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Edema, Hiperemia e Congestão 1 🔬 Edema, Hiperemia e Congestão EDEMA Definicação: aumento anormal de líquido intersticial dentro dos tecidos → 2/3 da água corporal está localizado no espaço intracelular e o restante no extracelular (na maioria das vezes no insterstício), apenas cerca de 5% da água total encontra-se no plasma saguíneo O movimento da água é controlado principalmente pelo efeito da: Pressão hidrostática vascular (Phidro) Pressão coloidosmótica plasmática (Pcol) Integridade da barreira vascular Drenagem linfática Concentração de sódio � Exudato: líquido com alto teor proteico e maior densidade Transudato: líquido com pobre teor proteico e menor densidade Edema, Hiperemia e Congestão 2 Causas do edema Existem várias categoriais fisiopatológicas de edema Quando causado pelo ↑Phidro ou ↓Pcol é normalmente um transudato Observado em pacientes acometidos por insuficiências cardíaca, renal, hepática e algumas formas de desnutrição Quando causado pelo ↑ da permeabilidade vascular é normalmente chamado de exudato 1. Aumento da pressão hidrostática Aumento local na pressão hidrostática pode resultar de drenagem venosa focal deficiente (ex.: trombose venosa profunda nas extremidades) Aumento generalizado da pressão venosa, resultando em um edema sistêmico, ocorre com maior frequência na insuficiência cardíaca congestiva IC direita leva a edema de fígado e membros; IC esquerda leva a edema pulmonar Consequências: IC congestiva Cirrose hepática (hipertensão porta) - comprometimento da microcirculação Obstrução do retorno venoso (trombos, compressão extrínseca, imobilização e � Acúmulo de líquidos em cavidades corporais: Hidrotórax ou derrame pleural Hidropericárdio ou derrame pericárdio Hidroperitônio: ou ascite, derrame peritoneal Anasarca: edema generalizado sistêmico grave com amplo aumento tecidual subcutâneo → Aumento da pressão capilar ou a diminuição da pressão osmótica coloidal pode resultar em aumento de líquido intersticial → Se o movimento da água dentro dos tecidos (ou cavidades corporais) excede a drenagem linfática, o líquido é acumulado Edema, Hiperemia e Congestão 3 força de gravidade) 2. Redução da pressão osmótica plamática A redução da Pcolo. ocorre quando a albumina não é sinterizada em quantidades adequadas ou é perdida na circulação Uma causa importante da redução da albumina é a síndrome nefrótica com proteinúria, na qual os capilares glomerulares iniciam sua saída e geralmente esses pacientes apresentam edema generalizado A redução da produção da albumina ocorre na doença hepática grave (ex.: cirrose) → síntese proteica prejudicada pela fibrose generalizada Na desnutrição proteica ocorre redução na síntese proteica Gastroenteropatias (ex.: doença inflamatória intestinal) são cauasas da perda de proteínas ↓Pcolo → ↑movimento do líquido para o tecido intersticial com subsequente ↓volume plasmático ↓volume intravascular leva à ↓perfusão renal = ↑RAA (o sal e a água retidos não pode corrigir o déficit do volume plasmático devido à persistência do defeito primário) 4. Aumento da permeabilidade vascular: � Sistema Renina- Angiotensina- Aldosterona: Manutenção da PA, balanço hídrico e sódio em instabilidades hemodinâmicas, prevenindo a redução da perfusão tecidual ↓sódio → rins: renina → angiotensina → vasoconstrição → suprarrenal: aldosterona → retenção de Na+ e H2O →↑PA, ↑retorno venoso Edema, Hiperemia e Congestão 4 Em uma inflamação a paredes vascular fica mais permeável e, consequentemente, determina maior infiltração de exsudato 3. Retenção de sódio e água ↑retenção de sal, associado, obrigatoriamente à água, provoca tanto o ↑Phidro quanto ↓Pcolo A retenção de sal ocorre sempre que a função renal está comprometida, como nas desordens primárias do rim e nas desordens que diminuem a perfusão renal Uma das mais importantes causas de hipoperfusão renal é a insuficiência cardíaca congestiva, que (como a hipoproteinemia) resulta na ativação do eixo renina-angiotensina-aldosterona. No início da insuficiência cardíaca, essa resposta é benéfica, uma vez que a retenção de sódio e água e outras adaptações, incluindo o aumento do tônus vascular e níveis elevados de hormônio antidiurético, aumentam o débito cardíaco e restauram a perfusão renal normal. Contudo, conforme a insuficiência cardíaca piora e o débito cardíaco diminui, o líquido retido apenas aumenta a pressão hidrostática, resultando em edemas e efusões A restrição de sal, os diuréticos e os antagonistas da aldosterona são também importantes no tratamento do edema generalizado decorrentes de outras causas Vias que levam ao edema sistêmico devido a insuficiência cardíaca, insuficiência renal ou pressão osmótica plasmática reduzida Causas Fisiopatológicas de Edema Edema, Hiperemia e Congestão 5 A retenção primária de água é produzida através da liberação de ADH pela hipófise posterior, que normalmente ocorre pela redução do volume plasmático ou pelo aumento da osmolaridade plasmática O aumento inadequado de ADH é observado em associação com determinadas neoplasias malignas e doenças pulmonares e da hipófise, podendo levar a hiponatremia e edema cerebral 4. Obstrução