MATRIMÔNIO off

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Agda da Shila Hermenegildo
Érica Cleide Mário Sumbane
Minércia Ângelo Maquineira
Psicologia do Desenvolvimento Humano II
Matrimónio
Licenciatura em Psicológia
Universidade Save
Chongoene
2022
1
Agda da Shila Hermenegildo
Érica Cleide Mário Sumbane
Minércia Ângelo Maquineira
Psicologia do Desenvolvimento Humano II
Matrimónio
 (
Trabalho de pesquisa a ser entregue 
à Faculdade
 de Escola Superior 
da Educacao e Psicologia, Curso de Licenciatura em Ps
icologia, para efeito de avaliaçã
o na cadeira de 
Psicologia do Desenvolvimento Humano II
, sob 
orientação
 
do
 M
estre
: 
Artur Chanjale
)
Universidade Save
Chongoene
2022
Índice
1.0 Introdução	2
1.1 Objetivos	3
1.2 Metodologia	3
2.0 O matrimonio	4
2.1 Ajustamentos típicos à vida matrimonial	7
2.2 Ajustamento ao próprio cônjuge	8
2.3 Ajustamento financeiro	10
2.4 Ajustamento às famílias de origem	12
2.5 Ajustamento à paternidade	13
3.0 A crise psicossocial, segundo Erik Erickson	13
4.0 Conclusão	14
5.0 Referencias bibliográficas	15
1.0 Introdução
Durante o percurso de vida, enfrentamos ou conheçemos muitas mudanças de nós mesmos como seres racionais com uma enorme necessidade de manter algum tipo de relacionamento com o nosso meio e às pessoas á nossa volta. Somos seres que passam por vários e diferentes processos no seu desenvolvimento físico quanto psicológico emocional, nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos. Uma das etapas ou um dos momentos encontrados nesse crescimento, é o matrimônio, onde o indivíduo compromete se com a sua ou seu amado a viver uma vida conjugal.
De uma forma sintética, o tema a ser abordado no seguinte trabalho é sobre o matrimônio. Importa abordar-se sobre o tema matrimônio pois é apartir dessa união matrimonial que surgem os laços familiares com finalidades de prosperar.
Mas está união de sido afetada por vários e diferentes problemas a comprometer a convivência conjual e familiar. Para minimizar tais problemas ou seja estudando esses problemas apareceram vários estudiosos dando o seu ponto de vista, sobre o ajustamento típico à vida matrimonial, ajustamento ao próprio cônjuge, ajustamento financeiro, ajustamento às famílias de origem, ajustamento à paternidade estes que são os temas abordados dentro do presente trabalho. Está também o Erik Erickson dando uma visão geral.
1.1 Objetivos
a) Específicos
· Ajustamentos típicos à vida matrimonial
· Ajustamento ao próprio cônjuge
· Ajustamento financeiro
· Ajustamento às famílias de origem
· Ajustamento à paternidade
· A crise psicossocial, segundo Erik Erickson
b) Gerais
· Abordar sobre o matrimônio e seus devidos ajustamentos
1.2 Metodologia
Para a realização do presente trabalho recorreu se como metodologia a pesquisa bibliográfica onde se fez uma leitura minuciosa de obras fisicas. Nessa leitura, foram interessantes aspetos ligados exclusivamente á Psicologia do Desenvolvimento Humano II cujo testemunho é indicado pelas citações e a revisão bibliográfica.
