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E-BOOK 4


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e-Book 4
Flávio Pajanian
PESQUISA EM 
EDUCAÇÃO FÍSICA
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
AVALIAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 
EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES: 
ASPECTOS QUALITATIVOS E 
QUALITATIVOS ���������������������������������������������� 4
A PESQUISA CIENTÍFICA ������������������������������������������������������ 4
TIPOS DE PESQUISA E ABORDAGEM ���������������������������������� 8
VALOR-NOTÍCIA, AGENDAMENTO E SOCIEDADE DO 
ESPETÁCULO ���������������������������������������������������������������������� 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������58
3
INTRODUÇÃO
Neste módulo, estudaremos as principais diferen-
ças entre os métodos qualitativos e quantitativos 
de pesquisa científica. Com isso, podemos nos 
aprofundar nas particularidades de cada método e 
discutir o uso de diferentes instrumentos de coleta 
de dados utilizados em cada um desses métodos�
Em seguida, exploraremos os conceitos de universo 
e amostra, ao discutir os critérios para a escolha da 
população a ser estudada, bem como a definição 
do espaço amostral�
Por fim, abordaremos os procedimentos de coleta 
e tratamento dos dados científicos. Então surge a 
pergunta: preparado para mais uma viagem pelo 
maravilhoso mundo do conhecimento?
44
AVALIAÇÃO E ANÁLISE DE 
DADOS EM EDUCAÇÃO 
FÍSICA E ESPORTES: 
ASPECTOS QUALITATIVOS 
E QUALITATIVOS
A PESQUISA CIENTÍFICA
A pesquisa está diretamente ligada à produção de 
conhecimento, ou seja, a pesquisa é a atividade 
nuclear da Ciência, uma vez que ela
[���] possibilita uma aproximação e um entendimento 
da realidade a investigar� A pesquisa é um proces-
so permanentemente inacabado� Processa-se por 
meio de aproximações sucessivas da realidade, 
fornecendo-nos subsídios para uma intervenção 
no real (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p� 31)�
Assim, a pesquisa científica compreende a investi-
gação de fenômenos originários de uma determina-
da realidade, utilizando técnicas e procedimentos 
sistematizados, com o objetivo de solucionar um 
problema, descobrir e interpretar fatos relacionados 
a esses fenômenos�
55
Pesquisa científica em educação física e 
esportes
De acordo com Thomas, Nelson e Silverman (2012), 
os fenômenos e objetos de estudos podem surgir 
a partir de fontes distintas e podem visar a solu-
cionar dúvidas profundas e questões controversas, 
testar teorias e conceitos, além de contribuir para 
a academia e para a prática profissional. E em 
educação física e esportes não é diferente�
A abrangência e as diversas possibilidades de 
atuação resultam em um campo bastante fértil 
para a investigação científica. Desse modo, a 
pesquisa científica na área da educação física e 
esportes se posiciona em um continuum no qual 
temos a pesquisa básica de um lado e a pesquisa 
aplicada de outro�
A pesquisa básica e a pesquisa aplicada podem ser 
pensadas como dois extremos de um continuum� A 
pesquisa básica aborda problemas teóricos, geral-
mente em laboratório, e pode ter aplicação direta 
limitada� A pesquisa aplicada aborda problemas 
imediatos, geralmente em situações menos con-
troladas do mundo real, e é mais proximamente 
ligada à aplicação (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 
2012, p� 25)�
66
Nesse sentido, a maioria das pesquisas traz ele-
mentos de ambos os tipos, que se complemen-
tam, conferindo riqueza de detalhes científicos e 
aprofundamento conceitual e teórico�
Por exemplo, em uma pesquisa genérica, temos 
os seguintes resultados que podem ser aplicados 
na prática:
 y Tema: obesidade e programas de exercícios 
para perda de peso�
 y Problema de pesquisa: qual programa de 
exercícios é o mais eficiente para a redução do 
percentual de gordura?
 y Objetivo: investigar qual programa, entre corri-
das na esteira e treinamento funcional, apresenta 
os melhores resultados para a perda de peso�
 y Sujeitos da pesquisa: frequentadores adultos 
de uma determinada academia, homens e mulhe-
res, com idades entre 29 e 34 anos, divididos em 
3 grupos – Grupo corrida (Co); Grupo Treinamento 
funcional (TF); Grupo controle (C)�
 y Referências: pesquisa bibliográfica em perió-
dicos da área sobre obras que tratem do assunto 
e tragam resultados de pesquisas anteriores�
 y Meios e métodos: programa de 8 semanas de 
aulas de 1h, 5 vezes por semana para os grupos 
Co e TF e nenhum exercício para o grupo C� Um 
mesmo professor seria responsável pelas aulas 
dos dois grupos de exercícios� Não há qualquer 
77
acompanhamento nutricional para os três grupos 
e programas de exercícios adicionais� Seriam fei-
tos testes de bioimpedância para determinação 
do percentual de gordura e outros parâmetros 
importantes, nos três grupos, no início e no final 
do período de 8 semanas�
 y Esatística: de posse dos resultados, seria apli-
cado um tratamento estatístico para determinar o 
grau de confiabilidade e, a partir disso, concluir se 
houve diferença significativa entre os resultados 
dos grupos de exercícios e os do grupo controle, e 
entre o grupo de corrida e o grupo do treinamento 
funcional�
 y Limitações da pesquisa: heterogeneidade da 
amostra; diferenças na motivação entre os grupos 
de exercícios; dificuldade no controle de dieta e 
eventuais programas de exercícios adicionais, 
entre outros�
Esse exemplo não abrange o rigor metodológico, 
tratando-se apenas de uma situação hipotética 
de pesquisa com o objetivo de ajudar a esclarecer 
os procedimentos básicos de uma investigação 
científica.
88
Saiba mais sobre a bioimpedância na determinação do 
percentual de gordura, consultando Comparação entre 
diferentes aparelhos de bioimpedância para avaliação 
do percentual de gordura, de Adilson dos Reis Filho et 
al� (2011), disponível em: https://portalrevistas�ucb�br/
index�php/RBCM/article/viewFile/2183/1893
TIPOS DE PESQUISA E 
ABORDAGEM
A literatura acadêmica apresenta técnicas diferentes 
de abordar fenômenos e conduzir investigações 
cientificas, cada qual com peculiaridades, padrões 
e procedimentos próprios�
Nesse sentido, os tipos de pesquisa científica 
podem ser agrupados em abordagem, natureza, 
objetivos e procedimentos� Em relação aos tipos 
de pesquisa e suas abordagens, na sequência apro-
fundaremos os aspectos referentes às pesquisas 
qualitativa e quantitativa�
Pesquisa qualitativa
Frequentemente, a pesquisa qualitativa é descrita 
como interpretativa, pois visa a extrair os signifi-
cados atribuídos pelas pessoas às suas próprias 
experiências e compreensão sobre fenômenos reais�
SAIBA MAIS
99
A investigação procura aprofundar a visão de um 
determinado grupo social sobre os acontecimentos 
do mundo real, assim como busca respostas para 
o porquê das coisas� É muito comum nas ciências 
sociais aplicadas e ciências humanas, ao estudar 
comportamentos de indivíduos ou grupos sociais� 
Sendo assim,
A pesquisa qualitativa preocupa-se [���] com aspec-
tos da realidade que não podem ser quantificados, 
centrando-se na compreensão e explicação da 
dinâmica das relações sociais (GERHARDT; SIL-
VEIRA, 2009, p� 32)�
Na pesquisa qualitativa, o tamanho da amostra 
tem menor importância quando comparada à 
profundidade de opiniões e representatividade dos 
sujeitos investigados� A participação do pesquisa-
dor na coleta de informações é essencial, visto que 
uma eventual superficialidade nas observações, 
conversas e entrevistas pode vir a comprometer 
os resultados do estudo�
Para Mascarenhas (2012), as principais caracterís-
ticas da pesquisa qualitativa são: dados levantados 
e analisados simultaneamente; estudos descritivos 
voltados à compreensão do objeto; influência do 
pesquisador sobre a pesquisa não é evitada, muito 
pelo contrário, é considerada fundamental�
1010
Os estudos qualitativos têm as seguintes caracte-
rísticas, segundo Triviños (1987, p� 131):
 y A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural 
como fonte direta dos dados, e o pesquisador como 
instrumento-chave�
 y A pesquisa qualitativaé descritiva�
 y Os pesquisadores qualitativos estão preocu-
pados com o processo, não simplesmente com 
os resultados e o produto�
 y Os pesquisadores qualitativos tendem a ana-
lisar dados indutivamente�
 y O significado é a preocupação essencial na 
abordagem qualitativa�
“Na abordagem qualitativa, o pesquisador substi-
tui as correlações estatísticas pelas descrições, 
análises permeadas pela cultura, e as conexões 
causais objetivadas pelas interpretações” (MAR-
TINS; BICUDO apud SOUZA et al�, 2019, p� 224)�
Centrada na análise dos aspectos da realidade que 
não podem ser quantificados, a abordagem quali-
tativa mantém o foco na análise, compreensão e 
explicação de razões, motivações, desejos, signifi-
cados, crenças, valores, atitudes, comportamentos, 
opiniões etc� de elementos do comportamento e 
relações humanos�
Em função do envolvimento direto e efetivo do 
pesquisador no desenvolvimento da pesquisa 
1111
qualitativa, sobretudo na coleta de dados, é fun-
damental que o método seja seguido com todo o 
rigor, a fim de se evitar a produção de resultados 
desejados de antemão, possibilitando que as res-
postas (confirmação ou negação) das hipóteses 
ou proposições tenham as mesmas chances de 
acontecer�
Outros limites e riscos da pesquisa qualitativa são: 
[a] excessiva confiança no investigador como 
instrumento de coleta de dados; risco de que a re-
flexão exaustiva acerca das notas de campo possa 
representar uma tentativa de dar conta da totalidade 
do objeto estudado, além de controlar a influência 
do observador sobre o objeto de estudo; falta de 
detalhes sobre os processos através dos quais as 
conclusões foram alcançadas; falta de observância 
de aspectos diferentes sob enfoques diferentes; 
