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Semiologia Psiquiátrica

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Beatriz Gonçalves Luciano – Med 52 Uncisal 
 
Semiologia Psiquiátrica 
ENTREVISTAS INICIAIS: 
Evitar Adotar 
- Posturas rígidas e 
estereotipadas; 
- Atitude excessivamente 
neutra ou fria; 
- Reações exageradamente 
emotivas ou calorosas; 
- Comentários valorativos ou 
emitir pena ou compaixão; 
- Fazer muitas anotações 
durante a entrevista. 
- Atitude flexível, adequada a 
personalidade do doente; 
- Atitude receptiva e calorosa 
e, ao mesmo tempo, discreta. 
- Criação de um clima de 
confiança; 
- Serenidade e firmeza diante 
de um paciente agressivo ou 
muito hostil (responder 
sempre em voz mais baixa 
que o doente). 
 
Anamnese 
IDENTIFICAÇÃO: 
Deve-se conter os seguintes dados: 
• Nome do examinador, data e local da entrevista. 
• Nome do paciente, sexo, idade ou data de 
nascimento, nome dos pais, etnia. 
• Estado civil, número de filhos. 
• Escolaridade (anos de escola com sucesso). [Se 
for o caso, registrar se apenas assina o nome]. 
• Quem acompanha o doente e qual instituição o 
encaminha. 
• Procedência/endereço (anotar o número de 
telefone, se houver). Há quantos anos mora na 
atual residência. 
• Naturalidade. 
• Profissão e ocupação atual. 
• Religião (se evangélico, especificar a 
denominação). 
QUEIXA PRINCIPAL: 
 Deve ser escrita com as palavras do paciente e 
sob a perspectiva dele. 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: 
Deve-se descrever objetivamente os sinais e 
sintomas desde o início do último episódio até o presente 
momento. 
• Procurar seguir a evolução cronológica dos 
sintomas e sua ordem de aparecimento. 
• Quais tratamentos foram realizados e quais as 
respostas aos mesmos. 
• Anotar médicos e serviços consultados, 
remédios tomados, duração de seu uso e 
hipótese acerca das causas e seus eventuais 
fracassos. 
INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO: 
 Neste instante, deve-se fazer o interrogatório 
sintomatológico de acordo com as regras clássicas da 
anamnese. 
ANTECEDENTES MÓRBIDOS E PESSOAIS: 
• Condições de gestação e parto: se houve doença 
infecciosa durante a gravidez; se foi a termo ou 
prematuro; se teve cianose ao nascer. 
• Desenvolvimento psicomotor na primeira infância: 
se aprendeu a falar, a andar e a controlar os esfíncteres 
nas idades habituais; se apresentou sonambulismo ou 
tinha pesadelos frequentes. 
• Em paciente do sexo feminino: idade da menarca, 
condições habituais das menstruações, sintomas pré-
menstruais, se já teve a última mensturação 
(menopausa); idade do casamento, número total de 
gestações, partos, abortos, filhos vivos e respectivo 
estado de saúde. 
• Doenças típicas da infância: e demais doenças 
infecciosas e parasitárias, como, sarampo catapora, 
parotidite, difteria, asma, disenterias, febre tifoide, 
hepatite infecciosa, malária, coqueluche. 
• Doenças venéreas: gonorreia, cancro duro, sífilis, aids. 
• TCE grave com perda prolongada da consciência: 
registrar idade da ocorrência e o período de 
inconsciência. 
• Convulsões e intervenções cirúrgicas em geral 
• Doenças graves, prolongadas e invalidantes: 
tuberculose pulmonar, cardiopatias, poliomielite, etc. 
• Tentativas de suicídio: forma e número. Obs: Se as 
tentativas de suicídio tiverem na HDA, é nela que devem 
ser detalhadas. 
• Brigas e agressões. Problemas legais, problemas com a 
polícia. 
• Hábitos tóxicos: fumo álcool, uso de 
benzodiazepínicos, anfetaminas, maconha crack, drogas 
injetáveis, cola, etc. 
ANTECEDENTES FAMILIARES: 
• Sobre os progenitores: se ainda estão vivos, se gozam 
de boa saúde ou sofrem de alguma doença. Se mortos, 
Beatriz Gonçalves Luciano – Med 52 Uncisal 
 
qual a causa da morte. Quais os respectivos traços de 
personalidade dos pais. 
• Entre os antecedentes: se avós, colaterais, irmãos, 
primos, tios, etc., tiveram algum caso de nervosismo, 
retardo mental, loucura, ataques, uso imoderado de 
bebidas alcoólicas, conduta antissocial ou criminosa e 
suicídios. 
ANTECEDENTES SOCIAIS, CURVA DE VIDA – 
PERSONALIDADE PRÉ-MÓRBIDA 
• Condições sociais e psicológicas da vida infantil: 
quantos filhos houve na união dos pais e qual a sua 
posição na ordem dos irmãos; situação jurídica, social e 
econômica da família; relações afetivas e atividades dos 
pais, grau de harmonia dos progenitores, atitudes de 
predileção ou rejeição em relação aos filhos, castigos 
físicos; traços do temperamento quando criança, 
relação com os adultos e demais crianças, tiques, 
gagueira, roer unhas, crises de birra, etc. 
• Escolaridade: idade da alfabetização, tempo que 
frequentou a escola e série atingida, idade em que foi 
concluído e respectivo aproveitamento. 
• Vida profissional: idade em que começou a trabalhar 
regularmente, empregos sucessivos, situação atual, 
aposentadoria por invalidez (especificar se a causa foi o 
transtorno mental). 
• Vida religiosa: explorar o que foi citado na 
identificação, como por exemplo, a frequência que visita 
a igreja. 
• Psicossexualidade e vida sentimental: especificar os 
relacionamentos, frustrações e desenganos amorosos, 
idade em que começou a namorar, etc. 
• Padrões de ajustamento anterior à doença: traços de 
personalidade, hábitos sociais e situação econômica 
antes da doença (e se mudaram). 
EXAME FÍSICO GERAL: 
Registrar ectoscopia, bem como, as 
especificidades dos diversos aparelhos – circulatório, 
respiratório, digestivo, endócrino. 
Exame Mental 
O exame mental se baseia no estudo da 
psicopatologia descritiva. Esta se divide em observacional – 
exemplificada pela conduta explícita do paciente – e 
fenomenológica, que estuda a causa ou função dos eventos 
psicológicos ou físicos – vistas pelo estudo das funções 
psíquicas. 
 