2.0 O matrimonio
O casamento é o fato social de maior significação e alcance na vida do jovem adulto. É nessa fase da vida que ordinariamente o casamento se realiza. É verdade que muitas vezes o casamento ocorre na adolescência ou mesmo na meia-idade em casos mais raros, mas, via de regra, se ele ocorrer na vida do individuo, isso acontecerá nessa faixa etária dos vinte aos quarenta anos de idade. É evidente também que haverá ajustamentos pessoais ao matrimonio praticamente ao longo de toda a vida de casado, mas os ajustamentos dessa fase são talvez os mais decisivos para o matrimonio.(Merval Rosa) 
Os assuntos tratados nesta parte do capitulo de alguma forma se assemelham aos aspetos que encontramos nos dois capítulos subsequentes, mas procuraremos discutir o problema aqui com vista especialmente ao jovem adulto.(Merval Rosa)
O casamento é um fato social muito antigo. Ele varia de forma e condições, de acordo com o tempo e as estruturas da sociedade, mas o fato permanece essencialmente o mesmo. A própria Bíblia descreve o matrimonio desde o inicio da historia da humanidade com o Adão e Eva. Fala-se muito hoje em crise do matrimonio e da família, mas o casamento continua a existir, quer na forma legal estabelecida pela sociedade, quer na moderna tendência do mero contrato pessoal entre os indivíduos interessados.(Merval Rosa)
Apresentamos um dos motivos fundamentais do matrimonio, como salienta Evelyn Duvall, é o desejo de dar evasão ao impulso sexual com um mínimo de perigo ou de ansiedade. Isto seria verdade especialmente daquelas formas de estruturas socias em que a expressão do impulso sexual fora das condições mencionadas é acompanhada do sentimento de culpa. Portanto, do ponto de vista social, o matrimonio é uma forma de responsabilizar o individuo por sal atividade procriativa. Seria, no caso, uma forma de disciplina social. Consequentemente, a promiscuidade existente nas formas mais primitivas de organização é contornada pela exigência do matrimonio.(Merval Rosa)
O matrimonio, como fato social, cumpre varias funções importantes para o individuo e para a sociedade. Para o homem, ele representa um ponto de estabilidade e de bem-estar pessoal. Para a mulher, o matrimonio significa, sobretudo, uma forma de garantia e proteção. O matrimonio cumpre também importante função com relação aos filhos. Através dos seculos o matrimonio tem oferecido as melhores condições humanas para o atendimento das necessidades físicas e emocionas da criança. Em nosso seculo há registro de varias experiencias sociais que pretendem modificar essa forma tradicional de sociais que pretendem modificar essa forma tradicional de criar os filhos. É o caso, por exemplo, da experiencia de Israel com as crianças dos Kibutzim e o método usado na Rússia comunista na tradição e educação dos filhos pela comunidade ou pelo Estado. Essas experiencias, entretanto, ainda são muito recentes e seus resultados ainda não podem ser devidamente aviliados. Ao leitor interessado sugerimos a leitura do livro de Bruno Bettelheim, The Children of the Dream, que trata do assunto de modo bastante competente e também, a nosso ver de forma neutra e imparcial.(Merval Rosa)
Para algumas pessoas, entretanto, o matrimonio é um problema de conformidade social. Ninguém gosta de se sentir diferente do resto da humanidade. A lei não exige que o individuo se case, mas a sociedade estabelece o casamento como condição de participação em certos privilégios. Portanto, para poder participar desses privilégios sociais o individuo se conforma as exigências da sociedade e se casa. Entre nós o casamento é também considerado sinal de maturidade emocional. Ora, o individuo, não querendo parecer imaturo emocionalmente, conforma-se com a regra geral da sociedade e termina se casando, não tanto por uma necessidade pessoal, mas sobretudo como forma de ajustar-se ás exigências da sociedade.(Merval Rosa)
Mesmo para a pessoa emocionalmente amadurecida há certas necessidades emocionais que o individuo espera atender no matrimonio. Sentir-se desejado e valorizado é uma necessidade emocional comum á grande maioria dos mortais. O matrimonio pode ser uma das condições de atendimento dessa necessidade básica. Estudiosos do assunto apontam vários aspetos dessas necessidades emocionais do matrimonio. Dentre muitos motivos por que as pessoas se casam encontramos: a necessidade de amor, segurança emocional e económica, o desejo de ter um lar e seus próprios filhos, fuga da solidão ou de uma situação familial desagradável, companheirismo, atracão sexual, posição social e prestigio, espirito de aventura, interesses comuns, etc. (Merval Rosa)