certeza do próprio pesquisador com relação a seus 
dados; sensação de dominar profundamente seu 
objeto de estudo; envolvimento do pesquisador na 
situação pesquisada, ou com os sujeitos pesquisa-
dos (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p� 32)�
Os integrantes da população de uma pesquisa 
qualitativa são chamados de “sujeitos”, e a amos-
tragem pode variar de um ou poucos indivíduos a 
grandes grupos, ou mesmo organizações inteiras�
1212
Diferentemente da pesquisa quantitativa, na qual 
as amostras numerosas são importantes para a 
generalização dos resultados, na pesquisa quali-
tativa, mais importante do que a quantidade é a 
qualidade da amostra�
É essencial que a seleção da amostra seja feita 
para privilegiar a profundidade das respostas que 
os sujeitos podem dar aos questionamentos do 
pesquisador� Sendo assim, devem ser seleciona-
dos os indivíduos que tenham maior proximidade 
e conhecimento com o fenômeno estudado�
Segundo Günther (2006), pode-se selecionar a 
amostra de estudos qualitativos a partir de casos 
extremos ou desviantes, mas também de casos 
típicos, críticos (delicados ou politicamente impor-
tantes), surgidos em cadeia, por amostra padrão, 
com casos confirmados e não confirmados de 
uma hipótese ou por conveniência�
Em geral, faz-se a coleta de dados nos estudos 
qualitativos a partir da análise de textos e obras 
de outros pesquisadores, documentos, discursos, 
gravações de áudio e vídeo, observação direta de 
fatos ou fenômenos e entrevistas� São instrumen-
tos de coleta questionários, roteiros de entrevista 
estruturados ou semiestruturados, fichas de obser-
vação, gravadores de áudio e vídeo, entre outros� 
1313
Independentemente do instrumento utilizado, são 
imprescindíveis o desenvolvimento das habilida-
des de observação e o treinamento do sujeito que 
fará a coleta, para extrair a maior quantidade de 
informações relevantes para o estudo�
Atente-se para o fato de que a organização das in-
formações coletadas precede a análise dos dados� 
No geral, são criadas categorias para o agrupamento 
das respostas, com o intuito de facilitar a análise 
e a interpretação dos dados� Um dos métodos de 
análise mais utilizados nos estudos quantitativos 
é a análise de conteúdo�
Uma vez que não conta com dados quantificá-
veis e passíveis de tratamentos estatísticos, a 
confiabilidade dos resultados de uma pesquisa 
qualitativa reside, portanto, na clareza das ações 
empreendidas pelo pesquisador, na comunicação 
clara sobre os critérios de seleção da amostra e 
sobre os métodos de coleta e análise dos dados�
Exemplo de pesquisa qualitativa
A seguir, verificaremos um exemplo de pesquisa 
qualitativa na área da gestão do esporte, organi-
zado em formato de relato técnico:
Influência da venda de um ídolo na relação de 
um clube de futebol com sua principal torcida 
organizada
1414
Introdução
O interesse pelo esporte no mundo é alimentado 
em grande parte pelo surgimento e presença de 
ídolos� O esporte, como fenômeno de massa, sus-
tenta o interesse de seus fãs, do público em geral 
e da mídia, de forma diretamente proporcional à 
quantidade e qualidade de atletas considerados 
estrelas, ídolos ou heróis (HELAL, 1999)� Entretanto, 
há situações em que, no esporte profissional, uma 
equipe precisa se desfazer de um ídolo, o que pode 
ocorrer pelas mais diversas razões, entre elas a 
obtenção de equilíbrio financeiro. É razoável supor 
que a decisão de negociar um “craque” afete essa 
equipe de várias maneiras, porém, talvez não seja 
possível, de antemão, verificar quais seriam as 
consequências�
A preocupação com as relações entre uma or-
ganização e os grupos que podem influenciar 
sua gestão ou serem influenciados por ela deu 
origem à Teoria dos Stakeholders, que teve início 
com o trabalho de Freeman (1984)� A Teoria dos 
Stakeholders vem ganhando espaço na academia 
e, por seu potencial de contribuição para abordar 
organizações não ligadas diretamente à busca 
pelo lucro – como muitos clubes esportivos –, é 
oportuno o seu emprego na análise das estratégias 
das organizações ligadas ao esporte�
1515
A literatura internacional apresenta alguns estudos 
sobre o tema stakeholders aplicado ao esporte� 
Anagnostopoulus (2011) realizou a identificação 
dos principais stakeholders do futebol profissio-
nal grego e os classificou segundo os atributos 
de poder, legitimidade e urgência apresentados 
por Mitchel et al� (1997)� Von Roenn et al� (2004) 
investigaram a percepção dos stakeholders sobre 
o comportamento antiético no esporte contem-
porâneo. Outros trabalhos procuraram identificar 
e avaliar as opiniões, percepções e influência dos 
stakeholders sobre assuntos ligados à gestão de 
organizações do esporte (WOLFE, 2000; COVELL, 
2004; PARENT, 2008; COOPER & WEIGHT, 2009)�
As pesquisas e investigações sobre o tema stake-
holders vêm crescendo consideravelmente nos 
últimos anos (HORNEAUX JUNIOR, 2010), porém, 
esse tema ainda é objeto de poucos estudos no 
campo da gestão do futebol, principalmente no 
contexto brasileiro, o que sugere a existência de 
uma lacuna na literatura científica relacionada à 
gestão do esporte�
Neste relato, é apresentada a forma como foi 
feita uma avaliação do impacto sobre um grupo 
específico de interessados, da decisão da diretoria 
de um clube esportivo sediado na cidade de São 
Paulo — que disputou a Série B do Campeonato 
Brasileiro no ano de 2013 — de negociar um jogador 
1616
considerado referência, que, inclusive, integrava 
as principais campanhas de marketing do clube�
Admitiu-se, por esse motivo, que reunia condi-
ções para se tornar um futuro ídolo da torcida� 
O contexto analisado foi o da recente decisão 
da diretoria executiva da Sociedade Esportiva 
Palmeiras de negociar os direitos federativos do 
atacante argentino Hernán Barcos, integrante de 
seu elenco de futebol profissional, com a equipe 
do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, e o impacto 
dessa decisão sobre a relação do clube com um 
grupo específico de stakeholders: os integrantes 
da mais numerosa e atuante torcida organizada 
da equipe� O atleta em questão era considerado a 
maior estrela do clube na época sendo, inclusive, 
o artilheiro da equipe na temporada 2012/2013� A 
justificativa da negociação foi a de saldar compro-
missosfinanceiros do clube com o próprio atleta 
e com o clube de origem do atleta, entre outros�
A Teoria dos Stakeholders forneceu o suporte teó-
rico para o estudo� O problema a ser resolvido era 
como avaliar a percepção do grupo de stakeholders 
selecionado em relação à qualidade da decisão 
dos gestores do clube, na situação específica da 
negociação dos direitos federativos de um dos 
principais jogadores de seu elenco de futebol 
profissional. Também era importante identificar 
a opinião desses satkeholders sobre uma possí-
1717
vel influência dessa negociação no desempenho 
técnico do time� No estudo descrito nesse relato, 
assumiu-se que o gerenciamento das relações 
do clube com os diversos grupos de interesse se 
constitui elemento fundamental para uma boa 
relação com seus stakeholders�
Esse relato técnico possui contribuições teóricas e 
práticas� Do ponto de vista teórico, a contribuição 
se dá pela utilização da Teoria dos Stakeholders 
em um novo contexto, o da gestão esportiva – e, 
especificamente, o do futebol profissional no 
Brasil� Do ponto de vista de contribuição prática 
para a gestão das organizações, o conhecimento 
de como a decisão estratégica da venda de um 
jogador repercutiu junto aos membros de uma 
torcida organizada – ressaltando-se o convívio nem 
sempre harmonioso entre esses stakeholders e o 
clube – pode servir de norteador para a tomada 
de futuras decisões semelhantes e/ou a adminis-
tração de sua relação com torcidas organizadas�
O presente relato está estruturado da seguinte ma-
neira: na primeira parte, é apresentada uma breve 
introdução sobre o objeto do estudo; a segunda 
parte contém o referencial teórico envolvendo a 
teoria dos stakeholders, sob a ótica do esporte; 
na terceira parte, há a metodologia da produção 
técnica; a quarta parte apresenta o contexto do 
projeto, incluindo a situação-problema; a quinta 
1818
parte mostra o tipo de intervenção adotada para 
a solução do problema; a sexta parte apresenta 
os resultados obtidos e sua análise� Finalmente, a 
sétima parte discute como as conclusões podem 
ser úteis a outros clubes e atletas, bem como as 
limitações do trabalho e sugestões para aprofun-
damento do tema por meio de pesquisas futuras�
Referencial teórico
O conceito de stakeholder foi apresentado pelo 
filósofo e então professor da Universidade da Vir-
ginia R� Edward Freeman, em seu livro denominado 
Strategic Management: a Stakeholder Approach� 
O termo stakeholder foi citado pela primeira vez 
em 1963, em um memorando interno do Stanford 
Research Institute, que o definiu como “aqueles 
grupos sem o suporte dos quais a organização 
cessaria de existir” (FREEMAN, 1984, p� 31)� Outras 
visões sobre esse conceito podem ser encontradas 
na literatura: “quem se beneficia ou é prejudicado, 
cujos direitos são violados ou respeitados, por 
atividades corporativas” (EVAN & FREEMAN, 1988, 
p� 79); aquele que “possui interesse nas atividades 
de uma empresa e a habilidade de influenciá-la” 
(SAVAGE et al�, 1991, p� 61); aquele que “produz 
algum tipo de risco, em consequência de ter inves-
tido alguma forma de capital, humano ou financeiro 
em uma empresa ou que está submetido a riscos 
em consequência das atividades de uma empresa” 
1919
(CLARKSON, 1994, p� 5), entre outras� Porém, a 
definição de Freeman (1984, p. p. 31) para o termo 
continua sendo a mais conhecida: “stakeholder é 
qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou ser 
afetado pelo alcance dos propósitos de uma firma”.