CONDUTA EXPLÍCITA: 
 Nesta parte, deve-se descrever, da maneira mais 
objetiva possível, o exame somático e as atitudes do 
paciente durante a entrevista. Atentar para os seguintes 
tópicos: 
• Reação ao convite para a entrevista; 
• Atitude geral: amigável, cooperativa, indiferente, 
negativista, perplexa, desconfiada, de devaneio. 
• Postura geral: ativa ou passiva. 
• Roupas e acessórios segundo os quadros clínicos: 
o Anorexia nervosa: roupas largadas e escuras 
o Demência: roupas e higiene descuidadas 
o Depressão: roupas desalinhadas ou sujas, cabelos 
o despenteados, higiene descuidada, roupas escuras 
o Esquizofrenia: roupas e higiene descuidadas e 
sujas; acessórios bizarros; desorganização 
comportamental 
o Histeria e mania: roupas chamativas, roupas 
impróprias para a ocasião, muita maquiagem, 
perfume em excesso. 
o Personalidade Boderline: roupas extravagantes, 
muitos piercings, marcas no corpo (suicídio), 
tatuagens em excesso e cabelo colorido 
o Transtorno obsessivo compulsivo e 
personalidade obsessiva: roupas e acessórios 
muito certinhos. 
• Atitudes globais: afetada, arrogante, amaneirada, 
confusa, deprimida, desconfiada, desinibida, 
dissimuladora, dramática ou teatral, evasiva, esquiva, 
excitada, expansiva, gliscróide, hostil ou beligerante, 
indiferente, inibida ou contida, lamuriosa ou queixosa, 
manipuladora, não-cooperante, oposicionista ou 
perplexa, querelante, reivindicativa, sedutora, 
simuladora e submissa. 
• Aspecto corporal: global, fácies, olhar, olhos, cabelos, 
pelos faciais, unhas, dentes, odor, movimentos, posturas 
e gestos. 
Funções Psíquicas 
CONSCIÊNCIA VIGIL 
Existem três definições para consciência, são elas: 
 Neuropsicológica: é o estado de estar desperto, 
acordado, vígil. 
 Psicológica: é a soma total das experiências conscientes 
de um indivíduo até determinado momento. 
 Ético filosófica: é a capacidade de tomar ciência dos 
deveres éticos e assumir as responsabilidades e os 
direitos. 
Beatriz Gonçalves Luciano – Med 52 Uncisal 
 
Alterações Quantitativas da Consciência 
a) Obnubilação: diminuição do grau de clareza do 
sensório, com dificuldade de compreensão, lentidão, 
perplexo.b) Sopor: paciente evidentemente sonolento, incapaz de 
qualquer ação espontânea. 
c) Coma: não é possível qualquer atividade voluntária 
consciente, independente do estímulo. 
Alterações Qualitativas da Consciência 
a) Estados crepusculares: quando há uma obnubilação 
da consciência transitória, acompanhada de uma 
preservação da atividade motora coordenada. É 
comum uma amnésia lacunar do episódio inteiro. → 
Ocorre nas epilepsias, pós TCE, intoxicações por álcool 
e outras substâncias, quadros dissociativos orgânicos e 
choques emocionais intensos. 
b) Dissociação da consciência: perda da unidade 
psíquica comum do ser humano e de sua interação com 
ambiente, ou seja, há um distanciamento da realidade, 
a pessoa fica aérea, dispersa lentificada. Duram de 
minutos a horas. → Transtornos dissociativos e quadros 
de ansiedade intensa. 
c) Transe: presença de atividade motora automática e 
estereotipada, acompanhada da suspensão dos 
movimentos voluntários. → Não confundir transe 
religioso com transe histérico. 
d) Experiência de quase morte (EQM): sensação de paz 
e tranquilidade intensa, vivência rápida de tudo o que 
aconteceu na vida e/ou sensação de um espírito pleno 
de amor diante de situações críticas de ameaça grave à 
vida. 
ATENÇÃO 
Trata-se da direção da consciência, ou seja, do 
estado de concentração da atividade mental. Nesse 
sentido, a atenção pode ser voluntária – concentração 
intencional sobre um objeto – ou espontânea – interesse 
acidental despertado por um objeto. 
Conceitos relacionados à atenção 
TENACIDADE VIGILÂNCIA 
Capacidade de fixar a 
atenção sobre determinado 
objeto. Prende-se ao 
estímulo. 
Capacidade de mudar o foco 
de um objeto para outro. 
 
