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Caminhada extensa ▷ diarréia: Diarréia é uma manifestação clínica. Diarreia é a eliminação de fezes amolecidas, de consistência líquida que vem acompanhada de: ● evacuações >3x ao dia ● massa >200g/dia A diarreia ocorre com o desbalanço de absorção e secreção de fluidos e redução da absorção e ou aumento da secreção. • Classificação: 1. diarreia aguda: <2 semanas 2. diarréia protraída ou persistente: 2-4 semanas 3. diarreia crônica: >4 semanas Origem: 1. Diarreia alta (proveniente do intestino delgado) podendo ultrapassar 10 L por dia. A sindrome disabsortiva associada a esteatorreia pode ocorrer. 2. Diarreia baixa(proveniente do cólon) em pouca quantidade mas muito frequentes e associadas ao tenesmo (desconforto ao evacuar) e urgência fecal, clássico na irritação do reto. Não exceda 1,5L. • Fisiopatologia: → Diarreia osmótica: Acúmulo de solutos osmoticamente ativos não absorvíveis no lúmen intestinal. Retenção de líquidos intraluminais e então a diarreia. Isso ocorre porque o delgado e o cólon não conseguem sustentar um gradiente osmótico e então não conseguem manter o equilíbrio dos dois lados da mucosa. A diarreia osmótica cessa com o estado de jejum, logo não há diarreia noturna, ao contrário das diarréias secretórias. Neste caso, a absorção dos eletrólitos está intacta, a qtdd de Na e K tendem a ser reduzidas, e observamos um gab osmolar fecal elevado >125 mOsmm/L. Esse parâmetro é utilizado para estimar a contribuições dos eletrólitos sodio e potássio para a retenção de água no lúmen intestinal. → Diarreia secretória: Fatores como toxinas, drogas, substâncias neuro-hormonais promovem distúrbios no processo eletrolítico da mucosa intestinal por meio da secreção de íons e água para o lúmen ou inibição da absorção.. Nesse caso o gap osmolar será baixo (<50 mOsm/L). → Diarréia inflamatória: Liberação de citocinas e mediadores inflamatórios por lesão direta da mucosa intestinal, que estimula a secreção intestinal e aumento da motilidade. Sangue, pus e muco nas fezes, e pode ser chamada de disenteria com lactoferrina fecal aumentada, já que é um marcador de ativação leucocitária.. Pode ser infecciosa ou não infecciosa. → Diarréia disabsortiva: Conhecido como esteatorréia (aumento da eliminação fecal de lipídios) pela baixa absorção de lipídios no intestino delgado e pode ser causado por uma síndrome de má absorção ou má digestão. Ex.: Doença celíaca, doença de Crohn, doença de Whipple, estrongiloidiase. → Diarréia funcional: A absorção e a secreção estão normais, porém não há tempo suficiente para ocorrer a absorção de nutrientes devido a hipermotilidade intestinal. Os principais exemplos são síndrome do intestino irritável e diarreia diabética. • Epidemiologia: Nona causa de morte em 2015, a maioria dos casos está associada a alimentos e fonte de água contaminados. Mais de 2 bilhões de pessoas não têm acesso ao saneamento básico. A diarreia infecciosa aguda continua sendo uma das causas mais comuns de mortalidade. A diarreia aguda recorrente, em crianças de países tropicais resulta em enteropatia ambiental com impactos de longo prazo nos desenvolvimentos físicos e intelectuais. ▷ diarréia aguda: Duração <2 semanas e na maioria das vezes, com etiologia infecciosa por vírus, bactérias, helmintos e protozoários. Também ocorre devido a ingestão de medicamentos, açúcares pouco absorvidos, impactação fecal, inflamação pélvica ou isquemia intestinal. • Etiologia: A gastroenterite viral é a causa mais comum de diarreias infecciosas, sendo a mais importante o rotavírus, causando diarreia em sua maioria em bebês e idosos. O rotavírus invade células intestinais a partir de receptores específicos e escapa do endossomo ficando livre no citosol para se multiplicar. Logo produz a proteína NSP4 que bloqueia alguns transportadores como o SGLT1, interrompendo a absorção de Na, Glicose e água, provocando diarreia. O Norovírus é o que causa mais gastroenterite em