Segundo a teoria de Freeman, para que possa ter 
sucesso, a gestão das empresas deve levar em 
consideração a influência de suas decisões sobre 
os grupos de interesse� Nessa proposta de forma 
de gestão, está implícita uma função-objetivo alter-
nativa à encontrada na Teoria da Firma, originária 
da economia, que propõe, em termos gerais, uma 
gestão com foco no ganho econômico� A função-
-objetivo está relacionada aos principais objetivos 
das organizações e norteia os gestores para a 
tomada de decisões (SIQUEIRA, 2012)� Deve-se 
notar que a mudança na função-objetivo cria um 
conflito entre a abordagem da Teoria da Firma e 
da Teoria dos Stakeholders� Nesse aspecto, é pos-
sível que a aplicação da Teoria dos Stakeholders 
em organizações sem fins lucrativos, como é o 
caso dos clubes associativos no Brasil, seja mais 
adequada e apresente menos conflitos.
A literatura internacional apresenta poucos estudos 
sobre o tema stakeholders aplicado ao esporte� 
Entre esses trabalhos, podem ser citados Anag-
nostopoulus (2011), que realizou a identificação 
dos principais stakeholders do futebol profissional 
2020
grego e os classificou segundo os atributos de 
poder, legitimidade e urgência (MITCHEL et al�, 
1997; HEINZEN et al� (2013), que na mesma pers-
pectiva realizaram a identificação e classificação 
dos stakeholders de uma organização do terceiro 
setor, a partir do modelo proposto por Almeida et 
al� (2000)� Von Roenn et al� (2004) investigaram 
a percepção dos stakeholders sobre o comporta-
mento antiético no esporte contemporâneo� Ou-
tros trabalhos procuraram identificar e avaliar as 
opiniões, percepções e influência dos stakeholders 
sobre assuntos ligados à gestão de organizações 
do esporte (WOLFE, 2000; COVELL, 2004; PARENT, 
2008; COOPER & WEIGHT, 2009)�
As pesquisas e investigações sobre stakeholders 
vêm crescendo consideravelmente nos últimos 
anos (HORNEAUX JUNIOR, 2010), porém, o tema 
ainda é objeto de poucos estudos no campo da 
gestão do esporte, principalmente sobre a aplica-
ção dessa teoria em clubes de futebol no Brasil�
Método da produção técnica
Este relato técnico deve ser entendido como “o 
produto final de um trabalho (pesquisa aplicada ou 
produção técnica) que descreve uma experiência 
nas organizações” (BIANCOLINO et al�, 2013, p� 
297)� A experiência pela qual passou a Sociedade 
Esportiva Palmeiras foi a necessidade de avaliar 
2121
o impacto em uma categoria específica de stake-
holder – os membros de torcidas organizadas 
– da venda de Hernán Barcos e verificar se essa 
negociação afetou o interesse dos torcedores 
de comparecer aos jogos. Para essa finalidade, 
foram realizadas 40 entrevistas com membros da 
mais numerosa e atuante torcida organizada do 
clube: a Mancha Alviverde� Havia o entendimento 
na direção do clube que este tipo de torcedor é o 
que acompanha com maior proximidade o dia a 
dia do clube e, consequentemente, as decisões 
da diretoria� Os dados foram coletados por meio 
de entrevistas semiestruturadas, pois, de acordo 
com Flick (2009), este tipo de entrevista, com um 
roteiro mais flexível, possibilita uma interpretação 
mais precisa dos pontos de vista dos sujeitos da 
pesquisa� As respostas foram categorizadas a 
fim de que se pudesse analisar a percepção deste 
grupo de interesse sobre as decisões tomadas 
pelos dirigentes do clube neste caso específico. 
Alguns cuidados foram tomados na elaboração do 
instrumento de coleta de dados, como: considerar 
as particularidades do grupo para que se pudesse 
dar qualidade às respostas e direcionar as pergun-
tas ao foco da pesquisa evitando-se abrangência 
desnecessária�
Adicionalmente, foram analisados dados oficiais 
sobre presença de público pagante nos jogos da 
2222
Sociedade Esportiva Palmeiras durante os Campe-
onatos Paulistas de 2011, 2012 e 2013, disponíveis 
no site da Federação Paulista de Futebol, a fim 
de que se pudesse verificar se houve diferenças 
significativas no interesse dos torcedores em 
comparecer aos estádios para assistir os jogos 
do time nos períodos com e sem a atuação do 
atleta em questão� Desta forma, os anos de 2011, 
2012 e 2013 foram escolhidos por se tratar das 
temporadas disputadas pela equipe da Socieda-
de Esportiva Palmeiras antes da contratação do 
atleta Hernán Barcos, durante sua permanência 
como jogador da equipe e após sua negociação, 
respectivamente�
O roteiro das entrevistas foi elaborado pelo pesquisador 
levando em consideração aspectos relacionados à 
compreensão dos torcedoresquanto ao papel do ídolo 
de um clube de futebol, à forma como foi conduzida e 
efetuada a negociação do jogador, a influência dessa 
negociação para o clube e para o time e, finalmente, a 
avaliação desses quanto à decisão da diretoria� Para 
a construção do roteiro de entrevistas, utilizou-se 
como referência o instrumento utilizado por Mai-
nardes, Deschamps e Tontini (1999), que avaliaram 
a percepção dos stakeholders sobre a qualidade de 
uma instituição de ensino superior, cuja coleta dos 
dados foi feita por meio de entrevistas pessoais com 
um roteiro composto por questões abertas�
2323
Tipo de intervenção e mecanismos 
adotados
A construção do presente trabalho seguiu os pro-
cedimentos metodológicos apresentados na seção 
sobre o método da produção técnica� A intervenção 
se deu por meio de uma pesquisa de campo, na 
qual a opinião dos torcedores quanto à situação 
específica da venda do jogador em questão foi 
coletada por meio de entrevistas semiestruturadas, 
cerca de cinco meses após a negociação envol-
vendo os direitos federativos do jogador�
As entrevistas individuais foram realizadas na 
sede da torcida organizada escolhida para o es-
tudo, gravadas e posteriormente transcritas pelo 
próprio pesquisador� Para a tabulação dos resul-
tados foram criadas categorias de acordo com a 
essência de cada pergunta, como: maior ídolo e 
por quê; o que deve fazer um jogador para se tornar 
um ídolo; se o jogador em questão tinha potencial 
para ídolo e por quê; o que pensa sobre a saída do 
jogador e a forma como saiu; impacto para o time 
e para o clube; e, finalmente, uma avaliação sobre 
a decisão da diretoria� Em seguida, as respostas 
foram agrupadas de acordo com a interpretação 
do pesquisador sobre cada tema. O relatório final 
foi encaminhado à diretoria executiva do clube para 
que possa servir de insumo para a análise de casos 
semelhantes que possam acontecer no futuro�
2424
Resultados e análises
A análise do discurso dos torcedores possibilitou 
evidenciar que 36 dos 40 entrevistados apontaram 
o ex-goleiro Marcos como o maior ídolo do clube 
e, nesse aspecto, outros jogadores foram citados 
com menor frequência, como: os ex-atacantes 
que foram os maiores destaques na conquista 
dos títulos de 1993 e 1994, Evair (n=8) e Edmundo 
(n=5), o ex-meio-campo Ademir da Guia (n=3), e 
os também ex-jogadores Djalma Santos e César 
Sampaio (n=1)� Tais resultados mostram que, na 
opinião deste grupo específico de torcedores, ne-
nhum jogador do atual elenco é considerado ídolo�
Destacam-se no discurso dos entrevistados, em 
relação aos motivos pelos quais os jogadores ci-
tados são considerados ídolos, o amor, dedicação 
e fidelidade ao clube, identificação com a torcida e 
também ao clube, e ainda títulos conquistados e feitos 
marcantes, o que demonstra que esses torcedores 
por vezes não diferenciam o jogador considerado 
ídolo daquele com características de herói�
Tal constatação contrasta com a avaliação das 
atitudes necessárias para que um jogador seja con-
siderado ídolo, pois, na opinião dos entrevistados, 
são apontados em sua grande maioria aspectos 
atitudinais como: demonstrações de amor ao clube, 
respeito às tradições do clube, identificação com 
a torcida, dedicação, comprometimento, respon-
2525
sabilidade e caráter, esforço extra em campo e 
se mostrar torcedor do clube� Nesse aspecto, os 
feitos marcantes e a conquista de títulos ficaram 
em segundo plano�
Quanto ao assunto principal da pesquisa, os acon-
tecimentos envolvendo o jogador Hernán Barcos, 
a maioria (n=32) dos entrevistados o apontou 
como potencial ídolo do clube, indicando a grande 
identificação com a torcida, a forma como se dedi-
cava ao time durante os jogos e os gols marcados 
como os principais motivos� Dentre aqueles que 
tiveram opinião contrária, a principal alegação foi 
justamente o suposto desejo de deixar o clube, 
sobretudo em função de aspectos financeiros.