a) Hipoprosexia: é a diminuição global da atenção, 
representada pela perda básica da capacidade de 
concentração. 
 Esquizofrenia, quadros depressivos, demenciais, em 
intoxicações por substâncias, no delirium, no TDAH. 
Deprimido grave → hipertenacidade e hipovigilância. 
b) Aprosexia: é a total abolição da capacidade de atenção. 
*É um conceito de livro, não se vê na prática. 
c) Hiperprosexia: estado de atenção exacerbada. 
 Quadros de TOC e nos episódios de mania. 
Quadros maníacos → hipotenacidade e hipervigilância. 
d) Distraibilidade: instabilidade na atenção voluntaria, ou 
seja, a atenção do indivíduo é facilmente desviada de 
um objeto para outro. 
 Mania e esquizofrenia. 
Distração ≠ Distraibilidade. 
Distração é hipertenacidade e hipovigilância. 
ORIENTAÇÃO 
É o processo integrativo que permite ao indivíduo 
saber que ele é ele mesmo, onde se encontra e qual é a 
sua situação no tempo e no espaço. 
Orientação 
AUTOPSÍQUICA ALOPSÍQUICA 
Orientação do indivíduo em 
relação a si mesmo. Nome, 
idade, data de nascimento, 
etc. 
Capacidade de orientar-se 
em relação ao mundo, 
quanto ao espaço e ao 
tempo (espacial e temporal). 
Desorientação 
AUTOPSÍQUICA ALOPSÍQUICA 
Alteração da capacidade de 
estabelecer sua própria 
identidade pessoal. 
Perturbação/impossibilidade 
de situar-se no espaço e/ou 
tempo. 
 A desorientação ocorre, principalmente nos estados 
confusionais, mas também pode ocorrer em pacientes 
com transtornos de memória, desinteressados pelo 
ambiente ou pela presença de atividade delirante. 
Ordem da desorientação: 
Alopsíquica Temporal → Alopsíquica Espacial → Autopsíquica 
 
MEMÓRIA 
 É a capacidade de registrar, manter e evocar 
experiências e fatos ocorridos. Possui 3 fases no processo 
de memória: 
1. Fase de registro: percepção e fixação 
2. Fase de conservação: retenção 
3. Fase de evocação: lembranças e recordações. 
Alterações Quantitativas da memória: 
a) Hipermnésias: as representações surgem rapidamente. 
Em grande número, porém pouca clareza e precisão. 
 Episódios de mania. 
b) Amnésias ou hipomnésias: perda da capacidade de 
fixar/manter/evocar antigos conteúdos mnêmicos. 
Beatriz Gonçalves Luciano – Med 52 Uncisal 
 
• De fixação ou anterógrada: do início da 
doença em diante. 
• De evocação ou retrógrada: antes do início da 
doença. → Quadros dissociativos. 
TCE → amnésia retroanterógrada. 
Alterações Qualitativas da Memória: 
 São relacionadas a lembranças deformadas que 
não correspondem à sensopercepção original. 
a) Ilusões mnêmicas: acréscimo de elementos falsos a um 
núcleo verdadeiro da memória. 
 Esquizofrenia, paranoia, transtornos de personalidade 
Borderline, esquizotípica e histriônica. 
b) Alucinações mnêmicas: criações imaginativas com 
aparência de memória, que não tem nada a ver com a 
lembrança original. 
 Esquizofrenia. 
c) Fabulações (ou confabulações): quando elementos da 
imaginação completam as lacunas de memória. O 
paciente não tem a intenção de mentir para o 
entrevistador. 
 Síndrome de Korsakoff: secundária ao alcoolismo 
crônico e à deficiência de vitamina B1, em que há um 
déficit intenso da memória de fixação. 
d) Criptomnésia: quando as lembranças aparecem como 
fatos novos ao doente, que não as reconhece como 
lembrança. 
 Demência (Alzheimer). 
e) Ecmnésia: recordação muito nítida de algo do passado, 
a ponto de pensar que está revivendo o momento. 
 Crises epilépticas, fenômeno da visão panorâmica da 
vida na EQM e quadros dissociativos. 
 
INTELIGÊNCIA 
É o processo de rendimento psíquico utilizável 
para adaptação a tarefas vitais. Dentre as habilidades 
desse processo: raciocínio, planejamento, resolução de 
problemas, pensamento abstrato, compreensão de ideias 
complexas, aprendizagem rápida e aprendizagem a partir 
da experiência. 
15-16 anos → máximo desenvolvimento quantitativo 
intelectual. 
40-45 anos → inicia-se o declínio da capacidade de novas 
aquisições. 
• Quociente de Inteligência (QI): medida convencional 
da capacidade intelectual do indivíduo. 
Média populacional → QI = 100 
Inteligência superior → QI > 115 ou 120 
Inteligência muito superior → QI >130 
Limítrofe (entre normalidade e retardo mental) → QI 70-84 
As alterações de inteligência são de dois tipos: 
1. Retardo Mental → QI < 69 
2. Demências. 
VONTADE 
 O ato volitivo é traduzido pelas expressões “eu 
quero” ou “eu não quero” caracterizantes da vontade 
humana. Esse ato volitivo dá-se por um processo 
cronologicamente definido por 4 etapas: 
1. Fase de intenção ou propósito: formam-se as 
intenções do indivíduo. *Imperceptíveis para o 
indivíduo. 
2. Fase de deliberação: é a fase de ponderação consciente 
e consideração de vários aspectos e implicações de 
determinada ação. 
3. Fase de decisão propriamente dita: é o instante que 
demarca o início da ação. 
4. Fase de execução: quando os atos psicomotores 
decorrentes da decisão são postos em funcionamento. 
 Ação voluntária→ quando o ato de vontade passa por essas 
4 etapas. 
 Pragmatismo → capacidade de exercer plenamente o ato 
volitivo. 
Alterações da vontade: 
a) Hipobulia/abulia: quando há diminuição ou até 
abolição da atividade volitiva. Indivíduo não tem 
vontade para nada. 
 Frequente em episódios de depressão. 
b) Ato impulsivo: espécie de curto circuito do ato 
voluntário, onde as fases de intenção, deliberação e 
decisão são abolidas. 
 Ocorre nas psicoses (esquizofrenia e mania), em 
alguns quadros de intoxicação por substâncias 
psicoativas, transtornos de personalidade antissocial e 
borderline. 
✓ É egossitônico. 
✓ Relacionado a impulsos patológicos de natureza 
inconsciente. 
✓ Indivíduo tende a desconsiderar as necessidades de 
outras pessoas. 
✓ Ex: Frangofilia – impulso de destruir objetos que 
circundam o indivíduo. 
c) Ato compulsivo: é uma ação motora complexa que 
pode envolver desde atos simples, como coçar-se e 
arranhar-se, até complexos, como tomar banho de 
forma repetida. 
✓ É egodistônico – vivência frequente de desconforto 
subjetivo. 
✓ Há tentativa de resistir ou adiar. 
✓ Sensação de alívio ao realizar o atocompulsivo, 
porém, depois volta a sensação de desconforto 
subjetivo. 
 
