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Tópicos Integradores Atendimento Odontológico em Hipertensos e Diabéticos O cirurgião dentista, em sua prática clínica se ver diante de pacientes sistemicamente comprometidos. Entre esses pacientes encontra-se o grupo dos hipertensos e diabéticos que merecem especial atenção pelo profissional, devido as possíveis complicações que podem vir a acontecer durante um atendimento odontológico (XIMENES,2005). Hipertensão ALTERAÇÃO DOS BATIMENTOS CARDÍACOS - COM MAIOR DIFICULDADE A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença assintomática que consiste na elevação anormal da pressão sanguínea sistólica em repouso, acima de 140 mmHg e/ou elevação da pressão sanguínea diastólica, acima de 90 mmHg (TERRA, 2008). A hipertensão arterial é dividida em duas categorias clinicas principais: a hipertensão sistólica de forma isolada e a hipertensão sistólica e diastólica combinadas, sendo primeira a mais comum e relacionada ao aumento da idade. Pode ser: ASSINTOMÁTICA ou SINTOMÁTICA. E às vezes pode estar relacionada com questões emocionais. O importante é sempre aferir a P.A. de todos os pacientes antes do atendimento. Em alguns casos pode usar o Captopril (sublingual) antes do atendimento. Seu tratamento se baseia na mudança de hábitos alimentares e na prática de exercícios físicos, tendo como objetivo a perda de peso, além da restrição do tabagismo e da ingestão de álcool. Quando isso não é suficiente para o controle da doença, são empregados medicamentos anti-hipertensivos: betabloqueadores, diuréticos, bloqueadores dos canais de cálcio, bloqueadores alfa-adrenérgicos, agentes poupadores de potássio e inibidores da enzima conversora de angiotensina, geralmente empregados. Muitos pacientes são hipertensos e desconhecem sua condição, pois a doença é quase sempre assintomática. Nesse sentido, não é demais reforçar a recomendação de que a pressão arterial deve ser sempre aferida na primeira consulta e toda vez que se empregar a anestesia local, mesmo que não haja história de hipertensão arterial. → Hipertensão Estágio 1: PA diastólica = 90-99 ou sistólica= 140-159 mmHg 140-159 x 90-99 → Hipertensão Estágio 2: PA diastólica ≥ 100 ou sistólica ≥ 160 mmHg 160 x 10 PROTOCOLO COMPLETO Anestésico com vaso pode ser aplicado nesses pacientes – PRILOCAÍNA ou LIDOCAÍNA; Evitar anti-inflamatórios (preferir analgésicos – dipirona ou paracetamol). Atendimento Odontológico de Paciente Hipertenso ASA II e III Paciente Hipertenso ASA II ou III apresenta um comprometimento. Precisa ser observado, pois sua P.A. pode “subir” durante o procedimento. Ex.: sangramento excessivo → Pacientes ASA II- HIPERTENSÃO NO ESTÁGIO 1 Pressão arterial controlada ou situada nos limites de até 160/100 mmHg, assim aferida no dia da consulta: • Pode ser submetido a procedimentos odontológicos de caráter eletivo ou de urgência. • Avalie a existência de outras alterações sistêmicas associadas (cardiovasculares, diabetes, insuficiência renal). • Planeje sessões curtas de atendimento, preferencialmente na segunda parte do período da manhã (entre as 10-12 h). No caso de procedimentos mais prolongados, monitore a PA durante a intervenção. • Prescreva um benzodiazepínico (p. ex., midazolam 7,5 mg) como medicação pré-anestésica, para evitar o aumento da pressão arterial por condições emocionais. Como alternativa, pode ser empregada a sedação mínima pela inalação da mistura de óxido nitroso e oxigênio. • Empregue soluções contendo felipressina 0,03 UI/mL (associada à prilocaína 3%) ou epinefrina nas concentrações 1:200.000 ou 1:100.000 (em associação à lidocaína 2% ou articaína 4%). Dê preferência para as soluções com menor concentração de vasoconstritor. • Tenha cuidado redobrado para evitar injeção intravascular e para não ultrapassar o limite máximo de 2 tubetes anestésicos contendo epinefrina 1:100.000, ou 4 tubetes com epinefrina 1:200.000, por sessão de atendimento. O limite máximo para a felipressina é de 3 tubetes. • Para o controle da dor pós-operatória, dê preferência à dipirona ou paracetamol. Evite o uso de anti- - inflamatórios não esteroides. PACIENTES ASA II: não realizar procedimentos eletivos, o paciente deve ser encaminhado