Em relação à saída do jogador, as opiniões foram 
divididas (21 concordaram, 17 não concordaram e 
outros 2 não responderam)� Entre os que concor-
daram, as principais razões estão relacionadas ao 
suposto desejo do jogador de não permanecer no 
clube e as questões financeiras (saldar dívidas); 
já para aqueles que não concordaram, o principal 
motivo foi a situação de destaque que o jogador 
rapidamente conquistou no time e junto à torcida� 
Porém, a maioria não concordou com a forma como 
a negociação aconteceu, principalmente pela falta 
de informações claras da diretoria do clube sobre 
o caso� Nota-se ainda a mesma razão naqueles 
2626
entrevistados que se recusaram a responder sobre 
o assunto justamente por falta de informações�
A saída do jogador teve consequências negativas 
para o clube na opinião de 18 entrevistados, prin-
cipalmente no aspecto relacionado à perda de um 
jogador de referência com potencial para alavancar 
ganhos substanciais para o clube, principalmente 
em ações de marketing e em uma futura negocia-
ção� As consequências positivas foram apontadas 
principalmente relacionadas às questões financeiras 
e à vinda de novos e importantes jogadores para a 
composição do elenco (quatro novos jogadores foram 
envolvidos na negociação). Especificamente para o 
time, em sua maioria, os entrevistados apontaram 
consequências negativas do ponto de vista técnico, 
sobretudo em função da perda de um jogador de 
referência, tecnicamente diferenciado e bastante 
importante para o desempenho geral do time�
Por fim, embora boa parte dos entrevistados (n=19) 
tenha manifestado concordância com a decisão 
tomada pela diretoria do clube, a maioria eviden-
ciou a falta de informações sobre a forma como 
foi feita a negociação e que a opinião da torcida 
foi negligenciada no caso, como evidenciado pelo 
sujeito 7, segundo o qual “[���] foi gerido de uma 
maneira errada pela diretoria� Que ele (o jogador) 
deveria sair, eu também concordo� O jogador não 
2727
quer, não quer, mas a diretoria deveria ter pensado 
um pouco mais no Palmeiras e na torcida”�
As manifestações de não concordância (n=13) se 
deram principalmente em razão do aspecto apontado 
acima e em função da crença de se ter perdido um 
jogador importante para o time, conforme afirma o 
sujeito 34: [...] “É, teve o lado ruim, que ficou sem 
um grande jogador”� Outros 8 entrevistados não 
se manifestaram sobre o assunto�
A análise da presença de público nos jogos rea-
lizados na cidade de São Paulo não apresentou 
diferenças significativas em função da presença 
ou não do jogador Barcos, o que demonstra não 
sensibilidade do público frequentador do estádio 
em relação à participação do jogador em questão 
nos jogos�
Conclusões e limitações
Os discursos desse grupo específico de torcedores 
permitiram identificar opiniões diversas em relação 
aos desdobramentos da decisão da diretoria do 
clube no caso específico da negociação do jogador 
Henán Barcos� Percebe-se que a maioria se mostrou 
insatisfeita principalmente com a forma como o ne-
gócio foi realizado, sobretudo quanto à escassez de 
informações� Em alguns casos, o discurso indicou 
uma grande insatisfação inicial, que se converteu em 
concordância após a avaliação dos desdobramentos 
2828
do fato, o que mostra que o acesso às informações 
relacionadas à situação pode atenuar os efeitos de 
uma suposta decisão “impopular”�
A adequada gestão dos stakeholders pode propor-
cionar vantagens competitivas às organizações 
(VERBEKE; TUNG, 2013)� Sobretudo em organi-
zações sem fins lucrativos, a aplicação da teoria 
dos stakeholders parece fazer mais sentido, já que 
a função-objetivo tradicional da Teoria da Firma 
tem um peso muito menor. No caso específico 
dos clubes de futebol, a relação com as torcidas 
organizadas é motivo de grande preocupação, já 
que suas atitudes podem causar problemas diver-
sos, inclusive danos físicos e prejuízos financeiros. 
Portanto, uma adequada gestão desses grupos 
pode ajudar a evitar situações inconvenientes e 
de grandes prejuízos� Novamente, valeressaltar 
que a condução de negócios desse tipo de forma 
transparente e com a comunicação adequada 
aos torcedores pode ser uma forma de minimizar 
eventuais desgastes�
Entre as limitações do presente estudo, deve ser 
mencionado o fato de que não são possíveis ge-
neralizações, já que a investigação se limitou a um 
clube e também a apenas a alguns integrantes de 
um único tipo de torcedor: o torcedor organizado� 
Estudos futuros são fundamentais para a amplia-
ção dos resultados, principalmente abrangendo 
2929
outros grupos de torcedores, como aqueles não 
pertencentes a torcidas organizadas, bem como 
a replicação do presente estudo para clubes que 
passem por situação semelhante�
Fonte: Pajanian e Siqueira (2014, p� 31-41)�
A pesquisa quantitativa
Diferentemente da pesquisa qualitativa, todos os 
procedimentos afeitos à pesquisa quantitativa 
levam à quantificação dos dados e resultados. 
