar que
A) a alta demanda sobre as inserções tendíneas no epicôndilo são resultantes da 
alta frequência da realização do movimento de backhand (fator da organização da 
tarefa), da fraqueza dos extensores de cotovelo (fator corporal local), da fraqueza 
dos retratores da escápula (fator corporal não local) e do uso da raquete com massa 
excessiva (fator do ambiente). 
B) a baixa capacidade dos músculos extensores de cotovelo e dos retratores da escápula 
é considerada fator local.
C) a baixa capacidade dos músculos extensores de cotovelo e dos retratores da escápula 
é considerada fator da organização da tarefa.
D) a alta capacidade é denotada pela fraqueza dos extensores de punho (fator corporal local). 
Resposta no final do artigo
CASO CLÍNICO 2
S.W., sexo feminino, 19 anos de idade, atleta de tênis de alto rendimento, durante a 
execução do backhand, realiza uma rotação de tronco deficiente, uma adução escapular 
em adequada ADM e uma retração escapular com inadequada ADM, acompanhadas de 
uma extensão e uma rotação externa da glenumeral adequadas.
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ATIVIDADE
21. Analise as assertivas a seguir, referentes ao caso clínico 2.
I – A atleta possivelmente apresenta fraqueza dos músculos rotadores de tronco e dos 
retratores escapulares.
II – A atleta possivelmente apresenta fraqueza dos músculos adutores escapulares, 
extensores e rotadores externos da articulação glenumeral.
III – A atleta possivelmente apresenta baixa rigidez passiva dos músculos rotadores de 
tronco e dos retratores escapulares.
IV – Uma força/rigidez adequada dos músculos rotadores de tronco, dos adutores 
escapulares, dos retratores escapulares e dos extensores e rotadores externos da 
glenumeral exige menor quantidade de movimento e torque de extensão de punho 
e cotovelo, que seriam necessários para a realização das fases do movimento.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
A) apenas a I.
B) apenas a II e a III.
C) apenas a I, a III e a IV.
D) a I, a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
 ■ CONCLUSÃO
A EL e suas disfunções relacionadas podem ser causadas por diversos fatores, dentre os quais é 
possível citar:
 ■ fatores corporais locais;
 ■ fatores corporais não locais;
 ■ fatores do ambiente; e
 ■ fatores da organização da tarefa.
Cabe ao fisioterapeuta realizar uma avaliação criteriosa e individualizada, a fim de identificar quais 
desses fatores estão associados ao risco de desenvolvimento da EL ou à EL já apresentada por 
um paciente e, assim, traçar um plano de prevenção/tratamento voltado para as necessidades 
constatadas, equilibrando capacidade e demanda do sistema neuromusculoesquelético.
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 ■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: D
Comentário: As articulações do membro superior têm como função permitir a realização de 
diversas atividades, como alcance, arremesso e ajuste do comprimento funcionaldesse membro, 
além de atividades manipulativas que requerem variadas posturas de punho e dedos.
Atividade 2
Resposta: D
Comentário: A manutenção da função é determinada pela relação entre a demanda imposta ao 
corpo e à capacidade corporal. Capacidade pode ser definida como a habilidade do indivíduo, 
dada pelos seus RNMEs, de gerar, dissipar e transferir energia mecânica entre partes do corpo e 
entre o corpo e o ambiente durante uma atividade funcional. Demanda pode ser definida como o 
fluxo de energia imposto ao SME, pelos RNMEs e pelo ambiente, no contexto da mesma atividade. 
Propriedades como força, resistência muscular, rigidez e comprimento muscular conferem ao 
indivíduo os recursos que, em conjunto, constituem sua capacidade para lidar com a demanda. 
Nesse fluxo de energia estão envolvidas forças internas, advindas de vários segmentos corporais, 
e externas, como do solo e dos utensílios.
Atividade 3 
Resposta: D
Comentário: Tradicionalmente, tendinite é todo processo doloroso nos tendões acompanhado 
de resposta inflamatória que, em alguns casos, pode se apresentar até mesmo no periósteo. 
Recentes estudos questionam a presença de um processo inflamatório na EL, visto que, em 
análise histológica, nota-se a ausência de células inflamatórias na região. Por isso, tem-se optado 
pelas nomenclaturas “epicondilalgia” ou “epicondilopatia” (sufixos “algia” e “patia” significam dor 
e patologia, respectivamente). Evidências de estudos histológicos, bioquímicos e moleculares 
consideram mais adequado denominar tal patologia como tendinose, devido à presença de 
degeneração do colágeno e à ausência de inflamação. Outros estudos associam a tendinose à 
uma vascularização precária com presença de infarto tecidual, reparação imatura e degeneração 
por uso excessivo. Contudo, nenhum estudo exclui a possibilidade de ter ocorrido uma resposta 
inflamatória aguda prévia no tendão. Os mesmos estudos sugerem as nomenclaturas epicon-
dilalgia e epicondilopatia pelo fato de o diagnóstico ser feito, na maioria das vezes, de maneira 
tardia, quando um processo crônico já está instalado. A EL também é denominada degeneração 
angiofibroblástica da epicondilopatia, com resposta fibroblástica e vascular, o que é possível de 
comprovar durante a análise em exames de imagem e achados durante a avaliação, tais como 
fibroses, edemas e, em alguns casos, aumento da temperatura local à palpação.