Muitas pessoas, entretanto, se casam apenas por uma questão de amor, romântico. É evidente que tal matrimonio tem pouca probabilidade de subsistir. É claro que o amor é um dos ingredientes fundamentais do matrimonio, mas não o amor romântico apenas. O amor sobre o qual o matrimonio deve alicerçar-se é aquele que se traduz em termos de respeito à dignidade fundamental de outo; aquele que busca o bem-estar da pessoa amada eque une significativamente a vida dos cônjuges e dos filhos. É o amor amadurecido de que fala o apostolo Paulo no capitulo treze de sua primeira epístola aos Coríntios. É o amor ágape, que significa completa abertura para o outro. É o amor que se transforma sem perder sua signifição essencial. É o amor que nunca se acaba, no dizer do apostolo.(Merval Rosa)
Assim como existem as teorias sobre o motivo por que as pessoas se casam também as especulações a respeito dos fatores que determinam a escolha do cônjuge. No processo de escolha do cônjuge há vários fatores que ordinariamente são levados em conta. Dentre esses fatores salientamos a classe social, o nível de educação formal, a idade e, em muitos casos, a confissão religiosa da pessoa. Tomando por base a predominância de certos fatores, desenvolveram-se, então, varias teorias a respeito dos motivos pelos quais a pessoa escolhe determinado tipo de cônjuge. Uma dessas tentativas de explicação é a chamada teoria da propinquidade. Segundo essa teoria, pessoas que mantem entre si certas formas de associação tais como trabalho, escola, igreja, recreação ou clube social, tendem a gravitar em torno uma das outras. Esta proximidade motivada por esse conjunto de circunstancias aumenta a probabilidade de casamento entre tais pessoas.(Merval Rosa)
Uma segunda teoria advoga que o individuo escolhe o seu cônjuge em função de um “tipo ideal” que tem mente. Para tais pessoas, há certas características que uma esposa ou uma esposa deve ter. Quando a pessoa encontra alguém com tais características a escolha do cônjuge é então concretizada, segundo o modelo ideal que a pessoa tem um sistema de valores que, consciente ou inconscientemente, a orienta na escolha do cônjuge.(Merval Rosa)
A teoria da complementaridade das necessidades pessoais diz que a pessoa escolhe o cônjuge que ele ou ela acredita possuir as características que pessoalmente desejava ter ou que pode ajuda-lo a se tornar a pessoa que gostaria de ser. Conforme os que advogam essa teoria, os indivíduos se atraem não por causa das semelhanças existentes entre si, mas especialmente por causa das diferenças e por acharem que um complementa o outro. A teoria homogemica, por outro lado, afirma que indivíduos escolhem o cônjuge em função da similaridade das características económicas, raciais, educacionais e sociais. E, finalmente, os adeptos da teoria da compatibilidade afirmam que as pessoas se escolhem como cônjuges porque compartilham de sentimentos comuns.(Merval Rosa)
Seja qual for o verdadeiro motivo da escolha do cônjuge, é necessário que o casal compreende a razão da escolha para não basear o matrimónio apenas numa ideia romântica do amor.(Merval Rosa)
É muito difícil determinar quais são os ingredientes que fazem um casamento bem-sucedido. A complexidade dos seres humanos que participam do matrimonio torna a predição quase impossivel. Kaluger (11), baseado no trabalho de Kirkpatriek, apresenta o seguinte quadro da felecidade matrimonial.(Merval Rosa)
2.1 Ajustamentos típicos à vida matrimonial
O matrimonio requer de cada um dos cônjuges uma serie de ajustamento. Quando marido e mulher tem conhecimento da natureza desse ajustamento, já antes do casamento, as probabilidades de um matrimonio satisfatório são bem maiores. Infelizmente, porem, na maioria dos casos, as pessoas que se casam só tomam conhecimento desse fato depois de casados. Os problemas surgem, então, como de surpresa e consequentemente dificultam o processo de ajustamento. Portanto, podemos dizer que, quanto mais bem preparadas as pessoas se encontram para o matrimonio, maiores as probabilidades de ajustamentos normais à vida de casado.(Merval Rosa)
No mundo moderno a orientação pré-conjugal está se tornando cada vez mais necessária como instrumento auxiliar no processo de ajustamento matrimonial. Seria de todo desejável que os jovens, antes da decisão final de se unirem em matrimonio, recebessem a competente orientação profissional. Isso lhes ajudaria a reconhecer a natureza dos problemas da vida matrimonial e consequentemente tornaria mais provável seu ajustamento à vida de casos.(Merval Rosa)