Beatriz Gonçalves Luciano – Med 52 Uncisal 
 
d) Negativismo: é a oposição do indivíduo às solicitações 
do ambiente. 
✓ Negativismo ativo → o paciente faz o oposto do 
solicitado. 
✓ Negativismo passivo → o paciente nada faz quando 
solicitado pelo ambiente. Ex: esquizofrenia 
catatônica. 
 
e) Obediência automática: há profunda atividade volitiva, 
na qual a pessoa perde a autonomia e a capacidade de 
conduzir seus atos volitivos. É o oposto do negativismo. 
 Pode ocorrer em esquizofrenia catatônica. 
f) Fenômenos de eco: quando o indivíduo repete o 
entrevistador. 
• Ecopraxia → atos do entrevistador. 
• Ecolalia → palavras ou sílabas do entrevistador. 
• Ecografia → escrita do entrevistador. 
 Pode ocorrer em esquizofrenia catatônica. 
g) Atos, vontades e impulsos controlados: o paciente se 
queixa que forças externas estão comandando todas as 
suas vontades e atitudes. *Geralmente, há também 
alteração da consciência da atividade do eu. 
 São comuns na esquizofrenia 
PSICOMOTRICIDADE 
 A alterações de psicomotricidade são as 
consequências finais das alterações de vontade. 
Alterações da Psicomotricidade: 
a) Hipercinesia: trata-se de uma movimentação intensa e 
descoordenada que pode durar horas ou dias. É um 
sinal psicopatológico frequente e inespecífico. 
 Agitações maníacas→ euforia, atitudes jocosas e fuga de 
ideias. 
 Agitação do catatônico→ impulsividade, desinteresse pelo 
ambiente e heteroagressividade. 
b) Bradicinesia: trata-se da lentificação generalizada de 
todos os movimentos, acompanhada de uma mímica 
parada que exprime dor (depressivos)/ perplexidade 
(confusionais). 
✓ Reflete a lentidão das atividades psíquicas, 
bradipsiquismo. 
✓ Diferente de inibição psicomotora, que é um estado 
profundo de lentificação, com ausência de respostas 
motoras adequadas, sem que haja déficit motor 
primário. 
c) Estupor: é a perda de toda atividade espontânea 
voluntária (nível de consciência aparentemente 
preservado e capacidade sensório-motora de reagir ao 
ambiente). Reações congeladas. 
d) Catalepsia: acentuado exagerado do tônus postural, 
com hipertonia muscular global do tipo plástica. 
e) Flexibilidade cerácea: o indivíduo, ou parte do seu 
corpo, assemelha-se a “um homem cera”, pois é 
colocado pelo examinador em uma determinada 
posição e assim permanece. 
 Catalepsia e Flexibilidade cerácea são sintomas 
frequentes na esquizofrenia catatônica. 
f) Cataplexia: perda abrupta do tônus muscular, 
geralmente acompanhada de queda ao chão. 
 Presente em doenças do sono, como na narcolepsia. 
g) Estereotipias motoras: são repetições automáticas e 
uniformes de algum ato motor complexo, ou seja, 
quando o paciente repete o mesmo gesto centenas de 
vezes em um mesmo dia. 
 Pode ocorrer em esquizofrenia crônica e no retardo 
mental. 
✓ Maneirismo → caracterizada por movimentos 
bizarros e repetitivos, geralmente complexos. 
JUÍZO 
 O juízo patologicamente falso é denominado 
delírio. Para distinguir o erro do delírio, precisa-se atentar 
para as características deste: 
 O doente apresenta uma convicção extraordinária, 
certeza absoluta. 
 É impossível modificar o delírio pela experiência, ou 
seja, ele é irremovível. 
 O conteúdo do delírio é impossível. 
*Exceção para a Síndrome de Othelo/delírio de ciúmes, em 
que o conteúdo pode ser verídico, mas a justificativa é 
esdrúxula. 
 O tema do delírio não é compartilhado por outras 
pessoas. 
Evolução clínica do delírio: 
1) Trema: é a fase que precede as ideias delirantes. 
Também chamada de humor delirante, trata-se de 
um período em que o paciente apresenta grande 
perplexidade, sensação de fim de mundo, estranheza 
do percebido, com medo e angústia. 
2) Apofania: o paciente sente como se tivesse recebido 
uma grande revelação (revelação do delírio) e 
Anástrofe: paciente sente-se o centro do mundo (o 
mundo se volta para o delirante). 
 Apofania e anástrofe são o núcleo da experiência 
esquizofrênica. 
3) Fase apocalíptica: quando o indivíduo delirante 
parece viver a estranha reestruturação de seu mundo, 
com certo grau de desorganização do indivíduo. 
4) Consolidação: estabilização que ocorre após várias 
idas e vindas de desorganização e reorganização. 
Beatriz Gonçalves Luciano – Med 52 Uncisal 
 