para o hospital. A pressão deve estar até 180x100. Só começar o procedimento se tiver como oferecer suporte em caso que precisarem recorrer a uma intervenção (preferir sempre o ambiente hospitalar. → Pacientes ASA II- HIPERTENSÃO NO ESTÁGIO 2 Pressão arterial atingindo níveis > 160/100 mmHg, mas ainda sem ultrapassar180/110 mmHg: • Os procedimentos odontológicos eletivos estão contraindicados. Encaminhe o paciente para avaliação médica e controle da pressão sanguínea arterial. • Nas urgências odontológicas (p. ex., pulpites, pericementites e abscessos), cuja intervenção não pode ser postergada, a conduta mais importante é o pronto alívio da dor, que é conseguido por meio da anestesia local e da remoção da causa. Para isso, empregue uma solução de prilocaína 3% com felipressina (máximo de 2-3 tubetes). É importante que o procedimento seja realizado de forma rápida (máximo de 30 min) e sob sedação (pela via oral com midazolam ou pela inalação da mistura de óxido nitroso e oxigênio), para evitar a elevação ainda maior da PA pelo estresse operatório. ATENÇÃO: Alguns pacientes podem necessitar de atendimento em ambiente hospitalar, por apresentarem adicionalmente outras alterações sistêmicas, que aumentam o risco do atendimento odontológico. Dentre essas alterações, podem ser citadas: insuficiência cardíaca congestiva, arritmias cardíacas, história prévia de infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular encefálico, e diabetes, na presença do qual pode haver infarto agudo do miocárdio sem o sinal clássico de dor no peito. Deve-se analisar outras doenças existentes e priorizar sessões curtas de atendimento. → Pacientes ASA II1- HIPERTENSÃO SEVERA, "SINTOMÁTICA" Pressão arterial sistólica > 180 mmHg ou diastólica > 110 mmHg, na presença de sinais e sintomas como dor de cabeça, alterações visuais, sangramento nasal ou gengival espontâneo e dificuldade respiratória. Providencie serviço móvel de urgência e solicite avaliação médica imediata. A intervenção odontológica de urgência só poderá ser feita em ambiente hospitalar, após a redução da PA para níveis seguros, a critério médico. PACIENTE ASA III: apresenta P.A. descompensada (sem sintomas), P.A. maior que 180. No caso de urgências, sempre realizar em ambiente hospitalar. O CD não pode empregar medicamentos para “baixar” a P.A., mesmo em casos de urgência – ACIONAR O SERVIÇO MÉDICO. O CD pode intervir com massagens em casos de parada cardíaca (massagem e controle respiratório). → Pacientes ASA 1II- HIPERTENSÃO SEVERA, "ASSINTOMÁTICA" Pressão arterial em níveis > 180/110 mmHg, mas ainda sem apresentar sintomas: Todo e qualquer procedimento odontológico está contraindicado. No caso das urgências odontológicas, atendimento deverá ser feito em ambiente hospitalar, após avaliação médica e redução da pressão arterial para níveis mais seguros. ATENÇÃO: A administração de medicamentos anti- hipertensivos para o controle da hipertensão arterial é uma competência médica. Portanto, o cirurgião-dentista não deve empregar tais medicamentos em seu consultório, na tentativa de baixar a pressão arterial do paciente e prosseguir o tratamento odontológico, mesmo em casos de urgência. Diabetes O diabetes melito (DM) pode ser considerado como uma doença metabólica sistêmica crônica, consequente à deficiência parcial ou total de insulina, que acarreta uma inadequada utilização dos carboidratos e alterações no metabolismo lipídico e proteico. → Tipo I: IMUNODEPENDENTE Representa 10% dos portadores da doença, com predomínio em crianças, adolescentes OU adultos jovens, emborapossa ocorrer em qualquer idade. É caracterizado pela destruição das células beta do pâncreas, provavelmente por mecanismos imunológicos, levando à deficiência total de insulina. Por esse motivo, os diabéticos do Tipo 1 são chamados de insulino dependentes. → Tipo Il: FATORES ALIMENTARES Nesse tipo de diabetes, a deficiência na utilização da glicose é devida a um conjunto de três fatores: aumento da resistência à insulina (altas concentrações do hormônio são necessárias para produzir os efeitos fisiológicos), defeitos na secreção de insulina pelas células beta do pâncreas e aumento da produção de glicose endógena, primariamente