Há vários fatores que tornam o ajustamento matrimonial mais difícil. Encarando o assunto desse angulo negativo, podemos ver quais seriam os fatores que mais contribuem para esse ajustamento.(Merval Rosa)
Uma das dificuldades enfrentadas pelo homem moderno em relação ao ajustamento matrimonial é o papel especifico do homem e da mulher no casamento. No passado esses papeis eram bastante bem delineados e consequentemente as funções do homem e da mulher eram claramente especificadas. Hoje, porem, a situação está mudando consideravelmente. A falta de clareza quanto ao papel especifico do homem e da mulher está gerando considerável confusão. Esse problema se tornou mais grave principalmente depois dos movimentos chamados de libertação feminina. Segundo essa filosofia, o homem e a mulher são “iguais”, mas ninguém sabe exatamente qual a definição de “igual” no caso em apreço. Erich Fromm (5) advoga que por igualdade hoje se quer dizer a igualdade de autómatos, de indivíduos que perderam sua individualidade. Diz ele que igualdade na linguagem contemporânea referente a esse contexto significa “mesmice” e não “singularidade”.(Merval Rosa)
Segundo os dados, disponíveis da pesquisa principalmente nos Estados Unidos, outro fator que dificulta o ajustamento matrimonial é o casamento prematuro, ou seja, o casamento de pessoas muito jovens. Esses casamentos ocorrem por vários motivos dentre os quais se salientam a solidão dos jovens, situações intoleráveis no lar de origem, muitas vezes por causa de gravidez inesperada. Qualquer que tenha sido o motivo esses jovens logo depois do matrimonio começam a se sentir privados de experiencias comuns a pessoas de sua idade e acrescendo a isso a própria imaturidade emocional, característica dessa idade, a situação como um todo torna os ajustamentos matrimoniais extremamente difíceis e quase sempre o casamento é desfeito ou por divorcio, nas sociedades que tem leis divorcistas, ou em desquite ou meramente por separação.(Merval Rosa)
Há também evidencias de que casamento misto, ou seja, casamento entre pessoas de diferentes religiões, torna o ajustamento matrimonial mais difícil e, em muitos casos, impossível. Isso é verdade principalmente porque o casamento misto torna mais difíceis as relações entre as famílias dos cônjuges e principalmente a educação religiosa dos filhos. Por outro lado, professar a mesma religião não é garantia de bom ajustamento matrimonial.(Merval Rosa)
Pessoas que tem um conceito apenas romântico do matrimonio tem mais dificuldade em ajustar-se à vida de casados. (Merval Rosa)
Outra dificuldade surge no processo do ajustamento matrimonial quando um dos cônjuges, ou ambos, não tem um claro senso de sua própria identidade.(Merval Rosa)
2.2 Ajustamento ao próprio cônjuge
Ordinariamente os jovens que se casam pensam que se conhecem bastante bem. Mas, mesmo quando o período de namoro e noivado foi suficientemente longo, as condições mais ou menos formais e até certo ponto artificiais em que se encontravam não eram suficientes para lhes dar o conhecimento intimo de cada um. Com o matrimonio e a intimidade da vida no lar, varias facetas da personalidade do individuo começam a se expressar mais livremente.(Merval Rosa)
Alguns desses aspetos da personalidade do cônjuge são bem-vindos porque nos parecem agradáveis. Outros, porem, nos inquietam, porque não sabíamos que a pessoa com quem nos casamos tinha tal traço de personalidade. Daí a estranheza que tal situação nos causa. “Será que me casei com a pessoa com a qual noivei?” é uma pergunta constantemente feita nessa fase da vida matrimonial. Na realidade, o que se passa é que os cônjuges começam a reconhecer que são diferentes um do outro.(Merval Rosa) 
O primeiro e fundamental ajustamento ao cônjuge, portanto, se prende ao fato de reconhecer e aceitar as diferenças individuais existentes entre marido e mulher. Advogamos que a fonte do conflito não reside necessariamentenas diferenças individuais, pois elas são inevitáveis. O problema consiste essencialmente em não querer reconhecer e, sobretudo, em não querer aceitar essas diferenças. Quando dizemos aceitar nossas diferenças não queremos dizer concordar com tudo que elas implicam, mas sobretudo a capacidade de reconhecer no outro o direito de ser ele (a) mesmo (a). O que devemos fazer para facilitar o nosso ajustamento matrimonial é procurar um denominador comum e dar maior enfase aos pontos de semelhança do que às divergências. Talvez aqui se aplique muito bem o próprio daquela famosa oração que diz: “Senhor, dá me coragem para mudar aquilo que não posso mudar e sabedoria para compreender a diferença entre os dois”.(Merval Rosa)
Falando do matrimonio na sua fase inicial, Kaluger sugere os seguintes pontos de ajustamento:
1. Os jovens casados devem aprender a viver como casal e não como solteiros;
2. Devem se esforçar no sentido de integrar seus traços de personalidade e estilos de vida;
3. Alcançar uma relação sexual satisfatória;
4. Tornar-se concisos da aceitação das realidades da vida de casados;
5. Traçar um plano que possa assegurar ao casal a realização dos seus objetivos tanto a curto como a longo prazo. 
E, baseado no trabalho de Kenkel, Kalugeer apresenta as seguintes tarefas evolutivas que devem ser alcançadas antes do nascimento do primeiro filho: 
1. Desenvolver competências em tomar decisões;
2. Adquirir e despender o rendimento familiar;
3. Aprender a aceitar e a comunicar sentimentos;
4. Preparar se para tornar se pais, quer do ponto de vista da formação de uma atitude, quer do ponto de vista das condições materiais;
5. Aprender habilidades sociais e crescente sociabilidade como casal e não como solteiros;
6. Desenvolver um padrão de cooperação e entendimento que lhes permita superar os problemas de ajustamento com menos atritos;
7. Planejar os horários das atividades de rotina e das tarefas domésticos.
O ajustamento matrimonial é também facilitado na medida em que o cônjuge torna possível o atendimento das necessidades emocionais um do outro. Se o cônjuge necessita de reconhecimento, senso de realização e status social para sentir-se feliz, outra deve ser sensível a essa necessidade emocional e ajudá-lo na medida do possível a alcançar esses objetivos.(Merval Rosa)
Segundo Kulager (11), a facilidade matrimonial depende da adequação compreensão dos pontos seguinte: primeiro, o matrimónio requer um processo contino de ajustamento da parte de ambos os cônjuges; segundo, os cônjuges devem compreender e aceitar um ao outro como pessoas; terceiro, o casal deve ter consciência dos problemas e resolvê-los juntos; quarto, o casal deve desejar o sucesso matrimonial; sexto, o matrimonio não é uma situação de 50% / %50% mais sim uma situação em que em dadas circunstancias um dos membros tem de fazer maiores concessões ou dar mais de si do que o outro; sétimo, é a interação dos fatores psicológicos, interpessoais, sociais, sexuais r financeiras que tornam o matrimónios bem sucedido.(Merval Rosa)
Parte desses ajustamentos ao cônjuge se relaciona com a vida sexual. Apesar dos resultados na clássica pesquisa de Terman indicaram que a relação sexual não é fator preponderante no ajustamento matrimonial, os estudiosos do assunto continuam a dar bastante ênfase a esse elemento de maior relevância para a felicidade conjugal, principalmente nessa fase da vida que estamos estudando.(Merval Rosa)
O impulso sexual do individuo é outro fator a considerar nesse processo de ajustamento. Normalmente, o homem desenvolve o impulso sexual mais cedo que a mulher. No homem o impulso sexual tende a ser permanente enquanto na mulher ele é periódico e flutura de acordo com o ciclo menstrual. Essas variações de ordem biológica afetam não somente o interesse na atividade sexual como também sua plena satisfação. (Merval Rosa)
As primeiras experiências sexuais do matrimónio são também importantes na determinação dos ajustamentos sexuais do casal. Para muitos jovens, principalmente os tipos mais tímidos e retraídos, as primeiras experiências sexuais são mais ou menos traumáticos. (Merval Rosa)
O ajustamento sexual do matrimónio é mais crucial na primeira fase da vida de casado mas não significa que não haja necessidade de ajustamento mais tarde. Como já fizemos notar, ajustamento matrimonial é um processo que se desenrola através de toda a vida, e isso inclui, por certo, o aspecto sexual. É verdade que em cada fase da vida esses ajustamentos são ligeiramente diferentes, mais não deixam de existir. (Merval Rosa)
Quando o ajustamento sexual é satisfatória nessa fase da vida, a tendência é tornar o ato sexual cada vez mais significativo para cada um dos cônjuges, reduzindo assim as probabilidades de busca de atividade sexual extraconjugais. (Merval Rosa)