adultos. O principal agente é a bactéria E.coli. que faz parte da microbiota intestinal, porém existem algumas formas patogênicas que podem ser adquiridas e causar diarreias. Outros agentes bacterianas são Shigella, Salmonella ssp, S aureus. • Quadro clínico: Diarreias agudas são ● Leves, 3 a 7 evacuações por dia e perda de menos de 1L de liquido nas fezes. ● Graves, mais de 20 vezes ao dia e perda de mais de 5L de fluido, com desidratação, hipovolemia, choque circulatório e acidose metabólica, como na cólera. ● Acompanhadas de náuseas e vômitos com dor abdominal difusa, temos a síndrome de gastroenterite aguda, causada por infecções virais ou intoxicação alimentar, adquirida por infecção fecal-oral pela água, alimentos ou contato interpessoal. ● diarreias agudas inflamatórias afetam o cólon, com diarreia de pequeno volume, múltiplos episódios ao dia, dor no quadrante inferior esquerdo, tenesmo e urgência fecal (irritação do retossigmoide) ● Diarreia aguda não inflamatória afetam o delgado, com diarreia de grande volume, poucos episódios e dor periumbilical, acompanhados dos demais sinais e sintomas, se dá a síndrome de gastroenterite aguda. ▷ diarréia crônica: Persistência do quadro de diarreia por mais de 4 semanas. As causas da diarreia crônica são: → Alergias/ Intolerâncias ao glúten/ lactose A deficiência de lactase causa gases, distensão e diarreia após a ingestão de leite ou derivados, mas não perdem peso. A lactose não absorvida é osmoticamente ativa e leva a água para o lúmen intestinal. → Uso excessivo de medicamentos como laxantes e antibioticos → Doenças autoimunes do intestino → Doenças genéticas como fibrose cística → Infecções como giardíase, ascaridíase, amebíase, protozoários (Giardia lamblia) AIDS, tuberculose intestinal, infecções como fungos, bactérias e vírus. Má absorção em indivíduos com muitos trofozoítos em hospedeiros imunocomprometidos ou com deficiência de IgA, causando inflamação da mucosa, achatando as vilosidades e reduzindo a área de superfície absortiva. A ameba é um parasita do intestino grosso. Quando invade a parede do intestino, causa diarreia com sangue, agravando o caso. → Câncer intestinal Tumor carcinomas metastáticos do trato gastrointestinal podem desenvolver uma diarreia aquosa e dores abdominais em cólicas. → Insuficiência do pâncreas O vipoma é um tumor raro do pâncreas que produz peptídeos secretagogos que cursa com diarreia secretória (perda involuntária das fezes). • História Clínica: Entender o que o paciente caracteriza como diarreia, suas características, diferenciar a diarreia da incontinência fecal, pois também pode estar associada com perda involuntária de fezes. Características: → Origem alta Diarreia com pequenos números de evacuações ao dia, porém com odor fétido, presença de gordura ou alimentos não digeridos, com comprometimento da absorção. → Origem baixa Diarréia de pequena quantidade, com presença de sangue vermelho vivo e acompanhado de tenesmo, sugerem comprometimento do cólon distal por neoplasia ou inflamação. Checar manifestações extra intestinais. Antecedentes pessoais: doenças sistemicas como artrite, diabetes, hipertiroidismo, doenças do colágeno, úlcera pépticas de repetição, cirurgias gastrointestinais Antecedentes familiares: casos na família de doença inflamatória intestinal, doença celíaca e neoplasia de cólon tbm direcionam a investigação. Avaliar o turgor da pele para avaliar o nível de desidratação, frequencia cardíaca e mensuração da pressão arterial em decúbito e sentado. O exame do abdome avalia distensão e sensibilidade abdominal. ▷ diarréia aguda diagnóstico: Identificar: ● volume das evacuações ● frequência das evacuações ● sangue, muco, pus nas fezes ● característica das fezes (cor, odor, consistência) ● febre ● dor abdominal, nauseas, vomitos ou outros sintomas ● ausência de melhora após 48h ● surtos na comunidade ● viagens recentes ● uso de antibióticos ● idade do indivíduo e imunocomprometidos Exames laboratoriais: Não há necessidade de solicitar exames laboratoriais quando a diarreia cessar em tornode 5 dias, porém em pacientes com mais de 70 anos, sim, deve-se investigar. Os exames são: EAF (elementos normais nas fezes), coprocultura, toxina do C.di�cile e testes parasitológicos. Tratamento: ● Hidratação e correção de distúrbios hidroeletrolíticos, realimentação, uso de antibióticos e de probióticos. ● Dieta leve e de fácil digestão, com ingesta de água, sal e carboidratos. ● Em lactentes, o aleitamento não deve ser interrompido. ● Dar preferência a reidratação oral, quando não houver intolerância à via venosa ● O Ringer Lactato é um solução em que o lactato é transformado em bicarbonato pelo fígado, corrigindo e prevenindo a acidose metabolica. ● O soro caseiro: a glicose é absorvida nos enterócitos em co transporte com o sódio, assim a glicose faz o sódio entrar na célula, e a glicose garante energia necessária para isso. A água sempre acompanha o sódio, mas a glicose absorvida através do soro leva a água e o sódio para dentro do corpo, mesmo que a sua secreção esteja aumentada pela diarreia. Agentes antidiarréicos: As drogas antidiarreicas podem dar conforto ao paciente, porém só poderá ser empregado em caso de diarreia aguda não inflamatória, sem presença de sangue, muco e pus nas fezes, febre, sinais de toxicidade sistêmica, para não haver chances de complicações. Medicamentos: Racecadotril (Tiorfan), Loperamida (Imosec), Subsalicilato de Bismuto (Pepto- Bismol) Antimicrobianos: Pacientes com diarréia aguda devem receber antibioticoterapia empírica quando houver: ● presença de leucócitos fecais no EAF ● disenteria+febre+dor abdominal intensa ● desidratação importante ● >= 8 evacuações por dia ● paciente imunodeprimido ● necessidade de hospitalização por diarreia Medicamentos: Fluoroquinolonas (Ciprofloxacina, levofloxacina, ou sulfametoxazol+trimetoprim) ● Plano A: Tratamento em domicílio. Aumentar a oferta de líquidos, incluindo soro de reidratação oral e manutenção da alimentação. Deve-se iniciar a suplementação com zinco e manter alimentação habitual. ● Plano B: Administrar o soro de reidratação sob supervisão médica. Manter o aleitamento materno e suspender os outros alimentos, durante o período de terapia. Após o término desta fase, retomar os procedimentos do Plano A; ● Plano C: Corrigir a desidratação grave com terapia de reidratação por via parenteral. Em geral, o paciente deve ser mantido no serviço de saúde, em hidratação parenteral de manutenção, até que tenha condições de se alimentar e receber líquidos por via oral na quantidade adequada. As indicações para reidratação venosa são: desidratação grave, contra indicação de hidratação oral (íleo paralítico, abdômen agudo, alteração do estado de consciência ou convulsões), choque hipovolêmico. ANTIDIARRÉICOS E ANTIEMÉTICOS NÃO DEVEM SER UTILIZADOS ➢ Síndromes disabsortivas Ou má absorção é a descrição da hidrólise ineficiente de nutrientes (má digestão) quanto de defeitos na absorção intestinal pela mucosa e no transporte de nutrientes para a circulação sanguínea (carboidratos e proteínas) e linfática (gorduras). A digestão e a absorção dos nutrientes envolvem três fases: → Fase luminal: Processos de digestão intraluminal dos nutrientes. → Fase mucosa: Onde ocorre a digestão complementar como pela mucosa. → Fase de transporte: Passagem dos nutrientes para a circulação sanguínea e linfática ➢ Síndromes disabsortivas A insuficiência na produção de enzimas digestivas específicas, origina doenças que afetam os órgãos produtores como estômago, pancreas e fígado, causando pacreatite, obstrução do ducto biliar, fibrose cística, deficiencia na produção da enzima lactase pela mucosa intestinal, remoção cirúrigca de parte do estomago e gastrite atrofica. Alteração da própria mucosa intestinal passa a não absorver adequadamente os nutrientes da alimentação mesmo que já tenha passado pelo processo da digestão, por exemplo: doença celíaca, Espru