Dito de outra forma,
O método quantitativo preocupa-se com represen-
tatividade numérica, isto é, com a medição objetiva 
e a quantificação dos resultados. Tem, portanto, 
o objetivo de generalizar os dados a respeito de 
uma população, estudando somente uma pequena 
parcela dela� Assim, a pesquisa quantitativa utiliza 
uma amostra representativa da população para 
mensurar qualidades (ZANELLA, 2006, p� 89)�
Dado que, normalmente, as amostras são nume-
rosas, espera-se que essas amostras sejam repre-
sentativas do universo estudado e que produzam 
resultados representativos do que se espera para 
o total da população�
3030
A pesquisa quantitativa se centra na objetividade� 
Influenciada pelo positivismo, considera que a 
realidade só pode ser compreendida com base na 
análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de 
instrumentos padronizados e neutros� A pesquisa 
quantitativa recorre à linguagem matemática para 
descrever as causas de um fenômeno, as relações 
entre variáveis (FONSECA, 2002, p� 20)�
Entre os elementos que compõem a pesquisa 
quantitativa, destacam-se (SILVA, 2012, p� 53):
 y Dados: representam as informações coleta-
das, ou seja, observação, entrevista, questionário, 
formulário, medidas de opinião e atitude, testes, 
sociometria, história de vida, consulta, medida de 
material, análise, pesquisa de mercado etc�, que 
se configuram como os possíveis instrumentos 
de coleta�
 y Variáveis: representam as características obser-
vadas em componentes da amostra selecionada�
 y População: representa a totalidade de sujeitos 
com características semelhantes e que foram 
selecionados para o estudo�
 y Amostra: no geral, as populações designadas 
para um determinado estudo são bastante nume-
rosas, o que inviabiliza o estudo em sua totalidade� 
Para que a pesquisa seja viável, apenas uma parcela 
dessa população é selecionada para a condução 
3131
do estudo, utilizando-se para isso procedimentos 
estatísticos confiáveis, que a tornem representativa 
do todo� Essa parcela destacada da população 
chamamos de amostra� A amostra pode ser pro-
babilística, quando a escolha é feita por sorteio, 
sendo que todos os elementos da população têm 
a mesma chance de seleção; e não probabilística, 
quando a escolha é intencional, ocorrendo a partir 
de critérios e julgamento do próprio pesquisador�
Exemplo de pesquisa quantitativa
A seguir, temos um exemplo de pesquisa qualita-
tiva na área da gestão do esporte, organizado em 
formato de artigo científico:
O global e o local no perfil da audiência das TVs 
por assinatura especializadas em esporte no 
Brasil
Introdução
O Brasil, já é do conhecimento de todos, está, atu-
almente, inserido no contexto dos grandes eventos 
esportivos mundiais: a Copa do Mundo de 2014 e 
os Jogos Olímpicos de 2016� Com isso, e apesar 
do momento de instabilidade que vive o país, os 
negócios relacionados ao esporte têm experi-
mentado vertiginoso crescimento na pauta dos 
principais veículos de comunicação em operação 
no território nacional�
3232
O jornalismo, que tem no esporte um dos seus princi-
pais focos de especialização e audiência, não poderia 
ficar inerte a estes acontecimentos. Os programas 
esportivos e a veiculação de produtos da indústria 
do esporte crescem nas grades de programação 
das emissoras abertas e fechadas do país
Somadas, Globo, Band e RedeTV! transmitem cerca 
de 56 horas semanais de programação esportiva, 27 
a mais que as quatro grandes dos EUA (7 horas da 
ABC, 10 horas da CBS, 10 horas da NBC e 2 horas 
da Fox, de acordo com a grade da última semana)� 
A grande diferença está no noticiário esportivo� 
Quase todas as grandes emissoras brasileiras 
têm jornais diários, programas de variedades e 
mesas redondas tratando apenas de esporte� Nos 
EUA, a TV aberta só abre espaço à programação 
esportiva nas transmissões de jogos ao vivo� As 
notícias, discussões e repercussões das partidas 
da semana são exibidas apenas na TV paga� Nesse 
segmento, a comparação entre os EUA e o Brasil 
muda totalmente de figura. Os americanos têm 5.544 
horas semanais de esporte nos canais fechados, 
contra 2�198 horas semanais dos brasileiros� No 
país onde o negócio da TV paga se desenvolveu, há 
pelo menos 30 canais especializados em cobertura 
esportiva, muitos deles com segmentação extrema� 
O Brasil tem 9 canais fechados que tratam só de 
esporte (VEJA, 2012)�
3333
A necessidade de os veículos de comunicação 
de massa ocuparem uma fatia expressiva de seu 
espaço de programação com assuntos ligados ao 
esporte permite o surgimento de diversos produ-
tos de mídia relacionados ao universo esportivo� 
Noticiários com fortes conteúdos jornalísticos 
dividem espaço com transmissões ao vivo e outros 
programas de entretenimento destinados ao fato, 
ao esporte em si�
A necessidade de veicular conteúdo esportivo 24 
horas por dia obrigou os canais por assinatura, 
ou seja, pagos, a aproximar o entretenimento do 
esporte, deixando de lado sua função informativa 
e, até mesmo, educativa� O estudo da notícia, de 
forma particular, e da programação, de maneira 
mais ampla, é um dos caminhos para a análise das 
motivações econômico-ideológicas em atuação 
neste segmento televisivo particular�
Além disso, segundo pesquisa realizada em sete 
diferentes mercados latino-americano e divulgada no 
início de 2015, pela IBOPE Media Network, somente 
no Brasil e no Chile as emissoras de televisão por 
assinatura líderes no segmento esporte pertencem 
a grupos de comunicação de seus países, no caso, 
respectivamente, a SporTV, pertencente à Globo-
sat, empresa do Grupo Globo, e o Canal del Fútbol 
(DCF), controlado pela Asociación Nacional de 
3434
Fútbol Profesional de Chile (ANFP), que organiza 
a principal competição de futebol do país�
Nos demais cinco mercados pesquisados (Argen-
tina, Colômbia, Peru, América Central e México), 
as emissoras especializadas em esporte líderes 
do segmento, no sistema pago, pertenciam a 
grandes grupos internacionais de comunicação 
(Fox Sports – Argentina, América Latina e México 
-, ESPN+ - México -, e, Cable Mágico Deportes – 
Peru) (IBOPE, 2015)�
No Brasil, o SporTV, do Grupo Globo (R$ 16,2 bilhões 
de receitas em 2014), disputa mercado com seis 
grandes grupos – 21st Century Fox/News Corpo-
ration, ABC Disney, Time Warner, América Móvil, 
DirecTV Group e Grupo Telefónica - que faturaram 
juntos 735 bilhões de Reais (cerca de 230 bilhões 
de dólares) no mesmo período (IBOPE, 2015)�
Diante do exposto acima, o presente artigo apresenta 
tem como objetivo principal analisar os motivos, 
junto à audiência, que levaram o SporTV (vinculado 
a uma empresa nacional) ser o canal especializado 
em esporte mais assistido do Brasil em 2015, em 
detrimento dos demais players desse mercado, 
pertencentes a conglomerados de mídia interna-
cionais (ESPN, Fox Sports e Esporte Interativo)�
Foi nossa intenção, também, levantar as preferências 
da audiência no que tange à programação e aos 
3535
produtos oferecidos pelos canais por assinatura 
especializados em esporte no Brasil; e, descrever 
o perfil da audiênciaque consome os produtos 
oferecidos pelas principais emissoras do segmento 
(SporTV, ESPN, Fox Sports, Esporte Interativo e 
BandSports, Canal Off e outras)�
Pretendemos mostrar através dos conceitos de 
“valores-notícia” (news values), agendamento e 
sociedade do espetáculo, que aspectos como no-
toriedade, interesse público e imprevisibilidade têm 
sido descartados na busca de parte das emissoras 
pagas do país na busca por audiência a todo custo, 
nem sempre com a aprovação do seu público�
Em função da natureza da proposta do estudo, 
a pesquisa realizada foi qualitativa, de natureza 
explicativa e descritiva� Foram entrevistadas 264 
pessoas, todas na cidade de São Paulo, entre os 
dias 1 e 20 de setembro de 2015�
As Emissoras por Assinatura, o Esporte e 
o Mercado
Os dados da ABTA (Associação Brasileira de Te-
levisão por Assinatura) mostram que nos últimos 
quinze anos, o acesso à TV por assinatura no país 
mais que quadruplicou, passando de 3,2 milhões 
de clientes (2002) para 14,5 milhões (2012)� A 
ABTA pontua que o crescimento expressivo ocorre 
devido, “principalmente, ao aumento da renda da 
3636
população e à manutenção dos preços dos serviços 
a níveis competitivos (ABTA, 2012)�
No Congresso ABTA 2012, o então presidente da 
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 
João Rezende projetou um crescimento maior para 
os próximos anos: “(���) a estimativa da Anatel é que 
o País alcance até 2018 uma penetração perto de 
90% de domicílios com TV por assinatura” (ABTA, 
2012)� De olho no cenário próspero, as operadoras 
passaram a desenvolver preços mais acessíveis� A 
Classe C6 ainda é um mercado potencial para esse 
segmento� O serviço ainda é, hoje, mais adquirido 
pelos consumidores das classes mais abastadas� 
Estes dados podem levar a uma explicação, entre 
muitas outras, que justifica o entretenimento, já 
tão debatido, na cobertura esportiva na televisão 
aberta: se a TV por assinatura se popularizou, a TV 
aberta, para sobreviver e falar diretamente para seu 
público que ainda não aderiu à TV paga, precisou se 
popularizar ao máximo� É a saga do fazer jornalismo 
popular com show, entretenimento e algum outro 