2.3 Ajustamento financeiro
A questão financeira é de fundamental importante no processo do ajustamento matrimonial. Parte de uma competente orientação pré-conjugal será inevitavelmente a discussão do problema financeiro da família. Em linhas gerais, podemos dizer que o problema é amenizado quando os cônjuges compreendem e aceitam o fato de que na vida de casado a pessoa do singular. A partir do momento em que duas pessoas se casam pelo regime de comunhão de bens, a gramática das posses tem que mudar. Temos que dizer “nosso” nosso dinheiro ao invés de meu dinheiro de “meu” dinheiro. Esse plural não deve ser apenas retorico, mas deve traduzir uma realidade, caso contrario os conflitos surgirão.(Merval Rosa)
Esse “nosso” no inicio se refere a marido e a mulher, mas com a chegada dos filhos a sua significação se estende a toda família. A ideia errónea de que os pais “dão” as coisas aos filhos deve ser mudada. Não se trata de dar e sim de compartilhar algo a que eles têm direito.(Merval Rosa)
Daí a sabedoria da pratica de atribuir mesadas aos filhos desde cedo na vida. Essa pratica serve a dois propósitos principais: ensina a criança que os bens da família lhe pertencem também e, desde cedo, oferece à criança a oportunidade de gastar inteligentemente seu dinheiro. Portanto não há “meu” dinheiro na vida matrimonial e sim “nosso” dinheiro; do marido, da mulher e dos filhos, quando estes existem.(Merval Rosa)
O outro importante principio neste particular caso, é que quando ambos trabalham o rendimento deve ser tratado em conjunto e não separadamente. No entanto, a base do sustento e planejamento financeiro da família deve ser feito tomando por base o salario do marido, pois esta é uma das suas responsabilidades básicas. Mesmo nos casos em que eventualmente a mulher ganhe mais do que o marido, a base deve ser o salário do homem e o da mulher deve ser considerado como algo sulpententar.(Merval Rosa)
Os problemas financeiros causam dificuldades no processo do ajustamento matrimonial principalmente quando a mulher trabalhava antes de casar-se e estava habituada a gastar o seu próprio dinheiro da maneira que quisesse. Agora ela pode sentir constrangida especialmente se no lar prevalece a idéia já mencionada, por parte do esposo, de considerar o rendimento financeiro como algo peculiarmente seu e do qual a mulher participa apenas como forma de concessão. Mas o problema pode surgir também quando, mesmo depois de casada, a mulher continua a trabalhar, mas tem de deixar o trabalho por causa da chegada dos filhos ou por circunstancias outras como transferências do marido.(Merval Rosa)
Hurlock menciona duas áreas capazes de originar atritos que dificultam o ajustamento matrimonial relacionados com problemas financeiros. A primeira área se prende ao fato de que ordinariamente nos primeiros anos do matrimonio as condições financeiras do marido não lhe permitem a aquisição de certos utensílios e comodidades domesticas. Em consequência disso a mulher pode exigir que o marido a ajude nos afazeres domésticos. Dependendo da atitude de ambos, isso pode representar um problema porque o marido pode achar que determinados trabalhos são para a mulher, e a esposa por sua vez pode considerar seu marido preguiçoso ouindiferente ao bem-estar da família. (Merval Rosa)
Outra área que pode produzir consideráveis atritos se prende ao grau de ambição de posse de bens materiais. Se a mulher deseja possuir varias coisas que o marido não pode comprar ela pode querer conseguir um trabalho fora do lar para poder alcançar seus objectivos. O marido, por outro lado, pode ressentir-se dessa atitude preocupando-se com o que seus amigos e parentes vão pensar sobre o assunto, talvez insinuando que ele não tem capacidade de sustentar adequadamente sua própria família.(Merval Rosa)
2.4 Ajustamento às famílias de origem
