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A reciprocidade é um elemento essencial para a manutenção da harmonia na dimensão social e tem relação direta com a moralidade do sujeito. Sua estruturação perpassa um esquema que envolve premissas e papéis sociais que tem total importância para sua compreensão na humanidade como um todo. Esse entendimento também se faz presente na esfera organizacional e tem extrema relevância nas interações sociais da mesma. No decorrer deste artigo, serão destacados conceitos que compõem o esquema mental da reciprocidade e sua aplicabilidade no contexto organizacional. O princípio da reciprocidade se baseia nas premissas de que devemos amparar a quem nos auxilia e não devemos prejudicar quem nos beneficia. A interação gerada pelo fenômeno da reciprocidade implica numa relação onde existe um sentimento de débito por parte do receptor, indivíduo que foi amparado, e um sentimento de expectativa por parte do doador, sujeito que beneficiou o outro. Observa-se a existência de uma obrigação moral que alimenta essa relação entre os papéis sociais vivenciados pelo receptor e doador, fazendo com que o receptor se torne um devedor, e o doador, um credor. Num contexto organizacional, a relação entre o indivíduo e organização também pode ser analisada por essa vertente da retribuição e obrigatoriedade. Os papéis sociais podem interagir entre empregado e organização ou entre os próprios empregados. A relação de reciprocidade traçada entre o indivíduo e sua organização abrange um valor de moralidade, quando, por exemplo, o indivíduo cumpre metas para a empresa e é recompensado com melhores condições de trabalho. Uma outra situação seria quando sujeitos competem por uma vaga de emprego para um cargo superior, onde na busca individual pelo benefício próprio, se empenham ao máximo em função da benesse da organização. Fica subentendido que funcionários que beneficiam a cultura da empresa merecem melhores condições, assim como empresas que garantem as melhores condições e salários também merecem ser compensadas com um serviço de máxima qualidade de seus empregados. Diante do exposto, quando se analisa as relações encontradas nos ambientes de trabalho dos dias atuais, nota-se que essas interações, mesmo que com teor de individualismo e competitividade, também seguem os esquemas de reciprocidade, seja ele para benefício próprio ou coletivo. Quando analisamos as organizações pela perspectiva de trabalho enquanto aparato social, vemos a necessidade de aplicar o esquema de reciprocidade, com o intuito de gerar harmonia no ambiente de trabalho e entre seus pares, produzindo uma ajuda mútua que se origina no sentimento de retribuição e orbigatoriedade e ao mesmo tempo mantendo a competitividade existente nas organizações em busca do próprio benefício. Isabella Pedro Teixeira
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