SP1 Hum� - Dra. Anna Carolina UCT 18 - Problemas mentais e de Comportamento 1. Defina distímico e ciclotímico e seus respectivos processos diagnósticos. Fonte: Tratado de Psiquiatria - Sociedade Brasileira de Psiquiatria Porto - Clínica Médica na Prática Diária Como diagnosticar? O primeiro episódio de mania/hipomania e/ou depressão requer a realização de exames laboratoriais, entre eles a função tireoideana, exames de imagem (ressonância magnética do crânio) e eletroencefalograma. Isso se deve ao fato de que diversas condições clínicas podem mimetizar episódios de humor. 2. Conhecer como é realizada a avaliação do estado mental e o processo diagnóstico para quadros psiquiátricos (MEEM). Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3596396/mod_resource/content/1/ORIENTACOES_PARA_EXAM E_PSIQUITRICO.pdf Vitória Vital - T4 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3596396/mod_resource/content/1/ORIENTACOES_PARA_EXAME_PSIQUITRICO.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3596396/mod_resource/content/1/ORIENTACOES_PARA_EXAME_PSIQUITRICO.pdf Exame psiquiátrico I. Avaliação geral da pessoa ↪ Aparência: modo de andar, o tipo de roupa, adornos, maquiagens utilizados, higiene pessoal, cabelos alinhados ou em desalinho. ↪ Postura e atitudes na situação do exame: relação e a atitudes perante o entrevistador (ex. cooperante, indiferente, passivo, fóbico, agressivo, potelante, cabisbaixa, dissimulado, inseguro, histriônico, sedutor, dentre outros). Deve existir fundamentação sobre o que levou a conclusão. II. Exame das funções mentais Para completo exame clínico das funções mentais deve ser observado: ↪ Afeto e Humor: O afeto é descrito, muitas vezes, com os seguintes elementos: qualidade, quantidade, variação, adequação e congruência. Os termos usados para descrever a qualidade (ou o tom) do afeto de um paciente incluem disfórico, feliz, eutímico, irritável, irritado, agitado, choroso, soluçante e embotado. ↪ Insight: Insight na avaliação psiquiátrica, refere-se ao entendimento do paciente de como está se sentindo, se apresentando e funcionando, bem como das possíveis causas de sua apresentação psiquiátrica. Ele pode não ter entendimento, ter entendimento parcial ou entendimento total. São funções mentais a serem avaliadas: ● nível de consciência ● estado cognitivos (orientação, atenção, memória e inteligência) ● pensamento ● linguagem ● sensopercepção ● humor/afeto ● psicomotricidade III. Avaliação de funções psicofisiológicas ● sono ● apetite/dieta ● sexuaidade ● exame físico 3. Descreva Transtorno depressivo: A. Definição B. Epidemiologia e fatores de risco C. Fisiopatologia D. Classificação E. Quadro clínico F. Diagnóstico G. Tratamento H. Prognóstico Fonte: Tratado de Psiquiatria - Sociedade Brasileira de Psiquiatria Manual de Psiquiatria Clínica - UNESP Transtornos depressivos O transtorno depressivo maior (TDM) é uma doença comum, heterogênea e incapacitante que afeta 10 a 15% da população ao ano. Apesar dos avanços na compreensão da psicofarmacologia e dos biomarcadores da depressão, assim como da introdução de novas classes de vários antidepressivos, apenas 60 a 70% dos pacientes com esse transtorno respondem à terapêutica antidepressiva. Dentre aqueles que não respondem, em torno de 10 a 30% apresentam sintomas residuais associados a dificuldades sociais e profissionais, declínio da saúde física, pensamentos suicidas e maior utilização dos serviços de saúde. O impacto do TDM na qualidade de vida pode ser tão grande ou maior que o das doenças crônicas como o diabetes. Dependendo da gravidade da depressão, uma média de 59% dos pacientes com TDM relatam prejuízo grave em domínios como trabalho, família, relacionamentos e vida social. O tratamento do TDM deve, portanto, incluir, além do alívio dos sintomas emocionais e físicos, a melhora do funcionamento psicossocial e profissional dos pacientes. Vitória Vital - T4 Epidemiologia: A depressão é uma condição comum, e o risco do episódio depressivo maior durante a vida é de aproximadamente 