tropical, doença de whipple, doença de chron, retocolite ulcerativa, infecçoes locais por bactérias, vírus e protozoários, drogas nomo neomicina, alcool, ressecção do intestino, tumores, enterites regionais pós tratamento redioterápico da região abdominal. Alteração da circulação sanguínea, vasos linfáticos da mucosa intestinal, ou vasos sanguíneos que irrigam a região mesentérica intestinal, prejudicam o transporte de nutrientes absorvidos pelo intestino para o organismo: Linfangiectasias Intestinais, Mucoviscidose, Isquemia Mesentérica, Linfomas. ➢ Sinais e sintomas Varia de acordo com a localização dos nutrientes mal absorvidos: ➢ cólicas abdominais, diarréias, perda de peso progressiva com sinais claros de desnutrição, pele seca e descamativa, anemia, perda de massa muscular, edema, cabelos secos, glossite, queilite. .: deve-se suspeitar da má absorção de nutrientes no intestino. ➢ Deficiencia de absorção de gordura gera deficiencia de vitaminas que pegam carona nela, podendo gerar manchas roxas e sangramentos nas gengivas. ➢ Na má absorção da vitamina B12, os sintomas são anemia, alterações neurológicas e formigamento nas mãos. ➢ Na má absorção do ferro, temos a anemia ferropriva, que leva a palidez da pele e das mucosas, cansaço progressivo, dores nas pernas e baixa imunidade ➢ Na má absorção da lactose, consequencia da falta da enzima lactase, o acúmulo deste açúcar do leite no intestino leva ao aparecimento de cólicas abdominais, flatulencia, estufamento da barriga, diarreias explosivas e náuseas. ➢ Na alteração da circulação sanguínea dos vasos intestinais, o sintoma mais frequente é dor abdominal como acontece no caso da isquemia mesenterica. ➢ Doença celíaca A doença celíaca é induzida pelo consumo de proteínas presente no trigo, centeio e cevada, que afeta o trato intestinal. Tem caráter autoimune de caráter permanente que só aparece em indivíduos geneticamente predispostos, que leva a uma lesão na mucosa do intestino delgado, resultando na má absorção de nutrientes. É uma doença de hipersensibilidade do tipo IV e recruta linfócitos T. → Epidemiologia A doença celíaca acomete brancos de origem caucasiana 1:100, 10% recebe o diagnóstico, pois pode ser oligo ou assintomáticas. → Fisiopatologia O glúten, na luz do intestino, libera gliadina que é um peptídeo rico em resíduos de glutamina. A gliadina se liga à enzima transglutaminase tecidual (TTG) presente nos enterocitos da mucosa do delgado formando um complexo q tem alta afinidade pelo HLA-DQ2 e HLA-DQ8 que estão na células que possuem antígenos MHC II. Estas células estimulam os linfócitos do tipo TH1 a produzir IL-15 que vai atuar no enterocitos para que produza MCH I. Os linfócitos do tipo TH1 produzem interferon-gama que ativa linfócitos TCD8+ que reconhece o MCH 1, passando a reconhecer a glutamina e passa a liberar perforinas que induzem a apoptose dos enterocitos. Isso causa a destruição da mucosa intestinal devido a infiltração linfocítica, associado a produção de auto anticorposcontra glúten, gliadina e TTG. → Manifestações clínicas Durante o início da introdução alimentar: Distensão abdominal, diarreia cronica como esteatorreia, deficit pondero estatural e carencia de multiplos nutrientes (ferro, ac fólico, vit B12, anemia, calcio, vit D, osteoporose, vit K coagulopatia, vit A hiperceratose cutânea, vit E neuropatia) Em crianças mais velhas ou adultos: diarreia crônica, dispepsia, flatulencias e perda ponderal. Pacientes assintomáticos com outras manifestações clínicas: fadiga, anemia ferropriva refrataria a reposição oral de ferro, osteopenia, osteoporose, baixa estatura, atraso na puberdade, amenorreia, infertilidade, dermatite herpetiforme ( deposito de IgA na pele q se manifesta através de lesões urticariformes, vesículas e pápulas nos joelhos e cotovelos. → Diagnóstico • Sorologia Pesquisa de autoanticorpos característicos quando há suspeita de doença celíaca. O teste IgA anti-transglutaminase com 95% de especificidade e