5) Fase de resíduo: final do processo delirante, em que 
ocorrem alterações de vontade e afetividade, nas 
quais o paciente não consegue confiar e se relacionar 
com os outros, buscando isolamento social. 
Curso dos delírios: 
• Agudos: surgem de forma rápida, podendo 
desaparecer em pouco tempo (horas ou dias). Ex: 
Transtornos de consciência das psicoses tóxicas e 
infecciosas. 
• Crônicos: tendem a ser persistentes, contínuos, de 
longa duração (vários anos). Ex: esquizofrenia e 
paranoia. 
Mecanismos construtivos do delírio: 
 O delírio é formado a partir da vivência delirante 
primária, que pode ser de 3 tipos: 
a) Percepção delirante: quando uma percepção real 
adquire um significado especial. 
b) Representação/interpretação delirante: ressignifica 
algum episódio passado. 
c) Cognição/intuição delirante: uma crença falsa que 
simplesmente surge imediatamente, 
incompreensivelmente. 
Estrutura dos delírios: 
a) Simples: ou monotemático, é aquele em que as ideias 
se desenvolvem em torno de um tema único. 
b) Complexos: são pluritemáticos, ou seja, as ideias 
englobam vários temas ao mesmo tempo. 
c) Não-sistematizados: os conteúdos e detalhes do 
delírio variam de tempos em tempos. 
d) Sistematizados: bem organizados, com histórias ricas, 
consistentes e que se mantêm ao longo do tempo. 
Patoplastia dos delírios: 
1) Delírios de perseguição: 
a. Delírio persecutório (propriamente dito): o 
paciente acredita que está sendo vítima de um 
complô. Sabe que querem mata-lo, prendê-lo, etc. 
→ Esquizofrenia e paranoias. 
b. Delírio de referência: experimenta fatos 
cotidianos como relacionados a sua pessoa. Ex. 
quando vê pessoas conversando, pensa ser 
calúnias sobre ele. → Esquizofrenia e paranoias. 
c. Delírio de influência ou controle: o paciente 
vivencia o fato de estar sendo controlado ou 
comandado por força, pessoa ou entidade externa. 
→ Esquizofrenia. 
d. Delírio de reivindicação ou querelância: o 
paciente afirma ser vítima de terríveis injustiças e 
discriminações e, em consequência, se envolve em 
disputas legais. → Paranoias. 
2) Delírios expansivos: 
a. Delírio de grandeza: acredita ser especial, dotado 
de capacidades e poderes. Tem ideias delirantes de 
poder e riqueza. → Quadros de mania. 
b. Delírio místico-religioso: acredita ter uma missão 
com características messiânicas. Frequentemente, 
apresenta aspecto grandioso, enfatizando sua 
própria importância do indivíduo que delira. Às 
vezes, vem associado com delírios persecutórios. → 
Mania e esquizofrenia. 
c. Delírio de invenção ou descoberta: mesmo 
completamente leigo, o indivíduo revela ter feito 
uma descoberta que irá mudar o mundo. → 
Esquizofrenia, paranoia e mania. 
3) Delírio de ciúmes: percebe-se traído pelo cônjuge de 
forma cruel. Percebe-se dependência emocional ao ser 
amado. *O que se usa para identificar que é um delírio 
é a justificativa que o indivíduo dá. 
4) Delírios dolorosos ou depressivos: 
a. Delírio niilista: refere que vive em um mundo 
onde só tem desgraças e que ele e sua família estão 
condenados à miséria, sofrimentos e fracassos. 
b. Delírio de culpa e autoacusação: afirma, sem base 
real para isso, ser culpado por todas as desgraças 
que acontecem na vida dele e dos que o cercam. 
Diz ser uma pessoa indigna, suja, pecaminosa, etc. 
c. Delírio de negação de órgãos: indivíduo 
apresenta profundas alterações corporais, 
relatando que seu corpo está destruído ou que não 
tem mais vários órgãos do corpo.*Delírio de Cottard: quando o delírio de negação de 
órgãos vem acompanhado de imortalidade ou de 
enormidade (quando o paciente sente seu corpo se 
expandindo, tomando conta do ambiente). 
5) Delírio erótico: o paciente afirma que uma pessoa, 
geralmente de destaque social, está totalmente 
apaixonada por ele e irá abandonar tudo para que 
possam se casar. →Típico da Síndrome de 
Clerambault. 
6) Delírios somáticos: 
a. Delírio hipocondríaco: indivíduo crê com 
convicção extrema que tem uma doença grave, 
incurável. → Paranoias, depressão delirante e 
esquizofrenia. 
b. Delírio de infestação (Síndrome de Ekbon): 
paciente acredita que seu corpo está infestado por 
pequenos organismos. → Depressão delirante, 
Beatriz Gonçalves Luciano – Med 52 Uncisal 
 
delirium tremens, intoxicações por cocaína ou 
alucinógenos. 
✓ Ideias deliroides: quando o delírio é fruto de 
condições psicologicamente rastreáveis. Ex: o 
delírio de ruína do paciente com depressão é 
compreensível. 
✓ Mitomania: é a tendência patológica a mentir e 
criar mitos de modo mais menos voluntário e 
consciente. 
*Mitomania maligna→ cria fatos falsos e os 
divulga para prejudicar ou depreciar alguém. 
*Mitomania vaidosa→ mente para impressionar 
os outros e se promover. 
✓ Pseudologia fantástica: indivíduo mescla dados 
reais de sua história com fantasia intensa e 
penetrante. 
 