Atividade 4 
Resposta: B
Comentário: O principal sintoma relatado por pacientes com suspeita de EL é dor na região 
lateral do cotovelo, durante a palpação da região e à contração (principalmente excêntrica) ou ao 
alongamento passivo dos extensores de punho. A dor também pode ser referida para a região do 
antebraço. Inicialmente, é atividade-dependente, podendo, depois, se tornar constante, com piora 
noturna.
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Atividade 5 
Resposta: C
Comentário: Quanto aos sinais e sintomas de limitação funcional relacionados à EL, podem ser 
citadas a diminuição da força de preensão e a dificuldade de segurar peso com a mão (pouco uso 
de tenodese). A literatura tem mostrado que as dores relatadas pelos pacientes com EL trazem 
grandes consequências funcionais. Tais consequências podem ser em nível de estrutura e função 
do corpo (por exemplo, perda de ADM ativa ou passiva), atividade (por exemplo, limitação em 
algumas AVDs) e participação (por exemplo, restrição em alguma participação profissional, social, 
de lazer, etc.).
Atividade 6 
Resposta: A
Comentário: Fatores corporais locais relacionam-se com a capacidade do tecido-alvo e com parte 
da demanda que chega nesse tecido. Eles devem ser alvo de intervenção quando levam a uma 
baixa capacidade do tecido diante dos estresses que chegam nele (por exemplo, fraqueza do 
músculo que recebe estresse) e/ou a uma alta demanda gerada para esse tecido (por exemplo, 
fraqueza excêntrica de um músculo próximo ao tecido e que faz com que esse tecido receba mais 
estresses). Fatores corporais não locais também afetam a demanda sobre o tecido-alvo, conside-
rando a mecânica interdependente das partes do corpo, e devem ser submetidos à intervenção 
quando aumentam a demanda sobre o tecido-alvo.
Atividade 7 
Resposta: D
Comentário: Fatores do ambiente são exemplificados por objetos que aplicam forças sobre o SME 
e por utensílios que influenciam os movimentos e as posturas assumidos pelo indivíduo durante 
uma atividade. Fatores da organização da tarefa constituem algumas características da atividade 
que afetam a demanda imposta sobre o SME, que podem ser modificadas pela atuação do fisiote-
rapeuta e que não foram consideradas dentre os fatores corporais e do ambiente. Características 
como movimentos e posturas requeridos por uma atividade funcional, bem como a frequência e a 
duração dessa atividade, podem ser consideradas fatores da organização da tarefa.
Atividade 8
Resposta: D
Comentário: A fraqueza dos extensores de punho que não se inserem no epicôndilo lateral (isto é, 
extensor do indicador, extensor radial longo do carpo e extensor longo do polegar) constitui um dos 
fatores que podem levar ao aumento de demanda para os músculos que se inserem no epicôndilo. 
A fraqueza dos músculos extensores de cotovelo que não se inserem no epicôndilo lateral (isto é, 
o tríceps braquial e o ancôneo) também pode gerar sobrecarga sobre os extensores de punho que 
se inserem no epicôndilo. 
Atividade 9
Resposta: B
Comentário: Os extensores de punho que podem ser sobrecarregados possuem inserção proximal 
posterior ao eixo sagital do cotovelo (ainda na região do epicôndilo) e, por isso, também possuem 
a função de auxiliar na geração de torque de extensão do cotovelo (isto é, extensor comum dos 
dedos, extensor ulnar do carpo e extensor do dedo mínimo).
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Atividade 10
Resposta: B
Comentário: Ligações miofasciais entre grandes extensores de cotovelo e os extensores de punho 
mostram que eles cooperam entre si para gerar movimentos de extensão de punho e cotovelo; 
então, a fraqueza de um pode levar à sobrecarga de outro. Em atividades realizadas com descarga 
de peso, com a mão fixa no ambiente e com o cotovelo em posições mais estendidas, estresses 
em varo do cotovelo (o que também é chamado de instabilidade em adução ou instabilidade 
lateral do cotovelo) podem estar envolvidos na demanda aumentada sobre a inserção dos tendões 
extensores de punho, no epicôndilo lateral. Como fator corporal local que pode contribuir para 
esse processo, é comum haver uma frouxidão do ligamento colateral lateral do cotovelo. Outros 
fatores locais que podem estar presentes são as fraquezas dos músculos extensor radial longo do 
carpo, braquiorradial, supinador e ancôneo, que não se inserem no epicôndilo e auxiliam a resistir 
ao movimento de adução do cotovelo.
Atividade 11
Resposta: D
Comentário: A protrusão de ombro pode estar relacionada com adaptações teciduais nos retratores 
e adutores escapulares, que se tornam alongados e, assim, possuem baixa rigidez passiva e geram 
força insuficiente em comprimentos mais encurtados. Essas funções musculares prejudicadas 
podem, então, constituir fatores que geram uma demanda aumentada dos tecidos acometidos na 
EL em um praticante de tênis. Tais alterações podem ser consequentes, por exemplo, de uma hiper-
cifose torácica, que, por sua vez, pode estar relacionada a uma hiperlordose lombar por anteversão 
excessiva ou antepulsão da pelve, que pode ser causada por uma pronação excessiva do pé. 
Atividade 12
Resposta: C
Comentário: Dentre os fatores da organização da tarefa frequentemente considerados durante 
a abordagem fisioterapêutica da EL, podem ser citadas a frequência e a duração da atividade. 
Atividades como o backhand no tênis e no squash ou atividades de digitação, por exemplo,

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