sensibilidade. O IgG anti-gliadina, qdo o anterior der negativo porém a clínica permanece com suspeita. • Endoscopia digestiva alta Uma EDAdeve ser realizada com suspeita de doença celíaca com sorologia positiva ou não. As características da doença celíaca não são patognomicas. As alterações esperadas são: Macroscópicamente atrofia e aplainamento das dobras das mucosas e vilosidades; Microscopicamente infiltração linfocítica no epitélio e na lâmina própria, com atrofia das vilosidades e hiperplasia das criptas. • Tratamento Suspensão do glúten na dieta. Para evitar a toxicidade com corticóides, é preferível aderir ao glúten free. Limitar a ingesta de laticínios. A reposição de nutrientes como ferro, ac fólico, vit ADEK devem ser feitas conforme a necessidade. Caso não haja sucesso nos 6 primeiros meses, indica-se um glicocorticoide. • Equipe multiprofissional Para garantir a reinserção social e adaptação, o cuidado deve envolver a equipe multiprofissional de modo a amenizar as consequencias das novas condutas alimentares, para que não haja sentimento de rejeição ou frustração, causando o mínimo de prejuízo possível ao cotidiano. As avaliações frequentes ajudam a minimizar doenças associadas como disturbios do sono, humor e psicológicos. • Glicocorticoides São hormônios produzidos nas glândulas supra renais. Na medula (porção interna) provém do endoderma e sua função é a produção da adrenalina e noradrenalina; no córtex, origina-se do mesoderma e é dividido em glomerulosa (produz mineralocorticóides), fasciculada (produz glicocorticóides) e reticular (produz andrógenos e estrógenos). O hipotálamo é estimulado por algum fator e há produção do hormônio liberador da corticotrofina. Com isso há produção do hormônio adrenocorticotrófico, então os três principais hormônios são liberados: glicocorticoides, mineralocorticoides e os sexos. São regulados pelo feedback negativo. Tem efeito anti-inflamatório, com a redução da permeabilidade do endotélio capilar, evitando o extravasamento de líquidos e proteínas, o que leva a uma redução no edema, inibe a migração dos leucócitos, dificulta a deposição de fibrina e proliferação de fibroblastos, retardando a cicatrização. Via oral: prednisone, prednisolone, dexamethasone, fludrocortisona Via injetável: hidrocortisona, dexametasona, metilprednisolona Corticoide nas doenças do aparelho digestivo: Pacientes com colite ulcerativa que não melhoram com o emprego de outras drogas, a administração pode ser por via oral ou via retal (colite restrita ao reto ou até o retossigmóide). Outra situação onde os corticóides são utilizados é na Doença de Crohn, além de serem indicados na doença celíaca, quando os pacientes não respondem a dieta restrita ao glúten. Deve-se destacar, que também são recomendados em casos de hepatites com necrose hepática subaguda graves e na necrose maciça (hepatites fulminantes) e em caso de encefalopatia na hepatite alcoólica. Complicações: Úlcera péptica, perfuração intestinal, pancreatite. Ações Fisiológicas. Os corticosteroides possuem efeitos numerosos e disseminados, que incluem alterações no metabolismo dos carboidratos, pro teínas e lipídeos; manutenção do equilíbrio hidreletrolítico; e preservação da função normal do sistema cardiovascular, do sistema imune, dos rins, do sistema músculo esquelético, do sistema endócrino e do sistema nervoso. Além disso, os corticosteroides conferem ao organismo a capacidade de resistir a circunstâncias estressantes, como estímulos nocivos e alterações ambientais. Na ausência do córtex suprarrenal, a sobrevida só é possível com a manutenção de um ambiente ideal, incluindo alimentação adequada e regular, ingestão de quantidades relativamente grandes de cloreto de sódio e manutenção de uma temperatura ambiente apropriada. Nesse contexto, determinados estresses, como infecção, traumatismo e temperaturas extremas, podem ser potencialmente fatais. Fonte: Sanarflix
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