CONSCIÊNCIA DO EU 
 É a tomada de consciência do próprio corpo, ou 
seja, do Eu corporal, somático e psíquico. Nesse sentido, 
as alterações da consciência do Eu ocorrem tanto no 
nível psíquico como no corporal. 
Alterações da Consciência do Eu: 
a) Consciência da atividade do Eu: 
a. Alteração de consciência da existência: 
suspensão da sensação normal do eu, o indivíduo 
não sente sua própria existência. 
 Ocorre em quadros psicóticos. 
b. Alteração da consciência de execução: todas as 
atividades cotidianas que realiza, atribui a ação a 
outro ser. Pensamentos podem ser vivenciados 
como feitos e impostos. Controlado por algo 
externo. 
b) Consciência de unidade do Eu: o indivíduo sente-se 
radicalmente dividido: “eu sou eu e mais outra 
entidade que coexistem em mim mesmo. 
 Mais frequente nas psicoses. 
c) Consciência da identidade do Eu: não se sente o 
mesmo na sucessão do tempo. Algumas pessoas 
relatam que atualmente, em comparação à sua vida 
anterior, não são as mesmas pessoas. 
d) Consciência da oposição do Eu em relação ao 
mundo (consciência dos limites do Eu): não separa o 
Eu do espaço exterior, o indivíduo sente que seu eu se 
expande para o mundo exterior e não mais se 
diferencia deste. 
 Pode ocorrer nas psicoses, mais comum nas 
esquizofrenias, nas intoxicações por substâncias, 
nos estados de transe e processão (dissociativos). 
 
Despersonalização X Desrealização 
Despersonalização → sentimento de perda ou 
transformação do Eu, perda da familiaridade consigo 
mesmo. 
Desrealização → perda da familiaridade com o mundo, 
refere que tudo está mudado, estranho. 
 
SENSOPERCEPÇÃO 
Está relacionada às sensações. Seu elemento básico é a 
imagem perceptiva real. 
Características da imagem: 
✓ Nitidez → com contornos precisos. 
✓ Corporeidade → tem brilho, luz e cores vivas. 
✓ Estabilidade → estável, não muda de um momento 
para outro. 
✓ Extrojeção → é provinda do espaço exterior. 
✓ Influenciabilidade voluntária → o indivíduo não 
consegue alterá-la voluntariamente. 
✓ Completude → tem desenho completo e determinado, 
com todos os detalhes diante do observador. 
A representação, por sua vez, é apenas uma revivência 
da imagem sensorial, sem que esteja presente o objeto 
original. 
Características da representação: 
✓ Pouca nitidez → contornos borrados. 
✓ Pouca corporeidade → não tem a vida da imagem real. 
✓ Instabilidade→ aparece e desaparece facilmente da 
consciência. 
✓ Introjeção → é percebida no espaço interno. 
✓ Incompletude → apresenta desenho incompleto, 
apenas com alguns detalhes. 
 
Subtipos de representações: 
a) Imagem eidética: evocação de uma imagem guardada 
na memória, de forma muito precisa, semelhante à 
percepção. *É voluntária e não apresenta, 
necessariamente, presença de transtorno mental. 
b) Pareidolias: imagens visualizadas voluntariamente, a 
partir de estímulos imprecisos do ambiente. São formas 
de percepção artificialmente modificadas. Ex: olhar para 
a lua e ver São Jorge em um cavalo. 
Alterações Quantitativas da Sensopercepção: 
a) Hiperestesia: sensações encontram-se anormalmente 
acentuadas em sua intensidade e duração. 
 Pode ocorrer nas intoxicações por alucinógenos (LSD); 
em algumas formas de epilepsia, na enxaqueca, no 
hipertireoidismo, na esquizofrenia aguda e em mania. 
Beatriz Gonçalves Luciano – Med 52 Uncisal 
 
 
b) Hipoestesia: diminuição global da sensopercepção. 
 Pode ocorrer em estados depressivos e orgânicos ou 
de sensações isoladas. 
c) Anestesia: perda da sensação. 
Obs: Analgesias, anestesias e analgesias em áreas que não 
correspondem a territórios de nervos anatomicamente 
definidos, em geral, são de causa psicogênica. 
 Pode ocorrer em transtornos somatoformes 
dissociativos e conversivos, em indivíduos com alto grau 
de sugestionabilidade e em alguns quadros depressivos 
e psicóticos graves. 
 
Alterações Qualitativas da Consciência do Eu: 
a) Ilusão: percepção alterada, deformada de um objeto 
real presente. 
 Ocorre em 3 condições: por turvação da consciência, 
em estados de fadiga grave ou intenção marcantes e 
em alguns estados afetivos. 
b) Alucinação: é percepção clara e definida de um objeto 
sem a presença do objeto estimulante real. *Tem todas 
as características de uma imagem real. 
a. Alucinações auditivas: 
i. Simples: ouve ruídos, zumbidos, etc. (acoasmas). 
ii. Complexas: escuta vozes sem estímulo real. 
Imperativas 
Vozes que ameaçam, insultam ou 
ordenam. 
Comentadoras 
de atos 
Comentam as atividades corriqueiras do 
paciente. 
Em forma de 
diálogo 
Duas ou mais pessoas conversando sobre 
questões que envolvem o paciente. 
Eco de 
pensamento 
Vivência sensorial de ouvir o próprio 
pensamento de forma repetida, após ter 
sido pensado. 
Sonorização 
Vivência sensorial de ouvir o próprio 
pensamento no momento em que está 
sendo pensado. 
Publicação do 
pensamento 
Tem a nítida sensação de que as pessoas 
ouvem o que ele pensa no exato 
momento em que está pensando. 
 Alucinações auditivas complexas ocorrem, sobretudo, 
nas esquizofrenias, em paciente deprimido grave e em 
quadros de mania. 
 