pelo fígado. Ocorre geralmente em indivíduos obesos com mais de 40 anos de idade, embora sua frequência tenha aumentado em jovens, em função de maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse da vida urbana. → .GESTACIONAL: Presença de glicose elevada no sangue durante a gravidez, cujos níveis quase sempre se normalizam após o parto. No entanto, as mulheres que foram acometidas de diabetes na gestação apresentam maior risco de desenvolver o diabetes Tipo 2 tardiamente. DIAGNÓSTICO O diagnóstico do DM é obtido por meio da glicemia em jejum. Indivíduos que apresentam níveis de glicose muito próximos do limite máximo da faixa de normalidade são submetidos ao teste oral de tolerância à glicose A terapêutica do diabetes melito tem como base a inter-relação de três medidas: dieta alimentar, exercícios físicos orientados e uso de medicamentos, dependendo do tipo de diabetes (1 ou 2) e de outros fatores. Os medicamentos mais empregados são os hipoglicemiantes orais, dentre eles as: sulfonilureias (clorpropamida e glibenclamida), de primeira escolha para diabéticos de Tipo 2 não obesos. A metformina, por sua vez, é o antidiabético oral preferencial para tratar diabéticos Tipo 2, obesos ou com sobrepeso NORMAS GERAIS DE CONDUTA NO ATENDIMENTO ODONTOLOGICO Anamnese dirigida Se na anamnese de rotina o dentista constatar que o paciente é diabético, deverá obter informações detalhadas sobre o controle da doença, visando ao planejamento do tratamento odontológico. As seguintes perguntas básicas devem ser feitas: 1. Você está sendo acompanhado pelo médico regularmente? 2. Quando foi feito o último exame de glicemia e da hemoglobina glicada? 3. De quais medicamentos você faz uso? 4. Diariamente, qual é a sua dieta alimentar? 5. Recentemente, você teve alguma complicação decorrente da doença? CUIDADOS PRÉ e PÓS-OPERATÓRIOS No dia agendado para uma determinada intervenção, certifique-se de que o paciente se alimentou de forma adequada e fez uso da medicação. Se achar necessário, avalie a glicemia por meio de um glicosímetro. ANESTESIA LOCAL Um anestésico local com epinefrina 1:100.000 poderá ser utilizado na mínima dose compatível com uma anestesia profunda e de duração suficiente USO DE ANALGÉSICOS e ANTI-INFLAMATÓRIOS → Analgésicos: dipirona ou paracetamol → Anti-inflamatórios: devem ser evitados Profilaxia e Tratamento das Infecções Bacterianas A profilaxia antibiótica cirúrgica de forma rotineira não é indicada para pacientes diabéticos bem controlados, bastando adotar um protocolo de assepsia e antissepsia local. O consenso atual é de que o uso profilático de antibióticos em diabéticos só deve ser considerado em pacientes com a doença descompensada. Porém, não se pode generalizar tal conduta a todos os diabéticos. Amoxicilina 1g (30 min antes do procedimento) As infecções bacterianas bucais previamente existentes, em diabéticos, devem ser tratadas de forma agressiva, pois a relação entre DM e infecção é bidirecional. O diabetes favorece a infecção, que por sua vez torna mais difícil o controle da doença. As infecções bacterianas bucais previamente existentes, em diabéticos, devem ser tratadas de forma agressiva, pois a relação entre DM e infecção é bidirecional. O diabetes favorece a infecção, que por sua vez torna mais difícil o controle da doença. Da mesma forma que para pacientes não diabéticos, a descontaminação local do processo infeccioso é a principal conduta do tratamento das infecções bucais. A antibioticoterapia, por sua vez, também não difere daquela preconizada para os pacientes ASA 1, sendo empregados os mesmos grupos de antibióticos, dosagens, posologia e duração do tratamento. Nos tratamentos mais prolongados, o paciente deve ser monitorado devido à maior possibilidade de infecções secundárias por fungos. Complicações agudas em diabéticos São bastante significativas e devem sempre ser consideradas no tratamento dos pacientes portadores desta doença. A mais importante é o choque insulínico, caracterizado por um quadro de hipoglicemia aguda, que pode ser ameaçador à vida, pois se desenvolve muito rapidamente, culminando em perda da consciência e eventualmente convulsões.
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