15%. É uma doença progressiva, que tende a recorrência e cronicidade: 25% dos pacientes apresentam recaídas nos primeiros 6 meses e 85% em um período de até 15 anos. A idade média de início varia entre 24 e 35 anos, e a prevalência dos transtornos depressivos é 1,6 a 3,1 vezes maior em mulheres, o que pode estar relacionado com alterações hormonais, gestação, parto e estressores psicossociais. A depressão maior ocorre em cerca de 17 a 37% dos pacientes de cuidados primários com 65 anos ou mais, e 12 a 30% dos idosos que vivem em instituições. O risco de suicídio deve ser sempre avaliado. Entre 20 e 40% dos pacientes com transtorno afetivo apresentam tentativas de suicídio, e 15% dos pacientes com depressão grave cometem suicídio. Dentre os que cometem suicídio, até 70% procuram seus clínicos gerais dentro de 6 semanas antes do episódio. Fisiopatologia: Depressão é um transtorno neurobiológico complexo que, assim como outras condições, é produzida por múltiplas alterações de genes e suas interações com fatores ambientais, que podem aumentar o risco, como o estresse, ou conferir proteção, como o apoio social. Experiências adversas precoces (maus-tratos, abuso físico ou psicológico e falta de suporte social) podem aumentar o risco de depressão em indivíduos vulneráveis. O estresse ambiental influencia o desenvolvimento inicial da depressão em indivíduos suscetíveis, mas uma vez estabelecido o padrão de vulnerabilidade, novos episódios podem surgir ao longo do tempo, cada vez mais facilmente, sem que seja necessária a presença do estressor ambiental. A neurobiologia da depressão está associada a cinco áreas importantes do cérebro: córtex pré-frontal (inclui o córtex orbitofrontal, dorsolateral e cingulado anterior), a amígdala e o hipocampo, que fazem parte do sistema límbico. O córtex pré-frontal está envolvido em funções executivas (resolução de problemas, abstração, planejamento e julgamento). O córtex orbitofrontal regula os impulsos, compulsões e motivação e é relevante para vínculo e interação social. O cingulado anterior é uma área crítica para a valorização ou antecipação de recompensa e regulação de emoções. A amígdala é um ponto-chave de retransmissão para o processamento de estimulação afetiva positiva e negativa, e o hipocampo é importante tanto para a recuperação e o armazenamento de novas memórias, quanto na inibição de feedback do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), que está envolvido na resposta ao estresse. Sheline et al. estudaram o volume da substância cinzenta no hipocampo de pacientes com depressão e encontraram uma relação inversa entre o número de dias de depressão não tratada e volume do hipocampo, isto é, quanto maior o tempo que os pacientes permaneceram sem tratamento, menor seu hipocampo. A perda de volume em estruturas cerebrais frontolímbicas de pacientes com depressão pode ser o resultado de uma redução do volume neuronal e da densidade das células da glia, que é a característica mais proeminente da patologia celular na depressão. As células da glia fornecem glicose para os neurônios e proteção contra os efeitos deletérios de aminoácidos excitatórios, como o glutamato. Elas também participam da modulação da neurotransmissão e facilitam a reparação neuronal e sua sobrevivência por meio da síntese e liberação de fatores neurotróficos. A redução do número e volume de células gliais pode levar à redução de volume neuronal e também de conectividade. Outras teorias da neurobiologia: ● teoria monoaminérgica (serotonina, noradrenalina e dopamina) – sugere que a depressão é causada por uma deficiência da neurotransmissão monoaminérgica, e os antidepressivos agem aumentando a disponibilidade de monoaminas na fenda sináptica, corrigindo essa disfunção; ● ácido gama-aminobutírico (GABA) e o glutamato são os principais neurotransmissores inibitório e excitatório do sistema nervoso central (SNC), respectivamente – pctes deprimidos apresentam níveis ↑glutamato e ↓GABA no córtex occipital, ↑glutamato nos gânglios da