b. Alucinações visuais: 
i. Simples: chamadas de fotopsias, o indivíduo vê 
bolas, cores e pontos brilhantes. *Mais comuns. 
ii. Complexas: figuras e imagens de pessoas, de 
partes do corpo, de entidades, de objetos 
inanimados ou crianças. Se incluírem cenas 
completas, são chamadas de cenográficas (raras). 
*Alucinação Liliputiana→ vê duendes. 
 Alucinações visuais complexas podem ocorrer nas 
demências por corpos de Lewy, doença de Parkinson 
com demência, delirium, demência vascular, demência 
de Alzheimer, intoxicação por alucinógenos, 
esquizofrenia. 
 Na presença de alucinações visuais complexas, deve-
se procurar causas orgânicas. 
c. Alucinações táteis: paciente sente espetadas, 
choques, insetos pequenos ou animais que correm 
sobre sua pele. 
 Síndrome de Ekbon, delirium tremens e psicoses 
tóxicas. 
d. Alucinações olfativas ou gustativas: são raras e 
geralmente associadas a sentir odor/gosto de 
coisas podres. 
 Olfativas → quadros histéricos; Gustativas → 
esquizofrenia 
e. Alucinações cenestésicas ou cinestésicas: 
i. Cenestésicas ou viscerais: dores dilacerantes, 
órgãos saindo das cavidades, algo perfurando 
seu corpo. → Depressões graves. 
ii. Cinestésicas ou de movimento: sensações de 
flutuação, rodar, afundar, sentir a perna 
encolhendo ou o braço se elevando. → Delirum 
tremense quadros histéricos. 
f. Alucinações funcionais: desencadeadas por 
estímulos sensoriais. Difere-se da ilusão pelo fato 
de o estímulo não ter a ver com o objeto da 
alucinação. Ex: tocar no gelo e ouvir vozes. 
 Esquizofrenias 
g. Alucinações combinadas, reflexas ou 
sinestésicas: ocorrem alucinações de várias 
modalidades sensoriais ao mesmo tempo 
(auditivas, visuais, olfativas). 
h. Alucinações extracampais: experimentadas fora 
do campo sensoperceptivo usual. Ex: ver imagem a 
suas costas. 
 Psicoses. 
i. Alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas: 
alucinações auditivas, visuais ou táteis, 
relacionadas à transição sono-vigília. 
i. Hipnopômpicas → indivíduo está acordado. 
ii. Hipnagógicas → quando está adormecendo. 
 Narcolepsia. 
j. Alucinação autoscópica: é a imagem do duplo. 
 Pode ocorrer em estados de delirium, pode 
estar associada a desordens do lobo parietal 
(alterações vasculares ou infecções severas). 
 
c) Alucinose: fenômeno pelo qual o paciente percebe a 
alucinação como estranha à sua pessoa. Faz crítica ao 
quadro alucinatório. 
Beatriz Gonçalves Luciano – Med 52 Uncisal 
 
AFETIVIDADE 
Distinguem-se 5 tipos básicos de vivências afetivas: 
1. Humor: tônus afetivo, lente afetiva que dá às 
experiências do indivíduo uma cor particular. 
2. Emoções: reações afetivas agudas, desencadeadas 
por estímulos significativos. 
3. Sentimentos: estados de configuração afetivas 
estáveis, associados a conteúdos intelectuais, valores. 
✓ Da esfera da tristeza: melancolia, nostalgia, impotência, 
etc. 
✓ Da esfera da alegria: euforia, satisfação, 
contentamento, etc. 
✓ Da esfera da agressividade: rancor, ciúme, ódio, ira, etc. 
✓ Associados ao perigo: receio, desamparo, abandono, 
etc. 
✓ Tipo narcísico: orgulho, vaidade, prepotência, etc. 
✓ Relacionados à atração pelo outro: amor, tesão, 
estima, etc. 
4. Afetos: componente emocional da ideia. 
5. Paixões: estado afetivo extremamente intenso, que 
domina a atividade psíquica como um todo. 
 
✓ Catatimia: efeito que a vida afetiva exerce sobre 
as demais funções psíquicas. 
✓ Reação afetiva: 
*Sintonização afetiva → capacidade de o indivíduo 
ser influenciado afetivamente pelos estímulos 
externos. 
*Irradiação afetiva → capacidade do indivíduo de 
transmitir/contaminar os outros com seu estado de 
afetivo momentâneo. 
*Rigidez afetiva → indivíduo não deseja/tem 
dificuldade de sintonização e irradiação afetiva. 
ALTERAÇÕES DA AFETIVIDADE: 
Alterações do humor: 
a) Distimia: 
a. Hipotimia: humor deprimido, tristeza patológica. 
b. Hipertimia: euforia ou alegria patológica. 
 Hipotimia e hipertimia são típicas dos 
transtornos de humor. 
c. Disforia: intensa irritabilidade, amargura, 
agressividade. 
b) Puerilidade: aspecto simplório, infantil, regredido, ri ou 
chora por motivos banais. 
 Esquizofrenia hebefrênica e retardo mental. 
c) Moria: forma de alegria pueril, ingênua, boba. 
 Quadros demenciais acentuados e retardo mental. 
d) Estado de êxtase: sensação de compartilhamento 
íntimo do estado afetivo interior com o exterior. 
 Em experiências místico-religiosas (transe, 
possessão), esquizofrenia e mania. 
Alterações das emoções e dos sentimentos: 
a) Apatia: Diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva, 
indivíduo diz que não consegue sentir nada. 
Incapacidade de sentir afetos. *É subjetiva. 
 Quadros depressivos. 
b) Inadequação do afeto ou paratimia: reações 
completamente incongruentes com as situações. Ex: rir 
em pleno velório. 
c) Embotamento afetivo: perda de todo tipo de vivência 
afetiva. Ao contrário da apatia, é observável. 
 Formas residuais (crônicas) de esquizofrenia. 
d) Sentimento da falta de sentimento: é “o sentir do não 
sentir” emoções. 
 Quadros depressivos graves. 
e) Labilidade afetiva e incontinência afetiva: mudanças 
súbitas e imotivadas do humor. Oscila de forma abrupta 
de um estado afetivo para outro. 
 Depressivos, maníacos, estados graves de ansiedade 
ou indicativos de quadros psico-orgânicos (tumores 
cerebrais, demências, encefalites). 
f) Ambivalência afetiva: sentimentos opostos (amor e 
ódio, rancor e carinho, etc) em relação a um mesmo 
objeto, de modo simultâneo. 
 Sintoma importante da experiência afetiva do 
esquizofrênico. 
g) Neotimia: vivência afetiva completamente nova, 
estranha e bizarra. 
 Alguns quadros psicóticos. 
h) Indiferença afetiva: frieza afetiva incompreensível. É 
mais aparente e teatral que real. 
 Bela indiferença → histerias. 
 Triste indiferença → depressivos. 
 Pálida diferença → esquizofrênico crônico com 
embotamento afetivo marcante. 
i) Anedonia: incapacidade parcial ou total de sentir prazer 
com determinadas experiências da vida. 
 Um sintoma central das síndromes depressivas. 
PENSAMENTO 
No processo do pensamento tem-se: 
➔ Curso: modo como o pensamento flui, sua 
velocidade e seu ritmo ao longo do tempo. 
➔ Forma: estrutura básica. 
➔ Conteúdo: temas predominantes, assunto em si. 
Alterações do curso: 
a) Aceleração: chamada de taquipsiquismo, é quando o 
pensamento flui de forma acelerada. 
Beatriz Gonçalves Luciano – Med 52 Uncisal 
 
