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CURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DISCENTE: ISABEL CRISTINA DE ALMEIDA CAMPOS BRITO PROFESSORA: ANA LAURA CAMARA MARQUES PERÍODO:4º TURNO: M SEMESTRE: 2022.2 22/10/2022 MOSSORÓ AS ESPECIFICIDADES DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM IDOSOS O envelhecimento é um processo natural e cíclico do ser humano onde está relacionado a diversos fatores da vida de uma pessoa, sendo a soma de todas as experiencias, o resultado de todas as decisões que foram tomadas durante o percurso. Diante disso, percebemos que vivenciar essa fase apresenta situações diferentes para cada ser humano, pois somos únicos. É um processo que desencadeia mutações orgânicas, físicas, psicológicas, sociais, comportamentais e funcionais, nas quais a interação dos fatores genéticos e ambientais desempenha um papel determinante (Costa & Monego, 2003). Dentro dessa perspectiva, é fundamental que a sociedade esteja preparada para propiciar um envelhecimento saudável, com desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional e do bem-estar. O processo de envelhecimento inicia-se cedo, no final da segunda década de vida, antes de qualquer sinal externo. E é por volta dos quarenta anos que se começam a notar as primeiras alterações estruturais e funcionais, que se prolongam até ao fim da vida. Este processo resulta de fatores internos, como o património genético, e de fatores externos como o estilo de vida, a educação e o ambiente (Lima, 2010). O processo de envelhecimento desencadeia mutações orgânicas, físicas, psicológicas, sociais, comportamentais e funcionais, nas quais a interação dos fatores genéticos e ambientais desempenha um papel determinante (Costa & Monego, 2003). A avaliação psicológica consiste no recurso a técnicas e testes que avaliam e descrevem o funcionamento psíquico de uma pessoa, num dado momento, podendo predizer o seu comportamento. Sendo através dela que estudamos e avaliamos várias dimensões da mente humana, designadamente: a personalidade, as competências cognitivas (atenção, percepção, memória, processamento simultâneo e sequencializado, simbolização, compreensão, inferência, planificação e produção de estratégias, conceptualização e resolução de problemas. A avaliação geriátrica estruturada realiza-se através da observação direta (testes de desempenho) e questionários. Assim, a avaliação funcional das pessoas com mais de 65 anos centra-se nas seguintes dimensões: física, psicológica (cognição e humor) e social. Sendo assim, a avaliação deve auxiliar no diagnóstico diferencial e na detecção de alterações, ainda que mínimas e disfunções em estágios iniciais, contribuindo para o planejamento do tratamento (psicoterapêutico ou farmacológico) e acompanhamento da evolução do caso. Naturalmente, cada instrumento possui um objetivo específico. Uns são utilizados para medir a saúde geral ou específica, para se efetuarem avaliações clínicas, triagens ou pesquisas; outros, medem graus de dependência mais graves como incapacidades físicas e sociais (Jr & Reichenheim, 2005). Os testes neuropsicológicos avaliam as demências que se caracterizam por défices nas funções cognitivas: memória imediata e de trabalho, linguagem, cálculo, práxicos, funções visoconstrutivas, visuoespaciais e visuognósicas, perturbações do pensamento abstrato, do julgamento, do raciocínio e das funções de execução. Também são frequentes distúrbios comportamentais e deterioração pautada pela despreocupação com a higiene e apatia nos relacionamentos (Boaz, 2008). Os principais objetivos são guiar uma ação mais efetiva e criteriosa em relação a tratamentos e cuidados necessários em cada caso, mesmo aqueles mais complexos, orientação a familiares e cuidadores sobre estratégias que podem ampliar a funcionalidade e bem-estar do idoso utilizada judicialmente para apontar se o paciente se encontra apto ou não para suas atividades laborais ou administrar sua vida (processos de interdição jurídica). Inicialmente a demanda a ser avaliada pode ser trazida pelos familiares, indicada por um médico (geralmente geriatras, psiquiatras ou neurologistas), exigência jurídica (casos de possível interdição ou necessidade de declaração de funcionamento cognitivo do idoso para doações, testamento); Por vontade própria devido a queixas de memória ou após perdas importantes (cônjuge, amigos ou presença de doenças físicas), desadaptação com a aposentadoria, percepção de declínio cognitivo ou ainda de forma preventiva. A avaliação psicológica deve tentar responder a três pontos: presença ou não de transtorno. Em caso positivo, natureza degenerativa ou não, intensidade dos prejuízos cognitivos funções cognitivas afetadas. Os pontos mais importantes são os aspectos cognitivos (possíveis processos demenciais e sintomas relacionados) e aspectos emocionais (quadros de depressão e ansiedade). As etapas são a entrevista inicial acompanhada da anamnese, além da entrevista deve envolver a aplicação de uma bateria de testes que pode confirmar ou não as informações obtidas na anamnese, observação clínica e observações do comportamento do idoso em atividades do dia a dia. Ela deve ser composta de acordo com as queixas, suas capacidades e limitações físicas, podendo envolver: inteligência, funções cognitivas específicas (atenção, memória, linguagem, orientação espacial, orientação temporal, funções executivas, percepção visual), capacidade funcional e comportamental, intensidade de sintomas depressivos e ansiedade, funções motoras do paciente. Existem vários instrumentos utilizados para avaliar o constructo trazido para tal fim. Sendo assim, trazemos alguns exemplos como a avaliação da memória que pode ser utilizado o Figuras Complexas de Rey (planejamento e memória visual), para avaliar a atenção podemos utilizar o Teste das Trilhas Coloridas (atenção e funções executivas), para avaliar a personalidade pode ser utilizado o Inventário de Cinco Fatores Neo-PI e entre outros instrumentos autorizados pela SATEPSI. No final de todo processo é importante que seja feito a devolução dos resultados. Isso porque, principalmente no caso de idosos que apresentam quadro demencial ou outra alteração cognitiva ou de humor, sugere-se que a devolutiva seja realizada para o idoso e seus familiares para que possam auxiliar no tratamento. Em outros casos, a devolução pode ser feita apenas para o próprio idoso. Também deve ser feita para quem a solicitou e, dependendo do profissional, deve ser elaborado um laudo escrito. A devolução é importante pois permitirá a orientação do idoso, de sua família, cuidadores e outros profissionais envolvidos em relação à melhor forma de lidar com o quadro e aproveitar suas capacidades preservadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Boaz, Cristine et al. (2008). Instrumentos de investigação cognitiva em idosos na avaliação das demências. Psicologia.com.pt Costa, E. F. A. & Monego, E. T. (2003). Avaliação Geriátrica Ampla (AGA). Revista da UFG, Vol. 5, No. 2. Jr, C. M. P. & Reichenheim, M. E. (2005). Uma revisão sobre os instrumentos de avaliação do estado funcional do idoso. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro. PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013.