Apesar de no mundo moderno não vivermos mais a estrutura patriarcal da família, que se limita hoje as chamadas aristocracias rurais e à pequena parcela das classes ricas, o fato é que o casamento amplia o número de parentes do indivíduo. Mesmo a família nuclear moderna como nova célula social não está isenta da influencia das células familiais que a originaram. A interferência dos pais na vida do jovem casal pode ser muito bem intencional, mas quase sempre dificulta o processo de ajustamento matrimonial. Tanto quanto possível a relação da nova célula com as que lhe deram origem deve ser mais de caracter afetivo a apenas periódica. A constante menção a pais, mães ou situações existentes na família de origem pode ser uma fonte de atritos que dificulta consideravelmente o processo de ajustamento matrimonial. (Merval Rosa)
Esses problemas são mais graves no inicio da vida matrimonial e não raro constituem uma das causas do desmoronamento do matrimonio, especialmente entre pessoas das classes média e superior. Nas classes baixas o problema não é tão grave porque nelas ainda prevalece o conceito de família ampliada ou extensa, em que os parentes são a fonte principal das relações sociais. (Merval Rosa)
Alguns dos problemas do ajustamento ás famílias do casal são originadas de estereótipos. Quem são conhece, por exemplo, o famoso estereotipo da sogra. Existem milhares de piadas e historietas que apresentam a sogra como figura detestável. (Merval Rosa)
De alguma maneira esse estereótipo pode criar certas predisposições desfavoráveis. É verdade que pode haver muitas sogras emocionalmente imaturas que nunca se libertam da dependência emocional dos filhos e que, por conseguinte, nunca nunca aceitaram as noras ou genros.
Não é raro os problemas do ajustamento matrimonial se tornam mais difíceis quando um dos cônjuges dispensa demasiada atenção a seus pais e parentes em geral, quando não somente gosta muito do seu tempo livre com seus parentes como busca constantemente sua orientação para as decisões que tem de tomar. O outro cônjuge pode achar que ele ou ela está exagerando essa relação de dependência e dispensando demasiada atenção aos seus parentes, em detrimento das atenções que devia dar ao outro cônjuge. Daí uma série de problemas que tornam os ajustamentos matrimoniais mais difíceis. A situação pode se agravar quando um parente vem passar uma longa temporada ou mesmo residir com o casal. A não ser em casos raríssimos, a presença de um parente residente no lar sempre se constitui fonte de atrito entre os cônjuges. Por mais íntima que seja a pessoa, a presença dela como que altera a composição química das relações matrimoniais. Essa presença altera e quebra a intimidade da família e esses elementos são essenciais ao seu ajustamento e ao seu processo de amadurecimento emocional.
Outro problema que muitas vezes interfere negativamente no processo do ajustamento matrimonial é o que se relaciona com a ascensão sócio-econômica do casal. Jovens que sobem em sua posição social quase sempre criam certos problemas com o cônjuge. Ilustremos com o caso do marido, por ser o mais comum. Muitas vezes ele quer amparar membros de sua família e a esposa não concorda achando que não é seu dever ajudar os outros. Se ele negligênciar seus pais e parentes ela pode também se ressentir achando que ele não tem sentimentos humanitários. É provável que pode traz dessa reclamação esteja o desejo de ajudar a família.
Existem, por outro lado, fatores que facilitam (sem que sejam necessáriamente uma garantia) os ajustamentos matrimoniais. Dentre esses elementos favoráveis salienta-se o relacionamento entre as famílias de origem. Se ambas as famílias concordam com o casamento, e se conhecem e se mantém relações amigáveis o ajustamento é facilitado. Como já foi dito acima, se os pais de ambos os lados são bem casados o jovem casal terá menos dificuldades em ajustar-se matrimonialmente. Há evidências de que orientação pré-conjugal, especialmente para esposa, é fator importante nesse processo de ajustamento.