 Ocorre em quadros de mania, na esquizofrenia, 
estados de ansiedade intensa e nas psicoses 
tóxicas (anfetaminas e cocaína). 
b) Lentificação (bradpsiquismo): o pensamento 
progride de forma lenta e dificultosa. Latência entre 
perguntas e respostas. 
 Depressões graves e em alguns casos de 
rebaixamento de nível da consciência. 
c) Bloqueio ou interceptação do pensamento: no 
meio da conversa, brusca e repentinamente 
interrompe seu pensamento, sem qualquer motivo 
aparente. Pensamento para, é bloqueado. 
 Quase que exclusiva da esquizofrenia. 
d) Roubo do pensamento: tem a nítida sensação de que 
seu pensamento foi roubado de sua mente. 
 Típica da esquizofrenia. 
e) Irradiação ou difusão de pensamento: sensação de 
que seu pensamento está sendo difundido, através de 
ondas eletromagnéticas. 
 Esquizofrenia. 
f) Inserção do pensamento: pensamentos estão sendo 
inseridos em sua mente por uma força externa. 
Alterações da forma ou estrutura: 
a) Fuga de ideias: uma ideia segue a outra de forma 
extremamente rápida. As associações entre as palavras 
deixam de seguir uma finalidade, passam a ocorrer 
associações por assonância. 
 Muito encontrada em quadros de mania. 
b) Dissociação: os pensamentos passam a não seguir 
uma sequência lógica e bem organizada e os conceitos 
não se articulam de coerente uns com os outros. 
 Certas formas de esquizofrenia. 
c) Afrouxamento de associações: embora ainda haja 
concatenação lógica entre as ideias, nota-se o 
afrouxamento dos enlaces associativos. 
 Fazes iniciais da esquizofrenia. 
d) Desagregação: profunda e radical perdas dos enlaces 
associativos, total perda da coerência do pensamento. 
Sobram apenas pedaços do pensamento. 
 Típica de formas agravadas de esquizofrenia e 
quadros demenciais. 
Na esquizofrenia, o progresso é: 
Dissociação → Afrouxamento das associações → 
Desagregação. 
 
Alterações do conteúdo: 
Não se pode falar de alterações patológicas do 
conteúdo do pensamento. 
LINGUAGEM 
É a expressão do pensamento por meio de palavras. 
Alterações do comportamento verbal: 
a) Logorreia (taquifasia): fala constantemente, sem 
interrupção, num ritmo acelerado. *Frequentemente 
associada ao taquipsiquismo. 
 Pressão do discurso ou pressão para falar: 
atividade linguística do paciente maníaco na qual 
se sente a pressão incoercível de falar sem parar. 
b) Latência da resposta ou bradifasia: fala muito 
vagarosamente. 
 Depressões graves, demências, esquizofrenia 
residual. 
c) Mussitação: voz murmurada em tom baixo e repetitivo. 
 Esquizofrenia. 
d) Solilóquio: fala algumas vezes, em voz alta, como se 
dialogasse com um interlocutor imaginário. 
 Esquizofrenia. 
e) Coprolalia:emissão involuntária e repetitiva de palavras 
obscenas, vulgares ou relativas a excrementos. 
 Síndrome de Gilles de la Tourette. 
f) Verbigeração: é a repetição de forma monótona e sem 
sentido comunicativo aparente de palavras, sílabas ou 
trechos de frases. 
 Esquizofrenia. 
g) Para-resposta: conteúdo de sua resposta é 
completamente disparado em relação ao conteúdo da 
pergunta. 
 Diversos tipos de psicoses, princ. Esquizofrenias. 
Alterações morfológicas, sintáticas e semânticas: 
*Quase que exclusivas da esquizofrenia. 
a) Ecolalia: repete, sem nenhuma finalidade, as últimas 
palavras que o entrevistador falou ou dirigiu a ele. 
b) Neologismos patológicos: palavras inteiramente 
novas criadas pelo paciente ou palavras existentes que 
recebem uma acepção totalmente nova. 
c) Esquizofazia ou jargofagzia: repetição de frases 
inteiras sem sentido, tornando o discurso quase que 
ininteligível, pois há fluxo verbal desorganizado e 
caótico. 
d) Criptolalia: uma linguagem privada do doente que 
ninguém entende. 
DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL 
Eixo I Diagnosticados os transtornos mentais. 
Eixo II Transtornos de personalidade e retardo mental. 
Eixo III Quaisquer doenças diferenças. 
Eixo IV Estressores psicossociais e ambientais. 
Eixo V 
Avaliações do funcionamento antes e depois dos 
transtornos dos eixos I e II.

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