apelo que esteja além da própria cobertura� Já há 
algum tempo, a Rede Globo chama os 15 minutos 
entre o primeiro e segundo tempo de cada transmis-
são de um jogo de futebol de “Show do Intervalo”�
A economia e as relações sociais parecem, cada vez 
mais, sedimentadas pelo espetáculo do esporte na 
3737
TV aberta� Para Cláudio Novaes Pinto Coelho (2006), 
“o mundo inteiramente dominado pela economia 
é o mundo espetacularizado: a representação da 
realidade aparece como realidade separada” (CO-
ELHO, 2006, p�16)� Guy Debord (2003) destaca que 
esse modelo “reafirma o consumo de divertimentos, 
assim como a publicidade”� Ele, diz o autor, adiciona 
uma decoração ao mundo real, dimensionando a 
irrealidade da sociedade real (DEBORD, 2003)�
Para Patrick Charaudeau (2009), o espetáculo re-
presenta a hierarquia social, tornando a realidade 
individual dependente desse poderio�
Abordar as mídias para tentar analisar o discurso 
de informação não é uma tarefa fácil� É mesmo 
mais difícil do que abordar o discurso político� Isso 
porque, enquanto se admite no mundo político, de 
maneira geral, que o discurso aí manifestado está 
intimamente ligado ao poder e, por conseguinte, à 
manipulação, o mundo das mídias tem a pretensão 
de se definir contra o poder e contra a manipula-
ção da opinião pública – ainda que sejam para o 
bem-estar do cidadão; as mídias são criticadas 
por construírem um quarto poder; entretanto, o 
cidadão aparece com frequência como refém delas, 
tanto pela maneira como é representado, quanto 
pelos efeitos passionais provocados, efeitos que 
se acham muito distantes de qualquer pretensão 
à informação (CHARAUDEAU, 2009: 17)�
3838
Porém, como mostra Roland Barthes, o conceito de 
Esporte é muito mais amplo do que a simplificação 
adotada, em geral, pela imprensa esportiva� Englo-
ba uma série de variáveis que vão muito além do 
entretenimento e da diversão, representando, em 
sua essência, padrões culturais e de identidade de 
uma dada sociedade ou comunidade (BARTHES, 
2009)�
Ao não enxergar tudo isso, a mídia de massa revela 
seu objetivo central da construção de um discurso 
único que busca reafirmar a cultura do consumo do 
esporte, aumentando, assim, sua importância econô-
mica� As aproximações do conteúdo esportivo com 
o entretenimento são evidências desse processo�
As emissoras de TV por assinatura pertencem 
a esse processo, mas, por dedicarem 24 horas 
diárias de sua programação ao esporte, possuem 
condições de trazer ao seu público, que paga por 
sua programação, um olhar diferenciado do produ-
to esportivo� Talvez mais informativo, quem sabe 
mais educativo ao mostrar modalidades pouco 
acompanhadas pelo seu telespectador na “curta” 
grade de programação esportiva das emissoras 
da TV aberta� Um dos objetivos desta pesquisa 
foi verificar, na opinião do público, se isso de fato 
ocorre na programação das emissoras por assi-
natura que atuam no segmento esporte�
3939
No momento da realização da pesquisa, em se-
tembro de 2015, os principais players do mercado 
de TVs por assinatura que operavam no segmento 
esportivo eram cinco emissoras: BandSports, ESPN, 
Esporte Interativo, Fox Sports e SporTV�
BandSports é um canal de televisão por assinatura, 
especializado em esporte, pertencente ao Grupo 
Bandeirantes de Comunicação� É, portanto, uma 
emissora brasileira� Foi lançado em 13 de maio 
de 2002 e apresenta, atualmente, como principais 
atrações da sua programação a Liga Diamante 
de Atletismo, a Fórmula Indy no Automobilismo, 
o Basquete da Liga Universitária norte-americana 
(NCAA) e a Super Liga de Futebol da China�
ESPN Brasil é uma rede de televisão por assinatura 
brasileira, fundada em 17 de junho de 1995� É a 
franquia nacional da ESPN norte-americana, sendo 
a única filial controlada diretamente pela The Walt 
Disney Company, através da American Broadcas-
ting Company� Conta, no seu capital, atualmente, 
com 20% de participação da Hearst Corporation, 
outro importante grupo de mídia sediado nos 
Estados Unidos� Transmite eventos esportivos 
de várias modalidades, tanto nacionais quanto 
internacionais, com destaque para as principais 
ligas profissionais do esporte norte-americano: 
futebol americano, beisebol, basquete e hóquei� 
No momento da realização da pesquisa, setembro 
4040
de 2015, a emissora acabará de perder os direitos 
da UEFA Champions League, mais conceituada 
competição de futebol da Europa�
O Esporte Interativo ou EI é outro canal brasileiro 
de televisão por assinatura pertencente a um 
importante grupo de mídia estrangeiro, a Turner 
Broadcasting System� Criado em 20 de janeiro de 
2007, o canal passou ao controle do Grupo Turner 
em junho de 2013� A emissora dedica sua cober-
tura a diversas modalidades esportivas, sobretudo 
o futebol� Em julho de 2015, e empresa adquiriu 
os direitos de transmissão da UEFA Champions 
League, até então em poder da ESPN Brasil�
Já a Fox Sports Brasil é um canal de televisão por 
assinatura brasileiro pertencente ao Fox Entertainment 
Group� A emissora começou a operar no Brasil em 5 
de fevereiro de 2012, com programação totalmente 
voltada para a cobertura esportiva� Antes do Brasil, 
o Fox Sports já estava presente em quase todos 
os países da América do Sul, América do Norte, 
América Central e Caribe, exceto na Guiana, Suri-
name e Guiana Francesa� Os principais destaques 
na programação do canal são a Copa Libertadores 
(futebol), a Copa Sul-Americana (futebol), diversos 
campeonatos nacionais de futebol da Europa e 
eventos de artes marciais mistas�
4141
O SporTV, canal de televisão por assinatura brasileiro 
pertencente ao Grupo Globo, foi lançado em 19 de 
outubro de 1991 sob o nome de Top Sport, alterado 
para o atual em 1995� Em seu gênero, no Brasil, o 
SporTV foi pioneiro e também um dos primeiros canais 
do sistema Globosat�Sua programação apresenta 
como destaque as principais competições do esporte 
nacional� O canal é dono dos direitos de transmis-
são, entre outros, dos Campeonatos Brasileiros de 
Futebol das Séries A e B, das Superligas Brasileiras 
Masculina e Feminina de Voleibol, da Liga Futsal e 
do Novo Brasil Basquete (NBB)�
VALOR-NOTÍCIA, AGENDAMENTO E 
SOCIEDADE DO ESPETÁCULO
As diferentes opções de programação das principais 
emissoras por assinatura que operam no segmento 
esporte no Brasil permitem que entre em campo o 
conceito de “valores-notícia” (news values)�
Para Nelson Traquina (2005), os valores-notícia são 
um elemento básico da cultura jornalística� “Ser-
vem de ‘óculos’ para ver o mundo e para construir” 
(TRAQUINA, 2005, p� 94)� Traquina destaca que foi o 
acadêmico italiano Mauro Wolf que apontou que os 
valores-notícia estão presentes em todo o processo 
de produção editorial� Assim, ele ressalta que foi 
estabelecida pelo italiano a distinção entre os valo-
res-notícia de seleção e valores-notícia construção�
4242
Segundo Wolf, os valores-notícia de seleção refe-
rem-se a “critérios que os jornalistas utilizam na 
seleção dos acontecimentos, isto é, na decisão 
de escolher um acontecimento como candidato à 
sua transformação em notícia e esquecer o outro 
acontecimento” (TRAQUINA, 2005, p� 78)� Esses 
critérios são divididos em cinco categorias:
As categorias substantivas são as mais óbvias, pois 
se classificam de acordo com o grau de importância 
dos envolvidos e o grau de interesse público; as 
categorias relativas ao produto, que estão divididas 
por critérios de brevidade, atualidade, qualidade e 
equilíbrio, referem-se especificamente à objetividade; 
as categorias relativas ao meio de informação, que 
estão divididas em graus de acessibilidade às fon-
tes/locais em possibilidades/ limites de formação 
referem-se aos veículos� Na TV, por exemplo, há a 
necessidade de imagem e isso influencia a noticia-
bilidade; as categorias relativas ao público, por sua 
vez, abordam critérios como serviço e protetividade; 
as categorias relativas à concorrência, cujo acesso 
exclusivo, conhecido como furo, parece ser o valor 
supremo, levam em conta o trabalho dos “colegui-
nhas” de outros veículos (PENA, 2005, pp� 72-73)�
Já os valores-notícias de construção, envolvem 
ou pressupõem “qualidades da sua construção 
como notícia e funcionam como linhas-guias para 
4343
apresentação do material, sugerindo o que deve 
ser realçado, o que deve ser omitido, o que deve 
ser prioritário na construção do acontecimento 
como notícia” (TRAQUINA, 2005, p� 78)�
Para Traquina (2005), a notoriedade do aconteci-
mento ou do “ator principal” é valor-notícia funda-
mental para o jornalismo� “É fácil visualizar este 
valor ao ver a cobertura de um congresso partidário 
e a forma como os membros da tribo jornalística 
andam atrás das estrelas políticas” (TRAQUINA, 
2005, p�79)� A segunda questão crucial diz respeito 
à relevância do fato para as pessoas, ou seja, o 
interesse público� Nesse sentido, o autor pontua 
que este valor corresponde à preocupação de 
informar o público dos acontecimentos que são 
importantes porque têm impacto sobre ele� “Este 
valor-noticia determina que a noticiabilidade tem a 
ver com a capacidade do acontecimento incidir ou 
ter impacto sobre as pessoas, sobre o país, sobre 
a nação” (TRAQUINA, 2005, p� 80)�
Todos esses elementos mencionados acima, fun-
damentais na definição da pauta jornalística e na 