linfática A drenagem linfática deficiente resulta no linfedema que é normalmente localizado Suas causas incluem: Inflamação crônica com fibrose Tumores malignos invasivos Alterações físicas e danos (ex.: retirada cirúrgica de linfonodos e radioterapia) Alguns agentes infecciosos (ex.: filaríase → elefantíase) Consequências clínicas → Variam de uma condição apenas desagradável a rapidamente fatal Edema de tecido subcutâneo: sinaliza uma doença de base em potencial (ex.: doença cardíaca ou renal), pode prejudicar ainda a cura de feridas ou a eliminação de infecções Edema pulmonar: comum e mais frequentemente observado no cenário da insuficiência ventricular esquerda, podendo ocorrer também na insuficiência renal, na síndrome da angústia respiratória aguda e na inflamação ou infecção pulmonar Edema, Hiperemia e Congestão 6 Edema nos espaços alveolares: causa o acúmulo de líquido nos septos alveolares em torno dos capilares e impede difusão de oxigênio, mas também cria um ambiente favorável à infecção bacteriana Edema cerebral: apresenta risco de morte, se grave a susbtâncua cerebral pode heniar (ser expulsa) através do forame magno ou comprimir o fornecimento vascular ao tronco cerebral; qualquer das condições pode lesionar os centros bulbares e levar ao óbito Morfologia do edema O exame microscópico mostra nitidez e separação dos elementos da matriz extracelular. Embora qualquer tecido possa ser envolvido, o edema é encontrado com mais frequência em tecidos subcutâneos, pulmão e cérebro O edema subcutâneo pode ser difuso, mas normalmente acumula-se de preferência nas partes do corpo posicionadas em maior distância abaixo do coração, onde as pressões hidrostáticas são maiores Assim, o edema é tipicamente mais pronunciado nas pernas na posição em pé e no sacro na posição deitada, uma relação denominada edema dependente A pressão digital sobre o tecido subcutâneo edematoso desloca o fluido intersticial deixando uma depressão na forma do dedo; essa aparência é chamada de edema depressível. O edema decorrente de disfunção renal ou síndrome nefrótica com frequência se manifesta primeiro em tecidos conjuntivos frouxos (p. ex., nas pálpebras, causando edema periorbital) No edema pulmonar, em geral, os pulmões têm duas a três vezes seu peso normal, e a secção revela um fluido espumoso, algumas vezes sanguinolento, que consiste em uma mistura de ar, fluido de edema e hemácias extravasadas O edema cerebral pode ser localizado (p. ex., devido a abscesso ou tumor) ou generalizado, dependendo da natureza e extensão do processo patológico ou Edema, Hiperemia e Congestão 7 lesão, no edema generalizado, os sulcos são estreitos, enquanto os girosestão entumescidos e achatados contra o crânio HIPEREMIA E CONGESTÃO → Ambas decorrem de um aumento local do volume sanguíneo Hiperemia: processo ativo resultante da dilatação arteriolar, levando a um aumento do fluxo sanguíneo; o tecido se torna vermelho (eritema) devido ao congestionamento dos vasos com sangue oxigenado Congestão (ou hiperemia passiva): processo passivo resultante da redução do fluxo sanguíneo em um tecido, podendo ser sistêmica ou local; o tecido se apresenta em uma variação de vermlho escuro ao azul (cianose), devido à estase dos glóbulos vermelhos e ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada → A congestão leva, com frequencia, ao edema, como resultado do aumento do volume e da pressão Na congestão passiva crônica de longa duração, a ausência de fluxo sanguíneo causa hipoxia crônica, resultando em lesão tecidual e cicatrização A ruptura dos capilares na congestão crônica pode causar pequenos focos hemorrágicos com subsequente catabolismo de glóbulos vermelhos extravassados, que pode resultar em pequenos agrupamentos de macrófagos carregados de hemossiderina (forma pigmentada de ferro) Edema, Hiperemia e Congestão 8 Morfologia As superfícies de corte dos tecidos hiperêmicos ou congestionados são úmidas e tipicamente exsudam sangue Ao exame microscópico, a congestão pulmonar aguda caracteriza-se por capilares alveolares ingurgitados com sangue e graus variáveis de edema septal alveolar e hemorragia intra- alveolar Na congestão pulmonar crônica, os septos se tornam espessados e fibróticos, e os espaços alveolares contêm numerosos macrófagos carregados de hemossiderina (“células da insuficiência cardíaca”) derivados das hemácias fagocitadas Na congestão hepática aguda, a veia central e os sinusoides estão distendidos com sangue, e pode até ocorrer eliminação de hepatócito central decorrente de necrose. Os hepatócitos periportais, mais bem oxigenados devido à proximidade com arteríolas hepáticas, sofrem hipóxia menos grave e podem desenvolver apenas alteração gordurosa reversível Na congestão hepática passiva crônica, as regiões centrais dos lóbulos hepáticos, vistas ao exame macroscópico, são vermelho- pardacentas e ligeiramente diminuídas (devido à perda celular) e acentuadas contra as zonas circunvizinhas do fígado castanho-amarelado não congestionado, algumas vezes gorduroso (fígado em noz-moscada) Fígado com congestão passiva crônica e necrose hemorrágica Edema, Hiperemia e Congestão 9
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