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Artigo IESC VIII

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ARTIGO IESC VIII 
Professora: Patrícia de Sousa 
Redenção, 28 de outubro de 2022 
Alunos: Natasha Vitória, Adriana Ventura, Camila Liber, Jhullyana Rocha, Alexandre, 
Steffany Soares. 
ATENÇÃO À SAÚDE DA POPULAÇÃO IMIGRANTE E DE 
FRONTEIRA 
Introdução 
 O processo de globalização levou a um mundo interdependente, em que as doenças 
e agentes infecciosos ultrapassam as fronteiras, mas que também integra os 
conhecimentos, tecnologias e trabalho em prol do saber científico e benéfico para a 
humanidade. Nos sistemas de saúde, vários aspectos são influenciados pela 
globalização, como os mecanismos de financiamento, uma vez que o mundo é fluxo e o 
Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo também precisa ser fluxo, a 
regulamentação de produtos e serviços de saúde e a oferta de recursos humanos. A 
questão da identidade da sociedade também é importante, sendo que os valores dos 
sujeitos estão embutidos em seu sistema de saúde e afetam diretamente as decisões 
políticas do setor. 
 Pensando nesse viés, analisa-se o SUS e os seus princípios, que são: universalização 
que é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este 
direito; equidade, que é a diminuição das desigualdades; integralidade a qual considera 
as pessoas como um todo. Nessa perspectiva, a globalização influi diretamente sobre o 
fluxo migratório que no Brasil tem crescido exigindo do SUS uma posição assertiva e 
condizente com seus princípios. 
 Esses princípios garantem aos imigrantes o direito à saúde e o exercício da 
cidadania. A presença dos imigrantes no território brasileiro traz desafios específicos de 
saúde, pois os imigrantes podem apresentar padrões de morbidade e de comportamento 
próprios em relação aos cuidados com a saúde. Com isso, os serviços precisam se 
estruturar para atender as necessidades dessas populações, com qualificação de pessoal 
para acolher de forma adequada essa população. 
Desenvolvimento 
 Na atenção à saúde da população migrante e de fronteira o elemento fundamental é a 
Unidade de Saúde da Família (USF), que nada mais é que a porta de entrada do SUS e 
um conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem 
promoção, prevenção, proteção, diagnostico, tratamento, reabilitação, redução de danos, 
cuidados paliativos e vigilância em saúde. O cuidado integrado dirigido à população do 
território também é um ponto importante de atuação. 
 Nessa compreensão, é importante destacar que um dos primeiros pontos que 
dificultam o acesso da população migrante à saúde é a sua invisibilidade por parte da 
sociedade, no entanto, deve-se também considerar que a territorialização e o vínculo 
criado pelas Equipes de Saúde da Família, fica deficitário por conta da grande 
rotatividade e a busca por melhores oportunidades dos imigrantes. 
 Outro fator que precisa ser delimitado é quanto a conversação envolvida para haver 
interação, seja dentro da USF, seja no território, uma vez que o trabalho em saúde 
possui uma natureza eminentemente conversacional dos processos de trabalho entre o 
profissional de saúde e o usuário. Portanto, existe muitas dificuldades relacionadas a 
compreensão do idioma falado, sendo que os imigrantes nem sempre constituem um 
grupo homogêneo. Por exemplo, bolivianos às vezes não falam a mesma língua, haja 
visto que a Bolívia é uma sociedade pluriétnica e multicultural, com 26 línguas 
diferentes, subdivididas em 127 dialetos. 
 A Unidade de Saúde apesar da sua gestão ser estabelecida no que tange a 
organização, ter alto grau de normatividade na sua implementação, com a 
regulamentação definida pelo Ministério da Saúde, é na rotina dos atendimentos que se 
defronta com as mais diversas realidades em seus territórios e pode identificar que a 
normatização é insuficiente, a partir de um olhar mais integral propondo várias 
estratégias para melhorar a interação entre os serviços e os usuários imigrantes. 
Considerações Finais 
 Por fim é preciso que as UBS promovam maior visibilidade e reconhecimento na 
relação com o imigrante, como meio de construir vínculos e orienta-los quanto aos seus 
direitos estabelecidos e o acesso à saúde. Ações que melhorem a comunicação entre 
profissional e o migrante se relacionam com à criação de material educativo em 
espanhol e outras línguas e também à participação dos agentes de saúde em ações 
educativas que integrem essa população na sociedade brasileira. 
 Apesar da regulamentação já imposta ao funcionamento das unidades de saúde cada 
território possui a sua singularidade e lugares que recebem um alto fluxo de imigrantes 
precisam estar preparadas para oferecer o acesso à saúde e assim respeitando a 
Constituição Federal e os princípios do Sistema Único de Saúde. 
Referências 
1. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília (DF): MS; 2006. 
2. Xavier IR. Projeto migratório e espaço: os migrantes bolivianos da região metropolitana de São 
Paulo [dissertação]. Campinas (SP): Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade 
Estadual de Campinas; 2010 
3. AGUIAR, B.; NEVES, H.; LIRA, M. 2015. Alguns aspectos da saúde de imigrantes e refugiados 
recentes no município de São Paulo. Boletim CEInfo Análise, São Paulo, ano X, n. 13. 
4. INGLEBY, D. 2009. La santé des migrants et des minorités ethniques en Europe Hommes et 
migrations, nº 1282, pp. 136-50. 
5. NUNES, M. et al. 2002. O agente comunitário de saúde: construção da identidade desse 
personagem híbrido e polifônico. Cadernos de Saúde Pública, v. 18, n. 6, pp. 1639-46.

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