programação de um canal de televisão, parecem 
influenciar no entendimento que as emissoras 
esportivas por assinatura no Brasil possuem do 
seu público� Pelos resultados da pesquisa, pode-
remos perceber uma nítida segmentação, entre o 
global e o local, em um mercado já segmentado, 
4444
o de esportes, realizado pelos players que atuam 
no setor�
Além disso, desde a década de 1960, com a expan-
são da televisão como meio de comunicação de 
massa, a sociedade, em especial a capitalista, viu 
surgir aquilo que Guy Debord resumiria, em 1967, 
como “Sociedade do Espetáculo”� O pensador 
francês, ao analisar o relacionamento da sociedade 
com os meios de comunicação de massa, afirma 
que “tudo o que era vivido diretamente tornou-se 
uma representação” (DEBORD apud BAHIA, 2012)�
Em outras palavras, e como aponta José Aloise 
Bahia (2012) ao analisar a obra de Debord, é pela 
mediação das imagens e mensagens dos meios 
de comunicação de massa que os indivíduos em 
sociedade abdicam da dura realidade dos acon-
tecimentos da vida, e passam a viver num mundo 
movido pelas aparências e consumo permanente 
de fatos, notícias, produtos e mercadorias�
A sociedade do espetáculo é o próprio espetáculo, 
a forma mais perversa de ser da sociedade de con-
sumo� (���) O espetáculo – diz Debord – consiste na 
multiplicação de ícones e imagens, principalmente 
através dos meios de comunicação de massa, mas 
também dos rituais políticos, religiosos e hábitos 
de consumo, de tudo aquilo que falta à vida real 
do homem comum: celebridades, atores, políticos, 
4545
personalidades, gurus, mensagens publicitárias 
– tudo transmite uma sensação de permanente 
aventura, felicidade, grandiosidade e ousadia� O 
espetáculo é a aparência que confere integridade 
e sentido a uma sociedade esfacelada e dividida� 
É a forma mais elaborada de uma sociedade que 
desenvolveu ao extremo o ‘fetichismo da mercadoria’ 
(felicidade identifica-se a consumo). Os meios de 
comunicação de massa – diz Debord – são apenas 
‘a manifestação superficial mais esmagadora da 
sociedade do espetáculo, que faz do indivíduo um 
ser infeliz, anônimo e solitário em meio à massa de 
consumidores (ARBEX apud BAHIA, 2012)�
O espetáculo, apoiado pelo consumo e pelas ima-
gens, substitui o diálogo que deveria existir nas 
relações sociais� Com isso, a seleção das pautas 
jornalísticas passou a ser regulada pelos interesses 
do “leitor-cliente” e não mais pelas demandas de 
cidadania. Modificaram-se os critérios de noti-
ciabilidade, que também podem, atualmente, se 
segmentarem para o público mais “antenado” com 
o global e aquele mais preocupado com aquilo que 
está mais próximo dele�
A crescente concorrência entre as empresas de 
comunicação fez com que o jornalismo passasse 
a privilegiar assuntos que englobam temas pes-
soais de interesse do público, seja ele mundial ou 
4646
nacional, e não mais temas de grande relevância 
social� O hiato entre interesso público e interesse 
do público parece ruir�
A notícia torna-se, portanto, um produto, e como 
qualquer produto, está à venda para ser consumida 
com direito a apelos estéticos, emocionais e sensa-
cionais� A informação, em um enquadramento geral, 
“torna-se um produto de comunicação de massa, 
comunicação de massa como indústria cultural e 
indústria cultural como fenômeno da sociedade 
urbana e industrializada� (���) essa necessidade lu-
crativa é o que força a mídia, na maioria dos casos, 
a tentar atrair o público por meio de reportagens 
indecentes, (���) e, para não ver o índice de sua 
audiência cair, a mídia continua dando cobertura 
a esses tipos de casos (ANDRADE, 2012)�
A notoriedade, o interesse público, a (busca pela) 
objetividade, os temas de caráter local-prático, 
o ineditismo e a imprevisibilidade (ERBOLATO, 
2006) contribuem para um melhor entendimen-
to das razões que levam jornalistas a incluírem 
determinadas pautas nos veículos para os quais 
trabalham� É facilmente observável, hoje em dia, 
que esta ferramenta dos valores-notícia está cada 
vez menos dando conta de explicar a opção dos 
pauteiros�
4747
Uma das maneiras de se entender parte do que 
está acontecendo talvez seja uma reflexão sobre 
a importância que a narrativa vem ganhando no 
jornalismo� O que poderia até ser entendido como 
um bem em si, desde que esta narrativa dissesse 
respeito a fatos, situações e circunstâncias de 
efetiva importância jornalística (SALOMÃO, 2004)�
Alguns dos vértices da noção de valores-notícia 
assumiram, assim, a perspectiva do entretenimentoe do consumo� O conteúdo dos meios jornalísticos 
torna-se tendenciosamente repetitivo� Além dos 
critérios já mencionados, é possível citar outros 
valores-notícia mais comumente: como a proxi-
midade e o conflito.
(...) A proximidade, sobretudo em termos geográficos, 
mas também em termos culturais� Um acidente de 
avião com duas vítimas mortais em Caiscais poderá 
ser notícia num jornal de Lisboa, e possivelmente, 
mas com maior dificuldade, num jornal do Porto, 
mas dificilmente será num país estrangeiro. (TRA-
QUINA, 2005, p� 84)�
As escolhas de pauta são feitas menos pelo valor 
do seu conteúdo e mais pela narrativa que podem 
proporcionar, pelo compromisso que elas têm com 
o destinatário da informação e pela importância 
que esta informação terá na vida e na cidadania 
4848
dele, o que naturalmente acaba por contemplar o 
interesse público. Isso ficará bem claro nos resul-
tados obtidos na pesquisa�
Metodologia e Resultados
Em função dos objetivos propostos, a pesquisa 
realizada foi de natureza quantitativa, classificada 
como explicativa e descritiva� A investigação ex-
plicativa tem como objetivo tornar algo inteligível, 
justificar os motivos de sua ocorrência. Já a pesquisa 
descritiva expõe características de determinada 
população ou de determinado fenômeno�
O tamanho da amostra foi definido com base na 
metodologia proposta por Anderson, Sweeney & 
Williams (2013)� Para uma população de tamanho 
desconhecido e índice de confiança de 95%, foi 
definido que a amostra deveria atingir o número 
mínimo de 245 respondentes�
Com base nisso, 350 questionários foram aplicados 
a estudantes universitários em diferentes instituições 
de ensino superior baseadas em cinco regiões da 
cidade de São Paulo (Zonas Leste, Oeste, Centro, 
Sul e Leste)� Após a análise das respostas, alguns 
questionários foram desprezados, e o universo da 
amostragem foi finalizado com 264 (duzentos e 
sessenta e quatro) respondentes� A aplicação dos 
questionários aconteceu entre os dias 01 e 20 de 
setembro de 2015�
4949
Vários resultados importantes foram obtidos� Aqui, 
em razão dos objetivos deste trabalho, vamos des-
tacar apenas àqueles que julgamos mais relevan-
tes� Após a realização da coleta e tabulação dos 
resultados, observamos os seguintes resultados, 
que ora passamos a apresentar�
Quando perguntados sobre qual é seu canal de TV 
por assinatura preferido para assistir esporte, 134 
entrevistados (50,67%) afirmaram ser o SporTV. Em 
segundo, com 80 indicações (30,30%) apareceu a 
ESPN (Figura 2)�
Os dados obtidos confirmaram as informações 
constantes do IBOPE Media Network (2015), que 
apontaram o SporTV como o canal por assinatu-
ra especializado em esportes mais assistido do 
Brasil� Quando perguntados de forma espontânea 
sobre as razões pelas quais o SporTV é seu canal 
preferido, várias respostas apareceram�
A atenção dada ao canal brasileiro para uma va-
riedade maior de modalidades esportivas aparece 
como principal motivo para a preferência da audi-
ência� Modalidades como voleibol, basquete, judô, 
futsal, automobilismo e tênis foram mencionadas 
com destaque nas respostas obtidas� Outro fator 
que atrai a atenção da preferência dos consumi-
dores do SporTV são os produtos oferecidos pela 
emissora� Campeonatos Brasileiros de Futebol das 
5050
Séries A e B, NBB (Nova Liga Brasil de Basquete), 
Superliga Masculina e Feminina de Vôlei, Torneio 
de Tênis de Wimbledon, Liga Nacional de Futsal 
e outras competições foram lembradas pelos 
respondentes�
Além do exposto acima, algumas menções dos 
respondentes merecem destaque� A equipe de apre-
sentadores e jornalistas da emissora foi apontada 
como importante elemento para a preferência pelo 
canal� A existência de três canais SporTV (mencio-
nada no item Esporte 24 hs) para veiculação dos 
programas do canal também é visto com bons 
olhos pelos respondentes� A ampla cobertura, com 
reportagens fora do eixo RJ-SP, foi mencionada 
como importante diferencial do canal�
O fato de pertencer às Organizações Globo foi 
mencionado, como motivo para sua preferência, 
por um único respondente da nossa amostra� Não 
oferece, assim, relevância na decisão de consumo 
do canal SporTV pela audiência�
Para efeito de comparação, julgamos interessante 
repetir a pergunta feita sobre as razões pelas quais 
o SporTV é meu canal de esporte preferido para 
seu principal concorrente, a ESPN� Os resultados 
obtidos foram semelhantes�
5151
A audiência prefere a ESPN pela qualidade de sua 
equipe de apresentadores, jornalistas e comenta-
ristas� Chama a atenção, aqui, que boa parte dos 
respondentes considera a equipe de profissionais 
da ESPN mais isenta, imparcial e crítica, do que a 
equipe de profissionais do SporTV.