2.5 Ajustamento à paternidade
Torna se pai ou mãe representante a transição final para a maturidade e responsabilidade adulta. O nascimento do primeiro filho representa uma “crise” na vida do casal e exige dele uma serie de ajustamentos á nova situação. Na realidade, cada filho que nasce representa uma serie de ajustamentos que precisam ser feitos. No entanto, não há que negar que o nascimento do primeiro filho represente talvez p problema mais serio dessa fase. As rotinas da vida têm de ser modificadas. A atenção tem de ser dividida. A presença desse herdeiro inevitavelmente altera as relações entre os cônjuges. Mas tarde surgem outros problemas, como veremos ao tratar dos pais de meia-idade e seus filhos adolescentes.(Merval Rosa)
3.0 A crise psicossocial, segundo Erik Erickson 
Conforme vimos em capítulos anteriores do presente trabalho, Erikson divide a vida adulta em três estágios evolutivos: adulto jovem, meio-idade e velhice.
Como sabemos, a psicanálise classe não tem muito a dizer a respeito dos estágios evolutivos, após a adolescência. Para Erikson, entretanto, a vida começa realmente neste primeiro estágio da vida adulta aqui denominada de adulto Jovem. Após a luta que caracteriza a crise da identidade, típica da adolescência, a participação ativa no trabalho, a sociabilidade com pessoas do sexo oposto e o eventual casamento dão origem as novas dimensões de relacionamento interpessoal. Essa dimensão interpessoal da vida do jovem adulto apresenta, segundo Erikson, dois possíveis extremos: intimidade e isolação. (Merval Rosa)
Somente depois que o indivíduo estabelece sua própria identidade psicológica é que ele está pronto para manter relações íntimas com pessoas do sexo oposto, com outras pessoas do mesmo sexo, ou consigo mesmo. Por intimidade com o sexo oposto Erikson não quer dizer apenas relações sexuais.
"Quando o jovem não consegue essa relação íntima com outros, e, eu acrescentaria, com seus próprios recursos interiores, ao fim da adolescência ou no começo da juventude, ele pode isolar-se, ou, quando muito, manter apenas relações interpessoais bastante estereótipadas e formais (formais no sentido de lhes faltar espontaneidade, entusiasmo e verdadeira troca de amizade), ou pode buscá-las através de repetidas tentativas e repetidos insucessos". (Merval Rosa)
O outro extremo da vida interpessoal do jovem adulto é isolação. Erikson fala dessa dimensão do comportamento como sendo a tendência a repudiar, isolar e, se necessário, destruir, forças e pessoas que constituem ameaça à integridade do nosso próprio eu. O jovem adulto que, por qualquer motivo, não consegue alcançar o ideial da intimidade interpessoal, tende a isolar-se e, com exceção como condição básica de sua própria criatividade, via de regra, tornam-se indivíduos menos produtivos para a sociedade. (Merval Rosa)
Segundo Erikson, o conceito de genitalidade, característica do jovem adulto, é um dos sinais de uma personalidade saudável. Para ele, genitalidade significa a capacidade de desenvolver potência orgásmica em relação a um parceiro do sexo oposto a quem se ama. Por potência orgásmica Erikson não se refere à descarga de produtos sexuais no sentido das "válvulas" a que se refere Kinsey no seu estudo sobre a sexualidade humana, mas ao que ele chama de maturidade heterossexual na qual existe plena sensitividade genital e descarga generalizada de tensões de todo o corpo. (MervalRosa)
4.0 Conclusão
O casamento é um fato social muito antigo. Ele varia de forma e condições, de acordo com o tempo e as estruturas da sociedade, mas o fato permanece essencialmente o mesmo. A própria Bíblia descreve o matrimonio desde o inicio da historia da humanidade com o Adão e Eva. (Merval Rosa)
O Matrimônio é um estatuto muito antigo que vem desde muito a.C, que com o passar dos anos sofre transformação variando de sociedade para sociedade. O matrimonio, como fato social, cumpre varias funções importantes para o individuo e para a sociedade. Para o homem, ele representa um ponto de estabilidade e de bem-estar pessoal. Para a mulher, o matrimonio significa, sobretudo, uma forma de garantia e proteção. (Merval Rosa)
5.0. Referências bibliográficas 
Merval Rosa. Psicologia Evolutiva: O matrimônio. Editora vozes Ltda. 8ªed. Brasil-1982. p 35-49.