Medicalização Social e Padrões de Beleza na Odontologia

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Isso sugere haver motivações econômicas no crescente interesse médico pela beleza. A sofisticação da “arte dentária” dos dentistas aproxima os seus praticantes da posição social de curadores, mas alguns de seus objetivos estão associados à procura pela beleza e suas armadilhas subjetivas, o que pode, em alguns casos, não corresponder apenas à indicação técnica, e sim ao desejo do “consumidor- -paciente”, protagonista e indutor de transformações do objeto odontológico
A higiene bucal, largamente disseminada na população, é o exemplo mais evidente. Sem questionar sua eficácia, há de se considerar que se trata de uma estratégia biopolítica, no dizer de Foucault (1979): uma tecnologia de poder que gera controle de comportamentos de forma centralizada através de regras e disciplinas capilarizadas nas sociedades e na cultura geral
Após a leitura do texto “Medicalização social e odontologia: possíveis aproximações” pude perceber alguns pontos que me chamaram a atenção, um deles é sobre como é formulado o padrão perfeito de saúde bucal, onde se baseia em aspectos físicos, como manter os dentes limpos, brancos, alinhados e sem falhas. Entretanto, assim como em qualquer padrão de ideal perfeito, o seu não alcance traz ao indivíduo frustrações, gerando angustias e nesse caso, a pessoa frequenta o dentista de forma ainda mais frequente, onde se é criado uma associação entre saúde bucal com visitas ao dentista. Apesar disso, muitos dos pacientes creem que tais visitas não são suficientemente regulares, ocorrendo assim, a sensação de culpa relacionada a isso. 
Logo, ao entendermos sobre higiene bucal, é interessante perceber sobre como Foucault descreve isso, alegando que se trata de uma estratégia biopolítica, onde o mesmo afirma ser uma tecnologia de poder que gera controle de comportamentos de forma centralizada através de regras e disciplinas capilarizadas nas sociedades, uma vez que, a higiene bucal é largamente disseminada na população.