Os produtos oferecidos pela ESPN também funcio-
nam como elemento de atração para o consumo do 
canal� Porém, ao contrário do SporTV, cujos princi-
pais produtos lembrados pelos respondentes foram 
ligas e campeonatos que acontecem no Brasil, os 
produtos mais lembrados pelos respondentes que 
preferem os canais do grupo Disney estão ligados 
ao esporte profissional dos Estados Unidos, como 
a NFL (futebol americano), NBA (basquete), MLB 
(beisebol) e NHL (hóquei no gelo)�
Considerações Finais
Em função dos resultados obtidos é possível afirmar 
que o SporTV, pertencente ao Grupo Globo, uma 
empresa brasileira, é realmente o canal especiali-
zado em esporte líder em seu segmento�
A variedade de modalidades esportivas que com-
põem a grade de programação do canal e seu 
cardápio de produtos composto por competições 
de caráter nacional são fatores fundamentais para 
a liderança do SporTV no segmento de canais es-
pecializados em esporte� Tal constatação reforça 
5252
o que Traquina (2005) afirma quando coloca a 
proximidade como um dos principais elementos 
que dão valor a notícia�
Competições nacionais, como os Campeonatos 
Brasileiros de Futebol das Séries A e B, a Nova 
Liga Nacional de Basquete (NBB), as Superligas 
Feminina e Masculina de Vôlei e a Liga Nacional 
de Futsal são os principais produtos do SporTV e 
fator de decisão do consumidor na hora de escolher 
um canal especializado em esporte para assistir�
A cobertura jornalística do SporTV, com reportagens 
de diversas modalidades e matérias fora do eixo 
Rio-São Paulo, também é percebida de forma positiva 
pelo consumidor� As lentes do SporTV, por ser uma 
emissora nacional, estão mais voltadas, aos olhos 
do público, para notícias mais locais, próximas da 
realidade do seu público (TRAQUINA, 2005)�
Porém, e na contramão do exposto acima, o fato 
de pertencer ao Grupo Globo faz com que a equipe 
de profissionais do SporTV (apresentadores, jor-
nalistas e comentaristas) seja vista como parcial, 
pouco crítica e comprometida com interesses 
específicos de pessoas que dirigem o “corrupto” 
futebol brasileiro� As escolhas das pautas sofrem, 
assim, influência em função da propriedade do 
evento (TRAQUINA, 2005)�
5353
A ESPN, por outro lado, apresenta produtos ali-
cerçados nos esportes norte-americanos e nos 
principais campeonatos de futebol da Europa� 
Por pertencer à uma empresa estrangeira, talvez 
seus óculos da realidade estejam voltados para 
uma realidade mais global, mais espetacular, que 
acaba por atingir um público com maior nível de 
renda (DEBORD apud� BAHIA, 2012)�
A equipe de profissionais da ESPN, mais distanciada 
de conexões locais, é vista pelo público como mais 
isenta, mais crítica e com conhecimento melhor 
do esporte, se comparada com os apresentadores, 
jornalistas e comentaristas do SporTV� Assim, em 
função da qualidade dos seus profissionais, os 
programas jornalísticos e de variedades produzidos 
e veiculados pela ESPN são considerados pelo 
público como de qualidade superior aos similares 
produzidos pelo SporTV�
Em suma, o SporTV, empresa brasileira, oferece va-
riedade de modalidades e produtos, quantidade de 
programas e esportes e produtos nacionais, mais 
próximos do consumidor brasileiro� Já a ESPN, emis-
sora global, oferecemenor variedade de programas 
e modalidades, equipe de profissionais de melhor 
qualidade e esportes e produtos internacionais, mais 
próximos de indivíduos que se enxergam globalizados
Fonte: Rocco Júnior (2016, p� 1-15)�
5454
Comparando pesquisa qualitativa com 
pesquisa quantitativa
Ao analisar os exemplos de cada tipo de pesquisa, 
podemos observar diferenças principalmente nos 
capítulos voltados à apresentação da metodologia, 
da coleta de dados e da apresentação dos resultados� 
Fica claro o foco subjetivo da pesquisa qualitativa, 
voltado à análise e apresentação das opiniões dos 
torcedores em relação ao objeto de estudo�
Já na pesquisa quantitativa, os resultados apresen-
tam em enfoque mais objetivo, transformando a 
opinião dos respondentes em dados quantitativos 
quantificáveis.
Outras diferenças relevantes estão na determinação 
da amostra e no instrumento de coleta de dados 
utilizados em cada estudo� Na pesquisa qualita-
tiva, a amostra contou com 40 respondentes, e o 
instrumento utilizado foi um roteiro de entrevista, 
que permite um maior aprofundamento nas res-
postas dos sujeitos entrevistados� Por sua vez, na 
pesquisa quantitativa foi aplicado um questionário 
autopreenchível em 350 sujeitos, tendo sido des-
cartados 86 respostas em função de incorreções 
em seus preenchimentos�
É importante frisar que tanto a pesquisa qualita-
tiva quanto a quantitativa apresentam em seus 
5555
procedimentos vantagens e desvantagens uma 
em relação à outra (Tabelas 1 e 2)�
Assim, cada uma tem suas indicações conforme 
a necessidade do estudo e as intenções do pes-
quisador� Vale salientar que, em muitos estudos, 
são utilizadas ambas as abordagens, evidenciando 
a relação de complementaridade, havendo tam-
bém estudos puramente qualitativos e puramente 
quantitativos�
Tabela 1: Comparativo entre pesquisa qualitativa e quantitativa�
Aspecto Pesquisa quantitativa
Pesquisa 
qualitativa
Enfoque na interpreta-
ção do objeto Menor Maior
Importância do contex-
to do objeto pesquisado Menor Maior
Proximidade do pesqui-
sador em relação aos 
fenômenos estudados
Menor Maior
Alcance do estudo no 
tempo Instantâneo Intervalo maior
Quantidade de fontes 
de dados Uma Várias
Ponto de vista do 
pesquisador
Externo à 
organização
Interno à 
organização
Quadro teórico e 
hipóteses
Definidas 
rigorosamente
Menos 
estruturadas
Fonte: Fonseca (2002, p� 21)�
5656
Tabela 2: Comparativo entre pesquisa quantitativa e qualitativa�
Pesquisa quantitativa Pesquisa qualitativa
Focaliza uma quantidade 
pequena de conceitos
Tenta compreender a tota-
lidade do fenômeno, mais 
do que focalizar conceitos 
específicos
Inicia com ideias preconce-
bidas do modo pelo qual os 
conceitos estão relacionados
Possui poucas ideias precon-
cebidas e salienta a impor-
tância das interpretações 
dos eventos mais do que a 
interpretação do pesquisador
Utiliza procedimentos estrutu-
rados e instrumentos formais 
para coleta de dados
Coleta dados sem instrumen-
tos formais e estruturados
Coleta os dados mediante 
condições de controle
Não tenta controlar o contex-
to da pesquisa, e sim captar o 
contexto na totalidade
Enfatiza a objetividade na 
coleta e análise dos dados
Enfatiza o subjetivo como 
meio de compreender e inter-
pretar as experiências
Analisa os dados numéricos 
por meio de procedimentos 
estatísticos
Analisa as informações narra-
das de uma forma organizada, 
mas intuitiva
Fonte: Gerhardt e Silveira (2009, p� 34)�
57
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, aprofundamos os conhecimentos 
sobre a pesquisa qualitativa e a pesquisa quanti-
tativa� Analisamos os aspectos característicos de 
cada tipo de pesquisa em relação à sua abordagem�
Ao apresentar as diferenças conceituais entre 
ambas abordagens, conseguimos trazer à tona as 
características de cada uma, sobretudo em relação 
à definição das amostras, o tipo de instrumento de 
coleta e a forma de coleta, análise e apresentação 
dos resultados�
A escolha entre dois tipos deve ocorrer em função 
dos objetivos do pesquisador, além das carac-
terísticas do estudo, ficando claro que cada um 
apresenta vantagens e desvantagens em relação 
ao outro�
Conforme já destacado anteriormente, podem ser 
conduzidas investigações puramente qualitativas, 
exclusivamente quantitativas ou a partir da com-
binação de ambas as abordagens�
Portanto, o fundamental é que o pesquisador esteja 
seguro quanto aos seus objetivos e siga rigorosa-
mente os preceitos metodológicos da abordagem 
escolhida, tendo clareza dos seus os pontos fortes 
e das suas limitações�
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	INTRODUÇÃO
	AVALIAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES: ASPECTOS QUALITATIVOS E QUALITATIVOS
	A PESQUISA CIENTÍFICA
	TIPOS DE PESQUISA E ABORDAGEM
	VALOR-NOTÍCIA, AGENDAMENTO E SOCIEDADE DO ESPETÁCULO
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Referências Bibliográficas & Consultadas